CMVM vai manter modelo de autorregulação na governança das empresas

O regulador dos mercados faz um balanço positivo do modelo de "autorregulação" através do qual são avaliadas as práticas de governança das empresas. O modelo é para manter.

A avaliação e acompanhamento das práticas de governança das empresas estão sob a alçada do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), que colabora com o regulador dos mercados e a associação de emitentes neste exercício de “autorregulação”. A CMVM está satisfeita com os resultados obtidos, pelo que apoia a continuação deste modelo.

“Neste cenário, neste contexto e com estes resultados, não há motivo para se questionar o caminho feito e colocar em cima da mesa outras opções”, defendeu Juliano Ferreira, administrador da CMVM, quando questionado se a autorregulação é para manter, durante um debate no estúdio do ECO. “Não sendo um padrão a nível internacional, tem dado bons resultados e pode ser exportado potencialmente para outro tipo de áreas de supervisão”, acrescentou.

Vivemos num mundo de excesso de regulação, e há que celebrar estes fenómenos de autorregulação“, considerou Pedro Rebelo de Sousa, Presidente do Conselho Geral do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), no discurso de encerramento da apresentação do Relatório Anual de Monitorização do Código de Governo Societário — um guia com as melhores práticas de governança –, desenvolvido pelo IPCG.

Da esquerda para a direita: Juliano Ferreira, administrador da CMVM. Abel Sequeira Ferreira, diretor executivo da AEM, Rui Pereira Dias, membro da CEAM — Comissão Executiva de Acompanhamento e Monitorização do IPCG e o moderador do debate, André Veríssimo.

Este relatório anual, que vai na sexta edição, dá conta que, em 2023, 87% das recomendações do Código de Governança Societária do IGCP foram acolhidas, uma evolução positiva em quatro pontos percentuais face a 2022. De momento, 36 empresas são voluntariamente avaliadas em relação às suas práticas de governança com base neste guia do IPCG. O instituto desenvolve o Código e monitoriza a respetiva aplicação em colaboração com CMVM e a Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado (AEM).

Já na abertura, Miguel Athayde Marques, presidente da AEM, tinha sublinhado que este “testemunho de autorregulação” era “de salientar” por ser “invulgar”. Saudou também as empresas que “procuram a melhoria das respetivas condições de governança” por esta via.

Na ótica de Pedro Rebelo de Sousa, desde 2014/2015, quando em Portugal “se demonstrou que grandes empresas eram paradigma de ausência de governance” — nos anos da queda do Banco Espírito Santo –, fez-se uma “viagem” no universo da governança corporativa, que “evolui para esta solução que parece estar a fazer o seu caminho”

A autonomia dada no campo da governança é “intencional” e “não significa um desligamento por parte da supervisão”, já que lhe compete garantir a qualidade da informação, afirmou Juliano Ferreira, membro do conselho de administração da CMVM, no âmbito de um debate que se seguiu à apresentação do relatório, esta quarta-feira, no estúdio ECO.

Juliano Ferreira vê a questão da autorregulação numa lógica de “colaboração ou complementaridade”, sendo que essa complementaridade “traz valor acrescentado para o processo, empresas, acionistas e stakeholders“, considerou.

Em relação aos benefícios deste exercício de autorregulação para empresas que ainda não estão cotadas, Juliano Ferreira destaca que este escrutínio do IPCG pode “deixá-las mais próximas do mercado”. Isto, na medida em que o exercício pode servir de “catalisador de desenvolvimento das empresas”, ao conferir capacidade e estrutura “para poderem pensar em formas alternativas de financiamento que passem pelo mercado”.

 

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Ministra da Justiça designa Susana Videira Diretora-Geral da Política de Justiça

Nova Diretora-Geral da Política de Justiça inicia funções a 1 de dezembro. Susana Videira é licenciada, mestre e doutorada em Direito.

A Ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, nomeou Susana Videira como Diretora-Geral da Política de Justiça, para um mandato de cinco anos, função que já desempenhou entre 2013 e 2018.

A escolha vem na sequência do concurso público realizado pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

Desde 2022, Susana Videira coordena a licenciatura em Direito e o mestrado em Direito Judiciário da Universidade Europeia, destacando-se por uma carreira académica sólida. Lecionou em várias instituições de ensino superior, incluindo a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Além da sua experiência académica, Susana Videira é membro efetivo do Conselho Pedagógico do Centro de Estudos Judiciários e tem contribuído com o seu trabalho para diversas comissões e órgãos consultivos de relevância no setor jurídico.

Susana Videira sucede a Lídia Jacob, que liderava a DGPJ em regime de substituição. É licenciada, mestre e doutora em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, na área de Ciências Histórico-Jurídicas.

Coordenadora da licenciatura em Direito e do mestrado em Direito Judiciário da Universidade Europeia, onde exerce também como professora associada. É investigadora integrada do IURIS — Instituto de Investigação Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).

