Harvard recusa exigências da Administração Trump e perde financiamento de 2,2 mil milhões

  • Lusa
  • 15 Abril 2025

A Administração Trump congelou 2,2 mil milhões de dólares (1,94 mil milhões de euros) de subsídios plurianuais a Harvard por esta recusar a aceitar uma lista de exigências do Governo.

A Administração Trump cumpriu a ameaça de retirar o financiamento federal à Universidade de Harvard esta segunda-feira, horas após a mais antiga e rica universidade norte-americana se recusar a aceitar uma lista de exigências do Governo.

A Administração congelou 2,2 mil milhões de dólares (1,94 mil milhões de euros) de subsídios plurianuais a Harvard, de acordo com um grupo de trabalho conjunto para combater o antissemitismo, na sequência de uma mensagem do presidente da escola, Alan Garber, em que garantia que não iria “renunciar à sua independência ou aos seus direitos constitucionais”.

A declaração de Harvard “reforça a preocupante mentalidade de direito que é endémica nas universidades e faculdades mais prestigiadas da nossa nação — que o investimento federal não vem com a responsabilidade de defender as leis dos direitos civis”, escreveu o grupo de trabalho do Departamento de Educação na segunda-feira.

A Administração Trump disse no mês passado que estava a examinar até nove mil milhões de dólares (7,94 mil milhões de euros) em subsídios e contratos federais para Harvard como parte dos seus esforços para combater o antissemitismo nos campus universitários dos Estados Unidos.

A escola emergiu como um dos principais alvos da Casa Branca enquanto a Administração procurava obter compromissos semelhantes nas principais faculdades do país, que foram agitadas por protestos estudantis pró-palestinos após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e a resposta retaliatória do Estado judeu em Gaza.

Harvard já havia sinalizado anteriormente que trabalharia para combater o antissemitismo no seu campus e tomou medidas para restringir os procedimentos disciplinares e remover alguns professores, mas Garber deixou claro que as novas exigências do Governo eram inaceitáveis.

O presidente da prestigiada universidade revelou no sítio Web da instituição que a Administração tinha exigido, na sexta-feira, condições alargadas, que ultrapassavam os exigências anteriores em troca da manutenção do financiamento federal.

Estas novas condições incluíam a reforma da governação da instituição, o fim dos programas de diversidade, equidade e inclusão, alterações às admissões e contratações e a redução do “poder” de certos estudantes, professores e administradores devido às respetivas opiniões ideológicas.

“Isto torna claro que a intenção não é trabalhar connosco para combater o antissemitismo de uma forma cooperativa e construtiva”, escreveu Garber.

“Embora algumas das exigências delineadas pelo Governo tenham como objetivo combater o antissemitismo, a maioria representa uma regulamentação governamental direta das ‘condições intelectuais’ em Harvard”, acrescentou.

Em fevereiro, a Administração Trump criou uma task force com a inclusão de várias agências para “erradicar o antissemitismo” e anunciou que iria visitar dez campus universitários que registaram incidentes de antissemitismo, incluindo Harvard e Columbia.

As exigências feitas a Harvard foram mais severas do que as colocadas à Universidade de Columbia. Depois de anunciar o congelamento de 400 milhões de dólares em financiamento federal à universidade, Columbia concordou em proibir o uso do véu, expandir os poderes da polícia no campus e nomear um vice-reitor sénior para supervisionar o departamento de Estudos do Médio Oriente, do Sul da Ásia e de África.

“Nem Harvard nem qualquer outra universidade privada pode permitir-se ser controlada pelo Governo federal”, escreveram os advogados da escola — Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e King & Spalding — numa carta enviada na segunda-feira às agências norte-americanas do grupo de trablaho, incluindo o Departamento de Educação.

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Inteligência artificial está a “tornar-se uma extensão de todos nós”

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  • 15 Abril 2025

Trabalhadores e empresas podem beneficiar do potencial trazido por estas tecnologias, mas é preciso saber ultrapassar os desafios e conhecer os riscos. Este foi o tema do encontro da CGI em Lisboa.

A Inteligência Artificial (IA) já não é uma visão futurista, mas uma realidade com impacto palpável nos processos, na produtividade, na competitividade e na sustentabilidade das empresas. Foi esse o ponto de partida do evento “From AI to ROI”, promovido em Lisboa pela consultora CGI, que reuniu líderes empresariais e especialistas para discutir como transformar potencial tecnológico em valor real.

Pedro Machado, Vice-President Consulting Services da CGI, acredita que “a IA está a mudar do domínio experimental para algo essencial às organizações”, ainda que a integração desta tecnologia continua a enfrentar desafios estruturais. Desde a escassez de dados de qualidade até às dificuldades de integração com sistemas legados, passando pela mudança cultural nas empresas, as preocupações associadas aos possíveis impactos de carácter ético e regulatório, tanto na obtenção dos dados como nos outputs produzidos, enumera. “O maior desafio não é se podemos utilizar IA, mas se temos a estratégia, a cultura e a infraestrutura para a utilizar de forma responsável e eficaz”, assinala.

“No futuro, vamos ter agentes a operar lado a lado no nosso dia a dia”, perspetiva Pedro Machado, referindo-se aos ‘agentic AI’ – agentes baseados em IA capazes de agir de forma autónoma para atingir objetivos definidos, num ecossistema humano-IA. Estes agentes podem, por exemplo, responder a e-mails, organizar agendas e tomar decisões, ao contrário dos sistemas tradicionais que respondem a comandos específicos. “Têm a capacidade de raciocinar no sentido de serem capazes de interpretar inputs e criar outputs, de fazer planeamento autónomo, de aprender e adaptar-se, bem como de atuar e usar ferramentas. É esta capacidade de atuarem num cenário não determinístico que os diferencia dos atuais paradigmas mais focados em tarefas”, explica.

