A ajudar a “gerar confiança” no Standvirtual, Ricardo Cardoso, na primeira pessoa

Após um início de percurso "enviesado", Ricardo Cardoso, diretor de marketing do Standvirtual, percebeu que o futuro passava pelo marketing. Prestes a ser pai, adora viagens e convívios com os amigos.

No Standvirtual há nove anos, Ricardo Cardoso é diretor de marketing da plataforma de compra e venda de carros desde 2020. Em foco no seu trabalho está conseguir gerar confiança junto dos consumidores, algo que considera ser essencial, tendo em conta o setor de negócio em que a marca atua.

Nós queremos ser percebidos como um parceiro de confiança. A compra de um carro é de muito compromisso — seja novo ou usado — e é preciso gerar confiança, principalmente tratando-se de uma marca que faz a intermediação entre o vendedor e o comprador. É preciso que nós sejamos um veículo de confiança“, diz o responsável em conversa com o +M.

Segundo Ricardo Cardoso, todas as ações são sustentadas por um “pilar de tentar trazer confiança“, a qual se tenta gerar através de informação disponibilizada num site que já tem 20 anos e que conta com um “histórico gigante”. Mas o Standvirtual tem também com uma parte “mais lúdica, mais virada para a paixão, que tenta falar com as audiências apaixonadas por carros, que percebem tudo sobre motores e modelos [de carros]”.

Outro ponto que caracteriza a ação do Standvirtual em termos de comunicação, passa pelo facto de a marca ter de comunicar para dois tipos de clientes: os clientes profissionais (vendedores) e os compradores.

Os primeiros são os “que anunciam, colocam os seus carros à venda, e portanto temos de tentar, juntamente com a equipa comercial, atrair e comunicar com estes clientes”. Já os segundos são o tráfego, ou seja, “temos de ser uma marca visível para o público em geral para que, quando chega o momento de trocar de carro, o Standvirtual apareça no top of mind das pessoas“.

Mas o que nos define e nos baliza naquilo que devemos ou não fazer, quando temos de decidir, é se isso trabalha de alguma forma a confiança. E a confiança é passarmos a ideia de que o Standvirtual é especialista“, reforça Ricardo Cardoso.

Outra aposta do Standvirtual, em termos de comunicação, passa pelo humor. Esta aposta é feita tendo em conta que “a boa disposição é uma coisa positiva”, mas também pelo facto de “alguns dados mostrarem que o humor ajuda a que haja uma recordação maior“.

“Além disso, para algumas pessoas a compra de um carro pode ser uma complicação. Ou seja, não um momento prazeroso, mas sim cheio de dúvidas, pelo que tentamos trazer uma coisa mais leve para esse momento e que seja também associada à marca. É a boa disposição e o acreditarmos que o humor ajuda a uma certa recordação da campanha“, explica o diretor de marketing de 37 anos.

Para o desenvolvimento do seu trabalho, o profissional conta com a ajuda de outras duas pessoas na sua equipa, bem como com a colaboração das agências Savvy (agência de social media), WYcreative (agência criativa), Mindshare (agência de meios) e Taylor (agência de comunicação), além de outras com que o Standvirtual vai colaborando “pontualmente”.

O percurso de Ricardo Cardoso começou “um pouco enviesado”. Após três anos a estudar Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, chegou a uma fase na sua vida em que percebeu que não seria esse o seu caminho, pelo que começou a tentar identificar o que lhe daria verdadeiramente prazer fazer, para não voltar a cometer o mesmo erro.

Foi nessa altura de introspeção que percebeu que era uma pessoa “muito atenta ao que as marcas iam fazendo”, que gostava de ver programas televisivos sobre publicidade e marketing e que ficava curioso e tentava perceber “sempre que uma marca fazia um rebranding”. “Tinha também alguns amigos a estudar Gestão e quando eles falavam de algo mais relacionado com marketing eu também me entusiasmava. Começou a ser muito óbvio para mim que o marketing seria uma boa solução para o meu futuro“, recorda.

Ao fazer uma licenciatura em Marketing que lhe deu “muito gosto” e em que “já não sentia que estava a remar contra a maré“, Ricardo Cardoso teve a oportunidade de integrar um programa luso-brasileiro de intercâmbio entre alunos, pelo que aproveitou o último semestre — que tinha menos cadeiras mas que incluía um estágio curricular — para ir para São Paulo. Foi por terras brasileiras que fez então um estágio curricular, na Concept Promo, sendo que à noite fazia as cadeiras do semestre.

Foi uma experiência muito boa. São Paulo é a capital dos negócios, havia muita coisa a mexer, e o marketing e a comunicação lá são muito fortes, muito criativos, o Brasil tem uma indústria criativa fortíssima, mesmo a nível mundial. Fui viver um bocadinho essa efervescência que se vivia na altura. Foi muito bom, tive até um convite para permanecer, podia ter ficado nos quadros dessa agência, mas já tinha tudo programado para vir, tinha a minha vida aqui em Portugal, e tinha que vir fazer o projeto final da faculdade, pelo que acabei por regressar a Portugal”, relata.

