Vai ser mais fácil trocar de banco. Estas são as novas regras para mudar de conta

Se quer trocar de banco, a partir de agora vai ser mais rápido e fácil. Vai ser possível fazê-lo a partir da app e processo tem de estar concluído em 13 dias. Bancos têm de dar mais informação.

Trocar de banco vai se tornar um processo mais fácil e rápido para os clientes. O Banco de Portugal anunciou um conjunto de boas práticas e normas para agilizar o serviço de mudança de conta, que tem tido pouca adesão. Regras para os bancos cumprirem até ao dia 1 de janeiro do próximo ano.

O regulador bancário também definiu um conjunto de normas com vista a facilitar o encerramento de contas, em face do número crescente de reclamações que tem recebido.

Com o aviso publicado na semana passada, o Banco de Portugal quer “reforçar a proteção dos clientes” ao estabelecer um ‘guia’ harmonizado para todo o setor no que toca ao fecho e mudança de conta.

Banco deve permitir troca de conta através da app

Os bancos que permitem abrir conta através dos canais digitais devem também disponibilizar um espaço ou meio “facilmente acessível e de forma permanente” no seu homebanking ou aplicação de telemóvel, que permita aos clientes submeterem os pedidos de mudança de conta, “não ficando essa faculdade circunscrita a contas com apenas um titular”.

13 dias para mudar de banco

Segundo o regulador bancário, trocar de banco não pode demorar mais de 13 dias desde o pedido formulado pelo cliente:

  • O banco deve, no prazo de dois dias úteis após o pedido do cliente, solicitar à instituição onde o cliente tem a conta domiciliada (banco transmitente) um conjunto de informações e a adoção de determinadas tarefas.
  • Após a receção desse pedido, a banco transmitente tem o prazo de cinco dias úteis para facultar as informações e concluir as tarefas solicitadas.
  • Após a receção da informação da instituição transmitente, o banco recetor tem um prazo de cinco dias úteis para executar as tarefas necessárias à operacionalização da mudança de conta.

“No total, o serviço de mudança de conta deve estar concluído ao final do 13.º dia útil contado do momento em que o consumidor formula o pedido”, aponta o aviso.

Formulário único para autorizar mudança

O banco recetor deve disponibilizar um formulário único que permita ao cliente conferir as autorizações necessárias para mudar de conta. Designadamente, autorizando a instituição transmitente a cancelar eventuais cartões bancários, cheques e outros serviços associados à conta que vai ser encerrada.

Esse formulário deve incluir elementos como o IBAN da conta de origem, data de encerramento da conta de origem, indicação de que a mudança de conta é gratuita ou, no caso de haver um custo, a discriminação e a quantificação do custo associado, entre outros elementos.

Para o encerramento da conta de origem, foram definidos os motivos que podem constituir fundamento para o banco se recusar a fechar a conta. Nessas situações, os clientes devem ser informados do que fazer para ultrapassar o problema identificado.

Bancos devem dar mais informação sobre mudança de conta

O Banco de Portugal constatou que o serviço de mudança de conta tem registado uma “reduzida adesão”, circunstância à qual não é alheia o facto de ser um serviço pouco conhecido, quer pelos clientes quer pelos trabalhadores dos bancos.

Assim, o regulador bancário considera que os bancos devem fornecer mais informação sobre o serviço de mudança de conta e também dar formação aos seus trabalhadores neste âmbito.

Os bancos devem disponibilizar no homebanking, “de forma destacada e em linguagem simples, clara e sucinta, informação sobre o serviço de mudança de conta”, indicando as vantagens do serviço, a gratuitidade do serviço para o cliente. Também devem promover a divulgação através de vídeos explicativos, infografias, chatbot, linha de atendimento, perguntas frequentes e outras ferramentas interativas.

A informação sobre o serviço de mudança de conta também deve estar disponível ao balcão do banco.

No que toca à formação, os bancos devem implementar planos de formação para os trabalhadores sobre o tema.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fim de contrato com Autoeuropa deixa 525 empregos em risco nos fornecedores

A construtora automóvel informou a Vanpro e a Tenneco de que não estarão entre os fornecedores para o novo modelo da fábrica de Palmela, o que deverá ter impacto nessas empresas no final deste ano.

A Vanpro e a Tenneco não vão fornecer componentes para o novo modelo de automóvel que vai começar a ser produzido na Autoeuropa no final do ano, com a construtora automóvel detida pela Volkswagen a transferir esta produção para uma empresa alemã, na qual controla 50% do capital. Uma decisão que ameaça mais de 500 postos de trabalho, avisa o sindicato Site-Sul, que realiza esta terça e quarta-feira um plenário junto de trabalhadores na empresa, em Palmela.