A Inteligência Artificial (IA) já não é uma visão futurista, mas uma realidade com impacto palpável nos processos, na produtividade, na competitividade e na sustentabilidade das empresas

A CGI criou uma framework “para que tudo funcione de forma mais determinística” e usa a figura de ‘guardian agents’ – ou seja, agentes de IA supervisora que monitorizam e atuam sobre o ecossistema humano-IA para “garantir que os agentes operam dentro dos limites para os quais foram criados.

A transformação é profunda e vai além da automação, considera o Senior VP e Business Unit Leader da CGI em Portugal, Carlos Lourenço. “Estamos a passar de uma era de ferramentas autónomas para sistemas inteligentes e verdadeiramente integrados”, explica. Esta evolução justifica o investimento de mil milhões de dólares que a consultora anunciou em 2023 para expandir os serviços e soluções de IA.

Um dos principais focos é a “expansão” da plataforma PulseAI, que combina hiperautomação, IA conversacional e capacidade de decisão para “ajudar os clientes a desbloquear o valor dos dados empresariais e dos processos empresariais”. Atualmente, revela o responsável, o serviço “já integra mais de 35 modelos de IA pré-treinados com mais de 90% de precisão”.

A IA também está a emergir como um aliado estratégico na área da sustentabilidade, em particular pela capacidade de transformar relatórios fragmentados em dados úteis, em tempo real, para antecipar riscos e otimizar decisões. Para o efeito, a consultora aplica a sua metodologia “Responsible Use of AI” para ajudar os clientes a conceber e a implementar soluções de IA de uma forma responsável e ética, refere o gestor. Pedro Machado confirma: “A IA é um poderoso aliado da sustentabilidade porque ajuda as organizações a disponibilizar indicadores de sustentabilidade de forma mais eficaz, transparente e auditável”.

“A IA está a evoluir para além da automação e a tornar-se uma extensão de todos nós – não apenas a substituir tarefas, mas a amplificar a forma como raciocinamos e a melhorar como trabalhamos e criamos”, acrescenta Pedro Machado. No futuro, “será mais sobre sistemas inteligentes e verdadeiramente integrados que apoiam a tomada de decisões em tempo real, a inovação e as experiências personalizadas”, conclui.

Caminhar para “um mundo melhor”

Numa apresentação sobre os impactos da IA, Paulo Novais, professor catedrático e investigador no Centro Algoritmi, na Universidade do Minho, refletiu sobre as transformações que a tecnologia está a provocar na sociedade. “A nossa vida mudou radicalmente”, afirmou, sublinhando que, tal como já percebemos que não somos os animais que melhor ouvem, começa agora a consolidar-se a ideia de que também não somos os que melhor raciocinam.

O especialista destacou que estamos a assistir a uma transição entre sistemas de IA baseados em regras fixas para modelos orientados por dados, capazes de aprender e tomar decisões complexas de forma autónoma. “Pela primeira vez temos máquinas que aprendem a uma velocidade impressionante”, referiu. Esta mudança é aquilo a que chama “cognição reforçada”, com ferramentas que aumentam as capacidades humanas, do diagnóstico médico à eficiência industrial.

Durante a apresentação, o professor abordou também os riscos e desafios trazidos pela tecnologia, desde a criação de bolhas de opinião à utilização excessiva de sistemas por pessoas sem a formação adequada. E considera que o uso consciente e crítico das novas ferramentas é essencial.

Apesar das mudanças no trabalho e das dúvidas sobre a eficácia do reskilling, o professor mantém uma visão otimista sobre o futuro da IA e da sua convivência com os trabalhadores de carne e osso. “Estamos a viver um confronto entre o mundo velho e o mundo novo. Mas continuo convicto de que estamos a criar um mundo melhor”. Um futuro que, defende, será mais criativo, mais produtivo e com acesso mais democrático ao conhecimento.

O evento promovido pela CGI para mergulhar no potencial da IA contou ainda com um debate, que contou com a participação de Catarina Ceitil, CIO da Galp, Ricardo Leitão Gonçalves, diretor do Centro de Advanced Analytics da Fidelidade, e Pedro Machado, VP Consulting Services da CGI.

Tanto a petrolífera quanto a seguradora têm vindo a apostar no desenvolvimento de ferramentas de IA ao longo dos últimos anos e acreditam no seu potencial transformador. “Conseguimos passar de uma resolução de sinistro em 24 horas para cerca de cinco minutos”, partilhou Ricardo Leitão Gonçalves. Já a CIO da Galp lembrou as poupanças alcançadas com sistemas de manutenção preditiva em ambiente industrial. “Um dia de uma refinaria parada custa alguns milhões. Bem utilizada, a IA pode trazer ganhos reais”, afiançou.

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Hoje nas notícias: exportações, E-Redes e Novobanco

  • ECO
  • 15 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Das exportações para os EUA, há 2.365 milhões de euros que, neste momento, estão a salvo das tarifas de 10%. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) alerta que o plano de investimentos da E-Redes, para o período de 2026 a 2030, vai agravar o preço da luz. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

44% das exportações de Portugal para os EUA escapam às novas tarifas

No ano passado, Portugal exportou bens no valor de 5.318 milhões de euros para os EUA. Desse total, 2.365 milhões (cerca de 44,5%) estão livres das tarifas de 10% aplicadas por Donald Trump, segundo os dados da Aicep. Entre os bens que escapam (pelo menos para já) às taxas alfandegárias estão, por exemplo, os medicamentos, que em 2024 atingiram os 1.167 milhões de euros para o mercado norte-americano, e os produtos petrolíferos da Galp, no valor de 1.030 milhões de euros. Se se tiver em conta o universo empresarial, das 4.255 empresas portuguesas que exportaram para os EUA no ano passado, 15% estavam dependentes a 100% deste mercado nas suas vendas para o exterior.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

