Eurowings liga Dusseldorf aos Açores a partir de maio

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

A ligação Ponta Delgada - Dusseldorf começará a ser feita a partir de 10 de maio, mas a associação não revela qual a frequência da ligação aérea.

A companhia aérea Eurowings vai ligar Ponta Delgada, nos Açores, a Dusseldorf, na Alemanha, a partir de 10 de maio, anunciou esta quarta-feira a associação de promoção turística Visitazores.

A associação da Visitazores congratula-se pela garantia da operação da Eurowings nos Açores, consolidando aquela que tem vindo a ser uma estratégia de promoção nos mercados emissores internacionais de maior relevância para a região, no caso em apreço, da Alemanha”, refere a associação, em nota de imprensa.

A ligação Ponta Delgada – Dusseldorf começará a ser feita a partir de 10 de maio, mas a associação não revela qual a frequência da ligação aérea, nem por que período de tempo acontecerá.

Citado na nota, o presidente da Visit Azores, Luís Miguel Capdeville Botelho, considera que a chegada da Eurowings à região “é mais uma grande conquista para os Açores e para a Visitazores”.

De acordo coma Visitazores, a nova rota “vem reforçar a notoriedade internacional dos Açores, viabilizando a captação de mais visitantes” de um dos mais importantes mercados emissores.

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CEO da Lloyd’s of London vai para a Aon este ano

  • ECO Seguros
  • 8 Janeiro 2025

John Neal vai reportar a Andy Marcell, Chief Executive Officer of Risk Capital da Aon, e será membro da equipa de liderança de Capital de Risco da empresa.

O diretor-executivo da Lloyd’s of London John Neal vai abandonar o cargo que ocupa desde outubro de 2018 para se juntar à Aon como Global CEO of Reinsurance and Global Chairman of Climate Solutions. O comunicado do marketplace de seguros e resseguros indica que a data ainda será confirmada “oportunamente”, mas que será ainda este ano.

John Neal, ainda CEO da Lloyd’s of London, vai reportar a Andy Marcell, Chief Executive Officer of Risk Capital da Aon, e será membro da equipa de liderança de Capital de Risco da empresa

“Na Aon, estou ansioso por apoiar os meus colegas que procuram satisfazer as necessidades de resseguro dos clientes e fornecer soluções de seguros inteligentes que ajudem a enfrentar alguns dos desafios mais prementes do mundo, especialmente no que diz respeito à transição climática“, assinala John Neal.

À frente da Lloyds of London, Neal liderou a redefinição da direção estratégica da companhia, transformando-a de “modo a obter consistentemente um desempenho líder no setor, colocando-a na posição financeira mais sólida de que há memória recente, com crescimento sustentável e lucros recorde”, lê-se no comunicado.

Além da melhoria das classificações de solidez financeira, na sua liderança guiou o Lloyds of London durante períodos turbulentos, como o Brexit, o aumento das taxas de juro e inflação, a pandemia da Covid-19 e conflitos geopolíticos.

Os seus planos serão ainda sentidos nos anos vindouros: estabeleceu a agenda estratégica a longo prazo do Lloyd’s of London para proporcionar mudanças digitais, operacionais e culturais no futuro.

O ainda diretor-executivo “tem sido fundamental para promover a força e a contribuição do setor dos seguros junto de partes interessadas importantes, bem como para promover parcerias estratégicas com as Nações Unidas e os governos de todo o mundo. Isto incluiu a sua forte defesa do papel fundamental que a Lloyd’s e o setor segurador global têm no apoio à transição para um futuro sustentável. “.

A sua saída segue-se à do presidente Bruce Carnegie-Brown, que anunciou a sua demissão no ano passado e irá ser substituído por Charles RoxBurgh em maio deste ano.

“Durante 2025, John continuará a apoiar tanto a sucessão planeada de um novo presidente do Conselho da Lloyd’s como a transição da liderança executiva”, afirmou Carnegie-Brown no comunicado.

John Neal vai reportar a Andy Marcell, CEO de Capital de Risco da Aon, e será membro da equipa de liderança de Capital de Risco da empresa, indica a corretora em comunicado.

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AMT recomenda auditoria externa ao plano de investimento na ferrovia

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

Em causa está o atraso em seis anos e nove meses da conclusão do plano face ao calendário inicial apresentado em 2016.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) recomenda a realização de uma auditoria externa aos processos utilizados na execução dos empreendimentos do Plano Ferrovia 2020, segundo um relatório publicado esta quarta-feira. Em causa está o atraso em seis anos e nove meses da conclusão do plano face ao calendário inicial apresentado em 2016.

