LALIGA apela a poderes sancionatórios para atuar contra o ódio no futebol

  • Servimedia
  • 28 Janeiro 2025

O presidente da LALIGA sublinhou também no Congresso dos Deputados que está a trabalhar com o Ministério Público para desmantelar os grupos radicais que vão aos estádios.

O presidente da LALIGA, Javier Tebas, exigiu na terça-feira que a organização a que preside seja dotada de poderes sancionatórios, como a “retirada de pontos” às equipas, a fim de erradicar os cânticos de ódio no futebol.

O dirigente afirmou que “os comportamentos de ódio incluem o racismo, a xenofobia, a homofobia, o bullying no desporto e na sociedade”.

Perante este flagelo, afirmou que o mundo do futebol “tem uma dupla responsabilidade”: erradicar estes comportamentos e evitar que o desporto tenha “efeitos negativos na sociedade”. “Temos essa virtude: somos uma caixa de ressonância para o bem e para o mal”, afirmou, sublinhando que ”a violência verbal é o prelúdio da violência física. Há uma causa e um efeito.

Javier Tebas explicou que a LALIGA tem como objetivo erradicar os comportamentos de ódio por parte dos adeptos “desde que saem de casa até ao seu regresso, e não apenas no estádio”. Na sua opinião, a organização a que preside deve “estar vigilante, controlando e, se possível, sancionando e expulsando esses comportamentos”.

O presidente da federação, que preside, deve “estar atento e, se possível, sancionar e expulsar esses comportamentos”. “Há casos muito graves, mas não são assim tantos”, disse.

A este respeito, recordou que a LALIGA começou a atuar há 11 anos com a erradicação dos cânticos corais racistas, homofóbicos e xenófobos, o que levou algumas equipas a acusá-lo de “querer transformar o futebol numa ópera”. Depois de assinalar que, em cinco anos, esses insultos desapareceram das bancadas, afirmou que “agora o comportamento é individual e de grupos mais pequenos, o que é igualmente grave”.

Javier Tebas afirmou que foram enviadas mais de 560 queixas à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) por este tipo de cânticos. Apesar disso, exigiu que a LaLiga tenha poderes sancionatórios para poder “retirar pontos”, entre outras medidas, às equipas em cujos estádios se verifiquem este tipo de comportamento.

Ao mesmo tempo, explicou que a estratégia da organização a que preside contra o ódio no futebol assenta em quatro pilares: a comunicação interna e externa através de informação direta aos adeptos e jogadores e de campanhas institucionais; uma área tecnológica para identificar os que proferem gritos racistas, o que o ajudou a exigir um maior acesso às gravações das câmaras dos estádios geridas pela Polícia Nacional para acelerar a expulsão destes indivíduos; a biometria, que lhe permitiu pedir o acesso aos estádios através da identificação digital e facial para controlar as pessoas que neles entram; e uma secção institucional e jurídica.

Javier Tebas reconheceu a necessidade de o mundo do futebol fazer uma “autocrítica”, pois “podemos fazer muito mais contra este fenómeno”, como, por exemplo, os clubes controlarem com mais rigor os “grupos de adeptos ou clubes de adeptos propensos a cometer crimes de ódio” ou serem “mais categóricos” contra grupos violentos.

Quanto à pertinência da realização da Supertaça na Arábia Saudita, Tebas recordou que há cinco anos tomou posição contra a sua realização naquele país, mas admitiu que depois de se deslocar várias vezes ao país verificou que “foram feitos muitos progressos”, mas disse que “é verdade que ainda há um longo caminho a percorrer”.

Tebas afirmou que na LALIGA “não somos ninguém que obriga alguém a dizer a sua condição sexual” e referiu que 35% dos empregados e 40% dos membros do Comité de Gestão são mulheres. “Não está nos níveis que deveria estar, mas vai chegar; vai levar tempo, mas vai chegar”, concluiu.

Congratulou-se também com o facto de o Ministério Público ter unificado os critérios do que é “considerado insulto ou não”, e defendeu ainda “uma reforma do Código Penal” e uma clarificação de competências nos tribunais para acelerar a apresentação de queixas em casos de condutas odiosas. Tebas destacou ainda as “mais de 40 queixas” na esfera penal na sequência da deteção de condutas odiosas no futebol, que começaram “com o caso de Iñaki Williams, em Cornellá, que aguarda julgamento, enquanto nos dois casos de Vinicius, em Valência e Maiorca, já existe uma condenação penal para os autores”.

Neste contexto, Tebas sublinhou que a LALIGA está a trabalhar “do ponto de vista jurídico com o Ministério Público para a dissolução e ilegalização da Frente Atlético”, bem como com outros grupos de adeptos radicais de outros clubes.

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Engel & Völkers registou um crescimento global em 2024

  • Servimedia
  • 28 Janeiro 2025

A Engel & Völkers registou um crescimento de 13% no seu volume de negócios global em 2024, atingindo 1.240 milhões de euros, “um marco significativo num ambiente de mercado marcado pela incerteza”.

“Estes resultados refletem a eficácia do modelo de negócio e da rede global do grupo, que continua a consolidar a sua posição de referência no setor imobiliário”, afirmou a Engel & Völkers.

“A expansão global foi um dos pilares deste crescimento, com a abertura de mais de 80 novas lojas em mercados estratégicos como a Cidade do México, Ontário (Canadá) e Florença (Itália). Além disso, a empresa alargou a sua gama de serviços, introduzindo a consultoria em eficiência energética na Alemanha, reforçando o seu compromisso de oferecer soluções completas aos seus clientes.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 28 de janeiro

  • ECO
  • 28 Janeiro 2025

Ao longo desta terça-feira, 28 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 28 Janeiro 2025

Indicadores económicos, resultados trimestrais e reunião da Fed sobre política monetária vão estar no topo da agenda.

