Franceses e espanhóis apresentam ofertas pelo Novobanco

Fundo LoneStar recebeu duas ofertas pelo Novobanco, nomeadamente do grupo francês BPCE e do espanhol CaixaBank, noticia a Bloomberg.

O fundo norte-americano Lone Star terá recebido duas ofertas pelo Novobanco, nomeadamente dos franceses do BPCE e dos espanhóis do CaixaBank, avançou a Bloomberg no domingo, citando fontes familiarizadas com o assunto.

O BPCE é o dono do Banque Populaire e do Natixis, enquanto o CaixaBank detém o BPI em Portugal. Porém, é público que o Governo português não vê com bons olhos o reforço da participação de investidores espanhóis na banca portuguesa.

Nesta mesma segunda-feira, aliás, o Diário de Notícias avança que Portugal informou o CaixaBank de que não atribuirá o estatuto de empresas em reestruturação ao Novobanco e ao BPI, o que poderia, na prática, obrigar os espanhóis a terem de desembolsar até 300 milhões de euros mais para pagar até 3.000 rescisões nas duas empresas.

A alternativa à venda do banco português a um destes grupos é a realização de uma Oferta Pública Inicial (IPO), uma hipótese que continua a ser explorada, escreve a Bloomberg. O ECO avançou na semana passada que o Novobanco poderá lançar essa operação de entrada na bolsa já na segunda quinzena do mês.

Esta segunda-feira, as ações do CaixaBank estão a descer 0,4%, para 7,64 euros, na bolsa de Madrid.

Segundo uma estimativa do JB Capital em março, o Novobanco está avaliado entre 5,5 mil milhões e sete mil milhões de euros, aponta a Bloomberg. A Lone Star detém 75% do banco que emergiu da falência do antigo BES, enquanto o Estado português controla 25%.

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A trabalhar numa comunicação alicerçada na literacia financeira, Ricardo Santos, do Doutor Finanças, na primeira pessoa

Ricardo Santos começou a formar-se em engenharia antes de ir para a área da comunicação. Foi sócio de um bar e deu aulas, tendo-se juntado ao Doutor Finanças em 2018. Toca guitarra e adora cozinhar.

Sendo o Doutor de Finanças uma empresa que nasceu com um propósito muito ligado à literacia financeira e de “ajudar os portugueses a tomarem melhores decisões financeiras“, também a sua comunicação é muito centrada nesta dimensão. “Obviamente que nós comunicamos produto mas, mais do que isso, comunicamos este ADN de marca, de que estamos cá para ajudar“, explica Ricardo Santos, que se juntou à equipa do Doutor Finanças em 2018 como diretor de comunicação e marketing, sendo atualmente partner e chief brand officer da empresa.

Estrategicamente, percebemos que a literacia financeira era algo que nos permitia posicionar a marca junto de qualquer pessoa“, diz o responsável ao +M.

“Comunicamos que somos um serviço que ajuda, até porque nós somos ‘agnósticos’. Ou seja, não representamos ninguém, e essa é uma das vantagens competitivas que temos, porque vamos ‘vender’ o melhor produto para determinada pessoa, sendo indiferente se é do banco A, B ou C”, refere Ricardo Santos. “E daí não comunicarmos como os bancos, que têm um crédito específico com uma determinada taxa, não é isso. A nossa comunicação não é de um produto, é do serviço que prestamos e da forma como ajudamos as pessoas“, acrescenta.

“A grande lógica é a forma como nós olhamos para a comunicação com esta camada de criar valor ao cliente ou a quem quer encontrar respostas no contexto financeiro. E isto permite que a marca se posicione, recorrendo até a uma analogia com a saúde, de que somos ‘um doutor’, um especialista no qual as pessoas podem confiar. E para criar essa confiança num negócio que era maioritariamente digital, tivemos de trabalhar essa dimensão do conhecimento, o que fizemos com conteúdos de qualidade“, diz.

Além de conteúdos próprios no seu portal, o Doutor Finanças escreve também conteúdos para parceiros. “Há aqui uma lógica de geração de conhecimento que é fundamental na nossa estratégia de comunicação. Depois somos também muito ativos no contexto digital e em redes sociais. Temos um ecossistema digital muito forte“, refere o responsável.

E foi neste ecossistema digital que o Doutor Finanças iniciou o seu trajeto e se foi expandindo, essencialmente enquanto monoproduto, como intermediário de crédito. “O que tem acontecido desde há alguns anos é que temos vindo a diversificar o produto. E tivemos a necessidade de deixar de estar presentes só no digital“, explica Ricardo Santos.

Foi nesse contexto que o Doutor Finanças apostou em duas grandes campanhas multimeios — a última no início deste ano –, também porque a marca “precisava de continuar a desenvolver-se, a crescer e a estar presente mais perto dos portugueses, porque nem todos são digitais”. Foi também por essa razão que a marca quis sair do digital, “um bocadinho num movimento contracorrente”, apostando na abertura de uma rede de lojas física. Conta nesta neste momento com 60 lojas, mas prevê abrir mais até ao final do ano.