No relatório de monitorização da execução dos investimentos na ferrovia, a AMT sugere que a IP – Infraestruturas de Portugal tenha em conta alguns critérios na gestão dos projetos como um planeamento detalhado, consultoria especializada ou, por exemplo, “a seleção cuidadosa de fornecedores e empreiteiros com base em sua experiência, reputação e capacidade de cumprir os prazos e requisitos do projeto”.

“A par dos aspetos referidos no ponto anterior, recomenda-se ainda a realização de uma auditoria externa, com a intervenção de entidade especializada no domínio das obras públicas aos processos de planeamento, concursais, execução, fiscalização e sancionamento dos incumprimentos, utilizados na execução dos empreendimentos”, refere a entidade liderada por Ana Paula Vitorino no documento no âmbito da monitorização aos investimentos realizados na infraestrutura ferroviária até ao final do ano de 2023.

A AMT explica que o objetivo desta auditoria passa por “identificar debilidades e recomendar melhorias nos processos utilizados, bem como medidas corretivas e preventivas para a ocorrência de atrasos, em particular nos programas de investimento que se encontram na sua fase inicial, sem prejuízo da consideração de fatores externos e de conjuntura que impactem em procedimentos de contratação pública”, lê-se no documento.

Estas sugestões pretendem mitigar os atrasos já estimados pela IP e que segundo a gestora podem vir a agravar-se.

No mesmo relatório a AMT adianta que “a empresa identificou ainda um conjunto alargado de riscos para a totalidade dos corredores, que podem comprometer as novas datas finais estimadas, nomeadamente: dificuldades dos projetistas e empreiteiros; publicação oportuna das autorizações de despesa e eventual degradação do quadro macroeconómico”.

Comparando a calendarização base definida em fevereiro de 2016 com o novo cronograma apresentado pela IP em maio de 2024, a entidade reguladora destaca, entre os desvios, o atraso de sete anos do corredor Internacional Norte, onde se insere a Linha da Beira Alta; de quatro anos e três meses do Internacional Sul e de oito anos e três meses do corredor Norte-Sul.

Além destes, também os corredores complementares – que incluem a modernização das linhas do Douro, Oeste, Cascais e Algarve – contam já com um desvio de seis anos e nove meses.

A globalidade da conclusão do Plano Ferrovia 2020, que prevê um investimento de 2,1 mil milhões de euros na modernização da rede ferroviária nacional, é de seis anos e nove meses. Os investimentos têm ainda como objetivo potenciar as ligações internacionais, promover a ligação entre o litoral e o interior, e a ligação deste último ao mercado ibérico.

No final do ano passado, estava executado 66% do total do investimento previsto do Plano Ferrovia 2020, o que traduz um montante de 1.414,6 milhões de euros. Mas a AMT prevê que em 2024 “ocorra um pico de investimento atribuível ao Plano Ferrovia 2020, que agora se estima que termine em 2027, e que terá uma comparticipação financeira da União Europeia de cerca de 46%.

No total, decorridos nove anos desde o arranque do plano, de 2015 a 2023, a taxa de execução do investimento é de 43%, segundo o relatório que tem por base a informação disponibilizada pela IP – Infraestruturas de Portugal.

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Corretoras fecham o ano com 57 aquisições em Espanha

  • ECO Seguros
  • 8 Janeiro 2025

Muitas já investiram em Portugal e outras traçaram esse objetivo para 2025. O Grupo Pib, na dianteira das aquisições, já confirmou que essa expansão está nos seus planos.

As corretoras de seguros participaram em 57 operações de fusões e aquisições em Espanha no ano passado, avançou o jornal elEconomista recorrendo a fontes financeiras. Segundo corretores de peso contactados pelo jornal, o mercado poderá esperar um setor cada vez mais concentrado ao longo dos próximos anos para enfrentar a “enorme regulação a que as empresas estão sujeitas”.

Mais de metade das aquisições contaram com financiamento de fundos de investimento. Nos restantes casos, são as corretoras tradicionais que têm formado grupos de corretores cada vez mais relevantes em Espanha

Na dianteira das corretoras com mais aquisições em 2024 está o Grupo Pib: concluiu oito aquisições no ano passado, incluindo a Sergunou e tem planos para se expandir para Portugal.

Em segundo lugar entre as mais ativas está a Sabseg que finalizou seis aquisições, uma delas em Portugal. No último lugar do pódio está Alkora, detida pelo grupo Assurances Verspieren, comprou três corretoras e fundiu outra na sua marca.

De destacar ainda o dono da Melior e Portinsurance, o grupo Concentra, liderado pela BlackFin Capital Partners, que fechou 2024 com a aquisição de López Torrijos, contando agora com um negócio superior a 260 milhões de euros em prémios mediados.

