Stop anuncia greve em período de provas escolares em fevereiro

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2025

"Vai haver uma greve a partir do dia 10 de fevereiro a estas provas-ensaio, a todo o seu serviço, seja de aplicação, vigilância, supervisão ou de qualquer serviço associado”, disse a direção do Stop.

O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) anunciou esta terça-feira uma greve a todo o trabalho relacionado com as provas-ensaio que os alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos realizam em fevereiro para testar o formato digital.

Vai haver uma greve a partir do dia 10 de fevereiro a estas provas-ensaio, a todo o seu serviço, seja de aplicação, vigilância, supervisão ou de qualquer serviço associado“, anunciou Daniel Martins, da direção do Stop.

Além da realização das provas, que o sindicato considera não servir qualquer propósito e acrescentar mais trabalho burocrático à lista de tarefas dos professores, o Stop critica o recurso a uma “bolsa solidária” de docentes para a correção das provas.

“De solidária esta bolsa não tem nada, porque não é voluntária, são os diretores que vão indicar os professores, e é impor trabalho gratuito e chamar-lhe bolsa solidária. Achámos que isto é uma afronta”, criticou o dirigente sindical, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) sobre medicina do trabalho e Caixa Geral de Aposentações, temas que o Stop quer incluir nas negociações do estatuto da carreira docente.

Os alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos vão realizar provas-ensaio entre os dias 10 e 28 de fevereiro para testar o formato digital e identificar eventuais falhas antes das provas finais de 3.º ciclo e das provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) em maio e junho.

Crítico das provas de ModA, Daniel Martins considerou “altamente estranho que num momento com falta de professores” o Governo decida realizar provas-ensaio que “vão deslocar os professores de recuperarem as aprendizagens para fazerem trabalho burocrático para estas provas que, no final, pouco ou nada servem“.

“Com isto, o Governo vai retirar espaço às aulas e aos alunos”, sublinhou, defendendo que a prioridade do MECI deveria ser a valorização das carreiras.

As provas-ensaio vão realizar-se entre os dias 10 e 28 de fevereiro, são obrigatórias e terão a duração de 45 minutos. Apesar de não servirem para avaliação externa, as escolas poderão utilizar os resultados na avaliação interna dos alunos, que serão disponibilizados até ao final do mês de março.

As perguntas de escolha múltipla serão corrigidas de forma automática e as restantes — uma pergunta de construção por prova — serão classificadas por professores da disciplina, em regime de classificação solidária.

O objetivo é que os alunos se familiarizem com o suporte digital em contexto de avaliação e ajudar as escolas a testar a sua preparação tecnológica, organizativa e logística das escolas.

Por outro lado, vão permitir identificar questões técnicas e organizativas que possam ser implementadas pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação antes das provas ModA, no final dos 1.º e 2.º ciclos, que se realizam entre 19 de maio e 06 de junho, e as provas finais do 3.º ciclo, entre 20 e 25 de junho.

Questionado sobre uma possível greve nessa altura, Daniel Martins disse que a decisão está nas mãos dos profissionais. “Se, em maio, os docentes acharem que voltamos a ser tratados de forma indecente, certamente a greve estará em cima da mesa, mas essa será sempre uma decisão tomada a partir das escolas e por quem lá trabalha”, disse.

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Trump diz que Microsoft está a tentar comprar o TikTok

  • + M
  • 28 Janeiro 2025

Esta é a segunda vez que se fala no interesse da Microsoft em adquirir o TikTok, tendo a primeira ocorrido no primeiro mandato de Donald Trump. Microsoft e TikTok não comentaram declarações de Trump.

Donald Trump, recém-empossado Presidente dos EUA, afirmou que a Microsoft está em negociações para adquirir o TikTok e que gostaria de assistir a uma “guerra de licitações” pela compra da rede social.

Após as declarações do líder norte-americano, a Microsoft não quis comentar e a ByteDance, empresa chinesa dona da rede social, não responderam aos pedidos de comentários feitos pela Reuters.

Esta é a segunda vez que se fala no interesse da Microsoft em adquirir o TikTok, tendo a primeira ocorrido durante o primeiro mandato de Donald Trump, quando este ordenou que a rede social chinesa separasse a sua versão dos EUA da ByteDance, devido a preocupações com a segurança nacional. No entanto, as alegadas negociações fracassaram e o tema perdeu força depois de Trump ter saído da Casa Branca, alguns meses depois.