Num dia marcado pela divulgação de indicadores económicos, resultados trimestrais e de conclusões sobre o mercado de crédito, em Portugal e na zona euro, a Fed dá início a uma reunião de dois dias sobre a política monetária.

Como estão os bancos a avaliar as casas?

Esta terça-feira, a manhã ficará marcada pela divulgação de um conjunto de indicadores pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Desde logo, o inquérito à avaliação bancária na habitação relativo a dezembro, bem como as perspetivas de exportação de bens para 2025. Apresenta ainda, para o mesmo mês, o índice de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas no comércio.

E a conceder os créditos?

O Banco de Portugal divulgará as conclusões do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, um trabalho que mostra as tendências de procura e oferta relativamente ao financiamento concedido pela banca às famílias e às empresas. Simultaneamente, serão divulgadas as conclusões do mesmo inquérito conduzido pelo Banco Central Europeu. Esta avaliação junta mais de uma centena e meia de bancos da zona euro e realiza-se quatro vezes por ano.

Fed discute política monetária

A Reserva Federal (Fed) dá início esta terça-feira a uma reunião de dois dias dedicada à política monetária do país. Depois do início do ciclo de cortes dos juros diretores, em setembro passado, que culminou com três descidas até ao final do ano, não se espera que a Fed mexa na taxa dos fundos federais neste encontro.

TJUE analisa recurso da Google contra multa de 4 mil milhões

Numa altura em que Donald Trump acusa a União Europeia de “tratar mal” os Estados Unidos e as respetivas empresas norte-americanas, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) vai analisar um recurso interposto pela Google contra uma multa de 4,125 mil milhões de euros aplicada pela Comissão Europeia por abuso de posição dominante no caso Android. A decisão foi formalizada em 2022 pelo Tribunal Geral da União Europeia (TGUE) depois de o regulador europeu, em 2018, ter decidido multar a gigante tecnológica.

Abanca apresenta resultados

O dia ficará ainda marcado pela divulgação de resultados trimestrais e anuais. Entre eles, do banco espanhol Abanca, a gigante da aviação Boeing, o peso pesado do luxo LVMH e fabricante automóvel General Motors.

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Marcas da RTP vão ter nova imagem. Projeto foi ganho pela Ivity e vale 70 mil euros

A RTP abriu uma consulta pública para a contração de um estudo e proposta gráfica para a nova imagem das marcas RTP. O projeto foi ganho pela agência de Carlos Coelho.

Os canais da RTP vão ter uma nova imagem. A assinatura será da IvityBrandCorp, agência escolhida em consulta pública para apresentar o estudo e proposta gráfica das marcas do operador público. O valor do contrato é de 70 mil euros.

A consulta para fornecimento de serviços para realização de estudo e proposta gráfica e conceptual para nova imagem das marcas RTP foi aberto em outubro, tendo sido escolhida em novembro a agência fundada por Carlos Coelho. Publicado no Portal Base em janeiro, o contrato prevê que o serviço seja prestado no prazo de três meses.

Por definir estará ainda se a mudança de imagens será gradual ou simultânea para os vários canais, e se se tratará de uma evolução da atual identidade ou uma alteração mais substancial, apurou o +M.

O último rebranding dos canais da RTP é já de 2016 e foi conduzido pela AC Brand Design, com consultoria de Pedro Bidarra. Na altura, o projeto começou pela RTP3, estendendo-se depois aos restantes canais do operador público.

Entretanto, recorde-se, decorre até 7 de fevereiro a consulta pública para o novo contrato de concessão da RTP.

A proposta foi apresentada no dia 9 de janeiro e, como avançou o +M/ECO, o anteprojeto do contrato de concessão autoriza a administração da RTP a lançar e encerrar canais. Com foco no digital, as obrigações surgem por tipologia de programas e não por canais, com a obrigatoriedade de um deles ser produzido e emitido a partir do Porto.

Com o fim progressivo da publicidade na RTP1 chumbado no Parlamento, o documento recomenda que o canal não deve ser, tendencialmente, financiada por publicidade televisiva comercial, “em benefício dos seus públicos, libertando a grelha para o foco exclusivo na prestação do serviço público que lhe cumpre”.

“Pretende-se reforçar o papel da RTP, enquanto plataforma global e abrangente, chegando a todos os públicos, com impacto relevante na nossa sociedade. Os atuais desafios que a comunicação social enfrenta tornam ainda mais premente a afirmação de um serviço público de media de qualidade e com capacidade para se afirmar como uma referência de rigor e de credibilidade”, conclui o nota introdutória à proposta.

O atual contrato de serviço público de rádio e televisão está em vigor desde março de 2015, nunca tendo sido revisto. Celebrado por um período de 16 anos, estava previsto que fosse revisto de quatro em quatro anos, o que não veio a acontecer.

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Plataforma da Segurança Social atrasa execução de projetos do PRR

A Recuperar Portugal "tem vindo a articular com o Instituto da Segurança Social para conseguir atingir maior eficiência, rapidez e qualidade nos dados reportados sobre a execução do investimento".