As corretoras independentes RibéSalat e Howden impulsionaram a sua expansão. A última adquiriu a Boni Aldaya, especializada em seguros para eventos culturais e musicais e a primeira a Cecinco.

As corretoras deram sinais dos seus desejos de crescer e se diversificar em novos nichos do negócio. Enquanto o Grupo Concentra pretende especializar-se em crédito e caução, a Howden está de olhos postos nos riscos climáticos.

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O que está tornar os Seguros um setor atraente para trabalhar

  • ECO Seguros e Trabalho
  • 8 Janeiro 2025

Inês Paes de Vasconcelos, senior partner especialista da consultora Michael Page em recursos humanos de seguradoras, explica como chamar novos talentos para o setor e o que é preciso para ter sucesso.

Inês Paes de Vasconcelos, Isabel Patrício e Francisco Botelho na gravação da InsurTalk sobre recursos humanos e gestão de talentos na indústria seguradora.

O setor segurador não perdeu colaboradores nos últimos 10 anos, mas o seu perfil está a mudar. A atividade anteriormente considerada burocrática e demasiado formal, é hoje uma utilizadora de tecnologia de ponta e as seguradoras estão a encontrar forma de corresponder proteção e seriedade a cor e alegria.

Para explicar o que está a mudar e qual o perfil desejável para a nova era dos seguros, Inês Paes de Vasconcelos é a pessoa ideal. É senior manager da Michael Page, consultora de recursos humanos, tem elevada especialização no setor segurador e está muita atenta aos interesses comuns a seguradoras e quadros que podem continuar ou vir a fazer carreira no setor.

Convidámos Inês Vasconcelos para uma Insurtalk, um novo formato de atualização breve sobre os principais temas dos seguros. Pedimos ajuda e colaboração a Isabel Patrício, responsável pelo canal Trabalho by ECO, conhecedora de Recursos Humanos e gestão de Talentos na nova era da gestão empresarial baseada em pessoas.

A conversa sobre a atração e retenção de talentos, os conhecimentos que são valorizados, as novas atitudes de empregadores e colaboradores, o papel dos jovens e as suas qualidades e, claro, quais as condições de remuneração e de trabalho que estão a ser utilizadas.

Veja aqui a Insurtalk com Inês Paes de Vasconcelos.

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Presidente da ASF diz que PPR perdeu o seu ADN sem ter um substituto

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

Margarida Corrêa de Aguiar referiu que são necessárias políticas públicas que apoiem a transparência no sistema de pensões, fornecendo aos cidadãos um retrato honesto e rigoroso da situação atual.

A presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar, defendeu esta terça-feira, em Lisboa, que o Plano Poupança Reforma (PPR) perdeu o seu ADN sem ter um substituto.

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, notou que as gerações mais novas devem “ajustar as suas expectativas” e perceber como é importante garantir poupanças para a sua reforma.Hugo Amaral/ECO

“O PPR perdeu o seu ADN, a sua finalidade, sem que se tenha tido o cuidado de arranjar um substituto”, afirmou Margarida Corrêa de Aguiar na conferência “Fórum Produtividade & Inovaçaão”, que decorreu em Lisboa, dedicada ao tema Reforma da Segurança Social.

Em causa está um produto financeiro, que prevê uma poupança a médio-longo prazo, tendo em vista ser um complemento à reforma, com benefícios fiscais.

Para a ASF é preciso repensar a forma de assegurar uma vida digna às pessoas que se reformam, encontrando soluções que compensem as perdas e melhorem o rendimento, o que classificou como “uma prioridade e um desafio coletivo”.

A presidente desta autoridade notou ainda que, para além dos rendimentos baixos, persiste em Portugal um nível de literacia financeira insuficiente.

Margarida Corrêa de Aguiar referiu que são necessárias políticas públicas que apoiem a transparência no sistema de pensões, fornecendo aos cidadãos um retrato honesto e rigoroso da situação atual e futura da sua situação em termos de pensões.

A ASF lembrou que esta condição é essencial para que, tal como aconteceu no passado, o país disponha de produtos de poupança para a reforma.

Por outro lado, notou que as gerações mais novas devem “ajustar as suas expectativas” e perceber como é importante garantir poupanças para a sua reforma.

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Moedas e PS querem intervenção do Governo no caso da substituição de vereadores

Caso da substituição de vereadores em Lisboa continua a fazer correr tinta. Socialistas querem uma sindicância do Governo. Moedas quer escrutínio alargado ao tempo de Fernando Medina na câmara.

Um mês depois da notícia que veio levantar a possibilidade de irregularidade nas decisões tomadas pela câmara de Lisboa desde maio, o caso da substituição de vereadores continua bem vivo, com pedidos de sindicância pelo PS e a formalização, por parte de Carlos Moedas, de um pedido ao Governo para que analise as substituições na vereação durante o mandato de Fernando Medina.