ERSE alerta que investimentos da E-Redes vão agravar preço da luz

No final de 2024, a E-Redes, empresa do universo EDP e operador da rede nacional de distribuição de eletricidade, apresentou uma proposta de novo Plano de Desenvolvimento e Investimento para o período entre 2026 e 2030, com um valor 50% acima daquele que está atualmente em vigor. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) avaliou o documento e considerou uma proposta “adequada” tendo em conta o investimento total de mais de 1,6 mil milhões de euros. Pelas contas da ERSE, o investimento médio anual nos próximos cinco anos será 62% superior ao do período entre 2021 e 2025 e estará 89% acima da média da década 2016-2025, o que irá provocar “um aumento dos proveitos permitidos [à E-Redes] a recuperar pela tarifa de uso da rede distribuição”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Contas do Novobanco de 2024 ignoram ação de 150 milhões do Haitong

O Haitong Group, um dos maiores bancos de investimento chineses, acusa o Novobanco de lhe ter vendido ‘gato por lebre’ quando adquiriu o antigo Banco Espírito Santo Investimento (BESI), por 379 milhões de euros, em 2014. O grupo chinês diz ter encontrado, nos documentos da venda, provas de que várias empresas clientes do BESI estavam em situação precária em outubro de 2014 e foram refinanciadas em dezembro, poucos dias antes da compra. Por isso instaurou um processo milionário. No entanto, o Novobanco, que está a falar com investidores para entrar em bolsa, não constituiu provisão para o mesmo, por entender que não há risco de perder.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Montenegro omite contas bancárias com 92.706 e 65.511 euros

Nas declarações de rendimentos que entregou ao Tribunal Constitucional como presidente da Comissão Política do PSD em setembro de 2022 e agosto de 2023, Luís Montenegro omitiu três contas bancárias à ordem. Em ambas as vezes, o somatório dos saldos das contas à ordem era superior a 50 vezes o salário mínimo nacional, pelo que, segundo a legislação em vigor, o atual primeiro-ministro tinha de declarar as contas ao Tribunal Constitucional. Nessas contas à ordem estavam depositados, em 2023, 92.706 euros (mais do dobro de 50 salários mínimos nesse ano), e, em 2022, 65.511 euros, quase o dobro de 50 salários mínimos nesse ano.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

“Se o PSD ficar em segundo com maioria de direita, tem de assumir as responsabilidades”, diz Miguel Relvas

Apesar do “não é não”, Miguel Relvas considera que Luís Montenegro “tem de saber adaptar-se às circunstâncias” e se a Aliança Democrática (AD) ficar em segundo lugar nas legislativas, com maioria de direita, deve formar Governo com o apoio do Chega. Nesse cenário, “o PSD tem de assumir as suas responsabilidades”, sublinha o antigo dirigente social-democrata, que rejeita “entregar [o poder] a uma esquerda folclórica”. O ex-ministro do Governo de Passos Coelho defende um acordo de incidência parlamentar, pois “o PSD tem de saber que não governa à direita neste momento sem o apoio da IL e sem o apoio parlamentar do Chega”.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado)

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Catarina Sikiniotis: “Vivemos numa sociedade que se desenvolve a um ritmo desenfreado e é preciso parar e fazer um reset”

  • ECO
  • 15 Abril 2025

O exercício físico, a nutrição e o bem-estar foram os temas centrais do último episódio do podcast Wellbeing, com Ana Gomes, Catarina Sikiniotis e Carlos Dias da Silva a partilharem as suas rotinas.

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No mais recente episódio do podcast Wellbeing do Holmes Place, a health coach Ana Gomes, a advogada e produtora de conteúdos Catarina Sikiniotis e o apresentador de televisão Carlos Dias da Silva partilharam as suas perspetivas sobre o equilíbrio entre exercício físico, bem-estar, nutrição e vida pessoal.

Ana Gomes, health coach, destacou a importância de encontrar uma abordagem individual para hábitos saudáveis, reforçando que não existe uma receita universal para o bem-estar. “Os pilares da saúde mental, da atividade física e da nutrição fazem parte do meu dia a dia, tanto a nível pessoal como profissional.” Para a health coach, o exercício físico é inegociável: “Treino diariamente às 07h00, é um compromisso comigo mesma. E recentemente comecei a praticar jiu-jitsu.” Além disso, sublinhou que a nutrição vai além da comida: “É também a nutrição dos pensamentos e daquilo que escolhemos para a nossa vida.”

"Se eu estiver três, quatro dias sem ir ao ginásio, sinto logo diferença. Mexe com o meu trabalho, com a relação com as pessoas”

Carlos Dias da Silva, apresentador de televisão

Catarina Sikiniotis, advogada e produtora de conteúdos, trouxe a reflexão sobre a exigência crescente no mundo do trabalho e o impacto na saúde mental. “Acho que vivemos numa sociedade que se desenvolve a um ritmo desenfreado e é preciso parar e fazer um reset”, explica. Para lidar com essa pressão, aposta na prática de exercício físico e no mindfulness: “o estar aqui e agora, respirar e absorver tudo o que estamos a presenciar neste preciso momento e sem pensar no depois, no amanhã”.

Carlos Dias da Silva, apresentador de televisão, reforçou o impacto direto do treino na sua vida pessoal e profissional. “Se eu estiver três, quatro dias sem ir ao ginásio, sinto logo diferença. Mexe com o meu trabalho, com a relação com as pessoas.” Treina no Holmes Place há 25 anos e, aos 60 anos, continua a priorizar o bem-estar: “Se faço uma hora de rampa, durmo oito horas seguidas sem interrupção.”