“A Vanpro e a Tenneco ficaram de fora da produção do novo produto”, confirmou ao ECO Nuno Santos, do Site-Sul (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul), na véspera do plenário que decorre a partir desta terça na portaria da fábrica da Volkswagen em Palmela.

O sindicalista explica que esta situação coloca em risco 475 postos de trabalho na Vanpro, empresa que produz atualmente os assentos para os carros da marca, e 50 empregos na Tenneco, que desde 1991 é responsável pelo sistema de escapes de todos modelos que a marca alemã produz em Palmela.

O fim do contrato com estes dois fornecedores poderá levar assim ao despedimento de 525 trabalhadores. O sindicato que representa os trabalhadores da Autoeuropa fala numa “opção economicista”, explicando que a produção vai ser deslocada “para outra empresa do outro lado da autoestrada, que é controlada em 50% pelo grupo”.

A ameaça aos postos de trabalho não é imediata, uma vez que as duas empresas apenas serão substituídas no final deste ano. Mas o sindicato já está a procurar encontrar alternativas para estes trabalhadores, que evitem o seu despedimento. Já pediu reuniões com a administração da Autoeuropa, mas ainda não obteve resposta. “Nunca mostrou disponibilidade”, lamenta.

As soluções para estes trabalhadores, alega o dirigente sindical, é “serem admitidas pela própria empresa [que vai passar a fornecer a Autoeuropa] ou pela Volkswagen“, argumentando que há “margem para esta situação avançar”.

Quanto à crise que o grupo alemão enfrenta e que deverá levar, pela primeira vez na sua história, ao encerramento de fábricas na Alemanha, ainda que sem impacto na atividade em Portugal, Nuno Santos afasta a existência de uma crise em Palmela. É estimado para este ano um volume de produção de 230 mil carros na Autoeuropa, em linha com o registado em 2024.

“Não vamos falar em crises que não existem”, atira o mesmo responsável.

Plenário debate desgaste rápido e aumentos

Ainda que a situação dos trabalhadores que vão ser afetados pela descontinuidade dos contratos de fornecimento da Vanpro e da Tenneco seja um dos temas que vai ser debatido com os trabalhadores da fabricante automóvel, o plenário nos próximos dois dias tem como tema principal o reconhecimento do desgaste rápido dos trabalhadores da Autoeuropa e das empresas do parque industrial.

Esta discussão surge depois de o sindicato ter entregado uma petição com mais de 13.000 assinaturas em setembro do ano passado na Assembleia da República.

Outro dos pontos a ser discutido com os trabalhadores junto à Autoeuropa são as reivindicações de aumentos salariais para este ano, para “fazer face ao aumento do custo de vida”, explica Nuno Santos.

Os plenários convocados pelo SITE-Sul estão marcados para as 08:30 e 16:30 de terça-feira e para a 01:00 e 08:30 de quarta-feira, de forma a abranger os diferentes horários de trabalho na Autoeuropa e empresas fornecedoras instaladas no Parque Industrial de Palmela.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maioria das empresas conta dar aumentos salariais até 5% este ano

Seis em cada dez das empresas ouvidas pela Hays apontam para aumentos salariais de 5% em 2025, o que fica aquém das expectativas dos empregados. Contratações não devem arrefecer.

O ano de 2025 deverá ser sinónimo de aumentos salariais até 5% na maioria das empresas portuguesas. A estimativa é da Hays, que ouviu cerca de 900 empregadores quanto às suas perspetivas para o ano que acaba de arrancar. Estes reforços remuneratórios ficam, contudo, aquém da expectativa dos empregados, já que quase metade está a contar com aumentos acima dos 6%.

“As perspetivas para 2025 são de aumentos salariais para a maioria das empresas. Cerca de 83% dos empregadores inquiridos indica que deverão verificar-se aumentos salariais, que se traduzirão, na maior parte dos casos, num incremento até 5%“, sublinha a empresa de recursos humanos sua análise ao mercado de trabalho.

Em maior detalhe, quase um quinto dos empregadores ouvidos vão avançar com aumentos salariais até 2,4%. Já 46,1% estão a contar reforçar os ordenados entre 2,5% e 5%.

Ou seja, 65,2% das empresas ouvidas apontam para subidas salariais até 5%, sendo que o referencial definido na Concertação Social para orientar os aumentos salariais no setor privado em 2025 ficou fixado em 4,7%. Tal significa que mais de metade dos empregadores pretende cumprir o acordado entre o Governo, as confederações empresariais e a UGT.