A aposta na literacia financeira acontece também porque, “claramente, Portugal continua a estar na cauda da Europa” neste parâmetro. “Sabemos que isto é uma realidade e queremos ter um papel ativo na transformação dessa realidade“, diz Ricardo Santos, acrescentando que além do portal de literatura financeira, a marca lançou também o livro o “Doutor Finanças e a Bata Mágica”, dirigido às crianças e totalmente desenvolvido internamente, bem como um conjunto de outros livros sobre temas relacionados com poupanças ou investimentos, por exemplo. Além disso, o Doutor Finanças tem ainda uma academia de e-learning, um podcast e produz um conjunto de conteúdos e rubricas no YouTube.

As pessoas ainda têm pouca literacia financeira, há um grande trabalho a fazer, mas isto não é algo imediato, é uma coisa que vai levar uma ou duas gerações, mas que se faz com educação financeira, com trazer esse tema mais cedo e de forma mais formalizada para as escolas. E se calhar temos de falar mais de dinheiro, é um tema que tem de deixar de ser tabu. Nós, como povo, achamos que o dinheiro é uma coisa que não se deve falar e se calhar temos todos um papel a desempenhar para desmistificar este eixo”, diz o responsável que conta com uma equipa composta por cerca de 40 pessoas.

Há cerca de duas semanas, a marca lançou também um novo portal, que “veio responder às necessidades do presente, mas sobretudo preparar para o futuro“. “As necessidades do presente têm a ver com este percurso de diversificação de produto, pelo que passámos a precisar de uma portal ou ‘montra’ capaz de dar espaços a todas as novas áreas e de explicar de forma mais clara o que é que o Doutor Finanças faz”.

“Tivemos necessidade de fazer uma renovação funcional e visual do portal, até porque tínhamos feito um redesign da marca no ano passado, ajustarmos a cor, o logótipo, reduzimos a paleta de cores, começámos a trabalhar elementos novos de marca, que fomos começando a usar nas redes sociais, mas que ainda não tinham tido a sua expressão máxima no portal”, diz Ricardo Santos, acrescentando que o novo portal é, assim, “a última peça que fecha este ciclo de evolução da marca”.

O novo portal veio também “preparar o futuro”, uma vez que “cada vez mais temos que ter a capacidade de integrar todos os produtos e serviços que disponibilizamos ao longo da vida das pessoas. Isto é importante também porque estamos num processo de internacionalização e esta nova plataforma já está preparada para facilitar a escolha de diferentes conteúdos e diferentes simuladores disponibilizados para diferentes países, por exemplo”, acrescenta.

A título mais pessoal, e uma vez que começou muito cedo a achar que queria ser engenheiro, Ricardo Santos estudou no Instituto Superior Técnico, com o objetivo de ser engenheiro eletrotécnico, tendo descoberto que até poderia ser engenheiro, mas que “seria um engenheiro infeliz”.

Optou então depois por fazer uma reorientação profissional, chegando à conclusão que queria mudar para a área da comunicação, o que acabou por acontecer com uma transferência para a Escola Superior de Comunicação Social, onde se formou em Comunicação Empresarial e Relações-Públicas.

Na altura em que fez o curso envolveu-se, em paralelo, noutros projetos. Foi sócio de um bar e lançou uma “espécie de plataforma de freelancers”, para prestar serviços de comunicação em conjunto com “pessoas que vinham do seu universo” universitário e que ajudavam empresas em termos de design e comunicação mas também programação.

No final do curso foi convidado tanto para integrar o mundo das agências como para ficar a dar aulas na faculdade, pelo que o seu início de carreira ficou marcado por essa dualidade, de dar aulas na Escola Superior de Comunicação Social — onde acabou por ser docente durante quase 20 anos — enquanto trabalhava também em agências.

A formação em engenharia deu-lhe algumas ferramentas para a dimensão mais digital dos negócios que começava a aparecer, pelo que na Addmore, onde iniciou o seu percurso, acabou por ficar com a responsabilidade de fazer a ponte entre com a Dimensão Global, outra agência que fazia mais a parte da programação. Passados alguns anos acabou por se mudar para a Dimensão Global, onde por inclusive se tornou sócio da agência.

A Dimensão Global acabou por ser a instigadora da sua mudança para o Doutor Finanças. É que Ricardo Santos começou a trabalhar com alguns dos projetos que antecederam o Doutor Finanças, tendo colaborado com Rui Bairrada, atual chairman e fundador do Doutor Finanças. Depois de Ricardo Santos e os outros sócios da Dimensão Global terem decidido “seguir caminhos diferentes” no final de 2017, o atual chief brand officer acabou por se juntar ao Doutor Finanças em 2018.

Nascido em Viseu, uma vez que o pai estava ligado às minas de volfrâmio de Urgeiriça, Ricardo Santos viveu grande parte da sua vida em Carnaxide. Mora atualmente em Queijas, em Oeiras, com a mulher e dois filhos rapazes, um de oito e outro de 12 anos.

Quando era mais jovem, esteve ligado ao teatro mas sobretudo à música. Na adolescência chegou mesmo a tocar em bares, mas depois acabou por fazer uma “espécie de hiato”, até que recuperou a “paixão” por volta dos 40 anos, aquando o nascimento do seu segundo filho.

Foi daqueles balanços que fazemos de coisas que às vezes perdemos e que, se calhar, não devíamos ter perdido. E a guitarra foi uma dessas coisas. Voltei a tocar, a ter aulas de guitarra e até a tocar com um amigo da adolescência. Tenho também este lado mais artístico e criativo que também me caracteriza”, aponta.

