5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7 Janeiro 2025

No dia em que o Presidente da República recebe os partidos com representação na Madeira, o Eurostat dá conta da evolução da inflação e desemprego e o BdP sobre as taxas de juro nos depósitos.

No dia em que o Presidente da República recebe os partidos com representação na Madeira, o Eurostat dá conta da evolução da inflação e desemprego na zona euro e União Europeia, respetivamente, e o Banco de Portugal divulga dados sobre as taxas de juro nos depósitos e novos empréstimos.

Marcelo ouve partidos sobre Madeira

Esta terça-feira, o Presidente da Republica recebe em Belém os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, após a moção de censura ao Governo de Miguel Albuquerque. As audiências começam às 13h00 com o PSD e prolongam-se até às 16h com o PAN.

Como evoluiu o emprego e a inflação na Europa?

Depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter dado conta que a taxa de desemprego aumentou – ainda que ligeiramente – em novembro, será a vez do Eurostat dar conta dos dados a nível europeu. Além de publicar os dados mensais sobre o emprego, referentes ao mês de novembro, o gabinete de estatísticas vai publicar uma estimativa rápida da inflação na zona euro e ainda a atividade industrial, de outubro, na UE.

E as taxas de juro?

O dia fica marcado também pela divulgação dos novos dados relativos a novembro sobre as taxas de juro dos novos depósitos a prazo. Em outubro, as taxas voltaram a descer. O valor médio a que os bancos remuneram as poupanças fixou-se em 2,39%, refletindo a descida dos juros de referência do Banco Central Europeu. Além dos juros dos depósitos, o Banco de Portugal dará nota sobre os novos empréstimos do crédito a habitação.

Ministro da Educação vai ao Parlamento

Um dia depois do regresso às aulas, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, vai à Assembleia da Republica prestar esclarecimentos sobre o início do ano letivo e a falta de investimento na escola pública, a pedido da Iniciativa Liberal.

Metodologia para o mercado de carbono dá os primeiros passados

A Comissão Técnica de Acompanhamento (CTA) do Mercado Voluntário de Carbono reúne-se na terça-feira e vai criar uma metodologia de carbono, que irá depois a consulta pública. O Mercado Voluntário de Carbono visa incentivar projetos que reduzam a emissão de gases com efeito de estufa ou de sequestro de carbono. A ambição do Governo é ter este mecanismo operacional ainda este ano.

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Bastonária aperta regras para inscrição dos advogados oficiosos

Entrou em vigor a 4 de janeiro o novo Regulamento de Organização e Funcionamento do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT) na Ordem dos Advogados (OA).

Desde o dia 4 de janeiro que está em vigor o novo Regulamento de Organização e Funcionamento do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT) na Ordem dos Advogados (OA) que regula a atividade dos advogados oficiosos.

O SADT é o sistema que permite que os cidadãos com pouco poder económico tenham acesso aos tribunais para defender os seus direitos, uma vez que a justiça não pode ser negada a ninguém. Desta forma, foi criado um sistema sustentado pelo Estado que paga a advogados, os chamados advogados oficiosos, para defender estes tipos de casos.

Para começar, os advogados que queiram ser oficiosos têm de ter concluído o seu estágio em Portugal ou ter cumprido 18 meses de atividade efetiva no país. E não podem prestar serviço em regime de subordinação e exclusividade em entidades públicas. As quotas têm de estar sempre em dia e devem residir habitualmente em Portugal, além de ter cá domicílio profissional.

A candidatura é efetuada por um ano, no mínimo, e não carece de renovação anual, a não ser que o Conselho Geral o decida. Durante esse período o advogado tem de manter os requisitos exigidos na candidatura para se manter no sistema.

A regra passa a ser a da inscrição em qualquer momento, ao contrário do que se passava até agora, em que o Conselho Geral abria processo de participação no SADT, pelo menos, uma vez por ano.

Quando tal seja indicado pela OA, os advogados no SADT não podem recusar as nomeações para processos fora do âmbito das áreas de intervenção que indicaram na inscrição, nem a intervenção nas escalas realizadas em municípios limítrofes. “Essa obrigação existe se a indicação da OA for essencial garantir o regular funcionamento do sistema”, diz o documento, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

Estão também obrigados a cooperar com a Ordem em todas as ações ou medidas que esta venha a prosseguir com vista a melhorar a gestão da participação dos advogados no sistema. O novo Regulamento SADT dos advogados foi aprovado em Assembleia Geral a 18 de novembro de 2024, após consulta pública.

Novas condições para participar no SADT

Para apresentar candidatura ao SADT os advogados devem cumprir cumulativamente as condições previstas:

  • Devem ter inscrição em vigor na OA;
  • Não podem ter quotas em dívida no momento da inscrição nem depois, se quiserem manter-se no sistema, sendo o controlo do pagamento realizado semestralmente.
  • As nomeações e indicações para escala são suspensas havendo falta de pagamento de uma ou mais quotas e o advogado fica responsável pela normal condução das diligências em curso de todos os processos que lhe estão atribuídos.
  • Devem ter residência legal e habitual em Portugal;
  • Devem ter domicílio profissional efetivo em Portugal;
  • Devem ter concluído o estágio em Portugal. Em caso negativo, devem ter inscrição na OA e efetiva atividade forense realizada em Portugal, há 18 meses no mínimo;
  • Não prestem atividade em regime de exclusividade e subordinação jurídica, ao serviço de quaisquer serviços ou entidades que possuam natureza pública ou equiparada, ou prossigam finalidades de interesse público;
  • Devem comprovar na primeira inscrição no SADT que realizaram a formação obrigatória promovida pela OA referente ao funcionamento e regulamentação do SADT.