Mas há também quem seja mais generoso. Cerca de 15% dos empregadores vão avançar com aumentos salariais entre 6% e 10%, enquanto 1,4% apontam para reforços entre 11% e 15%. E em torno de 0,6% dos empregadores estão a contar dar reforços remuneratórios entre 16% e 20%. Já 0,3% contam superar a fasquia dos 20% nos aumentos deste ano.

Em contraste, 14,4% das empresas ouvidas não pretende fazer qualquer alteração aos salários, como se vê na tabela abaixo.

No relatório apresentado esta terça-feira, a Hays realça, por outro lado, que “importa perceber se estes aumentos salariais estão alinhados com as expectativas dos profissionais para o próximo ano”. As respostas dos 2.800 empregados ouvidos sinalizam que não é esse o caso. “No que diz respeito a aumentos salariais para 2025, a expetativa dos candidatos parece ser superior à dos empregadores“, salienta a empresa de recursos humanos.

Ora, enquanto mais de seis em cada dez empregadores apontam para aumentos até 5%, só 28% dos trabalhadores têm essa expectativa. A maioria espera mais: 16% conta com reforços remuneratórios entre 6% e 10%, 11% dos trabalhadores entre 11% e 15%, 7% entre 16% e 20% e 14% dos trabalhadores aponta mesmo para aumentos acima de 14%.

É de notar, contudo, que há mais empregados a esperar que o salário não se altere em 2025 (21%) do que empregadores (14%), mostra o guia da Hays agora divulgado.

Transparência salarial ainda só para a minoria

Portugal tem até 2026 para transpor para a lei nacional a diretiva europeia sobre a transparência salarial, tema que ainda tem pouca expressão no dia a dia das empresas portuguesas, confirma a nova análise da Hays.

“Questionámos os empregadores relativamente à implementação da Diretiva Europeia sobre a Transparência Salarial, e percebemos que apenas 23% dos inquiridos afirmam que a sua empresa está a par e a implementar as medidas necessárias“,lê-se no guia divulgado esta terça-feira.

Em comparação, 36% dos empregadores indicam que a organização está a par da diretiva, mas ainda não implementaram medidas. Por outro lado, em 20% dos casos a empresa não só não implementou as medidas, como não está sequer a par da diretiva.

Uns expressivos 22% não têm certeza de qual é o progresso da sua organização neste tema“, salienta a empresa de recursos humanos.

É hora de regressar ao escritório?

Na análise ao mercado de trabalho divulgada esta terça-feira pela Hays, não são apenas as perspetivas salariais que são objeto de análise; também os modelos de trabalho estão sob a lupa.

Ora, entre os cerca de 900 empregadores ouvidos, mais de metade pratica um regime híbrido com, pelo menos, um dia de trabalho remoto por semana, enquanto 46% adotam um modelo totalmente presencial. Entre essas últimas empresas, a maior parte fá-lo porque a sua área de negócio não é compatível com teletrabalho, mas 20% adotaram este regime por opção.

Quanto a 2025 — numa altura em que várias empresas estrangeiras anunciaram o regresso obrigatório ao escritório –, 85% dos inquiridos pretende manter o modelo, sendo que só 9% dos empregadores indicam que os trabalhadores terão de passar mais tempo em trabalho presencial.

É de realçar que o teletrabalho e o trabalho flexível estão entre os benefícios mais valorizados pelos empregados, de acordo com este novo guia. Só o seguro de saúde é mais popular entre os trabalhadores.

Menos abertos a mudar de emprego

Apesar das incertezas e dos desafios, as contratações não deverão arrefecer este ano. “A esmagadora maioria (82%) dos mais de 900 empregadores que participaram no inquérito têm planos de contratar para as suas equipas este ano”, assinala a Hays, sendo que esse valor é idêntico ao registado em 2024.

“No entanto, este poderá ser um dos anos mais difíceis de sempre em termos de atração de talento, já que do lado dos profissionais, a disponibilidade para uma mudança de emprego caiu drasticamente“, alerta a empresa de recursos humanos.

Enquanto em 2024, 77% dos profissionais estavam abertos a mudar de emprego, este ano 68% mostram essa disponibilidade. “Trata-se do valor mais baixo alguma vez verificado nos nossos inquéritos, desde o ano 2011″, assinala a Hays.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Das reformas antecipadas à TSU, novo grupo de trabalho tem um ano para fazer recomendações sobre Segurança Social

Pensões antecipadas, taxa contributiva, reforma parcial. Governo criou um novo grupo de trabalho para analisar e fazer recomendações sobre sustentabilidade da Segurança Social.

A ministra do Trabalho já tinha deixado claro que a análise encomendada pelo Governo anterior à Segurança Social foi muito limitada. Decidiu, por isso, criar agora um novo grupo de trabalho para avaliar o sistema e fazer recomendações, nomeadamente, sobre o regime das pensões antecipadas, a taxa contributiva e a reforma a tempo parcial. Especialistas arrancam trabalhos no final deste mês e terão um ano para fazer propostas, de acordo com o despacho a que o ECO teve acesso.