“Nesse pedido, foi solicitado que essa análise incida igualmente sobre um conjunto de substituições de vereadores ocorridas no mandato anterior e que suscitaram diversas dúvidas nos serviços municipais”, esclarece o município.

Numa nota de que o executivo camarário já dera conta, e a que o ECO/Local Online teve acesso, o departamento jurídico da autarquia propõe a Carlos Moedas “que solicite a emissão de parecer” à Procuradoria-Geral da República (PGR), “para que se dissipem quaisquer dúvidas que ainda possam pairar sobre a legalidade das participações pontuais” de um dos vereadores envolvidos no caso, Nuno da Rocha Pereira.

A autarquia assume, ao ECO/Local Online, que a recomendação foi “aceite e dirigida de imediato ao órgão competente”. Mas, segundo apurou o ECO/Local Online, a carta não seguiu para a PGR, mas sim para São Bento, e será agora ao Governo que caberá endereçar o caso à PGR ou à Inspeção Geral de Finanças.

Nesta quarta-feira, surgiu ainda o anúncio do PS de que a Câmara Municipal de Lisboa vai votar um pedido ao Governo para que analise se a substituição do vereador Diogo Moura por Joana Oliveira Costa, em maio, passando ‘por cima’ de Nuno da Rocha Pereira, foi feita de forma regular.

Os socialistas indicam que os seus vereadores municipais apresentaram a proposta, que irá ser votada em câmara, para que se solicite ao Governo uma sindicância à “composição do órgão Câmara Municipal de Lisboa e legalidade das deliberações tomadas entre 16 de maio e 31 de dezembro de 2024”.

A ser aprovada em reunião de câmara, a proposta socialista colocará nas mãos do Executivo de Luís Montenegro uma sindicância aos atos realizados em Lisboa de 16 de maio a 31 de dezembro, período de suspensão de mandato de Diogo Moura, que entretanto já regressou às suas funções iniciais.

O caso surgiu a 19 de dezembro no Expresso, e apontava para a eventual irregularidade resultante da não substituição de Diogo Moura por quem lhe sucedia na lista eleita pelo CDS para a câmara, Nuno da Rocha Pereira. No entendimento da Associação Nacional de Municípios Portugueses e de juristas ouvidos pelo semanário, para que Joana Oliveira Costa pudesse assumir a vereação que lhe foi entregue, seria necessário que quem a antecedia na lista de eleitos renunciasse formalmente ao lugar.

Na posição do PS de Lisboa, tornada pública nesta quarta-feira, o partido alega a existência de um “quadro de insegurança jurídica e de elevado risco para todas as deliberações”, razão para solicitar a sindicância. Contudo, na nota jurídica assinada pela diretora do Departamento Jurídico da Câmara Municipal de Lisboa, Paula Pires Coelho, lê-se que não existe vício de nulidade – tal como anteriormente noticiado pelo ECO/Local Online.

No mesmo documento assinado por Paula Pires Coelho, lê-se que, “quanto às apontadas irregularidades referidas pela comunicação social”, e tendo por base o Regime Jurídico das Autarquias Locais (RJAL) e o Código do Procedimento Administrativo (CAP), o vício de nulidade está “afastado”.

Contudo, para o PS, essa nota jurídica – datada de 20 de dezembro, dia após a notícia do Expresso, mas dada a conhecer pelo Executivo apenas nesta terça-feir a– “veio confirmar a existência de um problema grave a partir de 26 de junho, data em que Nuno Rocha Correia levantou a sua indisponibilidade temporária, assumindo-se como vereador de pleno direito – pelo menos, desde então –, dando-se o inexplicável fenómeno de substituído e substituta participarem nas mesmas reuniões, e do substituído ter substituído a substituta em várias delas”.

O verbo “renunciar”

A nota jurídica assegura que Nuno da Rocha Correia, nome que se encontrava entre Diogo Moura e Joana Costa, “manifestou por escrito a sua indisponibilidade para exercer o cargo de vereador executivo”.

Esta referência é especialmente relevante porque, nas alegações iniciais sobre o caso que chegaram à imprensa se referia não haver manifestação de renúncia ou suspensão por escrito. A nota jurídica aponta dois outros nomes de eleitas, Maria Nogueira Pinto e Maria Seabra Benevides, as quais, escreve expressamente o departamento jurídico da autarquia, “renunciaram” ao mandato.

A mesma nota jurídica indica que Nuno Correia informou o presidente da câmara que “não lhe era possível assumir, de momento, o cargo de vereador executivo”. Contudo, nota-se aqui a inexistência da palavra “renúncia”.