Foi talvez graças a essa experiência internacional que Ricardo Cardoso sentiu “alguma facilidade” em arranjar emprego, numa altura de plena crise, onde a grande dificuldade era arranjar emprego, principalmente para os recém-licenciados, recorda. Nesse sentido, ingressou na The Lisbon School of Design, enquanto sales and marketing assistant, onde desenvolveu um trabalho muito focado em vendas, o que considerou ter sido “um bocado desilusão”. O agora diretor de marketing do Standvirtual era na altura “um verdadeiro comercial, embora já trabalhasse alguma coisa de marketing”. “No início fiquei um bocado desiludido, mas olhando para trás acho que foram nove meses que foram muito importantes para ter esta componente de vendas mais pura e dura. Acho que pode ter sido útil para apurar o meu entendimento comercial. Todas as empresas vivem de vendas, acho até que as próprias equipas e departamentos de marketing devem funcionar muito próximos de marketing e vendas“, refere.

Mas não era esse o seu sonho. O que Ricardo Cardoso queria mesmo fazer era “aplicar um bocadinho mais” a parte de estratégia de marketing e comunicação, tendo percebido na altura — em 2013 — que o marketing digital era o “grande chavão”, mas que os alunos saíam das faculdades “muito mal preparados”, com programas ainda desatualizados.

Percebi que se quisesse ir para algo mais a sério, teria que ter mais formação, até porque numa ou outra entrevista percebi que esse era um fator que me estava a eliminar“, diz. Nesse sentido, despediu-se da escola tendo, ironicamente, aplicado o dinheiro que juntou num curso de marketing digital.

Depois de fazer a formação, e de se sentir mais preparado, entrou para um estágio — “aí sim, num departamento de marketing a sério” — na PHC Software. Entretanto, foi sendo promovido, tendo “rapidamente” passado a desempenhar o cargo de marketing team lead. “Ainda era novo, mas foi bom para ganhar essa experiência de gestão de equipa“, refere.

Na PHC Software, cuja comunicação é B2B, “a grande aprendizagem foi como comunicar para profissionais e a importância de criar confiança com os clientes profissionais”. Como a empresa também fazia muitos eventos, Ricardo Cardoso também conseguiu “uma aproximação muito grande à disciplina de marketing de eventos”.

Novamente a sentir que o online lhe estava a “escapar entre as mãos”, e sabendo que para ter um “futuro confortável e um currículo mais sólido” precisava de ganhar experiência na área digital, foi à procura de outra oportunidade, que encontrou então no Standvirtual.

Depois de integrar a empresa enquanto brand manager, tem trilhado um caminho “muito bom e bonito”, ganhando mais responsabilidades, até que chegou a diretor de marketing do Standvirtual, cargo que ocupa desde julho de 2020.

Atualmente, vive em Camarate com a companheira, num agregado familiar que está prestes a aumentar, uma vez que aguarda o nascimento da filha. A casa, no entanto, é também partilhada com dois cães.

Natural do Barreiro, onde viveu até aos 25 anos, gosta de praticar desporto nos tempos livres, nunca tendo conseguido “filiar-se” somente num. Vai variando, sendo que atualmente pratica escalada, natação e jiu-jítsu, bem como corridas acompanhado pelo seu cão. Além disso, gosta de fazer corridas de karts com os amigos. “O desporto é essencial para mim”, diz.

Convívios com amigos ou viagens são outros dos hobbies de eleição. Em termos de viagens, vai até “mais longe” quando tem essa possibilidade, se não opta mesmo por uma “escapadela até uma cidade europeia, que é sempre bom”.

A viajou que o marcou mais talvez tenha sido à Índia, pela diferença que encontrou, mas a última que fez aos EUA “também foi muito boa”. Também elege como de eleição a viagem que fez há pouco tempo a São Tomé e Príncipe. “Se calhar foi o país mais selvagem que já visitei, menos ligado ao turismo, não tem nada preparado para o turista, está muito selvagem — no sentido literal da palavra — e esse sentimento de estar tão longe do resto do mundo, isolado numa ilha tão pequenina, também foi muito bom”, afirma.

No futuro, gostava também de viajar pelo interior de um país britânico, como Escócia ou Inglaterra, para conhecer as aldeias e vilas.

Se não tivesse enveredado pelo marketing, talvez Ricardo Cardoso tivesse sido agricultor. “Às vezes apetece desligar um pouco do mundo corporativo, da pressão de agenda, de objetivos, de falar todos os dias com muitas pessoas e ter de estar envolvido em muitas conversas e muitos temas e estar só dedicado a viver no campo”, explica.

Essa atração pelo campo vem da infância, em que sempre passou férias no campo – tal como ainda hoje acontece – na aldeia de onde os pais são naturais, em Sobrainho dos Gaios (concelho de Proença-a-Nova e distrito de Castelo Branco). Em zonas de campo “sentimos mais esta leveza e este ar puro metafórico, de podermos respirar com mais calma”, refere.

Quanto ao próximo grande desafio da sua vida, não tem dúvidas que é o de ser pai e perceber o que isso significa para a sua vida pessoal e profissional. Outro desafio passa por se sentir motivado e com um propósito.

O grande desafio também passa muito por isso, por estar motivado com aquilo que tenho e não o desvalorizar, mas ao mesmo tempo perceber o que quero, o que gosto, se estou bem, e fazer com que as pessoas que estão à minha volta também se sintam felizes comigo, ou seja, que acrescente valor às pessoas que estão comigo“, conclui.

Ricardo Cardoso, em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Internacional: “Não é assim uma Brastemp”. Para além do sentido de humor desta campanha, transformou-se num bordão nacional, ainda hoje usado no Brasil. A simplicidade do cenário e a genialidade do texto, mais a performance dos atores, chega a ser emocionante.