Até ao momento, a ByteDance têm-se recusado a vender a plataforma, que foi lançada há apenas dez anos e que se tornou indispensável para muitos jovens utilizadores da internet.

Com mais de 170 milhões de utilizadores norte-americanos, a plataforma ficou offline no país durante breves momentos na véspera da tomada de posse, após o Supremo Tribunal ter decidido manter uma lei aprovada pelo Congresso que visava obrigar a aplicação a desvincular-se da ByteDance ou a enfrentar o encerramento.

No entanto, o serviço foi restaurado após Donald Trump ter anunciado a intenção de emitir uma ordem executiva para suspender a lei.

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Têxtil que ajudou portugueses a sair da Ucrânia constrói nova fábrica em Felgueiras

Liderada pela família Lopes da Cunha, produtora das batas cirúrgicas Fapomed investe numa nova fábrica em Felgueiras. Exportadora emprega mais de 500 pessoas e tem unidades em Baião e na Ucrânia.

Especializada na produção de batas cirúrgicas, campos operatórios, pacotes cirúrgicos personalizados e equipamentos de proteção individual para o setor da saúde, a Fapomed está a construir um novo edifício industrial em Felgueiras, que estará concluído em março e que vai substituir as atuais instalações da empresa no mesmo concelho.

O projeto prevê a construção de um novo edifício de produção e armazenagem, com cerca de dez mil metros quadrados de área de construção, que vai aumentar a capacidade produtiva da empresa fundada em 1986 por Orlando Lopes da Cunha, que reconverteu uma indústria de confeção clássica, que fazia calças e camisas, para os dispositivos médicos de uso único em que fatura 22 milhões de euros.

Além de duas fábricas em Portugal – tem outra em Baião –, a empresa que exporta para 30 países e soma mais de 500 trabalhadores tem também uma unidade na Ucrânia, inaugurada em janeiro de 2009 na sequência de um investimento de sete milhões de euros. No início da invasão russa serviu de local de referência para facilitar a retirada de portugueses do país, em colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Quanto ao novo edifício industrial da Fapomed em Felgueiras, segundo informações divulgadas esta terça-feira pela construtora Garcia Garcia, a quem a empresa liderada atualmente por Miguel Lopes da Cunha (filho do fundador) entregou esta obra com duração de nove meses, será constituído por três áreas funcionais distintas, mas ligadas entre si: administrativo e social, logística e produção.

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Crédito à habitação continua a aumentar na Zona Euro

As famílias estão a beneficiar de condições mais favoráveis no acesso ao crédito, especialmente na habitação, enquanto as empresas enfrentam restrições crescentes que vão continuar a existir em 2025.

O mercado de crédito na Zona Euro está a dar passos mistos. Enquanto as famílias beneficiam de condições mais favoráveis, especialmente no crédito à habitação, as empresas deparam-se com um ambiente cada vez mais restritivo.

“Os bancos reportaram critérios de concessão de crédito globalmente inalterados para os empréstimos às famílias para aquisição de habitação após três trimestres de flexibilização, e um novo agravamento para o crédito ao consumo“, lê-se num relatório do Banco Central Europeu (BCE) divulgado esta terça-feira, baseado no inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito. Por outro, “os bancos da área do euro reportaram um novo agravamento dos critérios de concessão de crédito para empréstimos ou linhas de crédito a empresas no quarto trimestre de 2024”.

Esta divergência é particularmente relevante no que respeita à procura de crédito. O BCE destaca que “a procura líquida de empréstimos à habitação continuou a aumentar fortemente, enquanto a procura de crédito ao consumo aumentou ligeiramente”. Em contraste, “a procura líquida de empréstimos por parte das empresas continuou a aumentar ligeiramente no quarto trimestre de 2024, mantendo-se globalmente fraca”.

Para o primeiro trimestre de 2025, “os bancos da área do euro esperam um novo agravamento dos critérios de concessão de crédito para empréstimos a empresas”, refere o Banco Central Europeu.

O agravamento dos critérios de concessão de crédito às empresas é uma tendência significativa, considerando especialmente o atual contexto económico. O BCE explica que o endurecimento na concessão de crédito às empresas foi “impulsionado principalmente por uma maior perceção dos riscos relacionados com as perspetivas económicas e por uma menor tolerância ao risco por parte dos bancos”. Esta cautela por parte das instituições financeiras pode ter implicações significativas para o investimento empresarial e, consequentemente, para o crescimento económico da Zona Euro.

