Comissário europeu do comércio vai discutir tarifas em Washington segunda-feira

Maros Sefcovic, deslocar-se-á a Washington na segunda-feira, informou a Comissão Europeia, para reuniões com os seus homólogos norte-americanos, que deverão centrar-se na ameaça de aplicação de direit

O comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, deslocar-se-á a Washington na segunda-feira, informou a Comissão Europeia, para reuniões com os seus homólogos norte-americanos, que deverão centrar-se na ameaça de aplicação de direitos aduaneiros pelos EUA.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, planeia impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir de 12 de março e tarifas “recíprocas” em abril. Estas últimas poderão afetar as exportações de automóveis da UE para os Estados Unidos.

Sefcovic, que teve uma primeira chamada telefónica com os seus homólogos norte-americanos no início desta semana, deverá discursar no grupo de reflexão do American Enterprise Institute na quarta-feira, adiantou a agência Reuters.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa considera “inaceitáveis” concessões à Rússia antes de negociações pela Paz

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

"Só a Ucrânia pode definir quando há condições para as negociações. Impor concessões antes das negociações é inaceitável", disse António Costa num discurso na Conferência de Segurança de Munique.

O presidente do Conselho Europeu considerou hoje “inaceitável” impor concessões antes de negociar a paz na Ucrânia e afirmou que uma “paz abrangente” não deve “premiar o agressor”, mas garantir que a Rússia não volte a ser uma ameaça.

“Só a Ucrânia pode definir quando há condições para as negociações. Impor concessões antes das negociações é inaceitável”, disse António Costa num discurso na Conferência de Segurança de Munique, na qual alertou que “uma paz abrangente não pode ser um simples cessar-fogo” nem “pode ??dar à Rússia a oportunidade de atacar novamente. Não pode recompensar o agressor”, enfatizou.

Um futuro acordo de paz “deverá garantir que a Rússia deixe de ser uma ameaça para a Ucrânia, para a Europa, para os seus vizinhos. Que a Rússia deixe de ser uma ameaça à segurança internacional”, enfatizou.

Os comentários de António Costa sobre o que é conhecido do plano de paz que o Presidente norte-americano, Donald Trump, está a tentar aplicar serviram de introdução à mesa redonda sobre o apoio europeu à Ucrânia, que contou com a presença do Presidente checo, Petr Pavel, e das primeiras-ministras da Dinamarca, Mette Frederiksen, e da Suécia, Ulf Kristersson, bem como do presidente da CDU, Friedrich Merz.

Costa disse que a União Europeia (UE) continuará a apoiar a Ucrânia em todas as frentes, incluindo as negociações de paz e a disponibilização de “garantias de segurança”, e garantiu que os 27 agirão “melhor, mais fortes e mais rápidos” na construção de uma Europa de defesa.

Para Costa, uma “paz abrangente, justa e duradoura” significa que a paz na Ucrânia e a segurança da Europa “não podem ser separadas” porque, sublinhou, “a ameaça russa vai para além disso”.

Esta ameaça, continuou, “domina a Bielorrússia, tem uma presença militar na Moldávia e na Geórgia. Lança uma sombra sobre os Estados Bálticos, a fronteira leste da União Europeia, os nossos sistemas democráticos, as nossas infraestruturas críticas”.

A UE assumirá, por isso, plenamente as suas “responsabilidades” no futuro acordo de paz na Ucrânia e reiterou que “não haverá negociações credíveis e bem-sucedidas, nem uma paz duradoura, sem a Ucrânia e sem a União Europeia”.

O antigo primeiro-ministro português disse que desde fevereiro de 2022, quando a Rússia iniciou a invasão em massa da Ucrânia, a UE “não é a mesma de antes”, tendo nessa altura nascido “uma nova União Europeia geopolítica”.

A partir de então, a UE acelerou a sua expansão para os Balcãs Ocidentais e iniciou negociações de adesão com a Ucrânia e a Moldávia, ao mesmo tempo que decidiu reforçar a sua segurança energética ao desligar-se da Rússia, num “enorme esforço coletivo”.

Lembrou ainda que menos de um mês após o início da guerra, numa cimeira em Versalhes (França), todos os Estados-Membros decidiram avançar efetivamente a construção de uma Defesa Europeia.