Gosta também muito de ler, viajar e “comer bem” mas também de cozinhar. “Lá em casa quem cozinha sou eu, a minha mulher não toca na cozinha”, diz Ricardo Santos, que adora cozinhar marisco e petiscos, como umas “boas amêijoas à bulhão pato”. Cataplanas ou arroz de peixe são outras das iguarias que prefere fazer na cozinha.

Ricardo Santos em discurso direto

1 – Que campanhas – 1 nacional e 1 internacional – gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Internacionalmente a campanha a campanha da Apple “Think Different” pelo seu significado intrínseco e por tudo aquilo que foi capaz de transformar.

A nível nacional a campanha da Wells “Não fica bem”. É uma campanha que desafia e questiona. Tal como nos temas da literacia financeira, a literacia em saúde é uma causa que deve ser de todos. Compreender a mudança dos públicos e das suas preocupações levou a dar voz a novas questões que não devem ficar no silêncio.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Atrasar o lançamento de uma campanha, porque o resultado ainda não está como se pretende.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

Qual o propósito da marca e como é que cada ação deve contribuir para o reforço do seu ADN.

4 – O briefing ideal deve…

Dar contexto, definir claramente o problema e dar espaço “ao outro” para encontrar a melhor solução para o resolver.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Constrói de forma colaborativa, com a capacidade de deixar o “ego criativo” de parte e incorporar o feedback do cliente.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

É mais importante arriscar, porque ocupar um espaço diferenciado na cabeça dos consumidores passa por acrescentar valor de uma forma que os impacte.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Um plano estratégico para trabalhar seriamente o tema da Literacia Financeira de forma transversal à sociedade portuguesa. Um plano que teria de passar por um entendimento político de médio prazo sobre a importância do tema, uma vertente de educação financeira nas escolas como parte do ensino obrigatório e uma componente de geração de evidência e dados que permitisse acompanhar a sua evolução e avaliar o seu sucesso. É um trabalho que leva muitos anos a construiu, mas só formando, capacitando e empoderando os portugueses é que conseguiremos tirar Portugal da cauda da Europa em termos de indicadores de Literacia e Bem-estar financeiro.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

A publicidade em Portugal é feita com talento e engenho, contando histórias desenhadas com emoção e transformando limitações em soluções criativas.

9 – Construção de marca é?

Uma corrida de fundo, onde a visão, a resiliência e a consistência são ingredientes fundamentais.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Engenheiro, aliás frequentei engenharia no Instituto Superior Técnico. Na minha cabeça há sempre uma lógica esquemática de desconstrução, de análise e de planeamento.

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Benfica chegou a acordo com Botafogo para transferência de Arthur Cabral

  • Lusa
  • 9 Junho 2025

Dos 12 milhões da alienação da totalidade dos direitos do jogador acresce uma remuneração variável associada a objetivos, pelo que o montante global da transferência poderá atingir os 15 milhões.

O Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD (Benfica SAD) chegou a acordo com o Botafogo para a alienação da totalidade dos direitos do jogador Arthur Cabral, uma transferência que pode chegar aos 15 milhões de euros, foi anunciado esta segunda-feira.

Numa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Benfica SAD explica que aos 12 milhões de euros da alienação da totalidade dos direitos do jogador acresce uma remuneração variável associada a objetivos, pelo que o montante global da transferência poderá atingir os 15 milhões de euros.

Adicionalmente, a Benfica SAD terá ainda direito a receber 10% do valor de uma mais-valia obtida numa futura transferência do jogador.

Segundo a nota, os brasileiros do Botafogo terão o direito a reter o mecanismo de solidariedade de 5%, para posterior distribuição aos clubes que participaram na formação do jogador, e a Benfica SAD terá encargos com serviços de intermediação de 10% do valor da remuneração fixa, deduzido do montante da solidariedade.

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Dados são essenciais para smart cities

Eduardo Gonçalves Rodrigues, sócio da Sérvulo, considera que a smart city é uma “cidade de muita informação” e alerta que ainda não estamos "completamente preparados".

As smart cities, ou em português cidades inteligentes, têm mais a ver com as atividades económicas e com a direção que se quer que as cidades “caminhem” do que propriamente relacionadas com o sentido literal de casa, pelo menos segundo o entendimento que o sócio da Sérvulo & Associados Eduardo Gonçalves Rodrigues partilhou na 8.ª edição da Advocatus Summit.

O advogado deu o exemplo da Lisboa Aberta, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, que disponibiliza diversos dados, que anteriormente não estavam acessíveis à maior parte do público.

Uma das características da Smart City é a abertura da informação a todos e a forma como podemos trabalhar essa informação, que há dez anos não existia. Era informação que não estava disponível para a maior parte das pessoas, que neste momento está, e podemos tirar partido disso”, assegura. Assim, Eduardo Gonçalves Rodrigues considera que a smart city é uma “cidade de muita informação”.

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Uma coisa é certa, Rui Martins, Implementation Project Manager at SAS, garante que existem as capacidades tecnológicas necessárias para construir as cidades do futuro e sublinhou que estamos “permanentemente numa revolução tecnológica” e que esta revolução é essencialmente na área de inteligência artificial (IA). “Estes modelos [de IA] ajudam-nos para suprimirmos desafios que podem ser obviamente no contexto do município, no contexto de uma cidade, algo que não existia há algum, mas agora já existe, daqui a dez anos, cinco anos, já será ainda mais evoluído”, defende.