Suspensão por doença prolongada, parentalidade e adoção

Em caso de doença prolongada, parentalidade e adoção, o advogado pode pedir a suspensão temporária de nomeações para processos e para escalas no SADT por 180 dias no máximo.

O requerimento é apresentado ao Conselho Geral, juntamente com o necessário para comprovar a situação.

Sede da Ordem dos Advogados.Hugo Amaral/ECO

Honorários e despesas

Os honorários e as despesas fixadas a cada advogado no SADT são registados em conta corrente, pessoal e intransmissível, sendo o advogado responsável por prestar a informação necessária ao processamento dos lançamentos contabilísticos na área reservada do portal da OA. A secretaria do tribunal ou do serviço junto do qual corre o processo confirma-os no sistema.

A remuneração dos advogados pelos serviços prestados no SADT é devida pelo Estado e assegurada pelo Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ).

Nas Regiões Autónomas, se for necessária a deslocação para ilha diversa da do seu domicílio profissional, o advogado pode solicitar adiantamento dos custos inerentes ao Conselho Regional, que comunicará ao IGFEJ, para que este assegure o pagamento.

O reembolso das despesas depende da apresentação de nota de despesas e da sua homologação pelo Conselho Geral. A nota de despesas discriminadas e os documentos comprovativos são remetidos em PDF com certificado de assinatura eletrónica. Os documentos originais podem ser solicitados pelo Conselho Geral.

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IMI dispara 9,75% na habitação e 13% nos serviços, comércio e indústria

Prédios alvo da atualização trienal automática feita pelo Fisco vão pagar mais imposto, por via da inflação. Ainda assim, as câmaras podem baixar as taxas, o que pode atenuar o impacto.

O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) vai subir, este ano, 9,75% na habitação e 13% nos serviços, comércio e indústria para os prédios que sejam alvo da atualização trianual automática do Valor Patrimonial Tributário (VPT) que é feita pelo Fisco, segundo a portaria, publicada em Diário da República, que atualiza os coeficientes de desvalorização da moeda de acordo com a inflação.

Ainda assim, as câmaras podem baixar as taxas, o que pode atenuar o impacto deste agravamento. Em ano de eleições autárquicas, 44 municípios decidiram baixar a tributação, sendo que mais de duas centenas vão aplicar o imposto mínimo de 0,30%, segundo dados recolhidos pelo ECO no site da Autoridade Tributária (AT).

No ano passado, a subida do imposto foi de 6,75% na habitação e de 9% nos serviços, comércio e indústria por via da revisão trienal. Em 2025, e “por efeito da inflação entre 2021 e 2023, o aumento do IMI será superior”, de 9,75% e 13%, explica ao ECO o fiscalista Ricardo Reis, da consultora Deloitte. “A variação dos preços foi maior entre 2021-2023 do que entre 2020-2022”, salienta. Fazendo as contas, o impacto acumulado da inflação média anual entre 2021 e 2023 foi de 14% enquanto, entre 2020 e 2022, a subida de cerca de 9%.

Este será mais um encargo a pesar no orçamento das famílias que contraíram empréstimo para comprar casa e que não beneficiam da isenção do imposto. Por exemplo, se o proprietário de uma habitação paga, atualmente, 500 euros de IMI, para o ano a fatura vai subir 9,75% ou 48,75 euros para 548,75 euros, num cenário em que o respetivo município tenha decidido manter a taxa inalterada.

No caso de um edifício que se destine à atividade de serviços, comércio ou indústria, o aumento será maior, de 13%. Isto significa que um IMI de dois mil euros, por exemplo vai aumentar 260 euros para 2.260 euros.

De ressalvar que o agravamento do imposto só irá incidir sobre os imóveis cujo VPT seja objeto de avaliação em 2024 por via da “atualização trienal automática” que está prevista no Código do IMI, salienta o fiscalista Ricardo Reis.

“Independentemente de o proprietário pedir a atualização do VPT, a Autoridade Tributária procede à sua revisão de três em três anos. Assim, as casas para habitação e os prédios urbanos comerciais, industriais ou para serviços cuja última avaliação ocorreu em 2021 vão sofrer agora um aumento do imposto”, indica o perito em Direito Fiscal. O ano da aquisição do imóvel, que, nesse momento, é alvo de reavaliação, marca o arranque da contagem trienal para a atualização do VPT que terá reflexos diretos no IMI.

Atualmente, há cerca de seis mil casas em todo o país, segundos os Censos de 2021 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Desses, apenas os que tiveram a última revisão do VPT em 2021 irão sofrer um aumento do IMI.

Os coeficientes de desvalorização da moeda, agora publicados, e que, na prática, traduzem o efeito da inflação, mostram que os prédios cujo VPT não foram alvo de atualização terão agora um aumento de 13%. Mas esta percentagem incide apenas sobre os imóveis para serviços, comércio e indústria. Para habitação, “aplica-se apenas 75% do coeficiente”, ressalva Ricardo Reis, pelo que o agravamento será menor, de 9,75%.

“Os valores patrimoniais tributários dos prédios urbanos [comerciais, industriais ou para serviços] são atualizados trienalmente, por aplicação do coeficiente de desvalorização da moeda correspondente ao ano da última avaliação ou atualização”, estabelece o artigo 138.º do Código do IMI.