Com experiência na gestão académica e institucional, foi subdiretora e membro do conselho de gestão da FDUL. No âmbito da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução, foi consultora, presidente de júris de recrutamento e especialista em avaliações de risco relacionadas com o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.

No setor público, foi Diretora-Geral da Direção-Geral da Política de Justiça, integrou comissões interministeriais e representou Portugal em organismos internacionais. Entre os seus marcos profissionais, inclui-se a coordenação técnica do Programa de Ajustamento Financeiro para a área da Justiça e a atuação como adjunta em gabinetes ministeriais de diferentes Governos Constitucionais.

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SRS Legal assessora DBRS em elaboração de rating para operação de obrigações de subsidiária do FC Porto

A equipa de Bancário e Financeiro da SRS Legal assessorou a agência Morningstar DBRS no processo de atribuição de rating de investimento à operação de emissão de obrigações da Dragon Notes, do FCP.

A equipa de Bancário e Financeiro da SRS Legal – liderada por Alexandra Valente e João Santos Carvalho – assessorou a agência Morningstar DBRS no processo de atribuição de rating de investimento à operação de emissão de obrigações da Dragon Notes, subsidiária da FC Porto SAD.

Esta emissão foi organizada pelo J.P. Morgan e destina-se à colocação privada junto de investidores institucionais no mercado norte-americano (US Private Placement). O reembolso das obrigações será assegurado por receitas associadas à exploração do Estádio do Dragão.

Em declarações ao Porto Canal, o administrador financeiro da SAD portista detalhou a operação de financiamento. “Trata-se de uma operação inovadora a nível nacional e internacional. É uma operação de muito longo prazo, pois estamos a falar de uma operação de 25 anos. É uma emissão obrigacionista que vai ser feita através de uma sociedade que é a Dragon Notes, uma subsidiária do F. C. Porto, que detém 70% dos direitos económicos da Porto Stadco. Aproveito para referir que esta emissão foi possível após a renegociação do acordo com a Ithaka, uma renegociação que foi feita já pela atual Administração e que possibilitou esta operação de emissão de dívida a partir dos 70% dos direitos económicos da Porto Stadco. Através da Dragon Notes, iniciámos a montagem da operação há cerca de seis meses e conseguimos um rating de qualidade por parte de uma agência internacional (DBRS), dando qualidade de investimento a esta operação. É um três B baixo, mas mesmo assim dentro de um nível de ‘investment grade’ de qualidade a nível nacional. Após a atribuição do rating, iniciámos a montagem da operação em conjunto com um banco internacional, o JP Morgan, que nos ajudou”, afirmou José Pereira da Costa.

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Lucros da Altri disparam 218% até setembro. Subida de preços puxa pelas receitas

Nos primeiros nove meses do ano, os lucros do grupo Altri ascenderam a 89,6 milhões de euros. Megacomplexo industrial na Galiza “continua em processo de tramitação da licença ambiental”.

O resultado líquido do Grupo Altri, que detém as unidades industriais Biotek, Caima e Celbi, atingiu 89,6 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, o que representa um crescimento de 217,6% face aos 28,2 milhões registados no mesmo período do ano passado.

Já o aumento das receitas totais em 11,4%, para 669,7 milhões de euros, é justificado, em comunicado enviado à CMVM, com a “evolução favorável dos preços das fibras celulósicas nos mercados internacionais”. O grupo produziu 815,3 mil toneladas até setembro, 4,3% acima, com as vendas em volume a ascenderam a 827,7 mil toneladas (+2,1%).

Por outro lado, o “foco contínuo na eficiência” resultou numa diminuição dos custos totais em 2,8%, para 489,6 milhões de euros. Como resultado, apresentou um EBITDA de 180,1 milhões – progressão de 84,6% -, correspondendo a uma margem de 26,9%, que fica 10,7 pontos percentuais acima do período homólogo.

O investimento líquido caiu para metade (24,5 milhões de euros) na comparação com uma fase em que instalou uma nova caldeira de biomassa na Caima, o que explica a redução da dívida em 106,9 milhões no final do terceiro trimestre face ao final de 2023. Apesar da distribuição de um dividendo de 51,3 milhões no segundo trimestre, frisa, a dívida líquida do grupo recuou para 249,8 milhões no final de setembro, sendo 36% remunerada a taxa fixa (incluindo contratos de swaps de taxa de juro).

Na nota ao mercado, José Soares de Pina, CEO, destaca a transformação da Biotek numa unidade 100% vocacionada para a produção de pasta solúvel, com aplicação direcionada para a indústria têxtil, até ao final de 2026. Um ano antes prevê concluir na Caima o projeto de recuperação e valorização de ácido acético e furfural de base renovável.

Já quanto ao Projeto Gama, que tinha sido alvo de contestação na Galiza, do qual já ameaçou desistir – “não fazemos investimentos onde não os querem”, avisou o gestor – e em que prevê apoios do PRR espanhol, refere apenas que “continua em processo de tramitação da licença ambiental integrada, um critério importante para permitir a tomada de decisão final de investimento”.