Rui Martins acredita que o grande segredo são os dados, sendo estes o “petróleo do futuro”. “O grande segredo de uma smart city é conseguir interligar todos estes dados e colocá-los ao serviço do cidadão”, assume, sublinhando a essencialidade dos data centers.

Eduardo Gonçalves Rodrigues, partner da SérvuloHugo Amaral/ECO

Em termos legislativos, Eduardo Gonçalves Rodrigues considera que a lei não está a acompanhar o desenvolvimento das tecnologias que servem de base às smart cities. “A velocidade a que a legislação “anda” não tem nada a ver com a velocidade da tecnologia”, assume. Sobre a preparação da administração pública para este “novo mundo”, assume que ainda “não estamos completamente preparados”.

Rui Martins apontou alguns desafios dos municípios para tentarem ser “mais inteligentes”: maturidade e de governança de dados, porque “enquanto isso não existir, não há tecnologia que consiga dar a volta a este tema”.

Rui Martins, Implementation Project Manager at SASHugo Amaral/ECO

“Nem todos os municípios estão no mesmo estágio. Mas eu diria que grande parte dos problemas que eu encontro e que nos afastam ainda bastante daquilo que é, pelo menos para mim, a ideia de uma cidade inteligente, é efetivamente existirem sistemas completamente isolados para tratamento de problemas que são tratados de uma forma casuística, muito pontual e não de uma forma abrangente e estruturada”, disse.

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Frota do Estado perdeu carros 100% elétricos no ano passado

  • ECO
  • 9 Junho 2025

Três em cada quatro carros do Estado são a gasóleo (74%), enquanto o peso dos 100% elétricos no total dos veículos do Estado é de apenas 1,1%.

No ano passado a frota automóvel do Estado era composta por 23.818 veículos, sendo que apenas 268 veículos eram totalmente elétricos, um número que encolheu em 73 face ao ano anterior, quando existiam 341, avança o Jornal de Negócios.

O Relatório do Parque de Veículos do Estado (PVE), publicado pela Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, mostra que o peso dos carros 100% elétricos no total dos veículos do Estado era de apenas 1,1%. Se os híbridos entrarem na equação, a quota dos carros “amigos do ambiente” é de quase 2,5%. Os automóveis a diesel representavam 74% do total, enquanto os veículos a gasolina tinham uma quota de 22%.

Os carros do Estado estão cada vez mais velhos com uma média de 18,16 anos, o que representa uma subida face aos 17 anos verificados no final de 2023. Em 15 anos, desde que os dados começaram a ser compilados, é a idade média mais elevada.

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IVA de 6% nos ares condicionados passa a 23% no final do mês

  • ECO
  • 9 Junho 2025

A partir de julho estes equipamentos mais amigos do ambiente passam para a taxa normal de imposto,

A partir do próximo dia 1 de julho, os equipamentos de ar condicionado, painéis solares térmicos ou fotovoltaicos e os aerogeradores (turbinas eólicas), passam a ter uma taxa de IVA de 23%, uma subida de 17 pontos percentuais, avança o Jornal de Negócios. A taxa reduzida de 6% aplicava-se desde 2022.

“Não faz sentido que esta norma não se mantenha, estão em causa questões ambientais e de eficiência energética e desta forma deixa de haver o incentivo à aquisição deste tipo de equipamentos”, sublinha Nuno Roque, responsável da Associação Portuguesa da Indústria da Refrigeração e Ar Condicionado (APIRAC).

Se por um lado, as empresas têm a possibilidade de deduzir o IVA no acerto de contas com o Estado, os consumidores finais vão pagar mais por estes produtos. Nuno Roque realça que faria todo o sentido continuar a taxa reduzida, lembrando que é no bolso dos consumidores finais que a questão mais se refletirá.

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Hoje nas notícias: Ares condicionados, Novobanco e carros elétricos

  • ECO
  • 9 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O IVA a 6% nos ares condicionados irá acabar no fim de junho. O Governo avisa CaixaBank de que não vai pagar subsídios de desemprego numa fusão entre Novobanco e BPI. E os carros elétricos estão a perder lugares no parque do Estado. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional neste arranque da semana.

IVA a 6% nos ares condicionados acaba no fim do mês

A partir do próximo dia 1 de julho, os equipamentos de ar condicionado, painéis solares térmicos ou fotovoltaicos e os aerogeradores, passam a estar sujeitos a IVA de 23%. A taxa reduzida de 6% aplicava-se desde 2022. Se por um lado, as empresas têm a possibilidade de deduzir o IVA no acerto de contas com o Estado, os consumidores finais arriscam pagar mais por este tipo de produtos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Governo avisa CaixaBank de que não vai pagar subsídios de desemprego numa fusão entre Novobanco e BPI

O Governo avisou o Caixabank de que, embora não possa travar a eventual compra do Novobanco, recusará atribuir o estatuto de empresa em reestruturação, que permite exceder quotas de rescisões. O Diário de Notícias apurou que a fusão levaria a duas a três mil rescisões no Novobanco e no BPI. Sem este estatuto, a Caixabank poderá ter de pagar mais 200 a 300 milhões de euros em indemnizações por rescisões de contratos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Preços do calçado podem subir mais de 20% até ao final do ano