“Os valores patrimoniais tributários dos prédios urbanos”, que sejam habitacionais ou terrenos para construção, “são atualizados trienalmente por aplicação de um coeficiente correspondente a 75 % do fator de atualização”, de acordo com o mesmo diploma.

“O aumento em causa não representa um agravamento da carga fiscal, mas resulta somente da atualização automática que tem em conta a inflação”, tal como já tinha indicado ao ECO o fiscalista Luís Leon, co-fundador da Ilya.

Os prazos de pagamento do IMI variam consoante o valor do imposto. Se o montante for igual ou inferior a 100 euros, tem de ser pago na totalidade, em maio. Caso seja superior a 100 euros e inferior a 500 euros, a liquidação efetua-se em duas prestações, em maio e novembro. A partir de 500 euros, o proprietário pode pagar em três vezes: maio, agosto e novembro. Apesar da lei permitir este desdobramento, é possível liquidar o imposto na totalidade em maio.

Até 31 de dezembro do ano passado, as câmaras tiveram de comunicar às Finanças o imposto a aplicar em 2025, cuja taxa varia entre 0,3% e 0,45%, por referência ao valor patrimonial tributário de 2024. Os municípios em resgate financeiro ou abrangidos por programas de apoio à economia podem aplicar uma taxa máxima de 0,5%. Até 2024, apenas a Câmara de Vila Real de Santo António impunha a taxa máxima, mas este ano conseguiu reduzir para 0,45%, depois de ter baixado o elevado endividamento municipal.

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Há quem poupe 23 euros por mês com novas tabelas de IRS. Veja as simulações

Há quem veja rendimento líquido subir 23 euros por mês com novas tabelas de retenção na fonte de IRS, já a partir de janeiro, de acordo com as simulações que a EY fez para o ECO.

Já estão publicadas as novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que irão ser aplicadas aos salários e pensões já a partir deste mês. As simulações feitas pela EY para o ECO mostram que o rendimento líquido mensal de vários portugueses vai aumentar, sendo que há mesmo quem possa contar com acréscimos de 23 euros por efeito deste alívio no desconto que tem de ser feito todos os meses, em sede de IRS.

De acordo com o despacho publicado pelo Governo em Diário da República, as novas tabelas de retenção têm em consideração três fatores: o aumento do salário mínimo nacional, de 820 euros para 870 euros, a atualização dos escalões de IRS, prevista no Orçamento do Estado para 2025, e a subida do mínimo de existência, para 12.180 euros.

Com base nestes fatores, o Governo decidiu, por exemplo, subir para 870 euros o limite até ao qual os trabalhadores e pensionistas estão dispensados de fazer retenção na fonte de IRS. Ou seja, quem ganha o salário mínimo nacional vai continuar sem ter de fazer descontos mensais de IRS em 2025.

Importa notar que as tabelas de retenção na fonte que vigoraram em novembro e dezembro de 2024 ditavam que, no caso dos solteiros sem filhos, apenas quem ganhava até 820 euros (o anterior salário mínimo nacional) estava isento de descontos mensais.

Assim, de acordo com as contas da EY, os solteiros sem filhos, que já ganhavam 870 euros, contam agora com um aumento de 23 euros no seu rendimento líquido mensal, uma vez que a partir deste mês deixa de fazer retenção na fonte de IRS.

No total, o rendimento líquido de IRS desses contribuintes passa então de 847 euros para 870 euros, a partir deste mês, como mostra a tabela abaixo.

No entanto, os solteiros com um filho, por exemplo, com o tal salário de 870 euros já estavam isentos de retenção na fonte de IRS, pelo que não veem qualquer mudança na sua carteira a partir deste mês.

Vejamos um outro caso: um solteiro, sem dependentes, com um ordenado bruto de mil euros. Nos últimos dois meses de 2024, teve de reter na fonte 76 euros por mês. Em 2025, passa a ter de descontar 58 euros, por mês.

Resultado: o seu rendimento mensal líquido de IRS sobe para 942 euros, a partir deste mês, por efeito da aplicação das novas tabelas de retenção na fonte de IRS. Ou seja, terá uma subida líquida de 18 euros.

Vamos a outro exemplo: um solteiro, com um dependente, com um salário de 2.500 euros descontava até aqui 474 euros para o Fisco. Este ano, vai reter na fonte 468 euros por mês, o que corresponde a uma subida do salário mensal líquido de seis euros, calcula a EY.

Também os casados podem esperar poupanças, à boleia das novas tabelas de retenção na fonte. Vejamos o caso de um contribuinte casado (dois titulares) com um filho e um vencimento de 1.500 euros. Em 2024, o desconto mensal foi de 168 euros. Este ano, será de 164 euros.

Significa que fica com mais quatro euros na carteira. O vencimento líquido de IRS sobe, assim, de 1.332 euros para 1.336 euros já a partir deste mês.

Já no caso de um contribuinte casado (um titular), com um filho e um salário de 5.000 euros, a poupança será de seis euros, por efeito das novas tabelas de retenção na fonte de IRS.

Até aqui, descontava mensalmente 983 euros em IRS, e vai passar a reter na fonte 977 euros ao longo de 2024. O ordenado líquido de IRS cresce, deste modo, de 4.017 euros para 4.023 euros.

Por outro lado, no caso de um contribuinte casado (dois titulares), com dois filhos, e um ordenado de dez mil euros, a poupança prevista pela EY é de nove euros.