“As nossas despesas com a defesa aumentaram 30% desde 2021. Os países da UE que estão na NATO gastam agora, em média, 2% em defesa. Juntos, atingimos o objetivo”, disse Costa, antes de prometer que a UE fará “mais” porque “a paz sem defesa é uma ilusão”.

Em março, disse, a Comissão Europeia e o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança apresentarão as primeiras propostas para se “agir melhor, mais forte e mais rapidamente na construção de uma Europa de defesa”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ECO Quiz. Elon Musk, salários e “tuk-tuk”

  • Tiago Lopes
  • 15 Fevereiro 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

A semana que agora termina ficou marcada por várias notícias, entre elas um acerto de contas que terá de ser feito entre a rede social de Elon Musk, o X, e o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão surge depois de Trump ter sido banido daquela rede social após o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

O salário médio dos trabalhadores portugueses subiu. De acordo com os dados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), registou-se um acréscimo de 6,3%.

A circulação de “tuk tuk” em Lisboa vai seguir novas regras a partir do dia 1 de abril, e o número de ruas onde é proibida a circulação de “tuk-tuk” vai aumentar.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PRR: Governo reforça em 137 milhões investimento na frota de autocarros de emissões nulas

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

O apoio à compra de veículos limpos para o transporte coletivo de passageiros conta agora com um investimento total de 227 milhões de euros.

O Governo reforçou em 137 milhões de euros o investimento para aumentar a frota de autocarros de emissões nulas e expandir a rede de infraestruturas de carregamento e abastecimento em todo o país, foi hoje anunciado.

O apoio à compra de veículos limpos para o transporte coletivo de passageiros conta agora com um investimento total de 227 milhões de euros.

“O Governo, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), decidiu reforçar em 137 milhões de euros a dotação do aviso n.º01/C21-i12/2024, elevando o total do investimento para 227 milhões de euros. Esta medida permitirá aumentar a frota de autocarros de emissões nulas e expandir a rede de infraestruturas de carregamento e abastecimento em todo o país”, anunciou, em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

Com o reforço da dotação financeira vão ser comprados mais 390 autocarros de emissões nulas, atingindo um total de 861 veículos até 2026. Vão ser também instalados postos de carregamento elétrico e abastecimento a hidrogénio.

A produção, entrega e instalação das infraestruturas tem um prazo médio de 15 meses. Para além das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, a medida cobre todo o território continental.

Conforme precisou o executivo, estão abrangidos os municípios de Aguiar da Beira, Albufeira, Alcochete, Alenquer, Ansião, Benavente, Belmonte, Braga, Bragança, Cabeceiras de Basto, Castelo Branco, Celorico da Beira, Chamusca, Cinfães, Coimbra, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Leiria, Lisboa, Macedo de Cavaleiros, Mangualde, Mêda, Moimenta da Beira, Monção, Monchique, Montijo, Nossa Senhora da Graça, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital, Ourém, Penacova, Peniche, Peso da Régua, Pinhel, Pombal, Porto, Reguengos de Monsaraz, Seia, Sernancelhe, Sertã, Sousel, Tabuaço, Tábua, Trofa, Viana do Alentejo, Viana do Castelo e Vila Real.

Já as comunidades intermunicipais beneficiárias são Alentejo Central, Algarve, Alto Alentejo, Alto Minho, Área Metropolitana do Porto, Ave, Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela, Cávado, Douro, Grande Lisboa, Lezíria do Tejo, Médio Tejo, Oeste, Península de Setúbal, Região de Aveiro, Região de Coimbra, Região de Leiria, Tâmega e Sousa, Terras de Trás-os-Montes e Viseu Dão Lafões.

“Trata-se de garantir o acesso à mobilidade como um direito, explorando as modalidades de acesso mais adequadas a cada geografia, designadamente aos territórios de baixa procura, onde não pode ficar ninguém para trás”, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

Citada na mesma nota, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, referiu que a reprogramação do PRR foi uma decisão estratégica para garantir que os fundos europeus sejam aplicados “de forma eficiente e com impacto real na vida dos cidadãos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Veja como validar as faturas para o IRS

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2025

Prazo para validar as suas faturas no portal e-Fatura para efeitos de IRS termina a 25 de fevereiro. Veja como garantir que todas as deduções são aproveitadas ao máximo.