É importante notar que este agravamento não foi uniforme em todos os países da Zona Euro. O BCE refere que “deveu-se principalmente aos bancos na Alemanha e em França num ambiente de maior incerteza política, enquanto os critérios de concessão de crédito flexibilizaram em Itália”.

Crédito para a compra de casa continua a crescer

Ao nível do crédito à habitação, a situação é mais positiva. O BCE reporta que “os bancos indicaram que as perspetivas do mercado da habitação tiveram um impacto positivo, embora menor do que no trimestre anterior”. Esta melhoria nas condições de crédito à habitação pode ser um sinal de confiança renovada no mercado imobiliário, após um período de incerteza.

O relatório também destaca que “as taxas de juro mais baixas tiveram um impacto substancial de flexibilização, enquanto as margens sobre os empréstimos médios permaneceram globalmente inalteradas e as margens sobre os empréstimos de maior risco aumentaram ligeiramente”. Esta redução nas taxas de juro pode explicar, em parte, o aumento da procura de crédito à habitação.

No entanto, é importante notar que, apesar desta flexibilização, os bancos continuam cautelosos. O BCE refere que “uma maior perceção dos riscos e uma menor tolerância ao risco por parte dos bancos foram os fatores-chave para os bancos que reportaram um impacto de agravamento da qualidade do crédito nas condições de concessão de crédito”.

O relatório do BCE aponta para que “a concorrência de outros bancos foi o principal fator de flexibilização dos critérios de concessão de crédito para empréstimos à habitação, enquanto a tolerância ao risco dos bancos e as perceções de risco tiveram um impacto de agravamento”.

O BCE destaca também que os bancos antecipam que esta tendência pode continuar. Para o primeiro trimestre de 2025, “os bancos da área do euro esperam um novo agravamento dos critérios de concessão de crédito para empréstimos a empresas”. Isto pode indicar que as empresas continuarão a enfrentar desafios no acesso ao crédito nos próximos meses.

Em contraste, as perspetivas para o crédito à habitação são mais otimistas. Os bancos “esperam um novo aumento da procura de empréstimos à habitação e de crédito ao consumo”. Esta expectativa de aumento contínuo na procura de crédito à habitação pode ser um sinal positivo para o mercado imobiliário da Zona Euro.

O relatório do BCE aponta para que “a concorrência de outros bancos foi o principal fator de flexibilização dos critérios de concessão de crédito para empréstimos à habitação, enquanto a tolerância ao risco dos bancos e as perceções de risco tiveram um impacto de agravamento”. Isto sugere que, apesar da cautela geral, a concorrência entre os bancos está a ajudar a manter condições favoráveis para os mutuários no mercado de crédito à habitação.

Ao nível do crédito ao consumo, o BCE nota que “os bancos reportaram um novo agravamento líquido da parcela de pedidos de empréstimo rejeitados para crédito ao consumo”. Isto indica que, embora a procura esteja a aumentar ligeiramente, os bancos estão a ser mais seletivos na aprovação destes empréstimos.

É importante contextualizar estas tendências no ambiente económico mais amplo da Zona Euro. O BCE menciona que “o aumento global moderado reflete a situação económica ainda fraca, especialmente em alguns setores da economia com utilização intensiva de investimento”. Esta observação sublinha a interligação entre as condições de crédito e o desempenho económico geral.

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Banco Português de Fomento prepara linha de crédito de 6.000 milhões de euros para novos investimentos

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2025

Nova linha de crédito que visa financiar o investimento de empresas portuguesas terá garantia de até 70% e um custo de financiamento entre 0,15% a 0,7%.

O administrador executivo do Banco Português de Fomento (BPF) disse esta terça-feira que está a fechar uma linha de crédito de seis mil milhões de euros para financiar o investimento de empresas portuguesas, com juros “muito acessíveis”.

Estamos a fechar uma linha de crédito de seis mil milhões de euros, com garantia até 70%, e com um custo de financiamento entre 0,15% a 0,7%. São custos muito acessíveis, e o objetivo é fazermos de Portugal o cliente número um no Banco Europeu de Investimento, e isso faz-se dando espaço para as empresas usarem os instrumentos”, disse Gonçalo Regalado.

Intervindo na mesa redonda sobre Ambiente de Negócios e Incentivos ao Investimento Privado, no âmbito do Fórum Económico Portugal Cabo Verde, que decorre esta terça-feira em Lisboa, o responsável do BPF salientou a importância da relação com África e as vantagens que as empresas portuguesas têm no relacionamento com esta entidade.