“É instituído um grupo de trabalho que terá como missão aprofundar a análise da temática da sustentabilidade a longo prazo do sistema de Segurança Social e propor a definição de linhas de ação estratégias, elaborando propostas exequíveis e alinhadas com as melhores práticas nacionais e europeias, assegurando um sistema robusto, inclusivo e preparado para enfrentar os desafios demográficos e económicos futuros“, lê-se no diploma assinado por Maria do Rosário Palma Ramalho.

A esse grupo de especialistas, o Governo entrega nove temas que gostaria de ver avaliados e sobre os quais pede para receber recomendações, a começar pela taxa contributiva.

Por lei, essa taxa deve ser avaliada de cinco em cinco anos, mas há 13 anos que tal não acontece. Em dezembro, a ministra do Trabalho já tinha anunciado, portanto, um “estudo tendente à revisão da taxa contributiva do sistema previdencial” da Segurança Social e, sabe-se agora, que essa tarefa ficará a cargo do referido novo grupo de trabalho.

No despacho, não é detalhado o que se pretende (os patrões apelam a um alívio dessa taxa). Antes, diz-se apenas que a revisão será feita “com a desagregação discriminativa das diversas eventualidades abrangidas”.

Outro dos temas que serão analisados pelos especialistas escolhidos pelo Governo será “a sustentabilidade, adequação e equidade intra e intergeracional dos sistemas públicos de proteção social“. A ministra do Trabalho quer também que os peritos avaliem a sustentabilidade não só do sistema previdencial da Segurança Social, mas também o sistema de proteção social de cidadania e o próprio regime de proteção social convergente da Caixa Geral de Aposentações.

Desenvolver os regimes complementares de iniciativa coletiva e de iniciativa individual e o regime público de capitalização, oferecendo aos contribuintes uma maior flexibilidade e opções personalizadas, reforçando a poupança e resiliência do sistema.

Despacho do MTSSS

“Definir estratégias e avaliar propostas que garantam a sustentabilidade a longo prazo do sistema de pensões e melhorem a sua adequação e equidade” é outro dos pontos que aparecem identificados no mencionado despacho, além da avaliação dos regimes complementares de iniciativa coletiva ou individual e do regime público de capitalização.

A ideia, neste caso, é oferecer “aos contribuintes uma maior flexibilidade e opções personalizadas, reforçando a poupança e resiliência do sistema”.

Por outro lado, o Governo dita que os especialistas terão de estudar os mecanismos de reforma parcial, que facilitam a transição entre a vida ativa e a reforma. O Governo anterior também tinha prometido olhar para este tema, mas o fim abrupto da legislatura impediu este estudo.

Reavaliar o Regime de Reforma Antecipada dando prioridade a políticas que incentivem a permanência na vida ativa e aumentem o volume de contribuições, promovendo a sustentabilidade do sistema a médio e longo prazo.

Despacho MTSSS

Por fim, o Executivo de Luís Montenegro quer que seja reavaliado o regime da reforma antecipada, “dando prioridade a políticas que incentivem a permanência na vida ativa e aumentem o volume de contribuições, promovendo a sustentabilidade do sistema a médio e longo prazo”.

No início do ano, a ministra do Trabalho já tinha anunciado a reavaliação deste regime, sendo que o livro verde criado pelos especialistas escolhidos pelo Governo anterior também faz propostas nesse sentido: acabar com a possibilidade de acesso à reforma antecipada partir dos 57 anos para quem ficou no desemprego aos 52 anos ou mais e indexar a idade da reforma antecipada à idade normal de acesso à pensão.

O novo grupo de trabalho inicia funções a 30 de janeiro e terá 12 meses para apresentar o seu relatório final com “propostas e recomendações, incluindo um plano de execução, indicadores de desempenho e metas específicas para o curto, médio e longo prazo”.

Ainda assim, já daqui a seis meses, os peritos terão de apresentar um relatório de progresso relativo aos regimes complementares, à reforma parcial e às pensões antecipadas.

A liderança deste grupo de trabalho ficará a cargo do economista Jorge Bravo, sendo que, no grupo de trabalho, participarão também, por exemplo, Carla Castro (ex-deputada do Iniciativa Liberal), vários técnicos do Ministério do Trabalho, Cristina Ferreira, em representação da Segurança Social, e Vasco Costa, diretor da CGA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“O facto de trabalhar neste setor permitiu-me estudar e trabalhar ao mesmo tempo”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 28 Janeiro 2025

Francisco Canas revela como a experiência de ser motorista em Cascais lhe proporcionou autonomia financeira, permitindo-lhe conciliar as exigências da vida académica e, mais tarde, da vida pessoal.