Um relatório da consultora Valora contabilizou que este investimento próximo de mil milhões de euros para produzir pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis (lyocell) vai ter um impacto médio anual de 342 milhões no PIB galego ao longo de 22 anos, após a construção, e irá gerar 3.608 postos de trabalho, dos quais 500 diretos.

Além das três fábricas de fibras celulósicas em Portugal com uma capacidade instalada anual superior a 1,1 milhões de toneladas -, o grupo que no final do ano passado geria quase 93 mil hectares de floresta em Portugal está também presente no setor de energias renováveis de base florestal, nomeadamente a cogeração industrial através de licor negro.

Em matéria de sustentabilidade, na mensagem enviada esta quinta-feira ao mercado, José Soares de Pina destaca que “o grupo atingiu este nível de resultados, compatibilizando a sua atividade com o exigente Compromisso 2030”. “O empenho dos colaboradores e o eficiente trabalho em equipa levou a Altri à liderança mundial do setor de Paper & Pulp em termos de ESG em 2024, reconhecido pela Sustainalytics, uma das principais agências globais de rating ESG”, sublinha.

Como o ECO noticiou no mês passado, a holding detida por Domingos Vieira de Matos prepara-se para aumentar a posição acionista na Altri e poderá chegar aos 17,22% do capital, o que a tornaria uma das maiores acionistas. A VDM Capital celebrou um contrato de equity swap com liquidação financeira, que tem como subjacente uma quantidade máxima de 10 milhões de ações da Altri, representativas de 4,87% do capital social.

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Partidos querem IVA a 6% na comida para bebés e animais de companhia no OE2025

Chega, IL e PAN têm propostas para reduzir o imposto da alimentação infantil, medida que está no programa do Governo, e para baixar a taxa sobre a ração dos animais domésticos. PSD e PS avaliam voto.

O debate orçamental é sempre profícuo em propostas para reduzir o IVA sobre vários bens de consumo. Chega, IL e PAN entregaram projetos de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (2025) que visam baixar o imposto da alimentação infantil e da ração para animais de companhia para a taxa mínima, de 6%, produtos que atualmente são tributados pela taxa máxima de 23%. Iniciativas deverão ser votadas na próxima terça-feira, dia 26.

No PSD, a orientação será para votar favoravelmente apenas a sua única proposta de redução do imposto sobre as touradas. Em relação a outras descidas do IVA, o grupo parlamentar ainda está a estudar o sentido de voto, sendo que, no programa do Governo da Aliança Democrática (AD) de Luís Montenegro, está escrito que deverá ser ponderada “a redução do IVA para a taxa mínima na alimentação para bebés” de forma a apoiar “as famílias no acesso a alimentação adequada do ponto de vista nutricional às necessidades dos bebés”. O PS também está a avaliar as várias iniciativas e ainda não tomou uma posição sobre a viabilização ou não das propostas, sabe o ECO. Será necessário o apoio de pelo menos uma destas bancadas para as alterações serem aprovadas.

No que diz respeito à comida das crianças, o Chega propõe baixar o IVA de 23% para 6% dos “alimentos transformados à base de cereais e alimentos para bebés“, especificamente: “biscoitos e bolachas para bebés; purés de frutas para bebés; sopas para bebés; refeições preparadas para bebés; alimentos lácteos para bebés“, lê-se na iniciativa entregue no Parlamento.

Na nota justificativa, o partido de André Ventura defende que “reduzir o IVA destes alimentos para a taxa reduzida de 6% é uma medida que traz benefícios, por um lado, ao nível do apoio social às famílias ao reduzir os seus custos, especialmente ao das famílias numerosas e das economicamente vulneráveis com bebés”. Para além disso, trata-se de um “claro de apoio à natalidade”, sustenta. “Num contexto em que a demografia portuguesa tem apresentado, durante os últimos anos, um saldo natural negativo, esta medida vai ao encontro do desígnio nacional de promover a natalidade”, de acordo com o texto que suporta a proposta.

A Iniciativa Liberal (IL) apresentou uma proposta de descida do imposto dos “produtos alimentícios destinados a lactentes e crianças de pouca idade, incluindo as fórmulas de transição” e ainda dos “alimentos para fins medicinais específicos e os substitutos integrais a dieta para controlo do peso”. Não é a primeira vez que os liberais defendem o alívio fiscal da comida dos bebés. Nos orçamentos do Estado para 2020, 2021 e 2022 também reivindicaram a redução do IVA da alimentação infantil para a taxa mínima, mas a proposta nunca passou por causa do voto contra do PS. Em 2020 e 2021, o PSD absteve-se e, em 2022, votou favoravelmente. De salientar que o CDS, parceiro de coligação do atual Executivo, também é apologista deste alívio fiscal, tendo inclusivamente apresentado uma proposta nesse sentido, no Orçamento de 2021, que também foi rejeitada.