Assista à conversa completa por aqui:

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O dia em direto nos mercados e na economia – 15 de abril

  • ECO
  • 15 Abril 2025

Ao longo desta terça-feira, 15 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 15 Abril 2025

Entra hoje em vigor a "via verde" da imigração e é lançado o novo concurso para a construção da nova Linha Violeta. Pedro Nuno Santos e André Ventura enfrentam-se em debate para as legislativas.

No mesmo dia em que entra em vigor a “via verde” da imigração, é também lançado um novo concurso para a construção da Linha Violeta do metro de Lisboa. Os acionistas da REN reúnem-se em assembleia geral e o Eurostat mostra como evoluiu a produção industrial em fevereiro. Na continuação dos debates televisivos para as legislativas, Pedro Nuno Santos (PS) debate com André Ventura (Chega) e Rui Rocha (Iniciativa Liberal) enfrenta Inês de Sousa Real (PAN).

“Via verde” da imigração chega hoje ao terreno

Entra esta terça-feira em vigor o protocolo de cooperação para a migração laboral regulada, conhecido como “via verde” para a contratação de imigrantes por empresas portugueses. As cinco confederações empresariais que assinaram o protocolo podem assim fazer, a partir desta terça-feira, os pedidos de agendamento para a atribuição mais célere de vistos aos trabalhadores recrutados lá fora.

Como vai a produção industrial?

O Eurostat vai divulgar dados relacionados com a produção industrial, relativos ao mês de fevereiro. A indústria europeia está a enfrentar um período de enorme contração, com Portugal a destacar-se entre os países mais afetados. Só nos últimos cinco anos, a produção industrial em Portugal registou uma contração anual de 1,4%, face a uma queda anual de 0,5% da Zona Euro e de uma estagnação da União Europeia. O Gabinete de Estatísticas da União Europeia lança ainda dados sobre os pedidos de asilo, de janeiro.

Assembleia geral de acionistas da REN

Os acionistas da REN reúnem-se hoje em assembleia geral. Da ordem de trabalhos consta a aprovação dos documentos de prestação de contas consolidadas e individuais referentes ao ano passado, deliberar sobre a proposta de aplicação dos resultados do exercício de 2024 ou deliberar sobre a concessão de autorização ao conselho de administração para a aquisição e alienação de ações próprias pela REN e sociedades dependentes da REN.

Lançamento de novo concurso para a construção da Linha Violeta

O Metropolitano de Lisboa lança esta terça-feira o concurso para a construção do metro ligeiro de superfície Odivelas-Loures, também designado por Linha Violeta, numa sessão que conta com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz. Em março, o Governo aumentou o valor base para a construção em 150 milhões de euros para um total de 527 milhões e autorizou ainda a extensão do prazo de conclusão para 2029.

Continuam os debates entre partidos

Prosseguem os debates televisivos que vão colocar frente a frente os candidatos às eleições legislativas de 18 de maio e que vão já na segunda semana. Esta terça-feira, Pedro Nuno Santos (PS) debate com André Ventura (Chega) às 21h na TVI. Depois, às 22h, Rui Rocha (Iniciativa Liberal) enfrenta Inês de Sousa Real (PAN), na SIC Notícias.

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Startup Leiria abre ‘Tear’ de incubação em Alcanena em maio

O Tear Alcanena inaugura a 28 de maio. Seguir-se-ão espaços em Alcobaça e Porto Mós. Startup Leiria já acolhe 160 startups, criadoras de 1.000 postos de trabalho.

A Startup Leiria vai expandir o seu espaço de incubação a Alcanena com a abertura no final de maio do Tear e, mais tarde, a Alcobaça e Porto Mós, adianta Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria, ao ECO.

O Tear inaugura a 28 de maio. “Nasce de uma visão compartilhada entre o Município de Alcanena e a Startup Leiria. O início deste projeto começou a 14 de novembro de 2024, durante a Web Summit, com a assinatura do Protocolo de Colaboração que marcou o início desta parceria”, adianta Vítor Ferreira.

O Tear Alcanena foi concebido para criar e ativar uma Incubadora em Alcanena, desenvolver programas de aceleração e bootcamps; organizar eventos para atrair investimento e fomentar inovação; preparar e submeter candidaturas aos vales de incubadoras; captar oportunidades de financiamento, elenca o responsável da Startup Leiria.

Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria.

A incubadora tem capacidade para acolher cerca de 20 startups. “Não é temático. Mas vamos centrar em torno de alguns eixos. No fundo, tecnologia e conhecimento associado a alavancar setores como logística, economia circular ligada à indústria do couro e agroalimentar, agritech e i4.0, turismo, indústrias criativas ligadas ao polo de Minde, desporto e saúde, com foco em Rio Maior”, descreve Vítor Ferreira.

Outros locais estão igualmente na mira. “Vamos estar em Alcobaça a partir de maio [em parceria com a autarquia] e vamos ser parceiros da dinamização do espaço Real Factory Porto de Mós – Creative Hub, com o Município de Porto de Mós”, adianta.

Incubadora já acolhe 160 startups

Considerada um dos 150 hubs mais inovadores da Europa na última edição do “Europe’s Leading Start-up Hubs”, do Financial Times, o sexto em Portugal, a Startup Leiria já acolhe 160 startups, que representam mais de 1.000 postos de trabalho e 56 milhões de volume de negócios. “Temos mais de 30% de startups internacionais — do Brasil, Rússia, EUA, Alemanha, Inglaterra, Ucrânia, Suíça, Paquistão, Índia”, adianta.

Um esforço de atração de empresas que passou também por um programa de softlanding. “Desenvolvemos uma série de workshops onde foram capacitados mais de 15 migrantes nas áreas de orientação ao mercado de trabalho e introdução ao empreendedorismo. Este ciclo serviu como piloto para o aperfeiçoamento do nosso apoio prestado a pessoas que vem de outros países e que querem desenvolver o seu projeto no ecossistema de Leiria. Por outro lado, criámos um curso de capacitação de cultura europeia que vamos agora testar com o Sebrae da Bahia“, sintetiza diretor-geral da Startup Leiria quando questionado sobre os resultados do programa.