Nacional: “Uma pequena demonstração”. Uma criança é chamada para fazer uma demonstração, na loja, sobre o novo Windows 8, tão fácil de usar, que até uma criança é capaz de o fazer. É um racional muito bom, com uma execução original ao estilo de “apanhados”. Sem dúvida um exemplo do melhor que se faz em Portugal e sem um budget extraordinário.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Não sei se será a coisa mais difícil, mas foi a primeira que me lembrei: é difícil conseguir decidir sem influência do nosso gosto pessoal, mas ao mesmo tempo não descartando as nossas próprias referências. Conseguir este equilíbrio entre ser independente, mas aproveitar a nossa experiência de tudo aquilo que já vimos, é um desafio.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

Os clientes e as audiências para quem trabalhamos.

4 – O briefing ideal deve…

Para além do óbvio que é o objetivo da campanha, deve ter uma USP clara de entender, que traduzido seria algo como uma “proposta única de venda/valor”. O que diferencia o nosso produto? O que o torna vendável? Se o briefing resultar numa campanha bonita e até memorável, mas que não vende nada, nem sequer passa marca, então estamos perante uma peça de entretenimento. E publicidade não é entretenimento, é um meio para atingir um fim que, 99% das vezes, são vendas.

5 – E a agência ideal é aquela que

Está nos projetos sem pensar em prémios. Nem sempre o que os júris valorizam nos festivais, é aquilo que as marcas precisam.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Jogar pelo seguro. Acho que se confunde arriscar com ser arrojado, para mim são coisas diferentes. Jogamos seguro quando seguimos uma estratégia e somos fiéis a um posicionamento. Já arriscar é quando mudamos muitas vezes, e muitas das vezes movidos por FOMO [fear of missing out]. A consistência é a grande responsável por marcas fortes e tem espaço para sermos criativos também. Há marcas que têm de ser ousadas, alternativas e até agressivas na sua comunicação e outras mais contidas. Jogar pelo seguro é ser consistente e coerente ao ADN de cada marca, independentemente se a comunicação é mais provocatória ou não.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Provavelmente seria despedido, já não seria útil à empresa.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Aborrecida no Natal, vibrante nos grandes eventos desportivos e, de vez em quando, com rasgos de criatividade de classe mundial. Temos muito potencial criativo, até pelo perfil da nossa sociedade, mas infelizmente nem sempre temos a capacidade de reter esse talento em Portugal.

9 – Construção de marca é?

A Red Bull. Impressionante observar a marca e todo o ecossistema que construíram. Vai muito além do produto. É o pináculo da construção de marca.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Agricultor.

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Ponte para a praia de Faro inaugurada após décadas de espera e 8 milhões de euros de investimento

  • Barlavento - ECO/Local Online
  • 13 Janeiro 2025

Velha ponte de uma só via era insuficiente há décadas. Agora já com possibilidade de circulação de veículos pesados, autarquia vai avançar com obras de requalificação da Praia de Faro.

Muitos curiosos juntaram-se no domingo para assistir à inauguração da nova ponte da Praia de Faro, que logo após a benção pelo padre César Chantre, vigário geral da Diocese do Algarve, e de a ministra Maria da Graça Carvalho ter cortado a fita, foi aberta, de imediato ao trânsito.

Esteve também presente um convidado especial, Eurico Silva Libório, o pescador mais antigo da Praia de Faro, que assistiu à inauguração da ponte antiga, há 70 anos, e que hoje viu abrir a nova.

Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, no uso da palavra, não conseguiu esconder a felicidade. “Permitam-me começar por dizer que hoje é, para mim, enquanto autarca, um dia muito feliz. Não podia ser de outra forma. Este é um dia em que, finalmente, após alguns avanços e certamente muitos recuos, vemos concretizar um anseio com praticamente duas décadas e uma obra emblemática para o futuro do nosso concelho. Esta obra icónica, que hoje temos a honra de inaugurar, era uma obra certamente muito desejada por este executivo, que lidero orgulhosamente há quase 12 anos, mas acima de tudo um grande anseio da comunidade local, em particular da Praia de Faro, como também de toda a comunidade farense”.

Para o autarca, “este foi um longo caminho”, iniciado em 2008, pela mão da Sociedade Polis Ria Formosa, “englobada num conjunto de intervenções que incluíam esta mesma infraestrutura, para substituir a ponte antiga, que conta hoje praticamente 70 anos e naturalmente alguns problemas de degradação naturais, mas também o parque de estacionamento exterior e o passadiço de acesso à Praia, de que podemos usufruir desde 2016”.

Pelo meio, a empreitada contou com dois concursos desertos, o primeiro em 2017, no valor base de menos de 3 milhões de euros.

Só ao terceiro concurso esta empreitada acabou por ser adjudicada pela Sociedade Polis Ria Formosa, num contrato que, com a extinção desta entidade, acabou por ser transferido para o município. Uma obra cujo preço base começou então em cerca de 5 milhões mas que, com uma primeira revisão, ainda antes da empreitada se iniciar, subiu para cerca de 6,5 milhões e que, com uma nova revisão decorrente do cumprimento das condicionantes ambientais e adequação das estruturas, vai ficar em mais de 8 milhões de euros“, detalhou Rogério Bacalhau.

“É um valor de investimento particularmente impressionante – e ainda mais se tivermos em conta a falta de condições financeiras do município até há bem poucos anos», disse o autarca, que quis deixar ainda claro que se tratou de «uma obra muito complexa”.