“Já houve 450 mil milhões de euros de negócios feitos com garantia do BPF, e temos 1.300 milhões de euros em fundos de investimento, sob gestão direta de instrumentos de capital, para as empresas poderem investir em Portugal e noutras geografias, e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP] é uma das geografias de maior conforto para as empresas portuguesas”, acrescentou Gonçalo Regalado, vincando que “nunca houve problema nenhum” nestas operações.

O Fórum que decorre esta manhã em Lisboa, e que será oficialmente encerrado à tarde pelos primeiros-ministros de Portugal e Cabo Verde, foi usado pelos oradores para salientar as vantagens de Cabo Verde como destino de investimento, desde o ambiente de negócios favorável às empresas nacionais, até à legislação convidativa, com condições fiscais atrativas, passando pela óbvia vantagem da língua comum.

Durante a intervenção, o líder do BPF destacou a linha de financiamento de 100 milhões de euros especificamente para Cabo Verde, apontando a relação com os bancos multilaterais de investimento como “a grande oportunidade, o grande diamante” para as empresas, dentro das áreas tradicionais de investimento no arquipélago lusófono.

“O interesse no investimento hoteleiro é o que mais vemos no mercado”, destacou o CEO do Banco Interatlântico, do grupo Caixa Geral de Depósitos, Pedro Soares, apontando que não são apenas novos hotéis, mas também a reestruturação de projetos atuais, novos projetos e ampliação dos projetos atuais.

“Vemos uma entrada muito mais acelerada de grandes cadeias internacionais, infelizmente nenhuma portuguesa, mas muitas espanholas e italianas, e uma outra de capitais turcos e holandeses”, disse Pedro Soares, desafiando os empresários a olharem para lá da construção de novos hotéis.

“As empresas precisam de apoio logístico para o seu funcionamento, que passa também pelo suporte financeiro, mas por ter um parceiro previsível, e o outro aspeto que é uma fortíssima oportunidade de investimento é a área da prestação de serviços”, apontou o banqueiro, exemplificando com o serviço de lavandaria industrial e de outras áreas de prestação de serviços à indústria do turismo.

O fórum desta terça-feira insere-se na VII Cimeira entre os dois países, que tem como principal objetivo reforçar a “relação bilateral de excelência”, anunciaram.

Para além da linha de crédito de 100 milhões de euros e da triplicação do programa de conversão de dívida pública em investimento verde, através do Fundo Climático e Ambiental de Cabo Verde, haverá também lugar a vários acordos nas áreas da saúde e da formação profissional, entre outras, dando continuidade à cooperação entre os dois países, vertida no Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2022-2026.

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Temporário passa a definitivo. Javier González Pareja assume Bosch em Portugal após afastamento de Carlos Ribas

O presidente da Bosch Iberia já tinha assumido temporariamente a liderança da operação em Portugal, após o afastamento do gestor português Carlos Ribas "com total surpresa" no verão do ano passado.

O espanhol Javier González Pareja vai manter-se como presidente da Bosch em Portugal, assumindo em definitivo o cargo que já ocupava, “até novas ordens”, desde que foi anunciada a saída inesperada do português Carlos Ribas. O líder da operação ibérica da multinacional alemã vai, assim, acumular a liderança do mercado nacional com a presidência na Ibéria.

“Depois de ter assumido a representação da Bosch em Portugal a título temporário a 1 de agosto de 2024, a Bosch confirma a continuidade de Javier González Pareja, reforçando deste modo a confiança e a aposta na continuidade do trabalho que tem sido desenvolvido até ao momento“, refere a empresa, em comunicado.

Javier González Pareja, responsável pela operação na Ibéria desde 2017, foi o nome escolhido para substituir Carlos Ribas na liderança da operação da multinacional alemã Bosch em Portugal. Era também responsável pela fábrica da empresa em Braga, a maior do grupo no país.

Antes de vender a fábrica de Ovar à private equity Triton, com os 1.200 trabalhadores a serem “assumidos pelo comprador”, empregava mais de 7.000 pessoas em território nacional, tendo faturado mais de dois mil milhões de euros em 2023.

“Este é um compromisso que abraço com entusiasmo e dedicação. Assumirei pessoalmente esta função, o que me permitirá estar ainda mais próximo do desenvolvimento das nossas atividades no país. Acredito que Portugal tem um grande potencial para continuar a crescer como um centro estratégico para a Bosch na Europa”, comenta Javier González Pareja, citado na mesma nota.