“Estamos a assistir a um aumento dos ‘expats‘, e mais startups à procura da Europa como porto seguro”, diz quando inquirido se o atual momento económico da relação com os Estados Unidos estava a ter impacto na atividade da incubadora ou das suas incubadas.

“Os fundos nacionais continuam com as suas obrigações de investimento, ligadas ao SIFIDE e Banco de Fomento, mas estamos a ver mais interesse de fundos internacionais. A única coisa que temos visto, é já nas rondas mais elevadas (B/C) menos apetite de formar uma ronda nos EUA”, diz.

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ISEP e Valongo têm 120 mil euros para travar ciberataques municipais

Em 2026 a Câmara de Valongo terá uma nova ferramenta com IA para travar ciberataques, no âmbito de uma parceria com o ISEP. Projeto custa 120 mil euros.

José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Valongo

O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) está a desenvolver uma ferramenta, baseada em Inteligência Artificial (IA), para prevenir e detetar ataques informáticos na Câmara Municipal de Valongo a partir de janeiro de 2026, e que poderá depois ser replicada a nível nacional. Este projeto, designado de “PC2phish”, é financiado em 120 mil euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Desde fevereiro deste ano que as equipas do Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) do ISEP e do município de Valongo estão a trabalhar em vários modelos de IA, baseados em Large Language Models.

Estão a ser desenvolver uma ferramenta robusta e escalável – que pode depois ser replicada noutras instituições –, baseada em inteligência artificial para deteção de ataques de phishing e malware“, começa por explanar o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, que desde a primeira hora aceitou o desafio para o município ser parceiro neste projeto.

“Fomos desafiados pelo ISEP a participar neste importante projeto que pode ajudar a criar soluções tecnológicas muito eficazes para detetar ataques informáticos e, por consequência, haver uma maior segurança digital e proteção da informação crítica“, detalha o autarca. Até porque, destaca, “as organizações sofrem prejuízos enormes quando são alvo de ataques informáticos”.

Estão a desenvolver uma ferramenta robusta e escalável, baseada em inteligência artificial, para deteção de ataques de phishing e malware.

José Manuel Ribeiro

Presidente da Câmara Municipal de Valongo

A segurança digital é uma prioridade para a Câmara Municipal de Valongo que, até à data, nunca sofreu um ciberataque. “Fazemos o possível e impossível para nos defendermos. Somos uma câmara que investe muito em cibersegurança“, nota José Manuel Ribeiro que acredita que, “havendo sucesso [na execução da nova solução tecnológica no município que preside], o projeto pode depois ser replicado” noutras instituições do país.

A professora Isabel Praça, responsável pelo projeto no ISEP, também acredita que há potencial para, numa fase posterior, ser alargado a outras entidades por forma a protegerem os seus dados dos ataques informáticos.

Por enquanto, os investigadores do Instituto Superior estão a “utilizar algoritmos de inteligência artificial para desenvolverem aquilo que será a solução PC2phish, que será o resultado final do projeto. Na prática, é um sistema que será instalado nos computadores” do município nortenho até janeiro de 2026.

Isabel Praça, professora do ISEP e responsável pelo projeto “PC2phish”14 abril, 2025

Isabel Praça adverte para o facto de “os ataques de phishing e malware serem perigosos e cada vez mais sofisticados. Por isso, é essencial disponibilizar ferramentas, como o PC2phish, que ajudam a detetá-los e evitá-los, especialmente em ambientes como a Administração Pública, onde a segurança da informação é crítica”.

A par da implementação desta solução tecnológica, o projeto tem uma componente de sensibilização e consciencialização sobre as ameaças cibernéticas de modo a que “as pessoas não se deixem enganar quando pensam que estão estão a interagir com algo que lhes é familiar e de confiança”.

Os ataques de phishing e malware são perigosos e cada vez mais sofisticados. Por isso, é essencial disponibilizar ferramentas como o PC2phish que ajudam a detetá-los e evitá-los, especialmente em ambientes como a Administração Pública, onde a segurança da informação é crítica.

Isabel Praça

Responsável pelo projeto e professora no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)

“O phishing é um dos principais problemas, a nível de cibersegurança, que afeta muitas autarquias. É um tipo de ataque de engenharia social em que a pessoa é enganada achando que está a interagir com alguém que faz parte dos seus contactos”, descreve Isabel Praça.

É um tipo de ataque em que o cibercriminoso utiliza técnicas para captar informação sensível de uma vítima através de email. Tenta enganar a pessoa que recebe o email de modo a que disponibilize informação confidencial, clicando em links ou anexos, por exemplo.

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📹 Que despesas posso abater ao IRS? Veja quais os limites

Os encargos gerais, com filhos, faturas de saúde, educação, rendas ou passes de transporte são dedutíveis no IRS, permitindo assim uma redução do imposto, mas têm tetos máximos, explica Luís Leon.

Encargos gerais e familiares, deduções por dependente, faturas de saúde, educação, rendas, passes de transporte, despesas com planos de poupança reforma (PPR) ou donativos podem abater no IRS, permitindo assim uma redução do imposto ou um reembolso maior, mas têm tetos máximos, como explica ao ECO o fiscalista Luís Leon, sócio-fundador da Ilya.

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Há duas categorias de despesas que é preciso ter em conta relativamente aos limites que são dedutíveis. Os encargos gerais e familiares têm um teto de 250 euros, que pode ser majorado para 335 euros, no caso de famílias monoparentais, e as deduções por dependente podem variar entre 600 e 900 euros ou 1.273,15 euros, se o filho tiver um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, como é possível consultar no portal das Finanças.