Clube dos Pequenos, creche promovida pelo Centro Social Vale do Homem (CSVH) com verbas do PRR

O Clube dos Pequenos é uma creche diferente. Tem um horário alargado e funciona sete dias por semana. O objetivo começou por ser dar resposta aos profissionais do Hospital de Braga e também da Universidade. Em funcionamento desde 16 de dezembro, este projeto contou com um apoio de 800 mil euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O problema é conseguir receber as verbas da bazuca.

O Centro Social Vale do Homem (CSVH), que dinamiza esta creche, é apenas uma das muitas IPSS que não conseguem submeter as suas faturas na plataforma da Segurança Social para serem ressarcidos do investimento feito. “Deste projeto tenho ainda a receber cerca de 500 mil euros”, conta ao ECO Jorge Pereira. O presidente do CSVH, que tem dez candidaturas ao PRR – seis edifícios, dois em construção, a creche que acabou de abrir e um concurso público que acabou de ser lançado para habitação colaborativa em Vila Verde – queixa-se que tem faturas por pagar desde novembro do ano passado.

O processo começa na Autoridade Tributária que tem de validar as faturas, para depois a Segurança Social proceder ao pagamento. E se surge um problema com um procedimento na plataforma, “o sistema não permite submeter mais faturas”, explica Jorge Pereira.

As dificuldades com as plataformas para a submissão de pedidos de pagamento do PRR não são de agora, até porque o CSVH foi o responsável pelo primeiro edifício do país a ser executado com fundos do PRR. Até teve honras de protagonizar os vídeos promocionais para a Comissão Europeia. O CSVH já garantiu um financiamento de 7,5 milhões de euros do PRR para nove respostas sociais, orçadas em mais de 16 milhões de euros. Em causa estão projetos nas áreas sénior, da deficiência, habitação colaborativa, infância, serviço de apoio domiciliário, saúde mental e eficiência energética, distribuídos pelos concelhos de Amares, Barcelos, Braga, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro e Vila Verde.

Os atrasos que as instituições do setor social enfrentam levaram mesmo o grupo parlamentar do PS a questionar o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.

O PS denuncia outra vertente do problema: há “cerca de mil instituições do setor social que aguardam há meses ser ressarcidas das quantias em dívida por parte da Segurança Social, nomeadamente no que respeita às candidaturas aprovadas relativas às viaturas elétricas, no âmbito do PRR”, lê-se no requerimento submetido sexta-feira.

“Os socialistas querem saber que diligências foram realizadas ou estão delineadas para se assegurar o pagamento com a maior brevidade possível às entidades em causa, uma vez que a ausência do cumprimento destes compromissos está a colocar em risco a sustentabilidade financeira de muitas instituições”, acrescenta a mesma nota.

“Desde o início que houve problemas em submeter faturas”, recorda Jorge Pereira. “Primeiro porque não havia plataforma, depois por picos ao longo do tempo. A Segurança Social demorava entre cinco meses a ano e meio para pagar”, lamenta. Um comportamento que obriga as entidades do setor social a recorrer a empréstimos bancários, contas correntes e contas caucionadas, com juros. “Os atrasos trazem dificuldades acrescidas”, sublinha o responsável.

O ECO questionou a Recuperar Portugal sobre estes atrasos e fonte oficial sublinhou os esforços em “resolver constrangimentos dos beneficiários do PRR”. “Relativamente à submissão de pedidos de pagamento, a Estrutura de Missão Recuperar Portugal tem vindo a articular com o Instituto da Segurança Social (ISS) para conseguir atingir maior eficiência, rapidez e qualidade nos dados reportados sobre a execução” do investimento na nova geração de equipamentos e respostas sociais, acrescentou a mesma fonte.

“A validação da conformidade dos documentos comprovativos da despesa é fundamental para garantir segurança e o ISS” — a entidade pública globalmente responsável pela implementação física e financeira destes investimentos – “tem vindo a desempenhar de forma exemplar a sua função enquanto beneficiário intermediário do PRR”, acrescentou a mesma fonte.

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Vai ser mais fácil trocar de banco. Estas são as novas regras para mudar de conta

Se quer trocar de banco, a partir de agora vai ser mais rápido e fácil. Vai ser possível fazê-lo a partir da app e processo tem de estar concluído em 13 dias. Bancos têm de dar mais informação.

Trocar de banco vai se tornar um processo mais fácil e rápido para os clientes. O Banco de Portugal anunciou um conjunto de boas práticas e normas para agilizar o serviço de mudança de conta, que tem tido pouca adesão. Regras para os bancos cumprirem até ao dia 1 de janeiro do próximo ano.

O regulador bancário também definiu um conjunto de normas com vista a facilitar o encerramento de contas, em face do número crescente de reclamações que tem recebido.

Com o aviso publicado na semana passada, o Banco de Portugal quer “reforçar a proteção dos clientes” ao estabelecer um ‘guia’ harmonizado para todo o setor no que toca ao fecho e mudança de conta.

Banco deve permitir troca de conta através da app

Os bancos que permitem abrir conta através dos canais digitais devem também disponibilizar um espaço ou meio “facilmente acessível e de forma permanente” no seu homebanking ou aplicação de telemóvel, que permita aos clientes submeterem os pedidos de mudança de conta, “não ficando essa faculdade circunscrita a contas com apenas um titular”.

13 dias para mudar de banco

Segundo o regulador bancário, trocar de banco não pode demorar mais de 13 dias desde o pedido formulado pelo cliente:

  • O banco deve, no prazo de dois dias úteis após o pedido do cliente, solicitar à instituição onde o cliente tem a conta domiciliada (banco transmitente) um conjunto de informações e a adoção de determinadas tarefas.
  • Após a receção desse pedido, a banco transmitente tem o prazo de cinco dias úteis para facultar as informações e concluir as tarefas solicitadas.
  • Após a receção da informação da instituição transmitente, o banco recetor tem um prazo de cinco dias úteis para executar as tarefas necessárias à operacionalização da mudança de conta.