O partido, liderado por Rui Rocha, sinaliza que o IVA reduzido da comida infantil e dos alimentos para fins medicinais específicos e os substitutos integrais a dieta para controlo do peso já está previsto no Regulamento da União Europeia n.º 609/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 12 de junho de 2013.

Em relação aos alimentos dos bebés, argumenta que, embora continuem “a ser tributados à taxa normal, e não à taxa reduzida ou intermédia”, todos os seus ingredientes já beneficiam de “IVA reduzido ou intermédio”. “Assim, a presente proposta visa tributar à taxa reduzida este tipo de produtos, de modo a incentivar a natalidade e desonerar as famílias”, lê-se na nota justificativa em anexo à proposta de alteração.

Os liberais lembram ainda que “a redução dos impostos sobre estes alimentos é uma promessa” do programa do atual Governo, defendendo que “a implementação desta medida, mais que um custo, é uma desoneração e um investimento no reforço da natalidade no país”.

A proposta de redução do IVA da alimentação infantil é uma repetente na arena dos debates orçamentais. De lembrar que, até 2011, estes produtos eram tributados pela taxa intermédia de 13%, mas com a chegada da troika essa benesse acabou e o Governo de coligação PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, decidiu aumentar para a taxa máxima o imposto da alimentação infantil no Orçamento do Estado para 2012.

Na altura, a ministra da Agricultura e líder do CDS, Assunção Cristas, desvalorizou o agravamento da tributação da comida dos bebés com declarações que geraram polémica: “As alturas de crise são também alturas para os pais refletirem sobre o que dão às crianças e voltar a dar fruta em estado natural, e essa não tem o problema do IVA. Basta falar com pediatras ou nutricionistas para perceber que boiões de fruta, de carne ou de peixe não é exatamente o que se deve dar aos bebés”.

Redução do imposto da ração dos animais de companhia

No que diz respeito à ração dos animais de companhia, que abrangem não só cães e gatos, mas também peixes, aves domésticas, pequenos mamíferos, como coelhos ou hamsters, répteis e anfíbios de pequeno porte, Chega e PAN têm duas propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 para reduzir o IVA da taxa máxima, de 23%, para a reduzida, de 6%.

Na argumentação apresentada ao Parlamento, o partido de André Ventura começa por sinalizar que “a evolução da sociedade permitiu a adoção de um novo estatuto jurídico para os animais que passaram a ser reconhecidos como seres vivos dotados de sensibilidade e objeto de proteção jurídica”.

“Ao contrário da maioria dos países europeus, onde se aplica uma taxa reduzida de IVA a produtos alimentares para animais, em Portugal aplica-se a taxa de 23%, em vez de uma taxa intermédia ou mínima. Esta carga fiscal elevada, somada às dificuldades económicas prevalentes, é frequentemente apontada como uma das principais razões para o abandono de animais de companhia, devido ao custo elevado da sua alimentação.”, lê-se na nota justificativa.

Citando o Código Civil, o grupo parlamentar do Chega alerta que “é responsabilidade do proprietário assegurar que os animais tenham acesso a água e alimentos”. “A omissão desses cuidados pode, inclusive, configurar crime contra animais de companhia, punível ao abrigo dos artigos 387.º e 388.º do Código Penal”, acrescentam.

Deste modo, “a aplicação da taxa a 23% a produtos destinados ao consumo animal compromete a satisfação das necessidades básicas de sobrevivência dos animais e onera os seus proprietários, que enfrentam vários custos significativos para assegurar o bem-estar dos mesmos”, defendem os deputados. “Assim, é necessário ajustar a taxa de IVA à evolução legal e social, reduzindo-a para a taxa mínima de 6%, de modo a garantir tanto o cumprimento das necessidades básicas dos animais quanto a sua acessibilidade para os seus proprietários”, sustentam.

Os argumentos do PAN vão na mesma linha. Defendendo que “o bem-estar e a saúde animal são hoje uma preocupação incontornável, que encontra respaldo em diferentes diplomas legislativos”, o partido, liderado por Inês de Sousa Real, considera que “é um dever do Estado minimizar os impactos negativos da crise social na vida de todas as pessoas, através de medidas que assegurem que ninguém fique privado dos seus direitos e do acesso dos seus animais de companhia a cuidados de saúde de que estes possam carecer”.

A nota justificativa do PAN lembra também que “a não prestação de cuidados de alimentação e de saúde a um animal pode, inclusivamente, constituir crime contra animal de companhia”. “A ausência de mecanismos públicos que garantam o apoio às populações mais vulneráveis que detenham animais de companhia é absolutamente fundamental”, escreve a deputada única. Por isso, e “tendo em conta que a alimentação dos animais de companhia continuam a ser taxados à taxa máxima de IVA (23%) e que muitas pessoas não conseguem comportar estes custos, colocando em causa o bem-estar dos seus animais de companhia, é importante que se viabilize o acesso a estes produtos essenciais para a saúde e bem-estar dos animais pela redução da taxa de IVA para os 6%”, conclui Inês de Sousa Real.