Perante esta indisponibilidade, escreve-se na nota assinada pela diretora do Departamento Jurídico da Câmara Municipal de Lisboa: “Nenhuma outra hipótese restava ao presidente da autarquia senão chamar o eleito imediatamente seguinte na lista [Joana Costa], pelo que nos parece corretíssimo este procedimento”.

Sobre eventual nulidade de atos tributários e realização de despesas – ponto especialmente relevante nos casos de apoios à Web Summit, do pelouro de Joana Costa, e dos empréstimos contraídos pela autarquia –, a nota do departamento jurídico indica que o RJAL e CPA estabelecem três critérios que não se verificaram neste caso. “Por conseguinte também igualmente se observa no âmbito do RJAL não existir qualquer norma que prescreva a nulidade para quaisquer das situações descritas pela comunicação social”.

Apesar disto, a própria diretora do Departamento Jurídico conclui: “Neste contexto e face ao circunstancialismo que acima se descreveu, e para que se dissipem quaisquer dúvidas e ainda possam pairar sobre a legalidade das participações pontuais do sr. vereador Nuno da Rocha Correia, na sua qualidade de vereador substituto, proponho ao senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa que solicite a emissão de parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República”.

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Incêndios florestais na Califórnia fora de controlo 

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

O fogo está a devastar a área de Los Angeles, destruindo casas e obstruindo estradas, enquanto se assiste à fuga de dezenas de milhares de pessoas.

Os incêndios florestais na Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, estão esta quarta-feira fora de controlo e os ventos ciclónicos estão a complicar ainda mais o combate possível dos bombeiros, sobretudo na área em redor de Los Angeles. Segundo as autoridades e a imprensa locais, o fogo está a devastar a área de Los Angeles, destruindo casas e obstruindo estradas, enquanto se assiste à fuga de dezenas de milhares de pessoas.

As chamas de um incêndio que deflagrou na noite de terça-feira perto de uma reserva natural no sopé das colinas do interior, a nordeste de Los Angeles, espalharam-se tão rapidamente que os funcionários de um centro de idosos tiveram de empurrar dezenas de residentes em cadeiras de rodas e camas de hospital para um parque de estacionamento.

Os residentes esperaram ali, em roupa de cama, enquanto as brasas caíam à sua volta, até que ambulâncias, autocarros e até carrinhas de construção chegaram para os levar. Um outro incêndio, que começou horas antes, atingiu o bairro de Pacific Palisades, uma área ao longo da costa com residências de celebridades e celebrada pela banda musical norte-americana Beach Boys no seu êxito dos anos 60, “Surfin’ USA”.

As estradas ficaram intransitáveis quando muitas pessoas em busca de refúgio abandonaram os seus veículos e fugiram a pé, algumas carregando malas. O engarrafamento na Palisades Drive impediu a passagem de veículos de emergência e foi necessário recorrer a um bulldozer para empurrar os carros abandonados para o lado para abrir caminho.

Kelsey Trainor, residente em Pacific Palisades, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), referiu que a única estrada de entrada e saída do seu bairro estava bloqueada. “Olhámos para o outro lado e o fogo tinha saltado de um lado da estrada para o outro. As pessoas saíam dos carros com os seus cães, bebés e sacos, choravam e gritavam”, afirmou Trainor.

Um terceiro incêndio florestal começou também ao início da noite de terça-feira e rapidamente levou a evacuações em Sylmar, uma comunidade de San Fernando Valley, o bairro mais a norte de Los Angeles. As causas dos três incêndios estão a ser investigadas.

As chamas estavam a ser empurradas por ventos de Santa Ana que atingiam, nalguns locais, quase 100 quilómetros por hora, prevendo-se que os ventos aumentem de intensidade, podendo chegar aos 160 quilómetros por hora nas montanhas adjacentes.

O governador Gavin Newsom, numa publicação divulgada esta quarta de madrugada na rede social X, indicou que a Califórnia tinha destacado mais de 1.400 bombeiros para combater os incêndios. “As autoridades de emergência, os bombeiros e os socorristas estão a trabalhar durante a noite para fazer tudo o que for possível para proteger vidas”, disse Newsom.

O tempo instável fez com que o Presidente norte-americano, Joe Biden, cancelasse os planos de viajar para o interior do condado de Riverside, onde deveria anunciar a criação de dois novos monumentos nacionais no estado, tendo permanecido em Los Angeles, onde o fumo era visível do seu hotel, e foi informado sobre os incêndios florestais.

A Agência Federal de Gestão de Emergências aprovou um subsídio para ajudar a reembolsar a Califórnia pelos custos de combate aos incêndios.