“No total, o serviço de mudança de conta deve estar concluído ao final do 13.º dia útil contado do momento em que o consumidor formula o pedido”, aponta o aviso.

Formulário único para autorizar mudança

O banco recetor deve disponibilizar um formulário único que permita ao cliente conferir as autorizações necessárias para mudar de conta. Designadamente, autorizando a instituição transmitente a cancelar eventuais cartões bancários, cheques e outros serviços associados à conta que vai ser encerrada.

Esse formulário deve incluir elementos como o IBAN da conta de origem, data de encerramento da conta de origem, indicação de que a mudança de conta é gratuita ou, no caso de haver um custo, a discriminação e a quantificação do custo associado, entre outros elementos.

Para o encerramento da conta de origem, foram definidos os motivos que podem constituir fundamento para o banco se recusar a fechar a conta. Nessas situações, os clientes devem ser informados do que fazer para ultrapassar o problema identificado.

Bancos devem dar mais informação sobre mudança de conta

O Banco de Portugal constatou que o serviço de mudança de conta tem registado uma “reduzida adesão”, circunstância à qual não é alheia o facto de ser um serviço pouco conhecido, quer pelos clientes quer pelos trabalhadores dos bancos.

Assim, o regulador bancário considera que os bancos devem fornecer mais informação sobre o serviço de mudança de conta e também dar formação aos seus trabalhadores neste âmbito.

Os bancos devem disponibilizar no homebanking, “de forma destacada e em linguagem simples, clara e sucinta, informação sobre o serviço de mudança de conta”, indicando as vantagens do serviço, a gratuitidade do serviço para o cliente. Também devem promover a divulgação através de vídeos explicativos, infografias, chatbot, linha de atendimento, perguntas frequentes e outras ferramentas interativas.

A informação sobre o serviço de mudança de conta também deve estar disponível ao balcão do banco.

No que toca à formação, os bancos devem implementar planos de formação para os trabalhadores sobre o tema.

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Fim de contrato com Autoeuropa deixa 525 empregos em risco nos fornecedores

A construtora automóvel informou a Vanpro e a Tenneco de que não estarão entre os fornecedores para o novo modelo da fábrica de Palmela, o que deverá ter impacto nessas empresas no final deste ano.

A Vanpro e a Tenneco não vão fornecer componentes para o novo modelo de automóvel que vai começar a ser produzido na Autoeuropa no final do ano, com a construtora automóvel detida pela Volkswagen a transferir esta produção para uma empresa alemã, na qual controla 50% do capital. Uma decisão que ameaça mais de 500 postos de trabalho, avisa o sindicato Site-Sul, que realiza esta terça e quarta-feira um plenário junto de trabalhadores na empresa, em Palmela.

“A Vanpro e a Tenneco ficaram de fora da produção do novo produto”, confirmou ao ECO Nuno Santos, do Site-Sul (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul), na véspera do plenário que decorre a partir desta terça na portaria da fábrica da Volkswagen em Palmela.

O sindicalista explica que esta situação coloca em risco 475 postos de trabalho na Vanpro, empresa que produz atualmente os assentos para os carros da marca, e 50 empregos na Tenneco, que desde 1991 é responsável pelo sistema de escapes de todos modelos que a marca alemã produz em Palmela.

O fim do contrato com estes dois fornecedores poderá levar assim ao despedimento de 525 trabalhadores. O sindicato que representa os trabalhadores da Autoeuropa fala numa “opção economicista”, explicando que a produção vai ser deslocada “para outra empresa do outro lado da autoestrada, que é controlada em 50% pelo grupo”.

A ameaça aos postos de trabalho não é imediata, uma vez que as duas empresas apenas serão substituídas no final deste ano. Mas o sindicato já está a procurar encontrar alternativas para estes trabalhadores, que evitem o seu despedimento. Já pediu reuniões com a administração da Autoeuropa, mas ainda não obteve resposta. “Nunca mostrou disponibilidade”, lamenta.

As soluções para estes trabalhadores, alega o dirigente sindical, é “serem admitidas pela própria empresa [que vai passar a fornecer a Autoeuropa] ou pela Volkswagen“, argumentando que há “margem para esta situação avançar”.

Quanto à crise que o grupo alemão enfrenta e que deverá levar, pela primeira vez na sua história, ao encerramento de fábricas na Alemanha, ainda que sem impacto na atividade em Portugal, Nuno Santos afasta a existência de uma crise em Palmela. É estimado para este ano um volume de produção de 230 mil carros na Autoeuropa, em linha com o registado em 2024.

“Não vamos falar em crises que não existem”, atira o mesmo responsável.

Plenário debate desgaste rápido e aumentos

Ainda que a situação dos trabalhadores que vão ser afetados pela descontinuidade dos contratos de fornecimento da Vanpro e da Tenneco seja um dos temas que vai ser debatido com os trabalhadores da fabricante automóvel, o plenário nos próximos dois dias tem como tema principal o reconhecimento do desgaste rápido dos trabalhadores da Autoeuropa e das empresas do parque industrial.

Esta discussão surge depois de o sindicato ter entregado uma petição com mais de 13.000 assinaturas em setembro do ano passado na Assembleia da República.

Outro dos pontos a ser discutido com os trabalhadores junto à Autoeuropa são as reivindicações de aumentos salariais para este ano, para “fazer face ao aumento do custo de vida”, explica Nuno Santos.