Neste caso, a retenção na fonte baixa de 3.681 euros nos últimos dois meses de 2024 para 3.672 euros em 2025.

Além destes casos, há ainda contribuintes que podem esperar apenas aumentos de um euro no seu salário líquido mensal, segundo as contas feitas pela EY para o ECO. É o caso dos casados (dois titulares) com um filho e um salário de 870 euros, bem como dos casados (dois titulares) com um filho e um salário de 1.500 euros.

Estas simulações têm em conta apenas a retenção na fonte de IRS, ou seja, convém notar que, além destes descontos, os trabalhadores portugueses têm ainda de pagar, todos os meses, contribuições sociais (11% do vencimento).

Tendo sido publicadas logo nos primeiros dias de janeiro, estas tabelas de retenção na fonte devem ser aplicadas já aos salários processados em janeiro.

Veja abaixo simulações para mais níveis de rendimento

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Investigação da Galp sem “impacto material” nas ações, só se CEO sair

A investigação interna que está a decorrer na Galp, dado um relacionamento pessoal do CEO dentro da empresa, não deverá pressionar significativamente as ações, a não ser que motive a demissão do CEO.

Uma denúncia anónima, que aponta um relacionamento entre o CEO da Galp GALP 1,62% e uma diretora de topo, parece ter feito derrapar as ações da cotada esta segunda-feira, na primeira sessão após a divulgação desta informação. De acordo com os analistas consultados pelo ECO/Capital Verde, o impacto deste evento nas ações não deverá ser material. Contudo, no caso de o processo levar a um afastamento do CEO ou a questões relevantes sobre a respetiva conduta, o impacto nas cotações poderá agravar-se.

A Galp iniciou o dia a desvalorizar 1,45% para 15,595 euros, depois de passada sexta-feira, já depois do fecho dos mercados, o ECO ter avançado que o CEO da petrolífera, Filipe Silva, está a ser alvo de uma investigação interna sobre um alegado relacionamento com uma diretora de topo da empresa, com base numa denúncia anónima. No final da sessão, a cotada fechou a descer 0,73% para os 15,71 euros.

As notícias [sobre a investigação] terão um impacto limitado por agora, mas podem ter impacto em caso de dispensa do CEO”, indica ao ECO/Capital Verde, o analista da Oddo BHF Ahmed Ben Salem. Esta casa de investimento tem uma recomendação “neutral” sobre a empresa e coloca o preço alvo nos 20 euros.

"As notícias [sobre a investigação] terão um impacto limitado por agora, mas podem ter impacto em caso de dispensa do CEO.”

Ahmed Ben Salem

Oddo BHF

“Não é esperado que a notícia que envolve o CEO da Galp venha a ter um impacto muito prolongado no comportamento das ações da empresa, uma vez que se trata de um assunto com baixa relevância material para os mercados financeiros”, entende, por sua vez, o analista Henrique Tomé, da XTB. Mesmo no caso de ser aplicado algum tipo de penalização ao CEO, o impacto a médio e longo prazo deverá ser nulo, continua. No entanto, “a potencial substituição do CEO poderia provocar alguma volatilidade no curto/médio prazo, sobretudo pela incerteza inerente”, considera, embora ressalve que mesmo este impacto deverá ser “moderado e temporário”.

Uma posição também suportada pelo Responsável de Trading do Banco Carregosa, João Queiroz. “A denúncia e investigação em curso poderão gerar uma reação negativa nas cotações da Galp, sobretudo a curto prazo”, tendo em conta o impacto reputacional e incerteza criada por este tipo de situações, observa. Já o impacto material dependerá da evolução do caso.

"A potencial substituição do CEO poderia provocar alguma volatilidade no curto/médio prazo.”

Henrique Tomé

XTB

“Se a investigação não revelar irregularidades graves e se o CEO permanecer no cargo com credibilidade intacta, o impacto tenderá a ser limitado. Contudo, se a investigação tiver como resultado a sua demissão ou a uma perceção de “desgoverno” corporativo, o impacto poderá ser mais significativo”, estima João Queiroz. A volatilidade pode ser agravada pela exposição da Galp como uma multinacional de relevo e pela elevada visibilidade pública do caso, alerta ainda.

João Queiroz assume que, caso se confirmem conflitos de interesse ou má conduta grave, a ação possa sofrer “um impacto negativo elevado”, traduzindo-se numa cotação abaixo do seu valor justo ou intrínseco, dado que pode ser interpretado como um risco de gestão prolongado. Existindo uma demissão ou despedimento, “a saída pode criar momentânea incerteza quanto à liderança futura e à continuidade da estratégia”, um impacto que poderá ser mitigado “se o sucessor for rapidamente identificado e reconhecido”. Neste caso, poderia verificar-se uma queda inicial com impacto adicional dependendo da perceção do mercado sobre a sucessão.

Se a investigação não revelar irregularidades graves e se o CEO permanecer no cargo com credibilidade intacta, o impacto tenderá a ser limitado. Contudo, se a investigação tiver como resultado a sua demissão ou a uma perceção de “desgoverno” corporativo, o impacto poderá ser mais significativo.

João Queiroz

Banco Carregosa

Já num cenário de prolongamento da investigação, sem serem apresentadas conclusões claras, aumentaria a incerteza e a pressão sobre as ações seria mantida. No melhor dos desfechos, em que não se confirma qualquer infração e o CEO se mantém no cargo, “o impacto deveria ser marginal e provavelmente de curta duração. A reação inicial negativa poderia ser rapidamente absorvida”, prevê João Queiroz.