Seguramente a mais complexa que se realizou não apenas em Faro, mas na região do Algarve, durante este século, até pelo sensível ecossistema onde está integrada, ou seja, a Ria Formosa – aquele que é, seguramente, um dos, se não o maior tesouro que temos no nosso território”, na opinião do edil.

Na prática, a nova ponte, com cerca de 180 metros de comprimento e quase 11 metros de largura, duas faixas de rodagem e dois passeios pedonais, um deles aliando a componente pedonal e ciclável, passa a permitir novas condições de acessibilidade, mobilidade e segurança no acesso de, e para a Praia.

“Falo das condições de acesso e mobilidade à Praia de Faro não apenas por parte de automóveis ligeiros, mas acima de tudo por parte de veículos de emergência e socorro – algo que até agora, na nossa velhinha ponte, não era possível, apenas com circulação alternada e vedada a veículos pesados. Simultaneamente, esta ponte vai também melhorar as condições de segurança e conforto para todos aqueles – e são, felizmente, cada vez mais – que optam por vir até à Praia a pé ou de bicicleta“, detalhou Rogério Bacalhau.

Bacalhau aproveitou ainda o momento para dar nota dos planos para o futuro.

“Com a nova possibilidade de passar a ter aqui veículos pesados, neste momento estamos já a ultimar um concurso para realizar uma profunda requalificação da Praia de Faro, que vai permitir intervir a nível do asfalto, passeios, sinalização horizontal, pintura e reorganização dos lugares de estacionamento, entre várias outras intervenções, que vão dar maior conforto e ajudar a regrar a circulação automóvel e o estacionamento nesta zona, cuja pressão é, naturalmente muito grande, em particular nos meses de verão”, detalhou.

“Permitam-me que reforce esta ideia: esta nova ponte é uma obra emblemática e, também, de alguma maneira, um marco para o futuro. É emblemática porque é talvez uma das mais icónicas – a par talvez das requalificações do Jardim da Alameda e da Mata ou da construção do Canil – mas seguramente a de maior investimento, com distância, das muitas dezenas de obras, na verdade centenas, que fomos concluindo ao longo destes últimos quase 12 anos de trabalho no concelho de Faro”, acrescentou.

De acordo com Rogério Bacalhau, a nova ponte “não simboliza apenas um novo acesso à Praia de Faro – simboliza também a nossa convicção de que todo o espaço público tem de ser cada vez mais inclusivo e deve acolher, com qualidade, conforto e segurança, todos aqueles que dele pretendem usufruir”, concluiu.

Ouvida pelos jornalistas, no final da cerimónia, Maria da Graça Carvalho considerou que esta “foi uma obra difícil, por vários motivos. Para já, porque está num Parque Natural, na Ria Formosa, e portanto teve uma série de necessidades do ponto de vista ambiental. Por outro lado, os requisitos sísmicos, que foram muito rigorosos”.

As estacas são muito profundas para que a ponte seja muito segura. Foi um ponto que demorou bastante tempo, muito desejado pela população, que vai ser muito importante para a população de Faro e para todo o Algarve. Um investimento de 8 milhões, mas está feito, e é uma ponte bonita e que vai dar aqui uma maior acessibilidade”, acrescentou a governante.

Além de Bruno Rocha, da empresa que projetou e construiu a nova ponte, a cerimónia contou com a presença de vários autarcas e deputados eleitos pelo Algarve, representantes das autoridades policiais e militares além de José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, de António Miguel Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, Alberto Mota Borges, diretor do Aeroporto Internacional de Faro e de Pimenta Machado, presidente do conselho de administração da Agência Portuguesa do Ambiente.


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Tiago Félix da Costa vê como “bom sinal” mudança de nome da CPI no caso das gémeas

  • ADVOCATUS
  • 13 Janeiro 2025

O advogado Tiago Félix da Costa considerou um "bom sinal" a decisão do STA de pedir à Assembleia da República para mudar o nome da comissão parlamentar de inquérito do caso das gémeas.

O advogado Tiago Félix da Costa considerou um “bom sinal” a decisão do Supremo Tribunal Administrativo de pedir à Assembleia da República para mudar o nome da comissão parlamentar de inquérito do caso das gémeas, avança a TSF. Com esta decisão, a comissão parlamentar de inquérito deixa de utilizar a designação “Gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma”.

Segundo o advogado, este acórdão é pioneiro e que o caso é “muitíssimo interessante e desafiador”. Tiago Félix da Costa sublinha que a importância desta decisão prende-se com os direitos destas crianças, para poderem viver sem “a sua identidade ficar associada a um caso que pode trazer para elas contornos negativos ou uma depreciação do seu nome, da sua honra, da sua imagem perante o público e a sociedade em geral”.

“No fundo, há aqui um confronto entre o interesse subjacente às comissões parlamentares de inquérito e às suas funções na descoberta da verdade, no controlo por parte do Parlamento relativamente ao Governo versus o direito à proteção de dois cidadãos”, disse. O advogado considera ainda que a Comissão Nacional da Proteção de Dados deveria ter agido antes do caso chegar à barra dos tribunais.

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Ano judicial abre hoje com um protesto de funcionários judiciais à porta

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2025

O ano judicial abre oficialmente esta segunda-feira, numa cerimónia no Supremo Tribunal de Justiça que terá à porta um protesto de funcionários judiciais, contra a proposta de revisão da carreira.

O ano judicial abre oficialmente esta segunda-feira, numa cerimónia no Supremo Tribunal de Justiça que terá à porta um protesto de funcionários judiciais, contra a proposta de revisão da carreira.