Os plenários convocados pelo SITE-Sul estão marcados para as 08:30 e 16:30 de terça-feira e para a 01:00 e 08:30 de quarta-feira, de forma a abranger os diferentes horários de trabalho na Autoeuropa e empresas fornecedoras instaladas no Parque Industrial de Palmela.

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Maioria das empresas conta dar aumentos salariais até 5% este ano

Seis em cada dez das empresas ouvidas pela Hays apontam para aumentos salariais de 5% em 2025, o que fica aquém das expectativas dos empregados. Contratações não devem arrefecer.

O ano de 2025 deverá ser sinónimo de aumentos salariais até 5% na maioria das empresas portuguesas. A estimativa é da Hays, que ouviu cerca de 900 empregadores quanto às suas perspetivas para o ano que acaba de arrancar. Estes reforços remuneratórios ficam, contudo, aquém da expectativa dos empregados, já que quase metade está a contar com aumentos acima dos 6%.

“As perspetivas para 2025 são de aumentos salariais para a maioria das empresas. Cerca de 83% dos empregadores inquiridos indica que deverão verificar-se aumentos salariais, que se traduzirão, na maior parte dos casos, num incremento até 5%“, sublinha a empresa de recursos humanos sua análise ao mercado de trabalho.

Em maior detalhe, quase um quinto dos empregadores ouvidos vão avançar com aumentos salariais até 2,4%. Já 46,1% estão a contar reforçar os ordenados entre 2,5% e 5%.

Ou seja, 65,2% das empresas ouvidas apontam para subidas salariais até 5%, sendo que o referencial definido na Concertação Social para orientar os aumentos salariais no setor privado em 2025 ficou fixado em 4,7%. Tal significa que mais de metade dos empregadores pretende cumprir o acordado entre o Governo, as confederações empresariais e a UGT.

Mas há também quem seja mais generoso. Cerca de 15% dos empregadores vão avançar com aumentos salariais entre 6% e 10%, enquanto 1,4% apontam para reforços entre 11% e 15%. E em torno de 0,6% dos empregadores estão a contar dar reforços remuneratórios entre 16% e 20%. Já 0,3% contam superar a fasquia dos 20% nos aumentos deste ano.

Em contraste, 14,4% das empresas ouvidas não pretende fazer qualquer alteração aos salários, como se vê na tabela abaixo.

No relatório apresentado esta terça-feira, a Hays realça, por outro lado, que “importa perceber se estes aumentos salariais estão alinhados com as expectativas dos profissionais para o próximo ano”. As respostas dos 2.800 empregados ouvidos sinalizam que não é esse o caso. “No que diz respeito a aumentos salariais para 2025, a expetativa dos candidatos parece ser superior à dos empregadores“, salienta a empresa de recursos humanos.

Ora, enquanto mais de seis em cada dez empregadores apontam para aumentos até 5%, só 28% dos trabalhadores têm essa expectativa. A maioria espera mais: 16% conta com reforços remuneratórios entre 6% e 10%, 11% dos trabalhadores entre 11% e 15%, 7% entre 16% e 20% e 14% dos trabalhadores aponta mesmo para aumentos acima de 14%.

É de notar, contudo, que há mais empregados a esperar que o salário não se altere em 2025 (21%) do que empregadores (14%), mostra o guia da Hays agora divulgado.

Transparência salarial ainda só para a minoria

Portugal tem até 2026 para transpor para a lei nacional a diretiva europeia sobre a transparência salarial, tema que ainda tem pouca expressão no dia a dia das empresas portuguesas, confirma a nova análise da Hays.

“Questionámos os empregadores relativamente à implementação da Diretiva Europeia sobre a Transparência Salarial, e percebemos que apenas 23% dos inquiridos afirmam que a sua empresa está a par e a implementar as medidas necessárias“,lê-se no guia divulgado esta terça-feira.

Em comparação, 36% dos empregadores indicam que a organização está a par da diretiva, mas ainda não implementaram medidas. Por outro lado, em 20% dos casos a empresa não só não implementou as medidas, como não está sequer a par da diretiva.

Uns expressivos 22% não têm certeza de qual é o progresso da sua organização neste tema“, salienta a empresa de recursos humanos.

É hora de regressar ao escritório?

Na análise ao mercado de trabalho divulgada esta terça-feira pela Hays, não são apenas as perspetivas salariais que são objeto de análise; também os modelos de trabalho estão sob a lupa.

Ora, entre os cerca de 900 empregadores ouvidos, mais de metade pratica um regime híbrido com, pelo menos, um dia de trabalho remoto por semana, enquanto 46% adotam um modelo totalmente presencial. Entre essas últimas empresas, a maior parte fá-lo porque a sua área de negócio não é compatível com teletrabalho, mas 20% adotaram este regime por opção.

Quanto a 2025 — numa altura em que várias empresas estrangeiras anunciaram o regresso obrigatório ao escritório –, 85% dos inquiridos pretende manter o modelo, sendo que só 9% dos empregadores indicam que os trabalhadores terão de passar mais tempo em trabalho presencial.

É de realçar que o teletrabalho e o trabalho flexível estão entre os benefícios mais valorizados pelos empregados, de acordo com este novo guia. Só o seguro de saúde é mais popular entre os trabalhadores.

Menos abertos a mudar de emprego

Apesar das incertezas e dos desafios, as contratações não deverão arrefecer este ano. “A esmagadora maioria (82%) dos mais de 900 empregadores que participaram no inquérito têm planos de contratar para as suas equipas este ano”, assinala a Hays, sendo que esse valor é idêntico ao registado em 2024.