De lembrar que a nova diretiva comunitária sobre taxas de IVA, que alargou a possibilidade de aplicar isenções a um conjunto mais vasto de bens e que tem de ser transposta pelo Governo até ao final deste ano, permite não tributar “produtos alimentares (incluindo bebidas, com exceção das bebidas alcoólicas) destinados ao consumo humano e animal”.

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Marcelo elogia trabalho de Gouveia e Melo na Marinha

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

Marcelo Rebelo de Sousa lembra que já teve "ocasião de elogiar o trabalho do senhor almirante", no contexto da cooperação internacional entre marinhas, "uma obra muito importante para Portugal".

O Presidente da República recusou esta quinta-feira comentar o futuro do almirante Henrique Gouveia e Melo, a sua recondução como chefe militar ou a possibilidade de ser candidato presidencial, mas elogiou o seu trabalho à frente da Marinha. Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de Gouveia e Melo se candidatar às presidenciais de 2026 à saída da Escola Maria Barroso, em Lisboa, onde participou na sessão de apresentação do programa de comemorações do centenário de Mário Soares.

“Eu não me vou pronunciar sobre essa matéria, já sabem. Perguntaram ontem, anteontem, amanhã, depois de amanhã. Vamos deixar correr o processo, que é um processo que é normal que diz respeito à recondução ou não recondução de uma chefia militar”, respondeu o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas.

Interrogado se prefere que Gouveia e Melo se mantenha como chefe do Estado-Maior da Armada, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que tem, “naturalmente, uma posição”, que não quis revelar publicamente, mas acrescentou que já teve “ocasião de elogiar o trabalho do senhor almirante”, no contexto da cooperação internacional entre marinhas, considerando que “é uma obra muito importante para Portugal”.

Sobre o encontro que o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, teve com o chefe do Estado-Maior da Armada, num bar de Lisboa, na terça-feira à noite, o Presidente da República afirmou desconhecer o teor da conversa: “Não sei nem tenho de saber”. A comunicação social perguntou-lhe se ficou surpreendido com esse encontro que aconteceu perto da meia-noite. Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a responder: “Não vou comentar”.

O chefe de Estado também não quis esclarecer se o ministro da Defesa já lhe deu indicação e que o processo de recondução de Gouveia e Melo está a andar. “Não vou dizer mais nada. Eu sei que são muito curiosos, mas não vou dizer mais nada”, retorquiu. Nesta ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa foi também questionado sobre o processo orçamental, em particular sobre propostas em matéria de pensões, mas limitou-se a observar que os trabalhos na especialidade “têm sido muito interessantes”, reiterando a convicção de que o Orçamento do Estado para 2025 vai ser aprovado.

Vai passar o Orçamento, isso é que é fundamental para os portugueses. Vai passar e devo dizer, aliás, que os trabalhos na especialidade – que têm acompanhado melhor do que eu – têm sido muito interessantes, como exemplo de como o parlamento debate”, considerou.

O almirante Henrique Gouveia e Melo, que coordenou a equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, tomou posse como chefe do Estado-Maior da Armada em 27 de dezembro de 2021, e está prestes a cumprir os três anos de mandato. Nos termos da Constituição, compete ao Presidente da República, nomear e exonerar, sob proposta do Governo, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) e os chefes dos três ramos militares.

A Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas estabelece que o CEMGFA e os chefes de Estado-Maior dos ramos são nomeados “por um período de três anos, prorrogável por dois anos, sem prejuízo da faculdade de exoneração a todo o tempo e da exoneração por limite de idade”.

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Sindicato vai convocar greves na Volkswagen na Alemanha a partir de dezembro

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

O sindicato IG Metal recomenda que a convocação de "greves de alerta nas instalações da Volkswagen, assim que terminar a obrigação de paz social, ou seja, a partir de 1 de dezembro”.

Os trabalhadores da Volkswagen na Alemanha vão ser convocados para greves a partir de 1 de dezembro, para pressionar as discussões sobre o plano de corte de custos em preparação na fabricante automóvel, informou esta quinta-feira o sindicato IG Metal.

“Vamos recomendar à comissão que convoque greves de alerta nas instalações da Volkswagen, assim que terminar a obrigação de paz social, ou seja, a partir de 1 de dezembro”, disse aos jornalistas o dirigente sindical Thorsten Gröger, citado pela AFP.

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Governo estuda saída dos serviços e tribunais do Campus da Justiça devido a rendas

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

O Governo criou um grupo de trabalho para definir a saída dos serviços e tribunais do Campus da Justiça até 2034, cujo arrendamento já representou um encargo de 222 milhões de euros desde 2008.

O Governo criou um grupo de trabalho para definir a saída dos serviços e tribunais do Campus da Justiça de Lisboa até 2034, cujo arrendamento já representou um encargo de 222 milhões de euros desde 2008.