As autoridades não forneceram uma estimativa das estruturas danificadas ou destruídas no incêndio de Pacific Palisades, mas disseram que cerca de 30.000 residentes estavam sob ordens de evacuação e mais de 13.000 estruturas estavam sob ameaça. O governador Gavin Newsom visitou o local e disse que muitas casas tinham ardido.

Ao fim da tarde, as chamas tinham-se propagado à vizinha Malibu e várias pessoas estavam a ser tratadas por queimaduras e um bombeiro tinha um ferimento grave na cabeça e foi levado para um hospital, segundo o Capitão Erik Scott, dos Bombeiros de Los Angeles.

Na madrugada de hoje, o incêndio de Eaton, que começou ao fim da tarde de terça-feira, tinha queimado rapidamente quatro quilómetros quadrados, segundo os bombeiros. O incêndio de Hurst atingiu 202 hectares e o de Palisades, que começou na manhã de terça-feira, lançou uma dramática nuvem de fumo visível em Los Angeles, destruiu 11,6 quilómetros quadrados, segundo a Angeles National Forest.

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Banco de Portugal nomeia Hélder Rosalino para a Valora após polémica com convite do Governo

Ex-administrador do Banco de Portugal foi nomeado para a empresa que imprime as notas de euro. Banco de Portugal lembra que nomeação já estava prevista antes da polémica com o convite do Governo.

O Banco de Portugal nomeou Hélder Rosalino para membro do conselho de administração da Valora, empresa que imprime as notas de euro e é totalmente detida pelo banco central, segundo anunciou esta quarta-feira.

Em comunicado, a instituição lembra que “esta nomeação estava prevista desde novembro de 2024, sendo retomada após ter sido suspensa na sequência de um convite dirigido a Hélder Rosalino para funções fora do Banco de Portugal”.

Hélder Rosalino deixou as funções de administrador do Banco de Portugal em setembro após terminar o mandato. Nas últimas semanas, recusou o convite para ser secretário-geral do Governo devido à polémica em relação ao salário que iria auferir. Cargo para o qual foi entretanto nomeado Carlos Costa Neves.

O banco central liderado por Mário Centeno justifica a escolha de Hélder Rosalino com a sua experiência como diretor do Departamento de Emissão e Tesouraria do Banco de Portugal e, posteriormente, como administrador com o pelouro desse Departamento e como membro do conselho de administração da Valora, “cargos que desempenhou durante vários anos”.

Luís Morais Sarmento, recém-chegado à administração do Banco de Portugal com o pelouro do Departamento de Emissão e Tesouraria, foi também nomeado para a Valora, em substituição da administradora Helena Adegas, adianta ainda o banco central.

Localizada no Carregado, a Valora é responsável pela impressão das notas de 20 euros. É detida a 100% pelo Banco de Portugal.

No ano passado produziu e entregou ao Banco de Portugal 265,8 milhões de notas de 20 euros, que correspondem à quota-parte de notas atribuída ao Banco de Portugal nos termos do acordo celebrado com os bancos centrais da Áustria e da Bélgica, segundo o último relatório da emissão monetária relativo a 2023.

(Notícia atualizada às 18h34)

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Empresas de Vinho do Porto vão “fazer tudo” para derrubar a ‘nova’ Casa do Douro

Representantes das maiores casas de vinho da região vão “suscitar a inconstitucionalidade da lei” aprovada no Parlamento para restaurar Casa do Douro como associação pública de inscrição obrigatória.

A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) está contra a restauração da Casa do Douro como associação pública de inscrição obrigatória e promete que “tudo fará no sentido de suscitar a inconstitucionalidade da lei e, se for necessário, irá recorrer aos meios judiciais” para defender os “direitos e garantias” dos viticultores, das empresas agrícolas e das empresas comerciais.

Em causa está o projeto aprovada há cerca de um ano no Parlamento, com os votos a favor do PS, PCP, BE e do então deputado social-democrata Artur Soveral de Andrade, que reverteu a alteração dos estatutos para associação com gestão privada e inscrição facultativa que tinha sido realizada em 2014 pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho. Entretanto, em dezembro, Rui Paredes venceu as eleições para a direção da ‘nova’ Casa do Douro, que inicia uma terceira vida aos 92 anos.

No entanto, os representantes do comércio no Conselho Interprofissional do Instituto do Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), onde têm também assento os agentes económicos ligados à produção, preparam-se para iniciar uma batalha legal contra esta alteração dos estatutos da instituição com sede no Peso da Régua, que tem como missão defender os viticultores e a viticultura duriense, assim que os novos órgãos sociais estejam formalmente constituídos, o que deve acontecer nas próximas semanas.