“Estas despesas que decorrem de existirmos como pessoa, não têm limites totais agregados, têm só o limite por cada dedução”, sublinha Luís Leon. Ou seja, não concorrem para o teto global entre 1.000 e 2.500 euros dos outros tipos de encargos com saúde, educação, passes de transporte, habitação, sejam rendas ou juros de crédito à habitação, para contratos anteriores a 31 de dezembro de 2011.

Cada uma dessas despesas tem também um limite, mas, no final, todos os encargos não podem exceder um valor entre 1.000 ou 2.500 euros, segundo uma fórmula, prevista no Código do IRS, que estabelece uma relação entre o nível de rendimento e o montante da dedução. Quanto maior for o rendimento coletável, menor é esse teto. Por exemplo, quem “ganhe um salário bruto mensal de cerca de 8.000 euros brutos por mês” só poderá abater ao IRS até 1.000 euros, mesmo a que soma de todas as deduções seja maior, segundo Luís Leon. Ordenados inferiores, terão direito um benefício maior, até aos 2.500 euros.

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Governo envia a Bruxelas progressos sobre o plano de médio prazo a 28 de abril. Defesa pode levar a ajustamentos

Documento avança com a informação sobre execução orçamental com a trajetória de despesa pública líquida, bem como a execução de medidas de política pública de reforma e investimento.

O Ministério das Finanças prevê remeter à Comissão Europeia o relatório anual de progressos do Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo a 28 de abril, estando atualmente a atualizar os pressupostos subjacentes a este ano. Embora se comprometa com excedentes orçamentais e descarte défices, o Terreiro do Paço admite que o cenário orçamental do documento pode ser revisto caso a previsão de despesa em defesa seja ajustada.

O plano orçamental estrutural nacional de médio prazo (POENMP) substituiu, no âmbito das novas regras europeias, o Programa Nacional de Reformas (PNR) e o Programa de Estabilidade (PE), tendo sido remetido pelo Governo português à Comissão Europeia em outubro e aprovado pelo Conselho da União Europeia em janeiro.

Após o envio do primeiro documento para o período de 2024-2028, o plano é substituído durante quatro anos por um relatório anual de progresso, até à elaboração de um novo plano, devendo ser submetido até dia 30 de abril de cada ano. É esse relatório que a equipa tutelada pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, está a preparar.

“As últimas projeções do Ministério das Finanças para o horizonte 2026-2028 foram apresentadas no âmbito do Plano Orçamental-Estrutural Nacional de Médio Prazo, sendo de referir que a composição respeitante ao ano de 2025 se encontra atualmente em atualização, a ser finalizada até à entrega do Relatório Anual de Progresso a 28 de abril de 2025“, adianta o Ministério das Finanças numa resposta remetida ao grupo parlamentar do CDS-PP.

Os centristas questionaram o Governo sobre se considerava a hipótese colocada pelo Banco de Portugal, em dezembro, de um agravamento do saldo orçamental em três mil milhões de euros em 2026 e 2027, com um défice de 1% do PIB no próximo ano. Uma hipótese diversas vezes negada pelo Ministério das Finanças e assegurada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que na sexta-feira passada assegurou que o partido manterá excedentes orçamentais ao longo da legislatura.

No programa eleitoral às legislativas de maio, a AD – Coligação PSD/CDS prevê um excedente de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, caindo para 0,1% em 2026, sobretudo devido ao impacto dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Para 2027 espera um saldo positivo de 0,3%, para 2028 de 0,2% e para 2029 de 0,3%.

No plano orçamental de médio prazo, as Finanças apontavam para um excedente de 1,1% em 2027 e de 1,3% em 2028, contudo, baseado num cenário de políticas invariantes. Aos centristas, o Ministério tutelado por Miranda Sarmento garante que “não antecipa o agravamento estimado do Banco de Portugal, nem o registo de défices orçamentais no período em análise”.

No entanto, admite que “o atual cenário poderá vir a ser alvo de alterações caso a previsão de gastos com defesa até 2028 seja ajustada em função de eventuais novos compromissos no âmbito europeu ou internacional“.

O primeiro-ministro anunciou a semana passada que o Governo vai “antecipar a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de investimento em Defesa, que estava previsto até 2029″. A intenção do Executivo ocorre numa altura em que Bruxelas apelou aos Estados-membros a um aumento do investimento em defesa em 1,5% do PIB e propôs uma flexibilização das regras orçamentais, decorrendo as negociações sobre o tema.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP), cujo cenário base é mais pessimista do que o das Finanças, estimou que se o país seguisse o compromisso previsto com a NATO de investimento de 2% em quatro anos, o saldo iria deteriorar-se, com o défice a chegar a 0,9% do PIB em 2027 e 1,2% em 2029.

No entanto, para a avaliação de Bruxelas o indicador central é a despesa líquida. A instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral alertou que a meta acordada com a Comissão Europeia para o crescimento médio pode estar em risco. O CFP projeta, com base na informação atualmente disponível, que a despesa líquida avance 4,4% na média dos quatro anos, ultrapassando os 3,6% com os quais Portugal se comprometeu.

Este indicador inclui a despesa líquida de encargos com juros, medidas discricionárias em matéria de receitas, despesas relativas a prestações de desemprego, medidas pontuais e outras medidas temporárias, despesas relativas aos programas da União inteiramente cobertas por receitas de fundos da União e despesas nacionais relativas ao cofinanciamento de programas financiados pela União.

O relatório remetido a Bruxelas servirá para que Bruxelas avalie os progressos registados por Portugal, sendo as conclusões publicada sob a forma de recomendações específicas ao país. O relatório irá conter informação sobre a evolução dos dados da execução orçamental com a trajetória de despesa líquida, bem como a execução de medidas de política de reforma e investimento abrangidas pelo Semestre Europeu.