A vigília silenciosa convocada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), e à qual também aderiu o Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) ficará marcada pelas t-shirts negras de protesto, com a frase “Justiça para quem nela trabalha”.

Em causa está a proposta de revisão da carreira destes profissionais, entregue pelo Ministério da Justiça aos sindicatos no final de dezembro no âmbito da revisão do seu estatuto profissional, com condições que ambos os sindicatos consideraram inaceitáveis, como a divisão da carreira em duas e valorizações salariais que as estruturas não aceitam.

Fora dos discursos oficiais, procuradores e juízes já fizeram saber, através dos respetivos sindicatos e associações sindicais, que esperam que 2025 não seja um ano de ‘mais do mesmo’, apelando à resolução de problemas, como o da revisão do Estatuto dos Funcionários Judiciais, lembrando os adiamentos causados pelas sucessivas greves, e a reformas estruturais, pedindo que a Justiça seja colocada como prioridade nacional e de ação política, sem esquecer as reivindicações de valorização das respetivas carreiras e da melhoria das condições de trabalho.

Nos discursos será a estreia do novo Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra, na cerimónia de abertura do ano judicial, empossado em outubro, assim como da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, novos titulares nestas funções na sequência das eleições legislativas de março.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deverá discursar esta segunda-feira pela penúltima vez nesta cerimónia.

A cerimónia oficial está marcada para as 15h00, no Salão Nobre do Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, e discursam a bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, o Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra; a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice; o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o juiz conselheiro João Cura Mariano; o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco; e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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GA_P assessora Stoneshield na aquisição de duas residências de estudantes

A operação contou com o apoio de uma equipa multidisciplinar, coordenada por Mafalda Barreto (managing partner do escritório de Lisboa da GA_P e coordenadora da área de Comercial, Societário e M&A).

A Gómez-Acebo & Pombo (“GA_P”) acaba de anunciar a assessoria prestada ao European Student Accommodation I S.à R.L, um fundo gerido pela Stoneshield Investments, na aquisição de dois SPVs – Proud Coast, Lda. e Integral Equation, Lda., cada um proprietário de uma residência de estudantes na Alta de Lisboa.

A Stoneshield Investments, empresa líder em investimentos imobiliários com foco no mercado ibérico, tem-se destacado, nos últimos anos, como um investidor ativo no setor do alojamento estudantil, gerindo um dos maiores portfólios do sul da Europa, com cerca de 50 residências e 10 mil camas, em duas dezenas de localizações diferentes.

A operação contou com o apoio de uma equipa multidisciplinar, coordenada por Mafalda Barreto (managing partner do escritório de Lisboa da GA_P e coordenadora da área de Comercial, Societário e M&A), e composta pelos advogados Susana Morgado, João Bento Cardoso e Matilde Menezes de Melo (Comercial, Societário e M&A), Madalena Caldeira (Direito do Trabalho), Filipe Santos Barata e Matilde de Sousa Marto (Bancário e Financeiro), Sofia Rodrigues Nunes, Afonso Scarpa, João Marques Rodrigues e Mariana Machado de Oliveira (Imobiliário), Ana Paula Basílio e Catarina Rosa (Fiscal).

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Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2025

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,785%, continuando acima da taxa a seis meses e da taxa a 12 meses.

A Euribor subiu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses, mantendo-se acima de 2,5% nos três prazos.

  • Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,785%, mais 0,019 pontos do que na sessão anterior, continuando acima da taxa a seis meses (2,655%) e da taxa a 12 meses (2,576%).
  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 2,655%, mais 0,014 pontos do que na sexta-feira. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,47% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,92% e 25,58%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou hoje para 2,576%, mais 0,012 pontos.

Em dezembro, a média da Euribor desceu de novo a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em novembro e com mais intensidade no prazo mais curto.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,182 pontos para 2,825% a três meses (contra 3,007% em novembro), 0,156 pontos para 2,632% a seis meses (contra 2,788%) e 0,070 pontos para 2,436% a 12 meses (contra 2,506%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez em 2024 e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 30 de janeiro em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Vendas do Grupo Mercedes-Benz travam 4% em 2024. Entregou 2,39 milhões de unidades

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2025

Apesar da descida de 7% face ao ano anterior, o principal destino das vendas de ligeiros de passageiros da Mercedes-Benz foi a China. Todos os cinco segmentos de veículos comerciais caíram em 2024.

As vendas mundiais do Grupo Mercedes-Benz caíram 4% em 2024 para um total de 2.389.000 unidades, segundo anunciou esta segunda-feira a fabricante alemã, que apontou para um “ambiente de mercado global desafiador”.

Relativamente a 2023, a venda de ligeiros de passageiros do grupo caiu 3%, tendo sido comercializadas 1.983.400 unidades durante o ano. Destas, 185.100 foram elétricos a bateria, que registaram uma quebra de 23% em termos homólogos.

Os dados, com cariz preliminar, foram anunciados esta manhã pelo grupo, anteriormente conhecido como Daimler.

O principal destino das vendas de ligeiros de passageiros da Mercedes-Benz foi a China (683.600, menos 7% que em 2023), seguindo-se Estados Unidos da América (324.500, mais 9% que em 2023) e Alemanha (213.500, -9% que em 2023).

Por segmento, tanto o topo de gama (que inclui, entre outros, Mercedes-AMG e Mercedes-Maybach) como o segmento de entrada (que inclui Smart) caíram 14% em 2024 para, respetivamente, 281.500 e 534.800.