O prazo para validar as suas faturas no portal e-Fatura para efeitos de IRS termina a 25 de fevereiro. Falhar este passo significa não beneficiar de todas as deduções à coleta, no acerto de contas com a Autoridade Tributária (AT). Ou seja, poderá ser pago um reembolso menos significativo. Por isso não deixe para o último dia.

Para validar as faturas, o contribuinte deve visitar o portal e-Fatura, inserir os dados de autenticação, que são os mesmos que os usados para aceder ao Portal das Finanças. Depois, deve consultar as faturas que lhe aparecem pendentes (em destaque no topo da página) e terminar o preenchimento atribuindo a cada uma das 13 categorias disponíveis: saúde, educação, lares, habitação, reparação de automóveis, reparação de motociclos, restauração e alojamento, cabeleireiros, atividades veterinárias, passes mensais, ginásios, jornais e revistas. Existe ainda a categoria ‘outros’ que diz respeito a despesas gerais e familiares.

Não estranhe se forem poucas as faturas que surgem como pendentes. A grande maioria das emitidas com o seu número de contribuinte é automaticamente encaixada nas categorias adequadas. Ainda assim, manda a prudência, deve verificá-las para garantir que todas as deduções são aproveitadas ao máximo.

E se tem filhos deve consultar também as páginas deles para validar as faturas emitidas com o seu NIF, atribuindo-lhes a categorias adequadas.

Pode ainda ter a necessidade de associar receitas médicas a algumas das despesas de saúde do agregado e é por isso que não deve deixar para o último dia esta tarefa.

Para o ajudar, o ECO preparou um vídeo passo-a-passo de como validar as suas faturas.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aumento das tarifas pelos EUA deve ter pouco impacto na inflação da Zona Euro, diz membro do BCE

Fabio Panetta, membro do Conselho do BCE e governador do banco central italiano, diz que a principal ameaça para a evolução dos preços vem dos mercados da energia, especialmente os do gás natural.

O aumento dos direitos aduaneiros dos EUA sobre as exportações europeias deverá ter pouco efeito na inflação da zona euro, afirmou um dos principais responsáveis do Banco Central Europeu, adiantando que o principal risco continua a ser o de a inflação a médio prazo descer abaixo dos 2%.

Num discurso preparado para a conferência financeira anual Assiom-Forex, em Itália, Fabio Panetta, membro do Conselho do BCE, apelou também a que as decisões políticas fossem “apoiadas por uma comunicação centrada nas perspectivas a médio prazo para a economia real e a inflação”, disse, citado pela Reuters.

Panetta, que é governador do banco central italiano, afirmou que a principal ameaça para a evolução dos preços provém dos mercados da energia, onde os preços, especialmente os do gás natural, estão a subir num contexto de maior volatilidade, o que justifica um acompanhamento atento.

No entanto, “de um modo geral, os indicadores disponíveis parecem sugerir que o risco predominante continua a ser o de a inflação descer abaixo dos 2% a médio prazo”, afirmou.

Segundo Panetta, um possível enfraquecimento do euro em resposta à introdução de direitos aduaneiros mais elevados por parte dos Estados Unidos e a eventuais retaliações por parte da Europa seria contrariado por um abrandamento da economia mundial e pelo facto de a China desviar para os mercados europeus os produtos afectados pelos direitos aduaneiros.

“De acordo com as nossas estimativas, o efeito líquido das tarifas sobre a inflação seria limitado, se não mesmo ligeiramente negativo”, afirmou.

A aplicação integral das tarifas anunciadas antes das eleições americanas, seguida de medidas de retaliação, reduziria em 1,5 pontos percentuais o crescimento económico mundial, afirmou Panetta.

Para a zona euro, o impacto seria mais limitado – cerca de meio ponto percentual – mas a Alemanha e a Itália seriam mais afetadas devido aos seus fortes laços comerciais com os Estados Unidos”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jovens divididos entre fazer já retenção no IRS ou esperar pelo reembolso

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

"Extremamente dividido: muitos preferem fazer já a retenção na fonte e outros preferem adiar para o momento do reembolso", afirmou a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados.