“Não vamos abdicar dos nossos princípios e valores. Tudo faremos para contrariar esta lei”, referiu esta quarta-feira o presidente da AEVP, António Filipe. Num encontro com jornalistas, em Vila Nova de Gaia, garantiu que este organismo que tem como associadas 29 empresas comerciais – em conjunto valem mais de 60% do volume comercializado de vinhos da região do Douro, um peso que sobe para 80% apenas no vinho do Porto) – está já munido de um parecer “robusto e demolidor”, que encomendou ao especialista Vital Moreira, que aponta “uma dúzia de inconstitucionalidades” neste diploma aprovado na reta final da anterior legislatura.

Desde logo, argumentam, viola o princípio constitucional de liberdade associativa por obrigar todos os viticultores a inscreverem-se numa associação pública”. Por outro lado, ao atribuir funções públicas de fiscalização e de gestão do ficheiro vitivinícola à produção, uma das profissões representadas no Conselho Interprofissional, “fere de morte o equilíbrio, a paridade e a imparcialidade” deste órgão de gestão do IVDP.

Incluindo Porto, Douro, moscatel e espumantes, as vendas de vinhos da região terão caído para 616 milhões de euros (-0,5%) em 2024, estima a AEVP. A quebra em volume foi superior (-1,5%).

“Não poderemos nunca ter equilíbrio, nem garantia de imparcial funcionamento se uma das profissões detém as funções regulatórias de registo a atualização das parcelas de vinha, distribuição dos quantitativos de vinho a beneficiar e recolha e validação das declarações de colheita e produção. (…) Estas funções são, em todas as regiões nacionais e europeias, pertencentes ao organismo certificador e fiscalizador e nunca a uma associação representativa de uma das profissões”, alega a AEVP.

Lembrando os “desafios importantes” que esta região demarcada atravessa e estimando que em 2024 as vendas de vinhos da região (Porto, Douro, moscatel e espumantes) terão caído 1,5% em volume e 0,5% em valor, para 616 milhões de euros, António Filipe, que é COO da Symington Family Estates, sustentou que a “politização da governança” da região, através destas alterações na Casa do Douro, representa um “retrocesso” e vai também “agravar as condições de diálogo e de entendimento entre as profissões, tão necessárias para a reforma estratégica que a região e o setor tanto necessitam”.

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Fisco quer cobrar 32 milhões de euros de IMI às barragens mas só arrecadou 2,5%

A Autoridade Tributária já avançou com a liquidação do imposto de 2019 a 2023 relativamente a quase 200 aproveitamentos hidráulicos, mas os produtores só pagaram 918 mil euros.

O Fisco vai cobrar 32 milhões de euros em Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a quase 200 barragens relativo a quatro anos, de 2019 a 2023, mas só conseguiu arrecadar até agora 918 mil euros, isto é, cerca de 2,5% do total, que dizem respeito a 64 aproveitamentos hidráulicos, revelou esta terça-feira a diretora-geral da Autoridade Tributária (AT), Helena Borges, no âmbito de audição na comissão de orçamento, finanças e administração pública (COFAP), no Parlamento.

O montante foi atualizado face aos dados avançados em maio do ano passado. Nessa altura, a AT tinha emitido notas de liquidação no valor global e 20 milhões de euros referentes aos anos de 2019 a 2022 e só tinha recebido 125 mil euros de receita, o correspondente a 2%.

Ao todo, e desde 2023, foram identificadas 404 barragens, das quais cerca de 200 foram inscritas (e que corresponde a 169 prédios) e outras duas centenas ainda permanecem por inscrever, segundo os dados avançados por Helena Borges.

Em detalhe, a diretora-geral da AT adiantou que, “em 2023, foram identificados 255 aproveitamentos hidráulicos, tendo sido “inscritos 153” e, em 2024, “foram identificados mais 149 e foram inscritos 43”.

Helena Borges explicou que há barragens que ainda não foram inscritas e avaliadas ou porque “são aproveitamentos hidroagrícolas ou porque a sua finalidade é de rega e abastecimento público ou porque o Estado é o seu proprietário e noutros casos a informação é insuficiente”. Por exemplo, o centro hídrico do Alqueva ainda não foi avaliado, uma vez que se trata de uma infraestruturas com várias funções (elétrica, agrícola e também de rega), o que dificulta o processo, esclareceu.

Helena Borges adiantou ainda que 19 municípios impugnaram as avaliações realizadas inicialmente pela AT ao valor patrimonial tributária referente a 34 barragens, o que obrigou o Fisco a fazer um novo levantamento para apuramento do IMI a liquidar.