Baseado em Lisboa desde 2023, o gestor espanhol está há três décadas na Bosch, tendo passado por vários cargos. Torna-se agora o homem forte daquela que é a quinta maior exportadora em Portugal – as vendas ao exterior representam 97% do total gerado pela multinacional alemã no país – e também uma das maiores empregadoras.

A mudança na liderança da Bosch surgiu depois de o grupo ter comunicado, no início de agosto de 2024, a saída de Carlos Ribas, num processo que surpreendeu o mercado. O até então líder da empresa em Portugal disse na altura que foi com “total surpresa” que recebeu uma “notificação de suspensão de funções” por parte dos alemães, que decidiram ainda afastar outros quatro gestores de topo da unidade minhota.

Fonte da multinacional alemã, que entregou ainda a liderança da fábrica de Braga a Carlos Jardim, respondeu então ao ECO que, “com estas mudanças de pessoal, a Bosch garante uma transição tranquila na gestão da fábrica da Bosch em Braga”, escusando-se, porém, a dar maiores detalhes sobre o que motivou o afastamento de Carlos Ribas.

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Acionista maioritário injeta mais 827 milhões de dólares na Dazn

  • + M
  • 28 Janeiro 2025

A ambição passa por criar um grupo que ofereça aos assinantes da Dazn o equivalente desportivo ao Spotify enquanto plataforma de streaming de música.

O bilionário Len Blavatnik investiu mais 827 milhões de dólares (cerca de 786 milhões de euros) na Dazn. Com esta injeção de capital, sobe para 6,7 mil milhões de dólares o montante já investido na plataforma desportiva por Blavatnik, através do seu grupo Access Industries, segundo o Financial Times (FT).

É também graças a estes investimentos que a Dazn tem conseguido comprar os direitos de transmissão de várias competições desportivas, desde o futebol europeu, ao boxe, basquetebol ou desportos motorizados, até à liga de futebol norte-americano NFL.

Segundo Shay Segev, CEO da Dazn, este crescente investimento da Dazn aumenta a ambição da empresa de se tornar na “casa global do desporto“. No entanto, os resultados financeiro vão mostrar que a aposta e investimentos feitos ainda não se traduzem em resultados financeiros, refere o FT.

Embora as receitas tenham aumentado para 2,7 mil milhões de dólares em 2023, contra 2,2 mil milhões de dólares em 2022, a Dazn registou uma perda maior de 1,4 mil milhões de dólares até ao final de 2023, contra os 1,2 mil milhões de dólares registados em 2022, segundo o meio britânico.

No entanto, Segev diz que, embora isso não esteja refletido nos resultados financeiros de 2023, a maioria dos 10 principais mercados em que a DAZN opera já são lucrativos. O CEO diz ainda esperar que as receitas ultrapassem os seis mil milhões de dólares em 2025, em parte também graças a receitas adicionais decorrentes da recente aquisição da australiana Foxtel à News Corp de Rupert Murdoch.

Segundo executivos da Dazn, a ambição passa por criar um grupo que ofereça aos assinantes o equivalente desportivo ao Spotify enquanto plataforma de streaming de música, segundo o FT. Em 2023, e a nível global, a Dazn contava com cerca de 300 milhões de clientes mensais mas apenas cerca de 20 milhões de assinantes pagantes.

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Site da Segurança Social já está a funcionar

  • ECO
  • 28 Janeiro 2025

A página da Segurança Social na internet esteve "temporariamente indisponível". Problemas técnicos estiveram na origem da quebra.

O site da Segurança Social esteve indisponível esta terça-feira de manhã. A página inicial começou por exibir uma uma mensagem de “manutenção programada”, indicando: “Estamos a melhorar os nossos serviços. Retomaremos o serviço o mais brevemente possível.”

Entretanto, cerca das 11h30, a mensagem foi alterada para “Serviço temporariamente indisponível”, acrescentando: “Por favor, tente mais tarde.” Apesar desta falha, o serviço Segurança Social Direta permanecia acessível.

Captura de ecrã da página inicial da Segurança Social esta terça-feira de manhã

A indisponibilidade foi temporária e os serviços já estão repostos.

Os problemas surgem um dia depois de o Correio da Manhã ter noticiado que o Governo estará a preparar um conjunto de medidas no âmbito da sustentabilidade da Segurança Social, “nomeadamente a limitação do acesso à reforma antecipada”. A notícia cita uma resposta do Governo a uma auditoria do Tribunal de Contas divulgada na semana passada.