Os trabalhadores mais novos já podem aproveitar o IRS Jovem, mas muitos estão a ser cautelosos e vão esperar pelo reembolso em vez de reter menos imposto, segundo testemunhos recolhidos pela Lusa e a informação da bastonária dos Contabilistas.

“A informação que temos é que está extremamente dividido: muitos preferem fazer já a retenção na fonte [pelas regras do IRS Jovem] e outros preferem adiar para o momento do reembolso”, afirmou a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco, à Lusa.

Este “meio-meio” na forma como os trabalhadores com menos de 35 anos de idade e com até 10 anos de trabalho estão a usar o IRS Jovem está “muito dependente da vida” e da “necessidade de aumentar o rendimento disponível”, revelada por uns e na cautela e vontade de juntar alguma poupança mostrada por outros, segundo a bastonária da OCC.

“Se for um jovem que já tem encargos, como renda ou empréstimo de casa, opta por reduzir a retenção. Os que estão em casa dos pais optam mais por reter IRS normalmente e receber reembolso no fim”, acentuou Paula Franco, considerando, que muitos destes segundos o fazem porque estão a ser “cautelosos”.

Testemunhos de cerca de uma dezena de jovens recolhidos pela Lusa mostram esta cautela e vontade de receber o imposto pago a mais todo junto, no reembolso. A maioria optou, por isso, por não pedir à empresa onde trabalha para fazer a retenção com as regras do IRS Jovem, mantendo o desconto mensal aplicado à generalidade dos trabalhadores.

“Fazer uma poupança”

Foi este o caso do José Silva, que está no oitavo ano de trabalho (e com igual número de anos a entregar o IRS sozinho), ou do Afonso Jesus, que pediu à empresa para lhe fazer retenção ‘normal’ apesar de beneficiar em 2025 de isenção total de imposto sobre o salário porque quer “receber o dinheiro todo de uma vez” e nessa altura “fazer uma poupança”.

David Fonseca também optou por viver como se o IRS Jovem não existisse, em termos de retenção na fonte, e esta foi também a opção de Jorge Faria que confessa que o faz não apenas porque o reembolso chegará na altura em que tem de pagar o seguro do carro e o Imposto Único Automóvel (IUC), mas também porque, sendo casado, receia que no momento da entrega da declaração anual se venha a concluir que, afinal, descontou a menos e tem imposto a pagar.

Mariana Albuquerque, a cumprir o seu sétimo ano de trabalho com entrega de IRS de forma autónoma dos pais, também prefere esperar para ver e, por isso, manteve o desconto do IRS. “Tenho receio de estar a fazer mal as contas e prefiro jogar pelo seguro“, refere, notando que, de qualquer das formas, o regime lhe dá a possibilidade de a meio do ano mudar de posição e pedir à empresa para reduzir a retenção.

Pedro Lourenço, Joana Fonseca, Catarina Sousa e Hugo Simões fizeram a opção inversa e em janeiro começaram já a sentir no bolso o impacto das novas regras do IRS Jovem, introduzidas pelo Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), uns para aumentar o rendimento líquido mensal, outros para “aplicar o dinheiro em poupança e receber os juros”.

A situação de uma das empresas contactadas pela Lusa espelha esta ‘divisão’ das opções referida por Paula Franco e revelada pela situação individual de cada jovem: das cerca de duas dezenas de trabalhadores com menos de 35 anos, 11 indicaram que pretendem fazer a retenção tendo já em conta o benefício do IRS Jovem.

A retenção na fonte efetuada sobre os salários pagos em janeiro acabou, no entanto, por não ser feita da forma devida, levando a que o desconto tivesse sido mais baixo. Esta questão foi, entretanto, esclarecida pela Autoridade Tributária e Aduaneira, que clarificou as regras de retenção, sendo estas aplicadas a partir de agora – sem serem necessários ajustes retroativos.

A mudança é relevante e Paula Franco assinala que se esta não tivesse sido feita, muito provavelmente os jovens seriam chamados a pagar IRS quando entregassem a declaração anual.

Não seria nada agradável, sobretudo para jovens que não tem qualquer tipo de poupança para fazer face ao IRS“, precisou a bastonária, notando que com a clarificação das regras “já é mais seguro se optarem pela retenção na fonte”.