As últimas quatro recomendações emitidas relativamente à cotada, que datam de dezembro, são de “compra” ou “desempenho superior”, de acordo com os dados levantados pela Reuters. A última, publicada a 31 de dezembro pelo Santander, revê o preço em baixa mas coloca-o nos 19 euros por ação, cerca de 4 euros acima do preço atual. Antes, a 20 e a 9 de dezembro, duas casas de investimento que não se encontram identificadas reviram os respetivos preços-alvo em alta, para 22 e 23 euros, respetivamente. A 2 de dezembro, o Berenberg inaugurou a cobertura da ação com um preço alvo de 21 euros.

Na visão do Banco Carregosa, “as perspetivas para a Galp a médio prazo permanecem positivas, sustentadas pelos seus fundamentais sólidos e forte posição no setor energético” e se adequadamente geridos, estes riscos poderão ter efeitos transitórios, não comprometendo as perspetivas de crescimento e rentabilidade da cotada”.

A XTB elabora que “apesar da performance fraca apresentada pela Galp nos últimos três meses, as recentes valorizações do petróleo e do gás natural oferecem uma oportunidade de recuperação a curto-prazo”.

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Grau de conflito de interesse vai decidir investigação interna ao CEO da Galp

Denúncia que está a ser investigada pela Galp coloca afastamento do CEO em cima da mesa. Especialistas em governança dizem ao ECO que grau de conflito de interesse é chave e recomendam celeridade.

O CEO da Galp GALP 1,62% , Filipe Silva, tem estado debaixo dos holofotes após ter sido noticiado, pelo ECO, de que está a ser alvo de uma investigação interna sobre um alegado relacionamento com uma diretora de topo da empresa. Os especialistas em governança consultados pelo ECO assumem que o afastamento do CEO poderá justificar-se, mas ressalvam que depende da gravidade que seja atribuída a eventuais conflitos de interesse.

Olhando a este caso, deve primeiro presumir-se a inocência, sublinha Maria João Guedes, professora de Governança no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). No entanto, “se havia relação, devia ter sido feito o disclosure [divulgação dos factos]”, defende. Agora, está nas mãos da Comissão de Ética da Galp.

O problema pode estar no caso de estar em causa algum conflito de interesses que não foi acautelado. Sempre que se tem consciência que pode haver conflito de interesses, a própria pessoa devia levantar a mão”, assinala o presidente do Instituto Português de Corporate Governance, João Moreira Rato. Um afastamento do responsável pode justificar-se “quando a Comissão de Ética considerar que há uma quebra grave do código de conduta”.

Exemplo de uma quebra grave seriam “decisões condicionadas por questões de conflito de interesse”. Apesar de existir uma componente subjetiva, na sua ótica, as situações que põem em causa os princípios do código de conduta não são difíceis de avaliar.

Se se detetarem conflitos, o CEO deve sair voluntariamente para proteger a empresa.

Maria João Guedes

Professora de governança no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Se se detetarem conflitos, o CEO deve sair voluntariamente para proteger a empresa”, corrobora Maria João Guedes, professora de Governança no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). E, no caso de o CEO não tomar essa decisão, deverá ser o conselho de administração a assumi-la, acrescenta. O maior dano pode verificar-se em termos reputacionais, independentemente dos factos virem ou não a comprovar-se.

Por seu lado, o advogado David Carvalho Martins assinala que existem alguns casos de transição de gestão devido a conflitos de interesse, “designadamente para proteção da imagem, reputação e bom nome da organização”.

Atendendo à sensibilidade do tema e aos riscos associados, as partes chegam, frequentemente, à conclusão de que a mudança, pacífica e tranquila, é melhor para todos os envolvidos e, em particular, para a organização”, explica ao ECO o sócio fundador e administrador da DCM Littler, especialista em Direito do Trabalho e árbitro do Conselho Económico e Social (CES).

Já Duarte Júlio Pitta Ferraz, sócio da Ivens Governance Advisors, consultora especializada em governança corporativa, entende que “as pessoas visadas têm de ter elevado nível de segurança para reportar” este tipo de situações, e isso passa por assegurar que as consequências não serão necessariamente negativas, aplicando-se em primeiro lugar medidas de mitigação, como a mudança de funções dos envolvidos.

Só no caso de não existir qualquer alternativa que possa resolver os conflitos de interesse é que se deve avançar para a saída da esfera da empresa e, ainda assim, o ideal é colocar do lado dos envolvidos a escolha de qual abdica do seu cargo, indica. “Estas situações têm de ser apreciadas caso a caso, e se necessário aplicadas medidas transitórias e depois permanentes”, remata o consultor, sublinhando que também é importante salvaguardar a reputação dos visados, e manter estes casos em confidencialidade enquanto se tiram conclusões.

Na opinião da fundadora e managing director da consultora de liderança Amrop Portugal, Maria da Glória Ribeiro, no contexto das melhores práticas de governança corporativa, o papel de uma Comissão de Ética “é essencial” para promover a integridade, a transparência e a responsabilidade dentro das organizações, ajudar a garantir que as empresas seguem princípios éticos, respeitam as normas regulatórias e mantêm o alinhamento entre os interesses dos stakeholders, mas “é importante que o seu âmbito de atuação seja bem definido, evitando que questões de foro pessoal, que não impactam diretamente a gestão corporativa ou o desempenho da organização, sejam alvo de análise ou intervenção desnecessária”.