Já o segmento core — com todos os derivados dos Classe C e E, bem como os elétricos EQC, EQE e EQE SUV — aumentou 6% para 1.167.100 unidades vendidas.

No comércio de veículos comerciais ligeiros de passageiros e mercadorias, o grupo recuou 9% para 405.600. A nível global, a venda de carrinhas elétricas deste segmento caiu 14% para 19.500.

Todos os cinco segmentos de veículos comerciais da Mercedes-Benz recuaram em 2024 face a 2023.

A Alemanha manteve-se o principal destino de veículos comerciais da Mercedes-Benz, com 103.200, mas recuando 9% em termos homólogos. Nos EUA, a descida foi de 34%, para 49.500, e na China de 20%, para 26.600.

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Venda da FairJourney Biologics a fundo suíço foi “negócio do ano” em Portugal

Avaliada em 900 milhões de euros, a venda da empresa portuguesa FairJourney Biologics ao fundo suíço Partners Group foi considerada a principal transação de M&A, segundo a TTR Data.

Já está escolhido o negócio de M&A do ano 2024: venda da empresa portuguesa FairJourney Biologics, avaliada em 900 milhões de euros, ao fundo suíço Partners Group pela Global Healthcare Opportunities (GHO), segundo a TTR Data.

Apesar desta ‘mexida’ na biotecnológica, o mercado transacional português fechou 2024 no vermelho. No ano passado, registaram-se 602 negócios envolvendo empresas portuguesas – 523 dos quais ficaram concluídos – num total de 12,7 mil milhões de euros, de acordo com os dados publicados esta segunda-feira. Isto significa que se verificou uma queda homóloga de 16% no número de transações de M&A e uma contração de 17% no capital mobilizado. Ainda assim, quase 60% das operações não tiveram os seus valores financeiros revelados.

Sem surpresas e à semelhança do que aconteceu nos últimos trimestres, o setor do imobiliário foi o mais ativo entre janeiro e dezembro de 2024, tendo registado 105 transações, seguindo-se a área de Internet, software e serviços de Tecnologia da Informação, com 70 operações de M&A, o que mesmo assim representou uma redução de 18% em termos homólogos. O pódio fica completo com a área de serviços de apoio empresarial e profissional (-39%).

Em relação aos negócios além-fronteiras (designados cross-border), Espanha e França foram os países que fizeram o maior número de investimentos em Portugal: 70 e 38 transações, respetivamente. Por sua vez, as empresas portuguesas escolheram Espanha e o Reino Unido como principal destino de investimento, uma vez que foi com empresas espanholas e britânicas que fizeram 45 e 14 transações, pela mesma ordem.

Quem liderou as assessorias?

Financeira – Valor

  • J.P. Morgan – 900 milhões de euros
  • Banco Santander – 595,48 milhões de euros
  • Lazard – 533 milhões de euros
  • Banco Itaú BBA – 476,16 milhões de euros
  • Banco Bradesco BBI – 332,67 milhões de euros
  • Evercore Partners, 320,48 milhões de euros
  • Houlhan Lokey – 320 milhões de euros
  • Greenhill & Co – 307 milhões de euros
  • BTG Pactual – 303,49 milhões de euros
  • BNP Paribas – 275 milhões de euros

Financeira – Número

  • Banco Santander – 5
  • Oaklins Portugal – 5
  • Alantra – 4
  • CFl Portugal – 4
  • Lazard – 3
  • Glowside Management – 3
  • Banco Itaú BBA – 2
  • BTG Pactual – 2
  • Engexpor – Consultores de Engenharia – 2
  • AZ Capital – 2

Jurídica – Valor

  • PLMJ – 2.709,86 milhões de euros
  • Uría Menéndez – 2.470,31 milhões de euros
  • Cuatrecasas – 2.246,74 milhões de euros
  • Morais Leitão – 2.190,24 milhões de euros
  • VdA – 1.097,99 milhões de euros
  • Deloitte Legal – 918 milhões de euros
  • Linklaters – 730 milhões de euros
  • Garrigues – 656,8 milhões de euros
  • CS’ Associados – 428 milhões de euros
  • DLA Piper ABBC – 374,71 milhões de euros

Jurídica – Número

  • Cuatrecasas – 49
  • PLMJ – 44
  • Morais Leitão – 35
  • Garrigues – 30
  • CCA Law Firm – 22
  • Abreu Advogados – 21
  • SRS Legal – 20
  • Uría – 17
  • VdA – 17
  • Antas da Cunha – 15

No caso das consultoras (assessoria financeira e due diligence) lideraram EY, PwC KPMG em valor e EY, Deloitte e KPMG em número.

O ranking da Mergermarket, que também analisa o mercado português embora com critérios diferentes, foi divulgado na semana passada e colocou as sociedades de advogados PLMJ e a Cuatrecasas na liderança da assessoria jurídica. O escritório liderado por Bruno Ferreira sobressaiu em valor de negócios (2,5 mil milhões de euros), enquanto a firma ibérica encabeçou pelo número de transações (43).

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Morreu o fotógrafo Olivero Toscani, autor das campanhas da Benetton

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2025

Nascido a 28 de fevereiro de 1942 em Milão, norte de Itália, Oliviero Toscani construiu a carreira com base na provocação, destacando-se as campanhas para o grupo italiano Benetton.