Além de ter sido alargado de cinco para 10 anos, o IRS Jovem passou a abranger todas as pessoas com até 35 anos de idade, independentemente do ciclo de estudos. Podem beneficiar deste regime durante os primeiros 10 anos de trabalho, excluindo desta contagem os anos de trabalho em que foi considerado dependente para efeitos de IRS, em que esteve desempregado ou parou para fazer um doutoramento, por exemplo.

Os jovens que preencham os requisitos beneficiam de isenção sobre 100% do rendimento no 1.º ano de trabalho, de 75% do 2.º ao 4.º ano, de 50% do 5.º ao 7.º ano e de 25% nos três anos restantes, até ao limite de cerca de 28 mil euros anuais – acima deste valor, é aplicada a taxa normal do imposto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Zelensky apela à criação de “exército europeu”

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

Segundo Zelensky dar esse passo "não é mais difícil" do que aquilo que têm feito os ucranianos para enfrentar a Rússia.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelou este sábado em Munique à criação de um “exército europeu” como próximo passo na defesa do seu país contra a invasão russa e na proteção dos países do Velho Continente contra ameaças externas.

“Acredito sinceramente que chegou o momento de criar as Forças Armadas da Europa”, afirmou Zelensky no seu discurso no segundo dia da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.

Segundo Zelensky dar esse passo “não é mais difícil” do que aquilo que têm feito os ucranianos para enfrentar a Rússia.

“Não se trata apenas de aumentar as despesas com a defesa. O dinheiro é necessário, mas o dinheiro por si só não impede um ataque inimigo“, disse o Presidente ucraniano, insistindo que “não se trata de orçamentos”, mas da “defesa do país”.

E prosseguiu: “eu acredito na Europa. E vós deveis acreditar. E peço-vos que ajam, por vós próprios, pela Europa, pelos povos da Europa, pelas vossas nações, pelas vossas casas, pelos vossos filhos e pelo nosso futuro comum. Para isso, a Europa tem de se tornar autossuficiente, uma força comum unida, ucraniana e europeia”, reiterou, antes de salientar que a nova administração Trump abriu um período de incerteza na frente anti-russa.

“Se não o fizermos, quem é que os pode parar? Sejamos francos: hoje não podemos excluir a possibilidade de os Estados Unidos dizerem ‘não’ à Europa em questões que a ameaçam”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Chanceler alemão critica ingerência dos EUA nas Legislativas

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

"A direção que a nossa democracia vai tomar, só nós decidimos. Nós e mais ninguém", assegurou Olaf Scholz.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, avisou este sábado que os alemães “não aceitarão que terceiros intervenham em nome” do partido de extrema-direita AfD, na sequência dos comentários feitos na sexta-feira pelo vice-presidente dos EUA.

A direção que a nossa democracia vai tomar, só nós decidimos. Nós e mais ninguém”, assegurou Olaf Scholz num discurso perante os líderes internacionais reunidos na Conferência de Segurança de Munique, a uma semana das eleições legislativas alemãs.

O chanceler alemão denunciou a intervenção do número dois de Washington, JD Vance, que na sexta-feira criticou a ostracização do AfD e apelou ao fim do “cordão sanitário” em torno deste partido.

Em resposta a estas declarações, Scholz afirmou: “isso não se faz, especialmente entre amigos e aliados”.

O discurso de JD Vance surpreendeu os líderes europeus com os seus ataques à “liberdade de expressão”, que disse estar “em retrocesso” na Europa, e à política de migração do Velho Continente.

O seu discurso visou, em particular, os partidos tradicionais alemães, que rejeitam qualquer aliança com o partido de extrema-direita AfD.

Apesar destas divergências, a Alemanha, que fez da parceria transatlântica o pilar da sua política externa e de defesa desde o pós-guerra, não está disposta a virar as costas aos EUA.

A Alemanha “vai continuar a comprar” equipamento militar norte-americano, garantiu Olaf Scholz, sublinhando a “necessidade de uma indústria europeia de armamento forte”.