Da relação direta ao reporte: as nuances determinantes

No código de conduta da Galp, não há nenhuma referência explícita ao procedimento no caso de existir uma relação interpessoal. No entanto, “mesmo não estando explicitamente definido no código de conduta, pode haver um conflito de interesses”, alerta Moreira Rato, indicando que o código de conduta não tem de ser altamente descritivo. “Os princípios de conduta podem ser quebrados sem estar escrito que constituem uma quebra. Por isso existe uma Comissão de Ética”, explica.

O código de conduta da Galp faz referência apenas à eventual existência de conflitos de interesse. “As pessoas da Galp têm a obrigação de reconhecer quando estejam, possam vir a estar ou possam ser percecionados como estando perante uma situação que configure conflito de interesses. Nas circunstâncias em que identifiquem estar perante um conflito de interesses, devem reportar através da plataforma existente para o efeito, por forma a que sejam tomadas as medidas que permitam eliminar ou gerir tais conflitos”, lê-se no documento.

Mesmo não estando explicitamente definido no código de conduta, pode haver um conflito de interesses

João Moreira Rato

Presidente do Instituto Português de Corporate Governance

Mas então, o que constitui um conflito de interesse? Geralmente, este termo é aplicado em relação a situações de posse de ações em bolsa, ou no caso de compra por parte da empresa de bens dos quais o funcionário é dono.

No que diz respeito a relacionamentos interpessoais, “uma relação de dependência [entre os visados] pode aumentar a situação de conflitos de interesse”, indica Moreira Rato. A professora Maria João Guedes entende que a questão torna-se mais sensível caso exista uma relação direta, na qual um dos membros do relacionamento tenha poder de decisão sobre as funções, tarefas, salário e eventuais promoções do outro.

Em segundo lugar, retoma Pitta Ferraz, é importante perceber porque não existiu reporte por parte dos visados. A regra não estava clara? Não houve oportunidade? Esse reporte ia ser feito brevemente? Estas são algumas das questões que devem ser respondidas antes de haver um juízo.

A especialista em governança do ISEG considera que seria desejável um código mais explícito, na medida em que o da Galp deixa à interpretação o que é um conflito de interesses. O sócio da Ivens Advisors acrescenta que é importante clarificar, neste tipo de situações, que tipo de relação deve ser reportada e a partir de que momento faz sentido reportá-la.

Resolução deve ser breve

Seja qual for o desfecho, é importante que seja rápido e rigoroso, indicam os especialistas consultados pelo ECO/Capital Verde. O processo “requer celeridade” no apuramento de se existiram conflitos de interesse e uma consequente quebra na confiança em relação à liderança, e a decisão a tomar no final tem de ser “muito clara”, defende Maria João Guedes. Para a professora, deveria existir um desenlace “em poucos dias”.

Duarte Pitta Ferraz aponta que a regulação europeia define um prazo máximo de três meses. O presidente do IPCG afere que depende muito da complexidade da situação, mas também “do que se possa achar que seja a gravidade”, pois “se for grave, é normal que se queira agir rapidamente”.

Numa nota mais positiva, Moreira Rato sublinha que a investigação interna que está a ser levada a cabo “é um bom sinal”, pois se a denúncia chega ao ponto de ser considerada com seriedade pela Comissão de Ética, “é porque o sistema interno está a funcionar”.

O caso BP

Em maio de 2022, uma fonte anónima acusou o CEO da BP, Bernard Looney, de manter uma relação pessoal com colegas. De acordo com o Corporate Governance Institute, “foi recebida a confirmação escrita” de que não haveria matéria para discussão. Mas em setembro de 2023, uma segunda investigação revelou que Looney mantinha, de facto, relações que entravam em conflito com o código de conduta. O próprio demitiu-se depois dos factos serem tornados públicos.

O facto de o CEO da BP, num primeiro momento de inquérito, ter omitido informação relevante, “levou a que [o desenrolar do caso] tenha sido mais abrupto”, avalia Duarte Pitta Ferraz. No caso da Galp, não existe informação de que algo semelhante tenha ocorrido.

Na sequência do caso, o código de conduta da BP foi revisto, tendo sido adicionadas alíneas específicas sobre relações íntimas. Todos os gestores devem assinalar relações internas “familiares ou íntimas”, mesmo que não constituam um conflito de interesse. E não é permitido que um gestor tenha como subordinado alguém com o qual mantenha uma relação familiar ou íntima.

Atualmente, Bernard Looney é presidente da empresa Prometheus Hyperscale. “O que não é aceitável para uns, pode ser para outros. Há sítios onde isto não é um tema”, conclui Pitta Ferraz.

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Gripe das aves detetada numa exploração em Sintra

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

O vírus foi detetado numa exploração de galinhas poedeiras no concelho de Sintra. As medidas de controlo e erradicação já foram implementadas.

A gripe das aves foi detetada numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, Lisboa, tendo sido aplicadas medidas de controlo e erradicação, anunciou esta segunda-feira a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)

“A 3 de janeiro, foi confirmado um foco de infeção por vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) numa exploração de galinhas poedeiras, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa”, lê-se numa nota da DGAV.

As medidas de controlo e erradicação já foram implementadas e incluem a inspeção do local onde a doença foi detetada, o abate dos animais infetados e a limpeza das instalações.

Foram ainda impostas restrições à movimentação e as explorações com aves nas zonas de restrição (num raio de 10 quilómetros em redor do foco) estão a ser vigiadas.