A este grupo de trabalho, constituído por um despacho publicado hoje em Diário da República, cabe apresentar um “plano estratégico de saída dos serviços, tribunais e organismos do Campus da Justiça até 31 de janeiro de 2025”.

“O contrato de arrendamento do Campus da Justiça de Lisboa, celebrado a 03 de junho de 2008, representa, na presente data, um encargo para o Estado de valor superior a 222 milhões de euros”, refere o despacho assinado pela secretária de Estado da Justiça, Maria José Barros.

Segundo o documento, apesar das diferentes tentativas de renegociação do contrato, “não foi possível evitar o progressivo aumento do montante das rendas”.

Campus de Justiça, Lisboa, 21 de abril de 2014. ANDRÉ PEREIRAANDRÉ PEREIRA

Perante isto, e na impossibilidade de encontrar soluções alternativas para a realocação dos serviços, tribunais e organismos que ocupam os edifícios do campus até ao final do prazo do atual contrato de arrendamento (01 de maio de 2026), foi autorizada a sua renovação por oito anos, até 30 de abril de 2034.

Esta alteração contratual foi autorizada no pressuposto de que seria iniciado de imediato o processo de definição de um plano estratégico para o Campus de Justiça de Lisboa, com a colaboração de todos os organismos e entidades do setor, cuja implementação deverá ser concretizada dentro do novo prazo de renovação do contrato, adianta ainda o despacho.

No âmbito da renovação do contrato, nos últimos três anos da sua vigência – de 01 de maio de 2031 a 30 de abril de 2034 – será aplicada uma diminuição do valor da renda mensal, correspondente à libertação da Torre H e de 216 lugares de estacionamento, o que “pressupõe a procura de soluções imediatas para a realocação dos organismos da Justiça que utilizam” esses espaços, adianta o despacho.

O documento determina ainda que o plano estratégico deverá ter como linhas orientadoras a procura de soluções alternativas à realocação dos serviços e tribunais, mas também incluir cenários ou modelos de organização e realocação, com as respetivas vantagens, desvantagens, consequências e condições de execução.

No âmbito deste plano, cabe ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça apresentar o impacto financeiro e das soluções apresentadas pelo grupo de trabalho.

O grupo de trabalho inclui, entre outras entidades, representantes dos ministérios da Justiça e das Finanças, da Câmara Municipal de Lisboa, do Conselho Superior da Magistratura, da Polícia Judiciária, da Ordem dos Advogados, do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, da Polícia Judiciária, do Instituto de Registos e Notariado e de várias direções-gerais.

O campus localizado no Parque das Nações foi inaugurado em junho de 2009, concentrando, na altura, cerca de 2.400 magistrados e funcionários da Justiça distribuídos por 11 edifícios, que alojavam 21 tribunais e serviços.

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Presidente do INEM rejeita demitir-se. “Sinto que tenho condições para continuar”, diz

O presidente do INEM garante que tem condições para manter-se no cargo e não vê a passagem do INEM para a tutela direta da ministra da saúde como "uma desautorização".

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sérgio Dias Janeiro, garantiu, esta quinta-feira, que não se demite e que tem “condições para continuar” nas suas funções. A falar no Parlamento, Sérgio Dias Janeiro, que tem estado no centro da polémica após a greve do instituto, adiantou ainda que foi informado pela ministra da saúde, numa reunião com a secretária de Estado da Gestão da Saúde, sobre a passagem do INEM para a sua tutela direta.

Não vou desistir da missão que assumi e abracei e continuarei a trabalhar até ao último dia com muito afinco”, garantiu o presidente do INEM, questionado pelos deputados sobre se tinha condições para manter-se no cargo após a greve deste mês, que resultou na morte de 11 pessoas. “Sim, sinto que tenho condições para continuar. Sinto que a equipa do INEM está do lado do conselho diretivo”, reforçou numa audição no Parlamento, sobre a situação do INEM.

Sobre a passagem da responsabilidade do INEM para a tutela da ministra, Sérgio Dias Janeiro afirmou que a “ministra da Saúde promoveu uma reunião”com a Secretária e Estado da Gestão da Saúde, em que esteve presente, e onde a governante os informou sobre esta alteração antes de ser comunicada.

Pessoalmente não sinto isso como uma desautorização, sinto confiança em quem me contratou”, acrescentou. Ana Paula Martins chamou a si a competência direta do instituto após a greve deste mês, num momento em que continuam a ser investigadas as circunstâncias das mortes alegadamente ocorridas por falta de resposta da Emergência Médica e se resultaram de atrasos na resposta do INEM.

Sobre este assunto, o presidente do INEM disse que não vai “desvalorizar as mortes. As instâncias competentes avaliarão o nexo de causalidade [entre o atraso no atendimento] e as mortes. Daí sairão todas as consequências que tiverem de sair”.