Entretanto, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, rejeitou que o Governo esteja a preparar um corte às reformas antecipadas: “De certeza que não vai haver cortes nem nenhum prejuízo dos direitos adquiridos dos pensionistas.”

O Ministério da tutela garantiu ao ECO que a indisponibilidade nada teve a ver com as notícias.

(Notícia atualizada com a entrada em funcionamento do site e as declarações do Ministério da Segurança Social)

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Sell-off das tecnológicas tira 108 mil milhões às maiores fortunas do mundo

Milionários do setor tecnológico registaram as maiores perdas. O cofundador da Nvidia e da Oracle perderam ambos mais de 20 mil milhões de dólares com a queda das ações.

O sell-off protagonizado pelas tecnológicas esta segunda-feira, que “roubou” um bilião de dólares às empresas de Inteligência Artificial (IA), também fez mossa nas maiores fortunas. As 500 pessoas mais ricas do mundo, lideradas pelo cofundador da Nvidia, Jensen Huang, “perderam” 108 mil milhões de dólares com o desaire registado pelo setor, devido ao fenómeno DeepSeek.

Jensen Huang foi um dos milionários que liderou as perdas, com o cofundador da Nvidia a ver o valor da sua fortuna encolher 20,1 mil milhões de dólares, o que representa uma queda de 20%, arrastado pelo tombo das ações da Nvidia. A gigante de IA afundou perto de 17% e perdeu perto de 600 mil milhões de dólares em valor de mercado, uma perda de capitalização bolsista diária nunca antes vista.

Jensen Huang, cofundador da Nvidia

O património de Larry Ellison, co-fundador da Oracle, registou uma perda potencial de 22,6 mil milhões de dólares, a maior queda em termos absolutos, mas que representa apenas 12% da sua fortuna, segundo os cálculos da Bloomberg.

Já Michael Dell, da Dell, perdeu 13 mil milhões de dólares com a correção dos títulos da empresa, e o cofundador da Binance Holdings, Changpeng “CZ” Zhao disse “adeus” a 12,1 mil milhões de dólares.

Os titãs do setor tecnológico, enquanto grupo, viram 94 mil milhões do valor da sua riqueza evaporar, o que equivale a cerca de 85% da descida total do índice Bloomberg que inclui as 500 maiores fortunas mundiais.

O modelo low cost de IA da DeepSeek — custou menos de seis milhões de dólares — está a abalar a indústria tecnológica, com os investidores a questionarem os investimentos de milhares de milhões que as gigantes tecnológicas dizem ser necessários para desenvolver esta tecnologia.

O tecnológico Nasdaq fechou ontem a cair mais de 3% e o S&P 500, onde as tecnológicas pesam cerca de 45%, desceu 1,5%.

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Jornalistas temem IA e admitem que jornalismo pode ser ameaçado

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2025

Cerca de 60% dos jornalistas afirmam-se preocupados e inseguros relativamente à aplicação da IA no jornalismo. Por outro lado, 36,5% destes profissionais sentem-se empolgados e confiantes.

Os jornalistas estão preocupados com a inteligência artificial (IA) e, segundo um inquérito de um observatório social da Universidade Nova, mais de 70% admitem que o jornalismo pode ser ameaçado pelas tecnologias das grandes empresas tecnológicas.

Os dados indicam que 59,5% dos inquiridos já ouviu falar da IA, mas não tem uma noção aprofundada do que é, contra os 4% que responderam que ter um conhecimento avançado, enquanto 36,5% admitem ter noções básicas da tecnologia.

Estes números resultam de um inquérito feito a jornalistas pelo Observatório Social para a Inteligência Artificial e Dados Digitais, da Universidade Nova de Lisboa, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, e que apontam para um grande desconhecimento sobre a IA.

Uma esmagadora maioria dos jornalistas que responderam (83,8%) não teve formação nesta área, mas está interessado. Apenas 1,4% recebeu formação avançada e 10,8% recebeu formação básica.

Cerca de 60% afirmam-se preocupados e inseguros relativamente à aplicação da IA no jornalismo, enquanto 36,5% se sente empolgado e confiante.

Mais de dois terços dos inquiridos (74,3%) consideram que a prática do jornalismo está confrontada com o desafio de ser substituída por “entidades externas à profissão com maior agilidade e recursos tecnológicos”, contra a opinião de 16,2%, enquanto 9,5 não sabem.