A DGAV pediu ainda a todos os operadores que comuniquem qualquer suspeita de doença, sublinhando que a deteção precoce dos focos “é essencial para a implementação célere de medidas de controlo”.

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Portugal apela a Mondlane para que seja “fator de reconciliação”

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

"O apelo que fazemos é que ele possa ser também um fator de estabilização, de pacificação e de reconciliação nacional", disse Paulo Rangel.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, apelou esta segunda-feira ao candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane para que seja “um fator de estabilização e reconciliação nacional” ao regressar ao país na quinta-feira.

“Agora, naturalmente, com o anunciado regresso a território moçambicano do candidato presidencial Mondlane, o apelo que fazemos é que ele possa ser também um fator de estabilização, de pacificação e de reconciliação nacional”, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, falando à margem da sessão de abertura do Seminário Diplomático, em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, Paulo Rangel indicou que ainda “está em avaliação” a eventual ida do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no próximo dia 15, à cerimónia de posse de Daniel Chapo, vencedor declarado das eleições presidenciais de Moçambique, um resultado contestado por Mondlane e os seus apoiantes, que se têm manifestado nas ruas há mais de dois meses, em protestos que já causaram quase 300 mortos.

Venâncio Mondlane, que está fora de Moçambique, alegando questões de segurança, desde 21 de outubro, quando foram desencadeadas as manifestações pós-eleições de 9 de outubro, anunciou este domingo que regressa à capital moçambicana, através do aeroporto internacional de Maputo, às 08:05 locais (06:05 de Lisboa) de quinta-feira, 09 de janeiro.

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Presidente são-tomense demite Governo liderado por Patrice Trovoada

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

Carlos Vila Nova critica a "assinalável incapacidade" do Governo e os "períodos frequentes prolongados de ausência" sem "ganhos visíveis para o Estado e para o povo são-tomenses".

O Presidente são-tomense demitiu esta segunda-feira o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada, por “assinalável incapacidade” de solucionar os “inúmeros desafios” do país e “manifesta deslealdade institucional”, lê-se no decreto presidencial.

O chefe de Estado, que reuniu horas antes o Conselho de Estado, fundamenta a decisão, “tendo em atenção o contexto interno de São Tomé e Príncipe, caracterizado, presentemente, por inúmeros desafios, particularmente económicos e financeiros e a sua repercussão social, e considerando que a actuação do Governo tem sido marcada por uma assinalável incapacidade em aportar soluções atendíveis e compatíveis com o grau de problemas existentes”.

A isto, acrescentam-se “períodos frequentes prolongados de ausência do primeiro-ministro e chefe do Governo do território nacional sem que disso resultem ganhos visíveis para o Estado e para o povo são-tomenses, e se traduzem, pelo contrário, em despesas injustificáveis para o erário público”.

Carlos Vila Nova salientou ainda “a falta, por parte do primeiro-ministro, de uma clara cooperação estratégica e uma manifesta deslealdade institucional, fatores que vêm entorpecendo a relação institucional que deve existir entre o Presidente da República e o Governo, através do primeiro-ministro”.

O Presidente da República decretou que “é demitido o XVIII Governo Constitucional”, e que “o Partido Ação Democrática Independente (ADI), enquanto partido político mais votado nas últimas eleições legislativas” é “convidado a apresentar, no prazo de 72 horas, outra individualidade para assumir o cargo de primeiro- ministro e chefe do Governo”.

“O presente decreto presidencial entra imediatamente em vigor”, lê-se no documento.

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Comissão do Mercado Voluntário de Carbono tem primeira reunião na terça-feira

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

O Mercado Voluntário de Carbono vai incentivar projetos que reduzam a emissão de gases com efeito de estufa (GEE) ou de sequestro de carbono.

A Comissão Técnica de Acompanhamento do Mercado Voluntário de Carbono (CTA) reúne-se na terça-feira e vai criar uma metodologia de carbono, que irá depois a consulta pública, anunciou o Governo.

O Mercado Voluntário de Carbono vai incentivar projetos que reduzam a emissão de gases com efeito de estufa (GEE) ou de sequestro de carbono. Num comunicado em que anuncia a primeira reunião da CTA, o Ministério do Ambiente e Energia cita a ministra, Maria da Graça Carvalho, que considera o momento como “passo importante para ter o mercado plenamente operacional em 2025”.

No comunicado recorda-se também que as entidades que compõem a CTA e que estarão representadas na reunião são a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que coordena, a Agência para a Energia (ADENE), a Direção-Geral do Território (DGT), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).

Também fazem parte da CTA quatro especialistas: Sandra Martinho (da Universidade NOVA FCT), Luís Vaz Freire (Instituto Superior de Agronomia), Rita Sousa (Universidade do Minho) e Joana Portugal Pereira (Instituto Superior Técnico). A CTA vai desenvolver e aprovar metodologias de carbono que estabelecem um conjunto de critérios e orientações para reconhecimento dos projetos e dos créditos que estes venham a gerar.

Cabe ainda à CTA avaliar o desempenho do mercado voluntário de carbono, podendo propor alterações que entenda necessárias para o seu melhor funcionamento. O Governo recorda que, com o mercado, pessoas, instituições públicas, organizações privadas ou empresas que queiram compensar emissões de GEE de uma determinada atividade, serviço ou evento, podem investir em projetos de mitigação.