Sobre a Ucrânia, um tema quente desde o telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, Olaf Scholz reafirmou o princípio de que “a paz só existe” se “a soberania da Ucrânia for garantida”. A Alemanha “nunca” apoiará uma “paz imposta” a Kiev, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montenegro nega conflito de interesse por família deter imobiliária

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2025

O 'Correio da Manhã' noticia que empresa de mulher e filhos de Montenegro pode beneficiar com revisão da lei dos solos. Primeiro-ministro responde que ideia de conflito de interesse "é um absurdo".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, classificou este sábado como “absurda e injustificada” a sugestão que poderá existir um conflito de interesses pelo possibilidade de a empresa imobiliária da sua família poder beneficiar da recente revisão da lei dos solos aprovada recentemente pelo Governo.

Segundo o ‘Correio da Manhã’ a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, a Spinumviva, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente. Dado ser casado por comunhão de adquiridos, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos, diz o jornal, mas Montenegro nega veementemente a sugestão.

Ao diário, o primeiro-ministro confirmou que não é sócio da empresa desde o dia 30 de junho de 2022.

Questionado sobre o conflito de interesse, respondeu: “Isso é um absurdo, por várias razões. Em primeiro lugar, porque essa componente do objeto da sociedade tem de ser entendida no contexto das outras. Como se pode perceber, uma das vertentes pelas quais a sociedade foi constituída foi a possível exploração agrícola e turística. Na altura da constituição da empresa era meu objetivo incorporar na sociedade o património que herdei dos meus pais e revitalizá-lo. Esse projeto acabou por nunca se realizar porque entretanto regressei à vida política ativa”

Adiantou que “em segundo lugar, nunca foi, não é e não será objeto da atividade da empresa qualquer negócio imobiliário ligado à alteração legislativa que enuncia“, explicando que embora possa garantir que a empresa não comprou ou vendeu, nem vai comprar ou vender nada, isso em nada contenderia com qualquer conflito de interesses.

“Em terceiro lugar, do vasto objeto social dessa empresa, apenas a prestação de consultoria no âmbito da proteção de dados pessoais teve execução“, sublinhou. “Por ironia do destino, o grupo de comunicação social que integra o Correio da Manhã foi um dos clientes”.

Perguntado se tenciona solicitar à mulher e filhos que procedam a uma alteração do objeto social no sentido de eliminar os negócios imobiliários e extinguir o potencial conflito de interesses, Montenegro rejeitou a necessidade.

“Não há nenhuma necessidade disso porquanto não foi nem vai ser atividade da empresa qualquer operação imobiliária geradora de conflito de interesses”, vincou. “Repito, essa insinuação é absurda e injustificada“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um ano de reestruturação na Farfetch. Foram-se os anéis, ficaram os dedos

Ao longo do último ano, a Farfetch transformou o negócio à imagem dos novos donos da Coupang, despediu centenas, vendeu algumas operações e reestruturou outras, rumo à rentabilidade.

15 de fevereiro de 2024. Cerca de duas semanas após a oficialização da compra da Farfetch pelos sul-coreanos da Coupang, cujo acordo foi selado em dezembro de 2023, chegava a notícia de que José Neves, fundador e até então CEO do primeiro unicórnio de capitais portugueses, iria sair do marktplace de roupa de luxo e com ele viriam a sair centenas de pessoas, com a empresa a colocar de imediato a correr um plano de despedimentos para reduzir entre 25% e 30% os seus colaboradores a nível global.

Um ano depois do anúncio deste doloroso programa de reestruturação, que levou à venda de negócios, estruturas mais pequenas e concentradas, a Farfetch prepara-se para apresentar os primeiros lucros.

A aquisição da Farfetch pela Coupang apareceu para a tecnológica portuguesa como uma tábua de salvação. E um ano bastou para os sul-coreanos começarem a ver o investimento de 500 milhões na companhia luso-britânica, que surgiu como uma oportunidade para a Coupang, a dar um contributo positivo para os lucros do grupo.

Depois de ter fechado o terceiro trimestre de 2024 com um prejuízo de apenas dois milhões, a Coupang previa, em novembro, que a Farfetch já chegasse ao final do ano com resultados positivos. Os números do ano ainda não são conhecidos, mas a receita para chegar aos lucros começou a ser cozinhada há um ano, com o anúncio da reestruturação.