Grande número de profissionais (40,5%) admite que a IA ajuda a otimizar o tempo, 75,7% afirma que usa a tradução automática no seu dia-a-dia e 40,9% usa-a na pesquisa de arquivos e de informação compilada.

Uma larga maioria dos jornalistas que responderam ao inquérito acredita que a inteligência artificial (67,6%) vai mudar a natureza de alguns empregos, mas trará novas funções profissionais e 59,5% admite que mudará a natureza de funções jornalísticas e criará outras oportunidades.

Para quase 90% dos inquiridos a IA terá um “impacto significativo” na ética e deontologia profissionais, com uma maioria (58,1%) a admitir que será “muito significativo”.

O questionário, distribuído pelo Sindicato dos Jornalistas aos seus associados, foi respondido por 74 profissionais de informação, entre 02 de março e 17 de abril de 2024. O estudo da Universidade Nova de Lisboa, é da autoria de Paulo Nuno Vicente, José Sotero, Ana Marta Flores.

Observatório recomenda formação contínua de jornalistas em IA

O estudo aconselha também as empresas a investir na formação contínua em IA e a antecipar o seu impacto para requalificar os jornalistas e outros profissionais. Criar diretrizes claras no uso da IA no jornalismo, fomentando a segurança e inovação, são outras recomendações do Observatório Social para a Inteligência Artificial e Dados Digitais, da Universidade Nova de Lisboa.

Com base numa “investigação sistemática”, procura-se “não apenas mapear o panorama atual, mas também contribuir para debates mais amplos sobre a sustentabilidade e qualidade do jornalismo numa era marcada pela automatização”.

Entre os desafios do jornalismo, Paulo Nuno Vicente, professor e coordenador do Doutoramento em Media Digitais destaca, pela negativa, “questões como a desinformação amplificada por algoritmos, a perda de autonomia profissional em processo por plataformas e a precariedade”.

A introdução da IA, lê-se no relatório, “exige respostas coordenadas de empresas dos media, organizações profissionais e entidades estatais”.

A inteligência artificial pode trazer oportunidades para “acelerar a investigação de dados, detetar padrões em grandes bases informativas e criar experiências mais interativas”. Às empresas de media é recomendado que identifique as funções que possam ser afetadas pela inteligência artificial para “antecipar necessidades futuras” e promover a “requalificação dos profissionais”, sugerindo ainda ao Estado que adote “políticas de apoio à transição digital no jornalismo”.

Sugere-se, igualmente, que as empresas de comunicação invistam em “programas de formação contínua” sobre IA, defendendo-se que as entidades estatais os apoiem. Às organizações profissionais propõe-se que desenvolvam “guias acessíveis e recursos educativos sobre IA”.

Aos responsáveis dos media, recomenda-se que se desenvolvam “estratégias editoriais robustas e diretrizes específicas” no uso da IA, “em colaboração com os jornalistas e entidades académicas” e às organizações profissionais que façam um “conjunto de boas práticas”.

Aos órgãos de informação que venham a usar a inteligência artificial a recomendação é apostar em “conteúdos diferenciados e exclusivos, reforçando a identidade editorial”.

As organizações profissionais podem responder aos desafios para o jornalismo colocados pelas grandes empresas tecnológicas (big tech) com campanhas de sensibilização sobre a ética e independência no jornalismo.

E ao Estado é pedido que regule a utilização da IA pelas big tech para garantir o respeito pelos direitos dos jornalistas e dos órgãos de informação.

No capitulo do “treino de IA” generativa, recomenda-se ainda aos media “políticas claras” na partilha de conteúdos, incluindo cláusulas contratuais para proteger a propriedade intelectual e ao Estado que tenha regulamentações para “proteger os direitos de autor”.

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Famílias europeias consomem mais e poupam menos

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Janeiro 2025

Em tendência contrária à do consumo e do rendimento, a taxa de poupança das famílias diminuiu, sendo que Portugal registou a terceira maior descida entre os 27 Estados-membros da UE.

O consumo e o rendimento reais das famílias por habitante aumentaram na Zona Euro e na União Europeia (UE) no terceiro trimestre do ano passado, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

De acordo com um boletim do serviço de estatísticas europeu, entre julho e setembro de 2024, o consumo real das famílias per capita aumentou 0,8% tanto na área da moeda única, como no conjunto dos 27 Estados-membros do bloco comunitário, após um crescimento de 0,1% no trimestre anterior.