“No entanto, este poderá ser um dos anos mais difíceis de sempre em termos de atração de talento, já que do lado dos profissionais, a disponibilidade para uma mudança de emprego caiu drasticamente“, alerta a empresa de recursos humanos.

Enquanto em 2024, 77% dos profissionais estavam abertos a mudar de emprego, este ano 68% mostram essa disponibilidade. “Trata-se do valor mais baixo alguma vez verificado nos nossos inquéritos, desde o ano 2011″, assinala a Hays.

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Das reformas antecipadas à TSU, novo grupo de trabalho tem um ano para fazer recomendações sobre Segurança Social

Pensões antecipadas, taxa contributiva, reforma parcial. Governo criou um novo grupo de trabalho para analisar e fazer recomendações sobre sustentabilidade da Segurança Social.

A ministra do Trabalho já tinha deixado claro que a análise encomendada pelo Governo anterior à Segurança Social foi muito limitada. Decidiu, por isso, criar agora um novo grupo de trabalho para avaliar o sistema e fazer recomendações, nomeadamente, sobre o regime das pensões antecipadas, a taxa contributiva e a reforma a tempo parcial. Especialistas arrancam trabalhos no final deste mês e terão um ano para fazer propostas, de acordo com o despacho a que o ECO teve acesso.

“É instituído um grupo de trabalho que terá como missão aprofundar a análise da temática da sustentabilidade a longo prazo do sistema de Segurança Social e propor a definição de linhas de ação estratégias, elaborando propostas exequíveis e alinhadas com as melhores práticas nacionais e europeias, assegurando um sistema robusto, inclusivo e preparado para enfrentar os desafios demográficos e económicos futuros“, lê-se no diploma assinado por Maria do Rosário Palma Ramalho.

A esse grupo de especialistas, o Governo entrega nove temas que gostaria de ver avaliados e sobre os quais pede para receber recomendações, a começar pela taxa contributiva.

Por lei, essa taxa deve ser avaliada de cinco em cinco anos, mas há 13 anos que tal não acontece. Em dezembro, a ministra do Trabalho já tinha anunciado, portanto, um “estudo tendente à revisão da taxa contributiva do sistema previdencial” da Segurança Social e, sabe-se agora, que essa tarefa ficará a cargo do referido novo grupo de trabalho.

No despacho, não é detalhado o que se pretende (os patrões apelam a um alívio dessa taxa). Antes, diz-se apenas que a revisão será feita “com a desagregação discriminativa das diversas eventualidades abrangidas”.

Outro dos temas que serão analisados pelos especialistas escolhidos pelo Governo será “a sustentabilidade, adequação e equidade intra e intergeracional dos sistemas públicos de proteção social“. A ministra do Trabalho quer também que os peritos avaliem a sustentabilidade não só do sistema previdencial da Segurança Social, mas também o sistema de proteção social de cidadania e o próprio regime de proteção social convergente da Caixa Geral de Aposentações.

Desenvolver os regimes complementares de iniciativa coletiva e de iniciativa individual e o regime público de capitalização, oferecendo aos contribuintes uma maior flexibilidade e opções personalizadas, reforçando a poupança e resiliência do sistema.

Despacho do MTSSS

“Definir estratégias e avaliar propostas que garantam a sustentabilidade a longo prazo do sistema de pensões e melhorem a sua adequação e equidade” é outro dos pontos que aparecem identificados no mencionado despacho, além da avaliação dos regimes complementares de iniciativa coletiva ou individual e do regime público de capitalização.

A ideia, neste caso, é oferecer “aos contribuintes uma maior flexibilidade e opções personalizadas, reforçando a poupança e resiliência do sistema”.

Por outro lado, o Governo dita que os especialistas terão de estudar os mecanismos de reforma parcial, que facilitam a transição entre a vida ativa e a reforma. O Governo anterior também tinha prometido olhar para este tema, mas o fim abrupto da legislatura impediu este estudo.

Reavaliar o Regime de Reforma Antecipada dando prioridade a políticas que incentivem a permanência na vida ativa e aumentem o volume de contribuições, promovendo a sustentabilidade do sistema a médio e longo prazo.

Despacho MTSSS

Por fim, o Executivo de Luís Montenegro quer que seja reavaliado o regime da reforma antecipada, “dando prioridade a políticas que incentivem a permanência na vida ativa e aumentem o volume de contribuições, promovendo a sustentabilidade do sistema a médio e longo prazo”.

No início do ano, a ministra do Trabalho já tinha anunciado a reavaliação deste regime, sendo que o livro verde criado pelos especialistas escolhidos pelo Governo anterior também faz propostas nesse sentido: acabar com a possibilidade de acesso à reforma antecipada partir dos 57 anos para quem ficou no desemprego aos 52 anos ou mais e indexar a idade da reforma antecipada à idade normal de acesso à pensão.

O novo grupo de trabalho inicia funções a 30 de janeiro e terá 12 meses para apresentar o seu relatório final com “propostas e recomendações, incluindo um plano de execução, indicadores de desempenho e metas específicas para o curto, médio e longo prazo”.

Ainda assim, já daqui a seis meses, os peritos terão de apresentar um relatório de progresso relativo aos regimes complementares, à reforma parcial e às pensões antecipadas.

A liderança deste grupo de trabalho ficará a cargo do economista Jorge Bravo, sendo que, no grupo de trabalho, participarão também, por exemplo, Carla Castro (ex-deputada do Iniciativa Liberal), vários técnicos do Ministério do Trabalho, Cristina Ferreira, em representação da Segurança Social, e Vasco Costa, diretor da CGA.