O inquérito trimestral do World Foortwear mostra que 37% dos inquiridos apontam para um aumento moderado (1,5% a 5%) dos preços do calçado, enquanto 21% esperam um aumento forte (5% a 20%) e 17% acreditam mesmo que o preço cresça acima dos 20%. O custo das matérias-primas, seguido da procura insuficiente e da competição no mercado interno são as principais dificuldades sentidas pelo cluster.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Carros 100% elétricos perdem lugares no parque do Estado

O ano passado, a frota automóvel do Estado era composta por 23.818 veículos, sendo que apenas 268 veículos eram totalmente elétricos, um número que encolheu em 73 face ao ano anterior quando existiam 341, de acordo com o Relatório do Parque de Veículos do Estado (PVE), publicado pela Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Governo cada vez mais isolado nas suas previsões económicas

O Governo está a ficar cada vez mais isolado nas previsões económicas, sendo o mais otimista de cinco entidades onde se incluem o Banco de Portugal, o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) e a OCDE. Enquanto o Executivo tem como última previsão publicada um crescimento económico de 2,4% este ano, apenas duas das cinco — CFP e FMI — esperam crescimentos iguais ou superiores a 2%.

Leia a notícia completa no Público (acesso livre)

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Tony Gonçalves: “Comecei a entregar jornais, a ganhar 20 dólares por semana, e acabei a gerir 20 mil milhões na área de media”

  • ECO
  • 9 Junho 2025

É um executivo de sucesso na área dos media e vive entre os EUA e Portugal. Tony Gonçalves é o 32º convidado do podcast "E Se Corre Bem?", conheça aqui a sua história.

Tony Gonçalves, CEO do The Evrose Group e Produtor Executivo do Festival Tribeca em Lisboa, é o convidado do 32º episódio do podcast “E Se Corre Bem?”. Nesta conversa, o executivo do mundo dos media conta a sua história e partilha os segredos para um menino nascida numa pequena aldeia do Gerês, agora com apenas oito habitantes, passa a viver em Nova Iorque e a ser reconhecido internacionalmente.

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“Cheguei aqui com muita humildade e com uma base de uma família emigrante”, começou por dizer, reconhecendo que a decisão familiar de emigrar para um bairro a 30 quilómetros de Nova Iorque lhe abriu muitas oportunidades. Mas admitiu que, além do apoio em casa, a parceria que sentiu na comunidade portuguesa foi também muito importante: “A nossa comunidade portuguesa ainda se ajuda muito”.

Fruto deste apoio e do exemplo dos pais, Tony Gonçalves sempre sentiu que deveria aproveitar as oportunidades que se apresentavam na sua vida e prova disso foi ter começado a trabalhar aos 12 anos. “O meu primeiro emprego foi a entregar jornais. Gosto de dizer que comecei a entregar jornais, a ganhar 20 dólares por semana, e acabei a gerir 20 mil milhões na área de media, com uma equipa de mais de duas mil pessoas”, revelou.

“Nos EUA, se trabalhares, tens valor e tens oportunidade. É uma cultura que acredita que é melhor cair, falhar, e tentar outra vez para aprender com aquela falha do que não fazer nada“, continuou o executivo, que admitiu ter adotado essa cultura para si mesmo e para gerir todas as empresas em que já esteve: “Eu falhei muito, falhava todos os dias. Geri empresas e equipas em que falhava. Vi os meus colaboradores falharem e, em vez de os criticar, utilizava isso como uma oportunidade para os ensinar“.

O espírito de resiliência foi-se aprofundando, quer em si, quer nos seus colaboradores, o que lhe permitiu gerar uma “rede de colaboradores de muito sucesso por causa disso”. “O trabalho de um líder é criar o sucesso dos seus colaboradores e chegar a um ponto em que já não é preciso“, disse, ao mesmo tempo que relembrou a importância de um plano de sucessão para garantir a estabilidade do negócio: “Nos EUA, um plano de sucessão não é uma opção, é uma necessidade. Sem ter uma equipa pronta para assumir a responsabilidade do líder, a estabilidade não acontece“.

Ter este plano de sucessão bem estruturado foi o que também permitiu Tony Gonçalves assumir novos projetos sempre que eles surgiam e exemplo disso foi a gestão da HBO Max. “Eu cheguei a este projeto a partir de uma estrada um bocado diferente. Estava a gerir uma empresa de capitais de risco e tinha uma relação muito boa com o nosso CEO, que me abriu muitas portas. E houve um fim de semana em que ele me ligou e me disse que precisava de ajuda porque achava que o projeto da HBO Max não estava a correr muito bem. Como eu já tinha estado na área, na aquisição da Warner, ele pediu-me opções e eu dei-lhe várias, mas numa delas estava eu“, revelou.

Acabou por ser a opção escolhida, principalmente pela sua capacidade de resolver problemas. “Ou eu criava negócios ou eu resolvia problemas. Viam-me sempre com essa capacidade“, admitiu, explicando que para chegar a este ponto é importante, logo que se chega a uma equipa, conhecê-la, “posicionar os que têm capacidade de nos levar onde a nova estratégia diz, conhecer o negócio e começar a unir. Tudo isto em 90 dias. É a base“.

Qualquer negócio grande é muito exigente. Mas num setor onde tens criativos de um lado e do outro lado tens os operadores, há sempre abordagens diferentes e fazer essa ponte não é fácil, mas é muito giro. É um namoro. São completamente distintos porque há um pensamento diferente. A coisa mais gira é quando há uma fusão entre um criativo e um business person. É um momento de abertura”, continuou.