Francisco Canas, motorista profissional há 8 anos, encontrou no turismo uma oportunidade única para conciliar trabalho e estudos, graças à flexibilidade da profissão. Esta atividade permitiu-lhe alcançar autonomia financeira, equilibrando as exigências da vida académica e, mais tarde, da vida pessoal. Conta com o turismo na medida em que são vários os turistas nacionais e estrangeiros que procuram este tipo de serviços para conhecer ao detalhe os locais que visitam.

O que é o projeto Eu Conto com o Turismo?

Um empresário do têxtil, uma varina da Nazaré, um vendedor de bolas de Berlim, a proprietária de uma loja de produtos dos Açores, um piloto de voos de recreio, uma empresária do setor vinícola… e tantos, tantos outros. Todos nós, na verdade. Todos somos beneficiários do turismo e contamos com o turismo para melhorar as nossas vidas.

O turismo tem vindo a assumir um papel crescente na economia portuguesa e é o principal responsável pela maioria dos indicadores positivos dos últimos anos. Cria emprego, anima o tecido empresarial, revitaliza as cidades.

O projeto Eu Conto com o Turismo tem como objetivo dar voz a pessoas, mais e menos conhecidas, das mais variadas atividades e regiões, que, de alguma forma, beneficiam do turismo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dívida de 254 mil milhões na CGA ameaça sustentabilidade da Segurança Social

O alerta para a "insustentabilidade" da Segurança Social feita pelo Tribunal de Contas está numa fatura de 254 mil milhões de euros contraída pelo Estado com a Caixa Geral de Aposentações (CGA).

O Tribunal de Contas lançou uma bomba no debate sobre a sustentabilidade da Segurança Social. Numa auditoria aos relatórios sobre a “Sustentabilidade Financeira da Segurança Social” que acompanharam as propostas de Orçamento do Estado entre 2018 e 2024, é sinalizado um “buraco” de 228 mil milhões de euros no sistema de proteção social contributiva em Portugal, além de apontarem para falhas significativas na forma como a sustentabilidade do sistema de Segurança Social tem sido avaliada e projetada.

Este valor, equivalente a 96,1% do PIB de 2023, surge quando se junta o Sistema Previdencial da Segurança Social, atualmente a gerar excedentes orçamentais, ao Regime de Proteção Social Convergente (RPSC), gerido pela Caixa Geral de Aposentações (CGA), que, segundo contas dos técnicos do Tribunal de Contas, apresenta responsabilidades (presentes e futuras) cinco vezes acima dos seus ativos, gerando com isso um saldo deficitário de 253,9 mil milhões de euros.

“O sistema está em défice há mais de duas décadas e tem uma dívida implícita no longo prazo que supera 250% do PIB até por volta de 2080”, referiu Jorge Bravo, professor de Economia na Nova IMS, em entrevista ao ECO. “O sistema da Segurança Social não é sustentável”, alertou ainda Jorge Bravo, que foi designado como perito pelo Instituto dos Atuários Portugueses na capacitação dos elementos da equipa de auditoria do relatório do Tribunal de Contas para a análise e apreciação do modelo utilizado para as projeções.

Fonte: Tribunal de Contas. Cálculos próprios.

À primeira vista, o défice de 228 mil milhões de euros do sistema de proteção social contributiva é alarmante. Contudo, vários especialistas ouvidos pelo ECO contestam veementemente esta análise, argumentando que juntar os dois sistemas é um erro metodológico grave que distorce a realidade. “É um disparate juntar os dois sistemas”, refere Fernando Ribeiro Mendes, economista e ex-secretário de Estado da Segurança Social, argumentando que não só o regime da CGA está fechado desde 2005 como foi criado com um propósito e uma estrutura bem diferente do atual regime geral da Segurança Social.

“Tanto Jorge Bravo como o Tribunal de Contas ignoram, ou fazem por ignorar, pois não esclarecem, por que razão a CGA apresenta anualmente elevados défices que têm de ser suportados pelo Orçamento do Estado”, refere o economista Eugénio Rosa, sublinhando que “a razão é que durante 75 anos (até 2005) o Estado apropriou-se do dinheiro dos descontos e contribuições [da CGA] que devia ter sido aplicados num fundo semelhante ao atual Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS). Se tivesse feito isso não teria de suportar esses défices agora, mas sim o fundo.”