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“O facto de trabalhar neste setor permitiu-me estudar e trabalhar ao mesmo tempo”

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  • 28 Janeiro 2025

Francisco Canas revela como a experiência de ser motorista em Cascais lhe proporcionou autonomia financeira, permitindo-lhe conciliar as exigências da vida académica e, mais tarde, da vida pessoal.

Francisco Canas, motorista profissional há 8 anos, encontrou no turismo uma oportunidade única para conciliar trabalho e estudos, graças à flexibilidade da profissão. Esta atividade permitiu-lhe alcançar autonomia financeira, equilibrando as exigências da vida académica e, mais tarde, da vida pessoal. Conta com o turismo na medida em que são vários os turistas nacionais e estrangeiros que procuram este tipo de serviços para conhecer ao detalhe os locais que visitam.

O que é o projeto Eu Conto com o Turismo?

Um empresário do têxtil, uma varina da Nazaré, um vendedor de bolas de Berlim, a proprietária de uma loja de produtos dos Açores, um piloto de voos de recreio, uma empresária do setor vinícola… e tantos, tantos outros. Todos nós, na verdade. Todos somos beneficiários do turismo e contamos com o turismo para melhorar as nossas vidas.

O turismo tem vindo a assumir um papel crescente na economia portuguesa e é o principal responsável pela maioria dos indicadores positivos dos últimos anos. Cria emprego, anima o tecido empresarial, revitaliza as cidades.

O projeto Eu Conto com o Turismo tem como objetivo dar voz a pessoas, mais e menos conhecidas, das mais variadas atividades e regiões, que, de alguma forma, beneficiam do turismo.

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Dívida de 254 mil milhões na CGA ameaça sustentabilidade da Segurança Social

O alerta para a "insustentabilidade" da Segurança Social feita pelo Tribunal de Contas está numa fatura de 254 mil milhões de euros contraída pelo Estado com a Caixa Geral de Aposentações (CGA).

O Tribunal de Contas lançou uma bomba no debate sobre a sustentabilidade da Segurança Social. Numa auditoria aos relatórios sobre a “Sustentabilidade Financeira da Segurança Social” que acompanharam as propostas de Orçamento do Estado entre 2018 e 2024, é sinalizado um “buraco” de 228 mil milhões de euros no sistema de proteção social contributiva em Portugal, além de apontarem para falhas significativas na forma como a sustentabilidade do sistema de Segurança Social tem sido avaliada e projetada.

Este valor, equivalente a 96,1% do PIB de 2023, surge quando se junta o Sistema Previdencial da Segurança Social, atualmente a gerar excedentes orçamentais, ao Regime de Proteção Social Convergente (RPSC), gerido pela Caixa Geral de Aposentações (CGA), que, segundo contas dos técnicos do Tribunal de Contas, apresenta responsabilidades (presentes e futuras) cinco vezes acima dos seus ativos, gerando com isso um saldo deficitário de 253,9 mil milhões de euros.

“O sistema está em défice há mais de duas décadas e tem uma dívida implícita no longo prazo que supera 250% do PIB até por volta de 2080”, referiu Jorge Bravo, professor de Economia na Nova IMS, em entrevista ao ECO. “O sistema da Segurança Social não é sustentável”, alertou ainda Jorge Bravo, que foi designado como perito pelo Instituto dos Atuários Portugueses na capacitação dos elementos da equipa de auditoria do relatório do Tribunal de Contas para a análise e apreciação do modelo utilizado para as projeções.

Fonte: Tribunal de Contas. Cálculos próprios.

À primeira vista, o défice de 228 mil milhões de euros do sistema de proteção social contributiva é alarmante. Contudo, vários especialistas ouvidos pelo ECO contestam veementemente esta análise, argumentando que juntar os dois sistemas é um erro metodológico grave que distorce a realidade. “É um disparate juntar os dois sistemas”, refere Fernando Ribeiro Mendes, economista e ex-secretário de Estado da Segurança Social, argumentando que não só o regime da CGA está fechado desde 2005 como foi criado com um propósito e uma estrutura bem diferente do atual regime geral da Segurança Social.

“Tanto Jorge Bravo como o Tribunal de Contas ignoram, ou fazem por ignorar, pois não esclarecem, por que razão a CGA apresenta anualmente elevados défices que têm de ser suportados pelo Orçamento do Estado”, refere o economista Eugénio Rosa, sublinhando que “a razão é que durante 75 anos (até 2005) o Estado apropriou-se do dinheiro dos descontos e contribuições [da CGA] que devia ter sido aplicados num fundo semelhante ao atual Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS). Se tivesse feito isso não teria de suportar esses défices agora, mas sim o fundo.”

Estado deficitário das contas da CGA

A CGA tem uma história que remonta a 1929, quando foi criada para gerir o sistema de pensões dos funcionários públicos, fazendo parte da Caixa Nacional de Previdência, em conjunto com o Montepio dos Servidores do Estado, sob a administração da Caixa Geral de Depósitos. “Foi criado no regime anterior com uma lógica de compensação aos funcionários públicos, porque o Estado salazarista pagava mal e resolveu criar um sistema de pensões bastante vantajoso que compensava os baixos salários – porque dava a pensão como sendo igual ao último salário”, recorda Fernando Ribeiro Mendes.