Fonte: Eurostat

Quanto ao rendimento familiar real per capita, a Zona Euro registou uma subida de 0,4% no terceiro trimestre de 2024, mais uma décima do que nos três meses anteriores e duas décimas acima do trimestre homólogo. Na UE, por sua vez, aumentou 0,6%, após crescimentos de 0,5% entre abril e junho do ano passado e também em igual trimestre de 2023.

Também entre julho e setembro, o rendimento disponível bruto das famílias (corrigido de sazonalidade) aumentou 0,7% na área do euro e 0,9% no bloco comunitário. O Eurostat justifica estas subidas “principalmente com o grande contributo positivo das remunerações dos trabalhadores e das prestações sociais, tanto na Zona Euro como na UE”, sendo que, “em contrapartida, os impostos correntes e as contribuições sociais líquidas foram o principal fator negativo”.

Já a taxa de poupança registou, no período em análise, descidas de 0,4 pontos percentuais na Zona Euro e de 0,3 pontos percentuais na UE face ao segundo trimestre de 2024.

Entre os 15 Estados-membros para os quais existem dados disponíveis, a taxa de poupança das famílias aumentou em cinco (Grécia, Finlândia, Espanha, Áustria e Alemanha), permaneceu estável num (França) e diminuiu em nove. Portugal teve o terceiro maior decréscimo (-1,7 pontos percentuais), só atrás da Dinamarca (-2,4 pontos percentuais) e da Hungria (-5,6 pontos percentuais).

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Câmara do Porto teve défice de 5,2 milhões de euros com descentralização na educação em 2024

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2025

"O défice referente a 2024 é na ordem dos 5,2 milhões de euros. O principal défice é na verba destinada ao pessoal não docente”, calcula o vereador da educação da câmara do Porto, Fernando Paulo.

O vereador com o pelouro da Educação da Câmara Municipal do Porto afirmou que a descentralização de competências na área da educação culminou, em 2024, num défice de 5,2 milhões de euros para o município.

O défice referente a 2024 é na ordem dos 5,2 milhões de euros. O principal défice é na verba destinada ao pessoal não docente”, afirmou Fernando Paulo, durante a Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira à noite.

Numa sessão dedicada a discutir a educação no Porto, a pedido do grupo municipal da CDU, o vereador adiantou que, apesar da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) considerar a verba de 13,8 milhões de euros para o pessoal não docente, o município gastou 16,2 milhões de euros.

Nas despesas com o pessoal não docente foi contabilizado um défice de 2,3 milhões de euros, a que se somam 2,9 milhões de euros nas restantes despesas em que o município passou a ter competências.

“É uma mais-valia uma tutela única e de proximidade. Conseguimos fazer melhor, mas naturalmente que com este défice o município não pode fazer mais”, assinalou.

Também o vice-presidente da câmara do Porto, que na sessão substituiu o presidente, salientou que o processo de descentralização tornou “visível o desinvestimento e a forma como o Estado tratava as suas escolas, crianças e jovens”.

“O Porto investiu 75 milhões de euros na última década. Sabem quanto é que o Estado investiu, à parte do [Agrupamento de Escolas] Alexandre Herculano? O Estado investiu zero”, referiu Filipe Araújo, destacando a necessidade de o Governo repor as verbas devidas ao município.

Na sessão foram apresentadas 10 recomendações, algumas das quais com propostas para problemas que surgiram no âmbito da descentralização de competências.

O Porto investiu 75 milhões de euros na última década. Sabem quanto é que o Estado investiu, à parte do [Agrupamento de Escolas] Alexandre Herculano? O Estado investiu zero.

Filipe Araújo

Vice-presidente da Câmara Municipal do Porto

A proposta do PS, que recomenda ao Governo a revisão da portaria que determina a fórmula de cálculo da dotação máxima de referência para afetação do pessoal não docente nas escolas, foi aprovada por unanimidade.

Também a proposta da CDU para que o Governo avance com a revisão da portaria que determina o rácio de distribuição de assistentes operacionais, foi aprovada por maioria.

A par da revisão das portarias propostas pelo PS e CDU, foi também aprovada, por maioria, a recomendação do BE que insta o Governo a ajustar os valores das transferências às “reais necessidades da comunidade escolar”, nomeadamente no valor das refeições, manutenção das escolas e verbas com o pessoal não docente.

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