O fotógrafo italiano Oliviero Toscani, responsável pelas campanhas publicitárias consideradas revolucionárias para a marca de roupa Benetton, morreu esta segunda-feira aos 82 anos após uma longa doença, anunciou a família.

“É com imensa tristeza que anunciamos que hoje, 13 de janeiro de 2025, o nosso querido Oliviero iniciou a próxima viagem”, escreveu a família nas redes sociais.

Nascido a 28 de fevereiro de 1942 em Milão, norte de Itália, Oliviero Toscani construiu a carreira com base na provocação, destacando-se as campanhas para o grupo italiano de vestuário Benetton a partir de 1983.

Estas campanhas, que tiveram escala mundial, mostravam uma mulher negra a amamentar uma criança branca (1989); um homem a morrer de SIDA e uma freira a abraçar um jovem padre (1992); reclusos no corredor da morte nos Estados Unidos (2000) e uma jovem que sofria de anorexia (2007).

“Detesto a fotografia artística”, afirmou Toscani em 2010. “Uma fotografia torna-se arte quando provoca uma reação, seja ela de interesse, curiosidade ou atenção”, disse Toscani sobre os trabalhos fotográficos apontados como polémicos.

Várias das campanhas “United Colors of Benetton” foram proibidas em Itália, mas também em França.

Questionado recentemente sobre qual a fotografia que escolheria se tivesse de destacar apenas uma, respondeu que as várias coleções funcionaram como uma unidade. “Pelo conjunto e pelo empenhamento, não é uma foto que faz história, é a escolha ética, estética e política”, disse.

O fotógrafo revelou em agosto de 2024 que sofria de amiloidose, uma doença rara e incurável que cria depósitos de proteínas insolúveis nos tecidos. “Não tenho medo de morrer. Não tenho medo de morrer, desde que não seja doloroso”, disse numa entrevista ao jornal de Milão, Corriere della Sera.

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Transporte aéreo cresce 6%. Aeroportos portugueses receberam 4,7 milhões de passageiros em novembro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Janeiro 2025

No penúltimo mês do ano, 4,7 milhões de pessoas passaram pelos aeroportos portugueses, ficando 6,2% acima de novembro de 2023.

Depois de uma desaceleração em outubro, os aeroportos portugueses receberam 4,7 milhões de passageiros em novembro, o que evidencia uma subida de 6,2% face ao mesmo mês de 2023, de acordo com as estatísticas rápidas divulgadas esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Novembro registou um desembarque médio diário de 75,8 mil passageiros, valor que é 7,1% superior ao observado no mesmo mês de 2023 (70,8 mil), enquanto o número de aeronaves que aterraram nos aeroportos nacionais em voos comerciais teve um ligeiro aumento de 0,4%, para 16,7 mil.

No mês em análise, 81,3% dos passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional, ou seja, 1,8 milhões. A maioria (66,3% do total) era proveniente do continente europeu, refletindo uma subida homóloga de 4,8%. O continente americano foi a segunda principal origem, com 9,4% do total de passageiros desembarcados (mais 11,5% face a novembro de 2023).

Quanto ao destino dos passageiros, 82,7% corresponderam a tráfego internacional, num total de 2,0 milhões de pessoas. O principal destino foram países da Europa (67,6% do total), com um crescimento homólogo de 3,2%. O segundo principal destino dos passageiros embarcados foi, igualmente, o continente americano (10% do total).

Fonte: INE

O gabinete estatístico nota ainda que, no penúltimo mês de 2024, verificou-se um crescimento de 10,6% no movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais face a novembro de 2023, num total de 22,7 mil toneladas. Porém, em relação a outubro, trata-se de uma desaceleração de 7,1 pontos percentuais.

no acumulado do ano, nomeadamente de janeiro a novembro, as estatísticas rápidas do transporte aéreo do INE revelam que houve um aumento de 4,3% no número de passageiros face ao mesmo período de 2023, para um total de 65,7 milhões.

Nos primeiros 11 meses de 2024, o Reino Unido foi o principal país de origem e de destino dos voos, com o número de passageiros desembarcados e embarcados a aumentarem 1,5% e 1,4%, respetivamente, em termos homólogos.

Em sentido inverso, França registou decréscimos tanto nos passageiros desembarcados (-3,3%), como nos embarcados (-3,9%), embora seja o segundo principal país de origem e destino dos voos nos aeroportos portugueses. Espanha, Alemanha e Itália ocupam a terceira, a quarta e a quinta posições, na mesma ordem.

No período em análise, o aeroporto de Lisboa movimentou quase metade do total de passageiros (49,4%), cerca de 32,5 milhões. Este valor aponta para um aumento de 4,3% comparativamente aos primeiros 11 meses de 2023.

O aeroporto do Porto, por sua vez, concentrou 22,5% do total de passageiros, com uma subida homóloga de 4,9%, para 14,8 milhões. Faro foi o terceiro aeroporto com maior movimento de passageiros até novembro de 2024, tendo registado um crescimento de apenas 1,9%, para 9,5 milhões.

(Notícia atualizada às 12h14)

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INE confirma inflação de 2,4% em 2024, apesar da subida dos preços em dezembro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Janeiro 2025

A taxa de variação homóloga dos preços dos bens e serviços avançou para 3% no último mês de 2024, mais 0,5 pontos percentuais face a novembro.

A inflação acelerou para 3% em dezembro, meio ponto percentual acima da taxa de novembro, segundo revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmando, “com arredondamento a uma casa decimal”, os dados provisórios avançados no final do mês passado.