Continua sem se conhecer o real dano causado pelos despedimentos nas equipas, especialmente em Portugal, uma vez que a empresa não confirmou ao ECO quantas pessoas abandonaram a companhia neste processo. Ainda assim, conforme o ECO avançou na altura, os despedimentos em Portugal poderiam abranger cerca de 1.000 trabalhadores, metade das pessoas dispensadas pela tecnológica portuguesa fundada em 2008 a nível global. Segundo apurou o ECO, a equipa mais afetada, tecnologicamente, foi a de FPS (Farfetch Platform Solutions).

O CEO da Coupang, Bom Kim, assumiu a liderança da Farfetch após a saída de José Neves, em fevereiro do ano passado.

O desinvestimento na FPS, que era uma das apostas de José Neves e que foi criada em 2015 para digitalizar o negócio das grandes marcas de luxo e prometia ser um dos grandes dinamizadores do negócio, marca a maior mudança estratégica na nova Farfetch, agora comandada por Bom Kim, com o sul-coreano a desfazer-se das marcas de luxo que foram adicionadas pelo português ao longo dos últimos anos. Logo na altura do anúncio da venda da Farfetch, a Richemont, fabricante das joias Cartier e dos relógios IWC, que tinha anunciado em agosto de 2022 a venda de uma posição de 47,5% na retalhista de artigos de luxo online YOOX Net-A-Porter à Farfetch, deixou cair o negócio.

Já em setembro do ano passado, a Farfetch vendeu a retalhista de luxo Violet Grey, que tinha comprado em 2022 por mais de 50 milhões de dólares, e no final do ano foi a vez da Wannaby, conhecida como Wanna, ser vendida à Perfect Corp.

O objetivo tem sido claro: transformar a Farfetch cada vez mais à imagem da sua dona, conhecida como a Amazon sul-coreana, com uma oferta “mais modesta” e focada em novos designers.

Além das mudanças no portefólio de marcas detidas pela Farfetch houve ainda mudanças em termos de distribuição das equipas, com a transferência de algumas equipas para Guimarães, onde a empresa concentra a maior parte da sua equipa. Já depois de a tecnológica ter encerrado o seu escritório em Braga, onde deixou de estar presente, e ter fechado o escritório que mantinha na Avenida da Boavista, no Porto, ainda em setembro de 2023, no ano passado nova mudança: o Centro de Creative Operations (CrOps), que a empresa mantinha em Leça do Balio, em Matosinhos, foi encerrado e as pessoas transferidas para a unidade de Guimarães, no Avepark, conforme avançou o ECO. Apesar do encerramento da unidade de operações em Matosinhos, a Farfetch manteve operações nesta localização – mas mais curtas.

Com a saída da CrOps, o escritório da Lionesa diminuiu a área utilizável para metade, “dado que não justifica a dimensão do mesmo pela quantidade de gente que o utiliza (visto que grande parte dos colaboradores está em full remote)”, conforme explicou ao ECO uma fonte próxima da empresa.

Com estas mudanças, grande parte das equipas portuguesas transitaram para os “principais” locais da Farfetch no país: Guimarães e a Lionesa. Em Lisboa mantêm-se os departamentos de programação/tecnologia e serviço ao cliente e operações.

Investidores ficaram a zero

Enquanto o negócio começa a entrar nos eixos, os investidores, que ficaram de mãos a abanar com a venda da empresa à Coupang, prosseguem a sua luta em tribunal para tentar rever alguns dos seus investimentos e apurar responsabilidades.

Quando a venda estiver consumada, a Farfetch Limited estima que os detentores das ações ordinárias de classe A e B e as notas convertíveis não recuperarão qualquer valor do investimento na Farfetch”, adiantou a empresa em comunicado aquando do negócio com a Coupang, não deixando margem para dúvidas quanto ao que iria acontecer aos investimentos de quem apostou na tecnológica criada por José Neves.

São várias as ações que chegaram (e continuam a chegar) aos tribunais, na sequência deste acordo, que deixou de fora os investidores, com a empresas, e os seus gestores, a serem acusados de divulgar “afirmações falsas” e camuflarem informações sobre o negócio da companhia.

Já em janeiro de 2024, ainda antes da oficialização do negócio de venda da tecnológica, um grupo de investidores intitulado 2027 Ad Hoc Group, com mais de 50% das obrigações sénior convertíveis da Farfetch com maturidade em 2027, foram os primeiros a recorrer aos tribunais, numa tentativa de travar a venda, porém sem sucesso.