A mesma responsável sinalizou que estes procedimentos atrasam depois a emissão das notas de liquidação do imposto. “Dos municípios que impugnaram, realizámos novas avaliações, algumas das quais já foram realizadas e liquidadas e outras que ainda não, porque a impugnação dos atos é entregue em tribunal e só podemos iniciar o processo de avaliação depois de sermos notificados“, justificou.

A diretora-geral da AT referiu a este respeito que, quando este processo se inicia, “são no mínimo cinco meses”. Por isso, “não nenhuma inação” por parte o Fisco, defendeu. “Tudo isto isto é feito de forma dispersa por todo o país, às vezes com poucas capacidades, poucas pessoas, que estão a fazer um imenso esforço para responder as suas obrigações”, destacou.

(Notícia atualizada às 18h13)

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Mais de 600 especialistas subscrevem carta aberta para criticar alterações à lei dos solos

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

“A conversão de solos rústicos em urbanos nas condições agora criadas não contribuirá para a resolução da crise da habitação e prejudicará a agricultura, a floresta e ambiente", defendem signatários.

Mais de 600 especialistas e antigos responsáveis políticos criticaram, numa carta aberta, a medida do Governo que facilita a construção em solos rústicos, por considerarem que não resolverá a crise de habitação e prejudicará o ambiente.

O Governo alterou o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial para permitir a construção em terrenos até agora interditos, incluindo na Reserva Agrícola Nacional (RAN) e na Reserva Ecológica Nacional (REN), justificando que pretende aumentar a oferta de terrenos para construir habitação, garantindo a preservação das áreas protegidas. O diploma foi publicado no Diário da República em 30 de dezembro, para entrar em vigor no final de janeiro.

Numa carta, mais de 600 académicos e especialistas ligados à habitação e ao território, além de antigos membros de governos do PS e do PSD e outras figuras públicas, consideram que “a conversão de solos rústicos em urbanos nas condições agora criadas não contribuirá para a resolução da crise da habitação e prejudicará a agricultura, a floresta e o ambiente, potenciando a ocupação de solos” da RAN e da REN.

A iniciativa foi dinamizada pela Rede H – Rede Nacional de Estudos sobre Habitação, um grupo constituído por membros da academia, da sociedade civil, de entidades e de instituições públicas e privadas que têm em comum o interesse pelo tema da Habitação.

O grupo destacou que concorda com as considerações do Presidente da República aquando da promulgação das alterações à “lei dos solos”, quando Marcelo Rebelo de Sousa considerou que representam “um entorse significativo em matéria de regime genérico de ordenamento e planeamento do território”.

Os signatários alegam que “a possibilidade de reclassificação de solo rústico em solo urbano contraria os princípios do próprio Regime Jurídico em que se insere e não obedece a uma lógica de interesse público”.

“Irá ainda fragmentar solo rústico essencial à nossa segurança alimentar e potenciar uma valorização súbita dos terrenos rústicos para fins imobiliários, inibindo o seu uso produtivo”, sublinham.

Os subscritores consideram que “nem a necessidade de usar as verbas” do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) nem “a grave crise da habitação podem ser álibis para justificar a ‘entorse significativa’ reconhecida pelo PR, até porque a realidade os contraria”.

“Não existe falta generalizada de solos urbanos nos perímetros urbanos, existem autarquias com graves carências de habitação que não avançaram com as candidaturas ao PRR por diferentes motivos, e os fundos do PRR destinados à Habitação estão contratualizados com as autarquias e entidades beneficiárias elegíveis, não havendo risco de perda de verba por falta de terrenos”, afirmam.

Na Carta Aberta é defendido que seja evitado um modelo de “proliferação de bairros periféricos que estigmatiza quem neles reside, perpetuando a pobreza e agravando os custos sociais”.

Em contrapartida, consideram necessárias “políticas de habitação que reduzam a pressão sobre a expansão urbana e contrariem o desordenamento do território e a segregação”, políticas de gestão urbana eficientes, maior investimento público na habitação acessível, melhor uso do parque habitacional, zonamento inclusivo e recurso ao IMI para disciplinar os usos do solo e desincentivar a especulação.

Entre os subscritores, destacam-se membros de vários Governos do PS e do PSD, como os antigos governantes Amílcar Theias, João Cravinho, Ana Pinho, Artur da Rosa Pires, Carlos Miguel, Carlos Pimenta e João Ferrão.

Também subscreveram o documento ex-diretores gerais e gestores públicos das áreas do Território e da Habitação, como a professora Helena Freitas e a arquiteta Helena Roseta, dirigentes associativos como Francisco Ferreira (ZERO), Pedro Bingre do Amaral (LPN), Viriato Soromenho-Marques (Quercus), além de outras figuras públicas como Maria do Rosário Partidário, que coordenou a comissão técnica independente para o Novo Aeroporto de Lisboa.

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