Em relação a quem devem ser atribuídas responsabilidades sobre as consequências que resultaram da greve, Sérgio Dias Janeiro adiantou que “a substituição antecipada de trabalhadores que possam estar em greve têm que ser vistas com muita sensibilidade“.

Conforme explicou, nos dias em os técnicos se recusaram a fazer horas extra – fundamentais para manter os serviços de emergência –, optou por “convocar todos e depois perceber quantos podem ou não exercer o direito de greve”, acrescentando que foi privilegiado o “recurso a horas normais” e, à exceção do dia 4 de novembro, que coincidiu com a greve da função pública, conseguiu-se que o número de trabalhadores fosse acima da média.

“Durante o turno da meia-noite às 8h e das 8h às 16h estavam mais de 80% [dos técnicos] presencialmente nos CODU, mas logo aí, no turno da manhã, foi quando começaram a existir atrasos significativos. De imediato, foram tomadas medidas e feitos contactos diretos com os dirigentes e com os trabalhadores no sentido de perceber de que forma poderíamos mobilizar as pessoas para fazer face à nossa eminente incapacidade em darmos a resposta que é aceitável para socorrer a população. Foi consubstanciado num email enviado por mim para os dirigentes às 12h43, bem antes do email que referiu e que foi uma das muitas mensagens de insistência”, detalhou o presidente do INEM.

Sérgio Dias Janeiro apontou ainda uma quebra de produtividade por parte dos técnicos, o que poderá ter agravado os atrasos nas respostas. “Não é apenas o número de profissionais que conta para a produtividade — a motivação também. Nestes dias, é comum, seja em que área for, haver uma diminuição da produtividade“, atirou.

“Nunca se cumprem os serviços mínimos no dia a dia”

Quanto aos problemas do INEM, Sérgio Dias Janeiro garantiu que, desde que tomou posse, no passado mês de julho, tem tido reuniões quinzenais com a secretária de Estado, onde foi dada prioridade ao tema do helitransporte e à revisão da carreira e grelhas salariais dos técnicos de emergência. “Fizemos até simulações para garantirmos que seria possível acomodar no orçamento previsto para 2025”, acrescentou.

Além da contratação de 200 novos técnicos, que deverão chegar ao INEM até ao final do ano, o presidente do INEM adiantou que está prevista a contratação de outros 400 técnicos de emergência pré-hospitalar e mais 300 vagas para outras competências hospitalares, em 2025.

Mesmo assim, o responsável diz que isto não é suficiente para suprir as falhas do INEM. “Nunca se cumprem os serviços mínimos no dia a dia” do INEM, destacou.

“Neste momento, o que seria necessário para garantir as funções a 100% seriam cerca de 877 mil horas extra por ano. Com mais 200 técnicos passarão a meio milhão, e com mais 400 passarão a 225 mil”, explicou, acrescentando que “400 técnicos continua a ser pouco, mantendo o paradigma atual, em que o INEM presta o socorro na sua maioria, principalmente nos centros urbanos”.

Sérgio Dias Janeiro pediu ainda maior autonomia, defendendo que “as instituições também precisam de autonomia para conseguir trabalhar” e apontando “muita dificuldade quando qualquer solicitação que implique aumentos de despesas mínimas tem que passar por vários gabinetes”.

O INEM precisa de poder utilizar os seus recursos“, reforçou, notando que, “neste momento, corremos o risco de perder verba se um projeto não ficar concluído até final do ano, porque está cativa mas não foi executada”.

(Notícia atualizada às 17h50)

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Bright Pixel lidera ronda de 9,7 milhões da americana Trustero

Ronda eleva o financiamento total da startup norte-americana que atua na área de compliance e segurança para mais de 18 milhões de dólares, cerca de 17 milhões de euros.

A Bright Pixel, braço de investimento em capital de risco do grupo Sonae, lidera ronda de investimento de 10,35 milhões de dólares (cerca de 9,7 milhões de euros) da norte-americana Trustero. O financiamento visa acelerar o desenvolvimento de soluções de governance, risk and compliance (GRC) suportadas por Inteligência Artificial (IA) e expandir as operações no mercado nacional e internacional.

“As empresas estão sobrecarregadas pelas crescentes exigências de compliance, impulsionadas tanto pela evolução das regulamentações como pelo aumento dos requisitos de compliance dos seus clientes. Com a Trustero, as equipas de compliance e segurança vão além da simples automação de processos, ao contarem com um consultor de IA que interpreta não apenas os controlos, mas também as evidências, de forma semelhante a um humano”, diz Daniela Coutinho, manager na Bright Pixel Capital, citada em comunicado.

Nesta ronda, participaram ainda os investidores americanos Engineering Capital, Zetta Ventures Partners e Vertex Ventures US, elevando o financiamento total da startup norte-americana para mais de 18 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de euros).

“O capital agora levantado irá impulsionar o desenvolvimento de uma IA mais robusta e precisa, em especial para o mercado da segurança e compliance, bem como expandir as operações nos Estados Unidos e no mercado internacional”, informa comunicado.