Estado deficitário das contas da CGA

A CGA tem uma história que remonta a 1929, quando foi criada para gerir o sistema de pensões dos funcionários públicos, fazendo parte da Caixa Nacional de Previdência, em conjunto com o Montepio dos Servidores do Estado, sob a administração da Caixa Geral de Depósitos. “Foi criado no regime anterior com uma lógica de compensação aos funcionários públicos, porque o Estado salazarista pagava mal e resolveu criar um sistema de pensões bastante vantajoso que compensava os baixos salários – porque dava a pensão como sendo igual ao último salário”, recorda Fernando Ribeiro Mendes.

Este regime especial para os funcionários públicos foi encerrado a novas adesões a 31 de dezembro de 2005. A partir de 2006, todos os novos trabalhadores do Estado passaram a ser inscritos no regime geral da Segurança Social. A CGA tornou-se assim um sistema fechado, responsável apenas pelos trabalhadores públicos inscritos até ao final de 2005.

Em 2023, foram transferidos para a CGA 5.718 milhões de euros do Orçamento do Estado. É este o verdadeiro elefante na sala quando se fala de sustentabilidade da proteção social em Portugal.

Atualmente, a CGA gere um universo de cerca de 389 mil subscritores. O problema é que este número está em declínio constante, enquanto o número de pensionistas aumenta. Resultado: a receita contributiva da CGA tem diminuído a um ritmo superior ao da despesa com pensões, agravando o seu défice estrutural.

Além disso, as reservas financeiras provenientes de antigos fundos de pensões, públicos e privados, transferidos para a CGA, como os fundos de pensões do pessoal dos CTT, RDP, Caixa Geral de Depósitos, ANA, NAV-Portugal, INCM e os três planos de pensões da Portugal Telecom, têm-se esgotado progressivamente para cobrir responsabilidades crescentes com pensões e outros encargos.

Este desequilíbrio obriga a um aumento constante da comparticipação do Orçamento do Estado. Em 2023, foram transferidos para a CGA 5.718 milhões de euros do Orçamento do Estado. É este o verdadeiro elefante na sala quando se fala de sustentabilidade da proteção social em Portugal. E é neste contexto que surge a polémica análise do Tribunal de Contas, que defende que para avaliar corretamente a sustentabilidade da proteção social, é necessário olhar em conjunto para o Sistema Previdencial da Segurança Social e para o Regime de Proteção Social Convergente da CGA.

Os técnicos do Tribunal de Contas argumentam que a separação dos dois regimes “prejudica a transparência da avaliação da sustentabilidade financeira do conjunto dos regimes contributivos de proteção social pública em Portugal.” No entanto, esta análise conjunta está longe de ser consensual entre os especialistas.

Teresa Garcia, professora do ISEG, é categórica: “A CGA é da responsabilidade do Estado, ponto final. Não pode assumir isso como responsabilidade da Segurança Social”, sublinhando, no entanto, que isso “não significa que não há responsabilidades da CGA.” Fernando Mende Ribeiro destaca inclusive que “ao integrar a CGA com o Sistema Previdencial era pedir que as contribuições das empresas e do Estado [após 2025] tinham que ir financiar as pensões da função pública, que tem outra lógica.”

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, assinou um despacho para criar um grupo de trabalho para propor medidas destinadas à reforma da Segurança Social, para garantir a sustentabilidade a longo prazo do sistema. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Dois problemas para uma só solução?

Durante décadas, a CGA funcionou com uma lógica diferente do sistema geral da Segurança Social, que se pautava por ao contrário do regime geral não ter uma lógica contributiva. “As pessoas descontavam, mas não era no sentido de dar sustentabilidade só por essa via. Sempre foi financiado pelo Orçamento de Estado”, recorda Fernando Ribeiro Mendes.

“Com o poder que tem, e legislando em “casa própria”, o Governo estabeleceu um sistema que lhe permitia apropriar-se de uma parcela das contribuições”, refere ainda Eugénio Rosa, notando que “o empregador público, que era o Estado, não pagava uma contribuição percentual fixa, mas apenas transferia do Orçamento do Estado, durante o ano, somente o necessário, que junto às contribuições dos trabalhadores, fosse suficiente para pagar as pensões aos trabalhadores que já estavam aposentados.

Esta particularidade histórica é crucial para entender o atual desequilíbrio financeiro da CGA e sustentar a ideia defendida por vários especialistas que argumenta a existência não da sustentabilidade da Segurança Social mas de dois problemas distintos:

  • A CGA apresenta um problema transitório que se resolverá naturalmente com o tempo. Este sistema, exclusivo para funcionários públicos, representa um compromisso histórico do Estado que não pode ser ignorado. À medida que o número de pensionistas da CGA diminui, o encargo financeiro associado irá gradualmente desaparecer. “O Estado não se pode abstrair do problema e por isso tem de pagar”, defende Fernando Ribeiro Mendes.
  • O sistema universal da Segurança Social enfrenta desafios mais complexos e duradouros. Desde logo, o envelhecimento acelerado da população portuguesa coloca uma pressão significativa sobre o sistema. Embora a recente vaga de imigração tenha trazido um alívio temporário, com mais contribuintes ativos, é importante notar que estes novos residentes também estão a acumular direitos no sistema, o que poderá ter implicações a longo prazo para a sua sustentabilidade.