Em outubro passado o Governo já tinha anunciado a operacionalização do Mercado Voluntário do Carbono, com a publicação de portarias necessárias à regulamentação, o lançamento de um portal informativo e a abertura de um aviso para interessados. O Mercado Voluntário do Carbono foi criado pelo anterior Governo e o diploma que o instituiu foi promulgado em 29 de dezembro de 2023.

Em 5 de janeiro do ano passado foi publicado um diploma estabelecendo regras do Mercado. Em outubro foram publicadas as portarias previstas no decreto-lei de janeiro. Para facilitar a participação no mercado, recordou esta segunda-feira o Governo, foi criado um portal informativo dedicado ao assunto em www.mvcarbono.pt.

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Agência Portuguesa do Ambiente abre concurso de comunicação de 6,8 milhões de euros

O concurso envolve criatividade, planeamento de meios e comunicação. É uma coisa à séria, para sensibilizar os portugueses. Um concurso como nunca foi feito em Portugal", diz José Pimenta Machado.

A Agência Portuguesa do Ambiente abriu concurso público para uma campanha de comunicação e sensibilização sobre resíduos. Prevista em duas fases principais, no verão e no Natal, o orçamento é de 6.775.067,75 euros.

É uma coisa à séria, para sensibilizar os portugueses. Um concurso como nunca foi feito em Portugal, uma grande aposta”, justifica ao +M José Pimenta Machado, presidente do conselho diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente. Trata-se de “uma grande aposta financeira, mas temos um grande desafio, que é o tema dos resíduos“, prossegue.

De acordo com o caderno de encargos, o concurso prevê o planeamento estratégico, criatividade, produção e definição de meios; plano de meios, divulgação e publicidade e aquisição de espaço; produção fotográfica, audiovisual e gráfica de todas as peças propostas; assessoria de imprensa; monitorização, avaliação e análise de desempenho; realização de relatório final. Ou seja, criatividade, meios e comunicação. As agências podem apresentar propostas em conjunto.

“O presente procedimento não prevê a adjudicação por lotes, na medida em que as prestações a abranger pelo objeto do contrato a celebrar são técnica e funcionalmente incidíveis. Face à dimensão da campanha entende-se que a gestão de um único contrato será mais eficiente para a entidade adjudicante. A contratação através de lotes poderia atrasar a implementação do projeto, até pelo risco de um dos lotes ser contratado e o outro ficar deserto, não permitindo a implementação da campanha no decorrer de 2025. Adicionalmente afetar a mesma entidade adjudicatária às duas fases do procedimento garante uma continuidade do projeto, sem risco de perda de informação entre cada uma das etapas, garantido também à entidade adjudicante, uma estabilização ao longo do projeto”, explica o documento.

O objetivo estratégico, lê-se no caderno de encargos, “passa pela consciencialização dos cidadãos para o seu papel preponderante na melhoria da gestão dos resíduos, quer a montante para a prevenção da sua produção, através dos seus hábitos de consumo, quer a jusante, através da sua participação mais ativa na separação e recolha seletiva de resíduos, sobretudo no que diz respeito à fração de biorresíduos”.

A campanha deverá incidir, objetivamente, sobre a separação seletiva dos biorresíduos, com foco, também, na separação seletiva do multimaterial, pretendendo também que se dê destaque à promoção das compras conscientes e consumo sustentável, à promoção de uma cultura de reparação e reutilização de bens, ao combate à iliteracia no domínio do ambiente e divulgação e consciencialização sobre os direitos e obrigações dos consumidores.

Publicado no final de 2024, o preço tem uma ponderação de 30% no fator de avaliação, valendo a “qualidade” 70%. Como subfatores de avaliação, o concurso prevê que a adequação da proposta criativa tenha uma ponderação de 30%, o plano de media 28%, a coerência da proposta criativa 24% e a formação e experiência profissional da equipa a afetar à execução do contrato vale 18%.

O contrato estará em vigor até junho de 2026 e o prazo para entrega de propostas termina no final de fevereiro.

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REN propõe investimento de quase 1.700 milhões no transporte de eletricidade

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

O regulador indicou que colocou em consulta pública “a proposta de Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade para o período 2025-2034".

A REN propõe investir 1.691,5 milhões de euros na rede de transporte de eletricidade para o período 2025-2034, tendo a ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos colocado o plano em consulta pública, adiantou, em comunicado esta segunda-feira.

O regulador indicou que colocou em consulta pública “a proposta de Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade para o período 2025-2034 (PDIRT-E 2024), elaborada pelo operador da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade (ORT)”, ou seja, a REN.

De acordo com a ERSE, o ORT “apresenta na proposta de PDIRT-E 2024 um montante global de 1.691,5 milhões de euros a investir no decénio 2025‑2034”. Segundo a ERSE, de acordo com a lei, “o ORT deve, a cada dez anos, proceder à revisão do PDIRT‑E, apresentando à DGEG [Direção-Geral de Energia e Geologia] e à ERSE a respetiva proposta”.

O regulador indicou que “a atual proposta em consulta pública constitui o primeiro PDIRT-E a ser submetido” ao abrigo do decreto‑lei n.º 15/2022, “que atribui aos instrumentos de planeamento da rede elétrica de serviço público a natureza de programa setorial, no quadro do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial”.

Depois da consulta pública, a ERSE emitirá um parecer “onde poderá recomendar alterações à proposta de PDIRT‑E 2024 apresentada pelo ORT”, sendo que “a proposta é aprovada por Resolução do Conselho de Ministros”.

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