Para a aceleração da inflação no último mês de 2024 contribuiu, sobretudo, o aumento dos preços nos produtos energéticos (+4,9%, mais 2,8 pontos percentuais do que no mês anterior) e nos produtos alimentares não transformados (+3,4%, 1,5 pontos percentuais acima de novembro).

Fonte: INE

O gabinete estatístico revela também que a inflação subjacente, que exclui aqueles dois agregados, aumentou duas décimas em dezembro, para 2,8%, face a novembro.

Em termos mensais, os preços registaram uma subida ligeira, de 0,1%, após terem baixado 0,2% de outubro para novembro.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português — que importa para efeitos de comparação com os restantes países da Zona Euro — registou uma variação homóloga de 3,1% em dezembro (2,7% no mês precedente).

Por sua vez, a subida do Índice de Preços no Consumidor (IPC) pelo quarto mês consecutivo confirma a descida da inflação média anual para os 2,4% em 2024, abaixo dos 4,3% observados em 2023 e dos 7,8% de 2022. No entanto, mantém-se acima da meta de 2% definida pelo Banco Central Europeu (BCE).

A variação média anual da inflação subjacente foi de 2,5%, menos 2,5 pontos percentuais face ao ano anterior. Segundo o INE, foi o comportamento deste indicador que influenciou a diminuição do índice total a 12 meses, a par com a desaceleração dos preços dos produtos alimentares não transformados (de 9,5% em 2023 para 1,6% no último ano).

“Inversamente, os produtos energéticos, que apresentaram um contributo negativo em 2023 [de -9,0%], tiveram um contributo positivo [de +3,2%] para a taxa de variação média [da inflação] registada em 2024“, observa o serviço estatístico, realçando que esta evolução “é em grande medida reflexo do efeito de base resultante da evolução dos preços da eletricidade verificada em 2023”.

Por fim, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma taxa de variação média anual de 2,7%, abaixo dos 5,3% observados em 2023.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h42)

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Empresas que se instalem no interior já têm apoio reforçado

Desde o início deste ano, quando instaladas em territórios de “baixa densidade”, as micro e pequenas empresas têm um apoio a fundo perdido de até 50%, que nas médias empresas baixa para até 40%.

Desde o início do ano, as empresas do interior têm um apoio superior dos fundos europeus quando concorrem ao Portugal 2030. A taxa de financiamento para as empresas em territórios de “baixa densidade” é de até 50% para as micro e pequenas empresas e de até 40 % para as médias empresas, através da modalidade de subvenções não reembolsáveis, de acordo com as novas regras.

“A atração de investimento produtivo capaz de gerar riqueza e emprego torna-se fundamental para a instalação de novas atividades empresariais, assim como para a fixação de população e subsequente revitalização dos territórios de baixa densidade”, sublinha a deliberação da Comissão Interministerial de Coordenação do Portugal 2030, que deu luz verde à discriminação positiva aos territórios de baixa densidade nos Sistemas de Incentivos, que apoiam diretamente as empresas.

Desde 1 de janeiro, os concursos para apoiar o investimento das empresas são destinados, simultaneamente, para territórios classificados como de “baixa densidade” e para os restantes. Mas 40% da dotação de cada concurso é reservada aos territórios “baixa densidade”. A medida já tinha sido anunciada pelo primeiro-ministro na reunião do Conselho de Concertação Territorial, em Faro, realizada em setembro.

“Se um empresário tiver de escolher onde é que vai fazer o seu investimento de dez milhões de euros, sabe que se fizer num território de baixa densidade pode ter cinco milhões de euros do Estado a fundo perdido”, explicou Luís Montenegro. “Se fizer num território que não seja de baixa densidade, o máximo que ele pode aspirar é ter três milhões de euros. Há aqui 20 pontos percentuais da diferença entre investir na baixa densidade ou fora da baixa densidade”, acrescentou.

Recorde-se que o Executivo de António Costa definiu em setembro de 2023 a lista dos municípios e freguesias classificados como de baixa densidade para usufruírem das medidas de diferenciação positiva.

As novas regras determinam ainda que as micro e pequenas empresas vão poder ter um apoio a fundo perdido de até 50% e as médias empresas de até 40%, quando estão instaladas em territórios de “baixa densidade”.

Já as empresas localizadas no resto do país podem ter um incentivo não reembolsável de até 30% caso sejam micro ou pequenas e de até 25% se forem de média dimensão. Além disso, podem beneficiar de uma majoração até ao limite de 20% para as micro e pequenas empresas e de 15% para as médias empresas, através de linhas de crédito financiada por fundos europeus ou outros instrumentos financeiros. Uma majoração que pode ter especificidades em Lisboa e Algarve, dadas as restrições em termos de auxílios de Estado, e no Alto Alentejo e Beira e Serra da Estrela e outros territórios abrangidos pelo Fundo para uma Transição Justa.

A experiência do Portugal 2020 demonstra que, nos concursos de inovação produtiva, “os territórios da baixa densidade possuem uma capacidade de gerar projetos de investimentos em linha ou acima das dotações colocadas nos avisos que foram abertos especificamente para estes territórios, onde atingem cerca de um terço dos apoios”.

Nos concursos em que “não houve opção de diferenciação dos territórios de baixa densidade, constata-se uma redução desta proporção dos apoios nas empresas desses territórios em cerca de um quinto”, sublinha a mesma deliberação, justificando assim a “abordagem mais proativa” até porque “criação de riqueza e de emprego são essenciais para a coesão territorial”.

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