O debate sobre a sustentabilidade da proteção social em Portugal é complexo e multifacetado. O relatório do Tribunal de Contas, ao apontar para um “buraco” de 228 mil milhões de euros, lançou um alerta importante. No entanto, a metodologia utilizada, juntando as contas do Sistema Previdencial da Segurança Social e da CGA, é alvo de fortes críticas por parte de vários especialistas.

O que parece claro é que Portugal enfrenta desafios significativos nesta área. Se por um lado tem de lidar com o legado da CGA, um sistema fechado que continuará a pesar nas contas públicas nas próximas décadas, por outro lado, precisa também de garantir a sustentabilidade a longo prazo do Sistema Previdencial da Segurança Social, num contexto de envelhecimento da população, não perdendo o foco de que, como revela Teresa Garcia, “os sistemas previdenciais são uma marca de economias de mercado civilizadas e prósperas porque conseguiram dar segurança na reforma e são um verdadeiro seguro social assente num pacto social.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 400 ocorrências registadas devido ao mau tempo

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2025

A maioria das ocorrências foi registada na região de Coimbra, Área Metropolitana do Porto e sub-região de Viseu Dão-Lafões.

A Proteção Civil registou entre as 00:00 e as 16:00 desta segunda-feira um total de 444 ocorrências associadas ao mau tempo em Portugal continental, sobretudo quedas de árvores, limpeza de vias e movimentação de terrenos.

A maioria das ocorrências foi registada na região de Coimbra, Área Metropolitana do Porto e sub-região de Viseu Dão-Lafões, disse o oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) José Rodrigues, em declarações à agência Lusa.

Questionado sobre se há vítimas a registar, o responsável da Proteção Civil disse que “poderá ter havido algumas assistências” a cidadãos afetados pelo mau tempo, mas não há registo de situações com gravidade. Relativamente a danos materiais, o oficial de operações da ANEPC referiu que “não houve nada de relevante”.

Entre as 00:00 e as 16:00, a Proteção Civil contabilizou 444 ocorrências, que mobilizaram 1.608 operacionais e 631 meios terrestres, apontou a mesma fonte, referindo que foram essencialmente quedas de árvores (47%), limpeza de vias (26%) e movimentação de terrenos (17%). Questionado sobre o número de inundações registadas, José Rodrigues informou que “não é expressivo”.

Em relação estradas afetadas devido ao mau tempo, a ANEPC remeteu para a Guarda Nacional Rodoviária (GNR), tendo esta força de segurança informado à Lusa que pelas 18:30 existiam 22 estradas interditadas ou condicionadas, a maioria por inundação, sendo sobretudo arruamentos e estradas municipais ou regionais.

A GNR destacou ainda o encerramento ao trânsito dos troços da Estrada Nacional (EN) 339, que atravessa o maciço central da Serra da Estrela, devido à queda de neve. O anterior balanço da ANEPC, entre 00:00 e as 07:00 de hoje, apontava para 64 ocorrências devido à chuva e ao vento fortes, a maioria quedas de árvores, mas sem causarem vítimas.

A estas ocorrências acrescem as 568 registadas no domingo, também motivadas pelas “condições meteorológicas adversas, precipitação e vento”, segundo a Proteção Civil. A ANEPC elevou o nível de alerta devido ao mau tempo nas regiões Centro e Norte do país causado pelos efeitos da depressão Herminia, com previsões de chuva persistente, rajadas de vento até 110 quilómetros por hora, agitação marítima e queda de neve.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou em aviso vermelho (o mais elevado de uma escala de quatro) os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga a partir das 12:00 desta segunda e até às 09:00 de terça-feira por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de noroeste com 07 a 08 metros de altura, podendo atingir 14 metros.

O Instituto emitiu também aviso amarelo por causa do vento forte para os distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Vila Real, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra até às 21:00 e para Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Leiria, Beja e Braga até às 09:00 de terça-feira.

Os distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Vila Real, Viana do Castelo, Braga e Castelo Branco também estão sob aviso amarelo entre as 18:00 desta segunda e as 12:00 de terça-feira devido à queda de neve acima dos 700 metros.