Este regime especial para os funcionários públicos foi encerrado a novas adesões a 31 de dezembro de 2005. A partir de 2006, todos os novos trabalhadores do Estado passaram a ser inscritos no regime geral da Segurança Social. A CGA tornou-se assim um sistema fechado, responsável apenas pelos trabalhadores públicos inscritos até ao final de 2005.

Em 2023, foram transferidos para a CGA 5.718 milhões de euros do Orçamento do Estado. É este o verdadeiro elefante na sala quando se fala de sustentabilidade da proteção social em Portugal.

Atualmente, a CGA gere um universo de cerca de 389 mil subscritores. O problema é que este número está em declínio constante, enquanto o número de pensionistas aumenta. Resultado: a receita contributiva da CGA tem diminuído a um ritmo superior ao da despesa com pensões, agravando o seu défice estrutural.

Além disso, as reservas financeiras provenientes de antigos fundos de pensões, públicos e privados, transferidos para a CGA, como os fundos de pensões do pessoal dos CTT, RDP, Caixa Geral de Depósitos, ANA, NAV-Portugal, INCM e os três planos de pensões da Portugal Telecom, têm-se esgotado progressivamente para cobrir responsabilidades crescentes com pensões e outros encargos.

Este desequilíbrio obriga a um aumento constante da comparticipação do Orçamento do Estado. Em 2023, foram transferidos para a CGA 5.718 milhões de euros do Orçamento do Estado. É este o verdadeiro elefante na sala quando se fala de sustentabilidade da proteção social em Portugal. E é neste contexto que surge a polémica análise do Tribunal de Contas, que defende que para avaliar corretamente a sustentabilidade da proteção social, é necessário olhar em conjunto para o Sistema Previdencial da Segurança Social e para o Regime de Proteção Social Convergente da CGA.

Os técnicos do Tribunal de Contas argumentam que a separação dos dois regimes “prejudica a transparência da avaliação da sustentabilidade financeira do conjunto dos regimes contributivos de proteção social pública em Portugal.” No entanto, esta análise conjunta está longe de ser consensual entre os especialistas.

Teresa Garcia, professora do ISEG, é categórica: “A CGA é da responsabilidade do Estado, ponto final. Não pode assumir isso como responsabilidade da Segurança Social”, sublinhando, no entanto, que isso “não significa que não há responsabilidades da CGA.” Fernando Mende Ribeiro destaca inclusive que “ao integrar a CGA com o Sistema Previdencial era pedir que as contribuições das empresas e do Estado [após 2025] tinham que ir financiar as pensões da função pública, que tem outra lógica.”

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, assinou um despacho para criar um grupo de trabalho para propor medidas destinadas à reforma da Segurança Social, para garantir a sustentabilidade a longo prazo do sistema. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Dois problemas para uma só solução?

Durante décadas, a CGA funcionou com uma lógica diferente do sistema geral da Segurança Social, que se pautava por ao contrário do regime geral não ter uma lógica contributiva. “As pessoas descontavam, mas não era no sentido de dar sustentabilidade só por essa via. Sempre foi financiado pelo Orçamento de Estado”, recorda Fernando Ribeiro Mendes.

“Com o poder que tem, e legislando em “casa própria”, o Governo estabeleceu um sistema que lhe permitia apropriar-se de uma parcela das contribuições”, refere ainda Eugénio Rosa, notando que “o empregador público, que era o Estado, não pagava uma contribuição percentual fixa, mas apenas transferia do Orçamento do Estado, durante o ano, somente o necessário, que junto às contribuições dos trabalhadores, fosse suficiente para pagar as pensões aos trabalhadores que já estavam aposentados.

Esta particularidade histórica é crucial para entender o atual desequilíbrio financeiro da CGA e sustentar a ideia defendida por vários especialistas que argumenta a existência não da sustentabilidade da Segurança Social mas de dois problemas distintos:

  • A CGA apresenta um problema transitório que se resolverá naturalmente com o tempo. Este sistema, exclusivo para funcionários públicos, representa um compromisso histórico do Estado que não pode ser ignorado. À medida que o número de pensionistas da CGA diminui, o encargo financeiro associado irá gradualmente desaparecer. “O Estado não se pode abstrair do problema e por isso tem de pagar”, defende Fernando Ribeiro Mendes.
  • O sistema universal da Segurança Social enfrenta desafios mais complexos e duradouros. Desde logo, o envelhecimento acelerado da população portuguesa coloca uma pressão significativa sobre o sistema. Embora a recente vaga de imigração tenha trazido um alívio temporário, com mais contribuintes ativos, é importante notar que estes novos residentes também estão a acumular direitos no sistema, o que poderá ter implicações a longo prazo para a sua sustentabilidade.

O debate sobre a sustentabilidade da proteção social em Portugal é complexo e multifacetado. O relatório do Tribunal de Contas, ao apontar para um “buraco” de 228 mil milhões de euros, lançou um alerta importante. No entanto, a metodologia utilizada, juntando as contas do Sistema Previdencial da Segurança Social e da CGA, é alvo de fortes críticas por parte de vários especialistas.

O que parece claro é que Portugal enfrenta desafios significativos nesta área. Se por um lado tem de lidar com o legado da CGA, um sistema fechado que continuará a pesar nas contas públicas nas próximas décadas, por outro lado, precisa também de garantir a sustentabilidade a longo prazo do Sistema Previdencial da Segurança Social, num contexto de envelhecimento da população, não perdendo o foco de que, como revela Teresa Garcia, “os sistemas previdenciais são uma marca de economias de mercado civilizadas e prósperas porque conseguiram dar segurança na reforma e são um verdadeiro seguro social assente num pacto social.”

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