Quando em novembro deu ‘luz verde’ ao plano de médio prazo português, o executivo comunitário considerou que o documento estava na globalidade em linha com as suas recomendações, mas alertou para riscos. “Existem riscos para a implementação da estratégia orçamental indicativa do plano, que decorrem de riscos associados ao aumento das pressões sobre as despesas salários públicos e transferências sociais”, advertiu.

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Bastonária quer adiar atualização de honorários dos advogados oficiosos

A ainda bastonária quer adiar a nova tabela dos honorários dos advogados oficiosos "com vista a evitar a realização de alterações das plataformas sejam revogadas pelos novos decisores".

A ainda bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Pinheiro, quer adiar a entrada em vigor da nova tabela dos honorários dos advogados oficiosos (pagos pelo Estado). “Com vista a evitar a realização de alterações das plataformas que venham depois a ser revogadas por parte dos novos decisores (o senhor bastonário eleito, a título de exemplo até já afirmou publicamente que pretende renegociar a tabela que foi aprovada com o Governo), informamos que enviámos uma carta à senhora Ministra da Justiça, sugerindo que os trabalhos de adaptação das plataformas informáticas sejam adiados, até que quer o Ministério da Justiça quer o Bastonário e Conselho Geral da Ordem dos Advogados devidamente empossados e em funções assim o decidam”, segundo comunicado publicado no site da Ordem dos Advogados.

Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro - 09JAN23
Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados.Hugo Amaral/ECO

A portaria entraria em vigor a 2 de agosto, seis meses depois da sua publicação (em fevereiro de 2025). A intenção da ainda bastonária surge três semanas antes do fim do seu mandato. O novo bastonário eleito, João Massano, toma posse a 8 de maio.

“No seguimento da aprovação da portaria 26/2025/1 de 3 de fevereiro e, tendo em conta a data da sua entrada em vigor, os serviços do Ministério da Justiça e os da Ordem dos Advogados organizaram já uma primeira reunião, com vista a acertar quais os trabalhos de adaptação das plataformas informáticas necessários à implementação da nova tabela de honorários que irá ser aplicada aos/às advogados/as que prestam serviços no Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT)”, diz o mesmo comunicado. Mas usa o argumento de novas eleições – quer as da OA, quer as legislativas – para justificar este adiamento: “sucede que, como é do conhecimento público, foram realizadas eleições para todos os órgãos da Ordem dos Advogados tendo sido eleito um novo Bastonário e um novo Conselho Geral. De igual modo foi, entretanto, dissolvido o parlamento e vai ser realizado um novo ato eleitoral para eleger a Assembleia da República, de onde resultará um novo Governo”.

Ao ECO/Advocatus, o bastonário eleito, João Massano, defende que é “inadequado” o comunicado emitido pela atual bastonária. “Em fim de mandato, qualquer comunicação ao poder político nesta fase revela-se desajustada em face do resultado eleitoral. Qualquer tomada de posição sobre a portaria deve ser realizada pelo Conselho Geral eleito, após a sua tomada de posse, em conformidade com o programa sufragado pelos Advogados”.

A nova portaria prevê que a intervenção presencial ou remota por parte dos advogados oficiosos, quando autorizada por juiz ou Ministério Público, em diligências ou audiências, é paga a 22 euros por cada hora, desde o seu início efetivo até à hora declarada de encerramento, suspensão, adiamento ou interrupção.

A portaria relativa às novas regras para os advogados oficiosos prevê a atualização dos honorários dos advogados oficiosos e revê as regras do Sistema de Acesso ao Direito (SADT), aproveitando as conclusões do estudo do Grupo de Trabalho, criado para esse efeito. A mesma define que os advogados oficiosos vão passar a ser pagos em função da complexidade e do tempo que se gasta com cada processo, a poder fazer mais atos nos tribunais – incluindo em casos de mediação, arbitragem e em conservatórias – a consulta jurídica passa a ter o valor de 48 euros e estes advogados serão pagos, no imediato, em caso de substituição de mandatário, evitando atrasos e problemas de partilha de honorários entre os advogados nomeados. A unidade de referência que permite o cálculo desses honorários também muda: passa de 25,5 euros para 28 euros.

Uma das alterações tem a ver com o que é pago ou não pago nos casos em que os advogados interpõem recursos. Estes atos deixam de ser pagos nos casos em que os recursos não sejam aceites em tribunal. “O pagamento de honorários pelo recurso, ordinário, extraordinário, ou para o Tribunal Constitucional é devido ao profissional forense nas situações em que aquele recurso é admitido”, diz a portaria. “No caso de não admissão do recurso ordinário, extraordinário ou para o Tribunal Constitucional, a reclamação do respetivo despacho de não admissão é remunerada nos termos da tabela de honorários em anexo sempre que a reclamação seja procedente”.

Nos casos de especial complexidade – que serão os mais bem pagos pelo Estado – porém, serão apenas reconhecidos por despacho de um juiz, o que leva a que os advogados fiquem, de novo, nas mãos de um juiz para perceber quanto receberão por esses serviços. Quanto à confirmação dos honorários também pouco muda já que o pagamento é feito no mês seguinte à confirmação “pela secretaria do tribunal, ou serviço competente junto do qual corre o processo, até ao termo do mês seguinte”.

O defensor oficioso é o advogado pago pelo Estado para quem não tenha condições económicas para o fazer. Aquando do despacho de acusação, é obrigatoriamente nomeado um defensor, se o arguido não tiver constituído nenhum.

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Transformar restos de fruta em farinhas com tecnologia verde e portuguesa. Agrogrin Tech já olha além fronteiras

A empresa fundada por Débora Campos transforma resíduos de fruta em produtos como farinha. Apesar de dar agora o primeiro salto na escala em Portugal, já está a planear fábricas noutros países.