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Empresa de Oliveira de Frades investe 10 milhões de euros em tecnologia para habitação

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

A Toscca, empresa de Oliveira de Frades, vai investir cerca de 10 milhões de euros para fabricar uma tecnologia a usar na construção de edifícios de madeira com vários pisos.

O fundador e presidente executivo (CEO) da Toscca, Pedro Pinhão, disse à agência Lusa que vai investir cerca de 10 milhões de euros para fabricar uma tecnologia a usar na construção de habitação em madeira.

“É um projeto a concretizar no biénio 2025/26. O objetivo é a comercialização de CLT, porque, neste momento, está a ser importado e, por isso, estamos a estudar um projeto para produzir CLT em Portugal”, anunciou em entrevista à agência Lusa Pedro Pinhão, que fundou a Toscca em 1994 em Oliveira de Frades, distrito de Viseu.

Segundo esclareceu o CEO, “a CLT não é mais do que umas lajes de madeira, é ‘Cross Laminated Timber'” (madeira laminada cruzada, tradução livre), que permite a construção de madeira em andares e a pré-fabricação de habitação em fábrica.

Trata-se da construção em altura, “onde a madeira não entrava e agora graças a uma tecnologia recente, já entra. A chamada CLT que já está a ser largamente utilizada pela Europa fora e nos Estados Unidos da América e nós já usámos cá, mas importada”, disse.

A Toscca aplicou a CLT na “construção de duas salas de aulas para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que foram feitas muito rapidamente” e há outros projetos que a empresa está “a disputar” para realizar no setor industrial em Portugal.

“Este investimento no CLT é de 10 milhões de euros e é sofrível, ou seja, não é uma fábrica ultra, ultra, porque para ser teríamos de triplicar o valor. Mas este é um investimento pensado, porque de outra forma também não há escala nem dimensão”, reconheceu.

A CLT, para além da construção em altura, é também utilizada na unifamiliar, um mercado em que a Toscca está a “explorar muito, o nicho da habitação, uma área com um grande potencial de crescimento”.

“E aqui há duas formas. A chamada chave na mão ou através de kits, em que as pessoas podem fazer elas próprias, pelo menos, a estrutura da casa pode ser feita pelo proprietário, reduzindo o custo de mão-de-obra que encarece muito a habitação”, disse.

No seu entender, ou se “arranjam soluções para os custos de habitação, ou o comum dos mortais, muito proximamente, não consegue viver numa casa corrente, a não ser que seja lá no interior recôndito, porque os preços sobem cada vez mais”.

“Se pré-fabricar com engenharia, a CLT, consigo entregar ao cliente elementos pré montados que, ele próprio pode no seu local fazer instalação e, com isso, baixar o custo e pode ser uma solução para este problema que está a inviabilizar a maior parte das pessoas de comprar casa”, defendeu.

A madeira “é claramente mais sustentável, confortável e uma excelente oportunidade de construir com material sustentável, com consumo baixo de energia na sua manufatura e ainda com um contributo brutal para a retenção de dióxido de carbono”.

“A madeira tem tudo para ser o material das próximas décadas”, apontou Pedro Pinhão que disse ter arrancado esta semana com um novo projeto: “a Aldeia da Marinha, que são várias casas para a Marinha Portuguesa, na Base Naval de Alfeite”, em Almada, distrito de Setúbal.

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EUA repudiam mandados de captura do TPI para Netanyahu e Gallant

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

Washington adianta ainda que está a coordenar com os seus aliados, entre os quais Israel, os "próximos passos" a dar. Já Netanyahu classificou o TPI de "antissemita".

Os Estados Unidos repudiaram esta quinta-feira a decisão do Tribunal Penal Internacional de emitir mandados de prisão para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade em Gaza.

“Os Estados Unidos (EUA) rejeitam fundamentalmente a decisão do tribunal de emitir mandados de prisão para altos funcionários israelitas”, declarou um porta-voz da Casa Branca (presidência), explicando que Washington está a coordenar com os seus aliados, entre os quais Israel, os “próximos passos” a dar.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu esta quinta-feira a detenção e entrega de Netanyahu e Gallant por crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos territórios palestinianos, incluindo a utilização da fome como arma de guerra na Faixa de Gaza, apesar das tentativas de Israel para contestar a sua jurisdição e travar o processo.

Também o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou rejeitar com “repugnância as ações absurdas e falsas” depois de o Tribunal Penal Internacional (TPI) ter emitido contra si um mandado de captura por crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Citado numa declaração divulgada pelo seu gabinete, o líder do executivo israelita classificou a decisão da instância internacional como “antissemita”, sustentando que “não há nada mais justo do que a guerra que Israel trava em Gaza”.

O TPI emitiu ainda mandados de captura contra o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif (presumivelmente morto num ataque israelita no verão), e contra o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, que considerou a decisão como um “precedente perigoso contra o direito de Israel à autodefesa e à guerra moral”.

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