Estes investidores questionavam sobre como a Farfetch, que chegou à bolsa em setembro de 2018, “passou de líder de mercado no final do exercício financeiro de 2023, com uma liquidez superior a 800 milhões de dólares em agosto de 2023, para uma liquidação imediata quatro meses depois”.

“Na altura em que o negócio foi anunciado, o consenso dos analistas (incluindo o seu corretor interno JPMorgan) estimou o valor do negócio da Farfetch em mais de três mil milhões de dólares”, observa o 2027 Ad Hoc Group, expressando “profunda preocupação com a deterioração rápida e inexplicável da posição financeira da Farfetch entre agosto e dezembro de 2023”.

Mais recentemente, liquidatários da Farfetch solicitaram ao tribunal inglês ordem para obter informações de ex-gestores sobre possível má gestão antes da insolvência. Prova que este é um tema que está longe de estar fechado.

Depois do terramoto, a Farfetch já não é o colosso de outros tempos. Mas está a caminho da sustentabilidade financeira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Café a preço recorde devido a menor produção no Brasil e política comercial dos EUA

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

Em janeiro, as variedades locais de arábica e robusta ficaram 15,2% e 6,2% mais caras, respetivamente, mostrando um aumento nos preços internos na sua principal origem de exportação.

Os preços do café atingiram níveis máximos no início de 2025, segundo a organização mundial do setor, influenciados pelo corte estimado da produção no Brasil, o maior exportador mundial, e incerteza da nova política comercial dos Estados Unidos.

No mais recente relatório, a Organização Mundial do Café (ICO, na sigla em inglês) indicou que o seu índice de preços composto do café atingiu em janeiro 310,12 cêntimos de dólar (298,77 cêntimos de euro) por libra produzida (equivalente a cerca de 453 gramas), mais 3,5% do que em dezembro e mais 75,8% do que no mesmo mês de 2024.

Trata-se de um novo recorde histórico e a maior média mensal desde abril de 1977, destacou a organização, que atribuiu a subida sobretudo à situação do mercado no Brasil, maior produtor e exportador mundial de café.

Em janeiro, as variedades locais de arábica e robusta ficaram 15,2% e 6,2% mais caras, respetivamente, mostrando um aumento nos preços internos na sua principal origem de exportação.

A subida continuou nas primeiras semanas de fevereiro, segundo a informação disponível no ‘site’ da ICO, e no final das transações de quinta-feira, dia 13, o índice de preços composto chegou aos 375,34 cêntimos de dólar por libra produzida.

O Brasil espera uma colheita de 51,8 milhões de sacas (de 60 quilos) este ano, o que representa uma redução anual de 4,4% (ou 600 mil sacas), segundo dados de janeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura.

De acordo com a ICO, outra causa do aumento dos preços é a incerteza em torno das medidas comerciais do novo Governo dos Estados Unidos, que poderiam afetar a indústria global de café e alguns dos seus principais fornecedores, como o Brasil, a Índia e a Indonésia.

Em dezembro, as exportações globais de grãos de café verde totalizaram 9,73 milhões de sacas, 10,5% menos do que em igual mês de 2023.

A ICO indica que as vendas de café natural brasileiro caíram 11,3%, para 3,34 milhões de sacas, e as do tipo robusta caíram 19%, para 3,71 milhões.

Por região, as exportações da América do Sul diminuíram em dezembro 2,1% na comparação anual (5,6 milhões de sacas) e as da Ásia e da Oceânia caíram 31,2% (3,31 milhões), enquanto as de África cresceram 8% (1,21 milhões), e as do México e da América Central subiram 0,9% (0,61 milhões).

Quanto aos preços, em comparação com dezembro, o preço do café suave colombiano e de outros cafés suaves aumentou 3,2% em janeiro em ambos os casos, para 351,93 centavos de dólar (339,05 centavos de euros) por libra e 354,47 centavos de dólar (341,49 centavos de euros), respetivamente.

Enquanto isso, a variedade robusta estava 3,6% mais cara, nos 245,29 centavos de dólar por libra (236,29 centavos de euros), de acordo com a ICO.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.