A Agrogrin Tech é uma startup portuguesa que se dedica a valorizar resíduos de fruta. A fundadora e CEO, Débora Campos, foi recentemente distinguida a nível europeu pelo papel na inovação que serve de base à atividade da sua empresa. Em conversa com o ECO/Capital Verde, explica a tecnologia que tem vindo a desenvolver com a sua equipa, ao longo dos últimos dez anos, e onde pretende chegar: a outros continentes, da Ásia à América Latina, gerindo um total de seis unidades e a arrecadar 200 milhões de faturação anual. Para já, está a caminho do breakeven na unidade que já possui em Portugal.

No início de abril, Débora Campos venceu a categoria Liderança Feminina EIT do Prémio Europeu Mulheres Inovadoras, uma iniciativa conjunta do Conselho Europeu de Inovação (CEI) e do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). O prémio foi-lhe entregue devido ao trabalho desenvolvido na sua empresa, a Agrogrin Tech.

O berço da Agrogrin Tech foi o doutoramento de Débora Campos, que se dedicava à Biotecnologia e Ciências Alimentares quando recebeu um desafio da orientadora de tese, Manuela Pintado: trabalhar na valorização dos resíduos do processamento de ananás, um repto lançado pelo grupo empresarial Luís Vicente. O desafio não agradou logo à investigadora, a quem pareceu um passo atrás face à investigação que estava a fazer com base em nanotecnologia.

Após a primeira resistência, acabou por aceitar, e desenhou uma estratégia de valorização com o objetivo de aproveitar a totalidade destes resíduos, com base numa tecnologia de separação de enzimas que hoje está patenteada. O que é que tem de especial? É que foi uma das primeiras tecnologias que separam as enzimas de forma “verde”: em vez de usar químicos no processo usa polissacarídeos, um tipo de hidratos de carbono muito presente na natureza. Encontram-se na fruta, em algas ou crustáceos, por exemplo.

É neste contexto que, em 2019, a investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica do Porto, Débora Campos, decide criar a Agrogrin Tech, para depois se juntarem a si como sócios Ana Vilas Boas e Ricardo Gómez, dois colegas de laboratório. Vilas Boas é agora chefe de produto da empresa, encarregando-se da comercialização, e Ricardo Gómez é o responsável por adaptar a ‘receita científica’ a diferentes tipos de fruta. Porque a empresa começou por valorizar resíduos do processamento de ananás — as cascas que são descartadas quando este é vendido seco ou já cortado — mas tem capacidade para replicar o mesmo em restos de maçã ou batata.

A nossa linha de transformação é agnóstica. Com o mesmo investimento podemos transformar qualquer coisa“, explica Débora Campos, indicando que o equipamento usado é sempre o mesmo. São adaptados apenas alguns parâmetros consoante a matéria-prima, como a temperatura ou o pH.

Do processo de valorização de resíduos de fruta podem resultar três produtos: farinhas sem glúten, extratos de enzimas (usados na indústria farmacêutica) e aditivos naturais, que podem conferir cor e sabor aos alimentos. Questionada sobre se os preços são competitivos face às alternativas, Débora Campos aponta para um preço médio de 16 euros por quilo entre as três tipologias de produto, pelo que reconhece que, numa análise direta, o produto que oferece é mais caro. Contudo, ressalva que a farinha que produz, tendo o valor acrescentado de funcionar também como substituta de conservantes e antioxidantes, acaba por ter um caso económico mais favorável, ao simplificar o processo produtivo dos clientes pois oferece um “três em um”.

De Portugal para o mundo

A empresa tem vindo a crescer. “O desafio inicial era trabalhar em laboratório e o desafio atual é fazê-lo em maior escala”, explica a fundadora. A Agrogrin Tech passou de uma escala inicial de 10 a 100 litros para uma capacidade, ao dia de hoje, de 500 a 1000 litros e, até ao final do ano, querem posicionar-se no intervalo dos 3000-5000 litros de matéria transformada.

A Agrogrin Tech investiu 700.000 euros numa fábrica que tem capacidade para entregar até 30 toneladas de produto finalizado ao ano, mas que, para já, só está a trabalhar a metade da capacidade. Já vende produto à indústria alimentar, trabalhando por exemplo com empresas de papas de aveia saborizadas. Ao mesmo tempo, está a testar com parceiros empresariais o uso das suas farinhas em maionese e no fabrico de bolachas e de pão.

Esta fábrica, financiada através de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, é considerada pela fundadora uma unidade piloto. “Fomos concorrendo a fundos e prémios para termos fluxo de caixa”, explica Débora Campos. Para já, apoiada neste sistema, afirma não ter prejuízo, mas conta que as vendas e comercialização que estarão de pé até ao final deste ano permitam à empresa atingir o break-even em meados de 2027.

A nossa estratégia de longo prazo é que a próxima fábrica de transformação seja implementada cá em Portugal e outras fora.

Débora Campos

Fundadora e CEO da Agrogrin Tech

A empresa trabalha com agricultores e transformadores, usando até “fruta feia” ou com uma pequena percentagem de podridão como matéria-prima. Olhando à disponibilidade limitada de matéria-prima em Portugal, “a nossa estratégia de longo prazo é que a próxima fábrica de transformação seja implementada cá em Portugal e outras fora”, afirma a líder da Agrogrin Tech. América Central, do Sul ou Sudeste Asiático são regiões em cima da mesa.

Recentemente, a Agrogrin Tech fechou uma ronda de investimento com um fundo estrangeiro, que também lhe permitirá continuar o crescimento, mas prefere não comunicar já os detalhes relativamente aos valores em causa e ao financiador. Num horizonte de dez anos, Débora Campos conta atingir 200 milhões anuais de faturação, através da implementação de cerca de seis fábricas, espalhadas por Portugal e pelas já referidas regiões no estrangeiro.

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