Quando olha para o setor dos media, Tony Gonçalves considera que está a ser transformado pelo consumidor, mas alerta que “indústrias e consumidores poucas vezes estão alinhadas na época de inovação e transformação” e quem ganha são sempre os consumidores. Por isso, o segredo está em alinhar o negócio ao interesse dos consumidores. Esta visão permite-lhe abrir horizontes no mercado português, onde acha que as plataformas de media se deveriam unir. “Nos media portugueses, cada um tem a sua plataforma de streaming. E estão a lutar contra uma fatia que está a encolher. Na minha ideia, o ideal seria fazer uma plataforma de conteúdo português que alimenta todos. Unirem-se para criar uma coisa maior em vez de concorrerem“.

Com Portugal sempre no coração, o executivo procura sempre ajudar o país e prova disso foi a vontade de trazer o festival Tribeca para Portugal, que surgiu depois de perceber o interesse americano no país. Um ano depois, Tony Gonçalves conseguiu trazer o Tribeca a Lisboa e não ficará por aqui. Mesmo assim, foi questionado sobre a possibilidade de conseguir ajudar mais Portugal se não vivesse fora do país, mas não hesitou em responder: “Acho que assim ainda ajudo mais porque sinto a tal saudade”.

Para Tony Gonçalves, o segredo está em “unir a profissão à paixão e ao propósito”. E ainda afirmou que, mesmo que se tivesse mantido em Portugal, acredita que atingiria o mesmo sucesso. “Somos quem somos independentemente de onde estivermos e se as oportunidades não se apresentarem, temos que as ir procurar. Não vamos falando, vamos fazendo”, concluiu.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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Peritos médicos alertam para a desigualdade no acesso às TTFields no tratamento do glioblastoma em Espanha

  • Servimedia
  • 9 Junho 2025

A terapia por campos eléctricos está disponível em mais de 15 hospitais públicos em Espanha, mas não no País Basco, na Andaluzia ou em Valência.

No âmbito do workshop organizado pela ASTUCE Espanha sob o título «Para além do diagnóstico: o que não sabemos (nem falamos) sobre o cancro cerebral», médicos de referência em neuro-oncologia alertaram para a desigualdade que existe em Espanha no acesso a terapias inovadoras, como os campos elétricos TTFields, uma tecnologia com eficácia comprovada no tratamento do glioblastoma.

O evento, realizado em Madrid, reuniu especialistas de hospitais como o Ramón y Cajal, o Reina Sofía de Córdoba e o 12 de Octubre, que concordaram em apontar que o acesso ao TTFields é hoje uma questão de equidade e justiça na saúde. «Estamos a falar do único avanço em 20 anos que melhora a sobrevivência no glioblastoma, e não está disponível em todo o país», denunciou a Dra. María Ángeles Vaz, presidente do Grupo Espanhol de Investigação em Neurooncologia (GEINO).

«As terapias direcionadas existem, conhecemos melhor os tumores, mas se não houver acesso a estudos moleculares em todos os centros, não podemos tratá-los corretamente», salientou. «Precisamos de apoio institucional para coordenar melhor, partilhar dados e criar circuitos entre hospitais».

Os especialistas lembraram que os tumores cerebrais exigem uma abordagem multidisciplinar e equipas altamente especializadas. No entanto, muitos centros carecem dos recursos necessários para oferecer um diagnóstico preciso e acesso a ensaios clínicos.

O Dr. Juan Manuel Sepúlveda, especialista em Oncologia Médica e Neurologia no Hospital Universitário 12 de Outubro e HM Sanchinarro, lembrou a complexidade do panorama. «Existem mais de 350 tipos de tumores cerebrais, se contarmos adultos e crianças. Temos de nos organizar melhor, tanto na assistência como na investigação», disse ele, acrescentando que «em Espanha, tem-se confiado demasiado que a saúde pública resolva tudo. É necessária uma mudança cultural, a sociedade civil também deve envolver-se e investir na investigação médica».

Sepúlveda destacou o caso do Reino Unido como exemplo a seguir e afirmou que «o maior ensaio clínico atual sobre glioblastoma não está a ser financiado pelo sistema público, mas por uma associação de doentes no Reino Unido. Esse é o paradigma a que devemos aspirar também em Espanha».

Por sua vez, o Dr. Raúl Luque, investigador do IMIBIC/UCO, insistiu que «nem todos os hospitais podem investigar nem têm capacidade para implementar tratamentos inovadores».

O Dr. Juan Solivera Vela, chefe de Neurocirurgia do Hospital Reina Sofía, sublinhou a necessidade de um esforço conjunto e indicou que «ou remamos todos na mesma direção, ou o sistema continuará a deixar pacientes para trás».

O evento, promovido pela ASTUCE Espanha por ocasião do Dia Mundial dos Tumores Cerebrais, evidenciou a complexidade do tratamento destes tumores e a urgência de reforçar tanto a assistência como a investigação.

Os profissionais concordaram com a necessidade de melhorar a coordenação entre os centros, ampliar o acesso a estudos moleculares e ensaios clínicos e garantir uma assistência verdadeiramente multidisciplinar. O encontro deixou claro que os avanços só serão alcançados se houver vontade institucional sustentada e um compromisso real por parte de todos os atores envolvidos.

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Portugália chega aos 100 anos a vender mais de dois milhões de bifes por ano

  • Lusa
  • 9 Junho 2025

A Portugália faz 100 anos a 10 de junho, centenário que cumpre a vender mais de dois milhões de bifes por ano. Espera faturar 50 milhões em 2026 e recrutar 500 pessoas até 2030.

A cervejaria Portugália é um ícone da cidade de LisboaLusa

A Cervejaria Portugália faz 100 anos em 10 de junho, centenário que cumpre a vender mais de dois milhões de bifes por ano, depois de ter resistido à crise das ‘vacas loucas’ e da pandemia, agora com uma imagem renovada. “Tivemos aqui muitos momentos”, afirma o diretor-geral do Grupo Portugália Restauração, José Carvalho Martins, quando questionado pela Lusa sobre os períodos mais desafiantes da conhecida cervejaria que começou na Almirante Reis, em Lisboa.

“Tivemos momentos em que crescemos de uma loja em Almirante Reis para começar a nossa expansão à volta de 1999”, depois “tivemos a crise das ‘vacas loucas’, tivemos a crise em 2008, 2009, 2012” e mais recentemente a Covid-19, “que foi uma altura muito difícil em que tivemos que interromper a atividade e isso, obviamente, é tudo o que não queremos, é tudo o que os nossos clientes não querem”, prossegue o gestor.

Apesar de ter sido uma “altura muito complicada”, a verdade “é que temos sempre olhado para todos estes desafios com resiliência e com coragem e é isso que nos tem definido e é isso que também tem feito que nos aguentemos e que tenhamos feito 100 anos e que estejamos para mais 100″, assevera José Carvalho Martins.

Questionado sobre a fórmula para que o negócio de uma cervejaria perdure, atendendo a muitas alterações dos hábitos de consumo, o diretor-geral remata: “Tentamos ser fiéis a isso e tentamos não complicar. A verdade é que há muitas tendências e, recentemente, tem havido um surto de tendências e de mudanças no setor”, prossegue.

“Cada vez mais turistas” entre os clientes

Quanto ao perfil do cliente, a empresa sente que este mudou, que “não tem ficado só o português que conheceu a Portugália há décadas”. Começa a ter “cada vez mais turistas que procuram uma experiência autêntica e verdadeira portuguesa”, relata.

No dia em que a Lusa esteve na cervejaria Portugália da Almirante Reis foi possível constatar que, antes de as portas abrirem, já havia algumas pessoas a fazerem fila para entrarem e que havia uma variedade de clientes, de várias faixas etárias e nacionalidades.

“Sim, [temos clientes] mais jovens, um dos objetivos do rebrand [renovação da imagem] foi também voltar-nos a aproximar a camadas mais jovens e temos visto cada vez caras mais jovens sem ver necessariamente menos caras das mais familiares que já conhecemos”, afirma o gestor.

A cervejaria Portugália da Almirante Reis é um ícone quer para o grupo, quer para a própria história de Lisboa. O espaço serviu de palco para a “Canção de Lisboa”, com Vasco Santana, um clássico do cinema português.

Embora “tenhamos mudado algumas coisas aqui na arquitetura da loja [da Almirante Reis], mantivemos aqui muitos elementos mais históricos que nos deram essa homologação”, explicou.

Com o rebranding, a loja da Almirante Reis surge também com novos azulejos, mantendo a tradição da ligação à Viúva Lamego. “Os novos também são Viúva Lamego”, aponta José Carvalho Martins, referindo que estes são da autoria “de um artista contemporâneo que é o Aka Corleone” que compõe uma festa com várias personagens.

Dois milhões de bifes (e ovos) por ano

Atualmente, a Portugália está a vender dois milhões de bifes por ano, diz. A que se soma “mais ou menos dois milhões de ovos, porque um bife sem ovo não é bem um bife”, comenta.

No que respeita aos croquetes, que também são uma imagem de marca da cadeia, o grupo vende anualmente “à volta de um milhão”, um número equivalentes ao número de imperiais.

Ao fim de 100 anos, a ambição é ter as cervejarias cheias e atrair “cada vez mais” clientes e que estes saiam “satisfeitos, divertidos, e que voltem muitas vezes”, disse.

Aliás, “a verdade é que temos visto que com várias etapas da vida da empresa e da marca, temos tido clientes diferentes, clientes em zonas diferentes do país, mas a vontade é que com este rebranding – algumas mudanças que fizemos sem desvirtuar o conceito – cada vez mais pessoas venham cá e cada vez mais pessoas conheçam esta experiência e que gostem dela, que é o mais importante”, remata.

A Portugália vende mais ou menos dois milhões de ovos, porque um bife sem ovo não é bem um bife.

José Carvalho Martins

Diretor-geral do Grupo Portugália Restauração

Atualmente, a Portugália tem em gestão própria 15 lojas, entre as de rua e as de centro comercial. “Depois em franchising temos neste momento 24 lojas espalhadas pelo país”, detalha o gestor.

No grupo “temos também depois outras marcas, temos a Brasserie, com seis lojas, temos a Ribadouro com uma loja, a Trindade com outra e o Segundo Muelle com outra”. A meta do grupo é abrir 25 lojas Portugália até 2030.

O rebranding teve um ano e meio de planeamento e começou a ser executado há exatamente um ano, quando a Portugália cumpria 99 anos, na loja da Almirante Reis. Contempla um novo logótipo, produtos novos, fardas novas e metodologias novas de trabalho, relata o responsável.

Doze das lojas sob gestão do grupo já estão remodeladas, faltam três até ao final do ano. Quanto aos ‘franchisados’, estes estão a meio da remodelação.

A Portugália está a vender mais de dois milhões de bifes e ovos por anoANTÓNIO COTRIM/LUSA

Grupo espera ultrapassar 50 milhões em faturação em 2026

O diretor-geral do Grupo Portugália Restauração diz ainda, em entrevista à Lusa, que espera ultrapassar os 50 milhões de euros de faturação em 2026, adiantando que as cervejarias remodeladas estão a crescer “acima dos 15%”.

Questionado sobre a faturação, o gestor começa por dizer que na “velocidade cruzeiro” gostaria de chegar “perto dos 50 [milhões de euros]”. Fasquia essa que está próxima, porque no ano passado, diz, “com todas as remodelações” atingiram “à volta dos 45” milhões de euros.

“Este ano já contamos chegar muito perto dos 50 [milhões], ainda temos obviamente muitas interrupções este ano [devido à remodelação das lojas], mas contamos também chegar muito perto dos 50 e o ano que vem já com as lojas todas abertas (…) passarmos essa fasquia”, admite o diretor-geral.

O negócio em 2024 correu bem, acrescenta, apesar do encerramento de muitos restaurantes Portugália para obras de remodelação. “O que estamos a ver é que desde que abrimos as lojas a recetividade dos clientes tem sido espetacular”, prossegue, adiantando que, este ano, “estão a crescer acima de 15%”.

Portugália quer contratar 500 pessoas até 2030

“A ideia é continuar a apostar na marca Portugália, apostar também na marca Brasserie e, portanto, para isso contamos contratar 500 pessoas” até 2030, adianta, admitindo a dificuldade em contratar pessoal para a restauração.

José Carvalho Martins assume a dificuldade em contratar pessoal. “Não gosto de ser o derrotado e o derrotista que canta a mesma canção que toda a gente canta”, mas “é obviamente difícil, cada vez menos pessoas querem trabalhar na restauração, é uma profissão que é desafiante, é exigente, mas a verdade é que da mesma forma que olhamos para todos os desafios com uma mentalidade de resolver problemas, temos que olhar para esta”.

Para o gestor, é preciso “criar condições para que as pessoas se sintam mais à vontade”, melhorando processos para que o trabalho seja mais focado no cliente do que nos temas administrativos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 9 de junho

  • ECO
  • 9 Junho 2025

Ao longo desta segunda-feira, 9 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Indra e Rheinmetall lideram as subidas bolsistas do setor de defesa na Europa

  • Servimedia
  • 9 Junho 2025

A subida na bolsa destas empresas foi acompanhada por um aumento das despesas com a defesa dos países europeus.

Após o aumento da tensão geopolítica a nível global nos últimos anos, as perspetivas futuras das empresas de defesa europeias melhoraram substancialmente. Um contexto que foi bem recebido pelo mercado, que recompensou com fortes valorizações as empresas do setor, com a Rheinmetall e a Indra a liderarem as subidas.

No caso da alemã, regista-se um aumento de cerca de 185% no que vai do ano. A empresa obteve resultados sólidos nos primeiros três meses de 2025, com um aumento de 46% nas receitas e de 75% nos lucros. Além disso, na apresentação das contas, a empresa indicou que está a expandir significativamente as suas capacidades com a construção de novas fábricas e aquisições estratégicas. «A Rheinmetall é necessária; hoje em dia, os nossos clientes compram-nos fábricas inteiras. A Europa deve preparar-se para uma nova era em que devemos opor-nos com todas as nossas forças à ameaça que paira sobre os nossos valores liberais», declarou recentemente Armin Papperger, presidente do conselho de administração da empresa, após apresentar os resultados do primeiro trimestre.

Por sua vez, a empresa presidida por Ángel Escribano registou um aumento de cerca de 102% no que vai do ano, situando-se em níveis históricos. Esta subida torna-a líder indiscutível do Ibex e a segunda empresa de defesa europeia com maior valorização em 2025.

As receitas da divisão de defesa da empresa espanhola cresceram 18% nos primeiros três meses do ano e, de facto, espera-se que os contratos na área da defesa dupliquem em 2025 em relação a 2024.

Recentemente, no Fórum CREO 2025, Ángel Escribano, presidente da Indra, evidenciou a «necessidade de investir e reforçar a nossa segurança. Precisamos equipar-nos com tudo, tanto em capacidades terrestres como navais e cibersegurança. Acredito que na Indra estamos capacitados e estamos a trabalhar para isso».

A subida na bolsa destas empresas foi acompanhada por um aumento das despesas com a defesa dos países europeus. No início de março, Ursula von der Leyen apresentou o plano ReARm, que prevê mobilizar 800 mil milhões de euros em defesa para os próximos anos. Entretanto, a Espanha prevê atingir este ano 2% do PIB em gastos com defesa e o governo planeia injetar 10,471 mil milhões de euros nos orçamentos de defesa para atingir este objetivo.

Este comportamento no mercado fez com que a indústria da defesa também começasse a ganhar destaque nos principais índices europeus. Assim, o fornecedor de índices Stoxx anunciou recentemente a incorporação da Rheinmetall ao Euro Stoxx 50 a partir de 20 de junho e da Indra ao Stoxx 600 a partir de 23 do mesmo mês.

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