O aviso vermelho é emitido pelo IPMA nos casos de situação meteorológica de risco extremo. Já o aviso laranja indica uma situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gabinete de Miguel Arruda no Parlamento alvo de buscas pela PSP

  • ECO
  • 27 Janeiro 2025

Gabinete do ex-deputado do Chega na AR está a ser alvo de buscas pelas autoridades policiais. Partido confirma que dentro do gabinete encontravam-se várias malas que foram apreendidas.

O gabinete de Miguel Arruda na Assembleia da República está a ser alvo de buscas pela PSP, de acordo com o comunicado enviado esta segunda-feira pela Assembleia da República, confirmando a notícia avançada pela Sic Notícias. As buscas acontecem na sequência da divulgação de uma imagem pelo canal noticioso, na qual estão visíveis várias malas de viagem dentro do gabinete do ex-deputado do Chega que, na semana passada, passou a não-inscrito.

Segundo a Sic Notícias, o presidente da Assembleia da República, José Branco Aguiar, está ao corrente das buscas mas encontra-se em Madrid, Espanha, pelo que só deverá reagir à comunicação social esta terça-feira, 28 de janeiro.

De acordo com a nota da Assembleia da República, “esta ação foi presidida por Magistrada do Ministério Público, tendo a Assembleia da República prestado toda a colaboração na realização da diligência”. Para além dos agentes da Divisão de Investigação Criminal do Comando Metropolitano de Lisboa acompanham as buscas uma juíza e uma procuradora.

Miguel Arruda, ex-deputado do Chega eleito pelo círculo dos Açores, está a ser investigado pelas autoridades por suspeita de furto qualificado. As autoridades suspeitam que o deputado retirava malas do tapete do aeroporto, nas chegadas a Lisboa e a Ponta Delgada. O deputado já foi constituído arguido e aguarda o levantamento da imunidade parlamentar para poder ser ouvido pelas autoridades.

Em comunicado, o partido confirma a existência das malas e as buscas salientando que estas ocorreram depois de o Chega ter autorizado o acesso das autoridades ao gabinete de Arruda.

As autoridades pediram acesso e o Chega facultou esse acesso depois de já ter alertado o [Presidente da Assembleia da República], na última quinta-feira, para a situação e tendo solicitado hoje, por email, a remoção das malas“, refere a nota do partido de André Ventura.

Notícia atualizada pela última vez às 20h51

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno acusa Governo de querer “cortar direitos adquiridos” nas reformas antecipadas

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2025

O líder do PS acusa a direita de voltar "ao guião de sempre”, ou seja, o de “criar uma falsa perceção para fragilizar publicamente a Segurança Social e abrir espaço à privatização”.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou esta segunda-feira o Governo de ter como “verdadeira agenda para as pensões” o corte de direitos adquiridos, recusando compactuar com a limitação às reformas antecipadas. Através da rede social Bluesky, Pedro Nuno Santos criticou a intenção do Governo de Luís Montenegro, noticiada pelo Correio de Manhã, de preparar um travão às reformas antecipadas.

“O PS não compactuará com cortes nos direitos adquiridos dos trabalhadores. Depois de tentarem convencer os nossos pensionistas de que queriam apagar o que fizeram no passado, eis que o Governo do PSD/CDS revela a sua verdadeira agenda para as pensões: cortar direitos adquiridos”, criticou o líder socialista.

Para Pedro Nuno Santos, “a direita volta ao guião de sempre” que é o de “criar uma falsa perceção para fragilizar publicamente a Segurança Social e abrir espaço à privatização”.

“O PS irá continuar a defender um sistema público, forte, solidário e com financiamento justo para proteger todas as gerações”, assegurou. A reavaliação do regime de reforma antecipada e o estudo de mecanismos de reforma parcial são dois dos temas que deverão constar num relatório intercalar do grupo de trabalho encarregado de estudar medidas para a sustentabilidade da Segurança Social.

A matérias que devem integrar o relatório intercalar – que deve chegar ao Governo até ao final de julho – estão elencadas no despacho da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que cria o grupo de trabalho para “propor medidas tendentes à reforma da Segurança Social” e que será liderado pelo economista e professor da Universidade Nova Jorge Bravo.

O objetivo deste grupo de trabalho passa pela “definição de estratégias sustentáveis e medidas concretas para garantir o futuro” do sistema de Segurança Social, tendo em conta o programa do Governo, as recomendações do Tribunal de Contas recentemente publicadas no âmbito de um relatório de auditoria e ainda as recomendações do Livro Verde da Segurança Social (produzidas por um grupo de trabalho nomeado pelo anterior governo).

O despacho assinado por Maria do Rosário Palma Ramalho atribui oito objetivos sobre outras tantas matérias ao grupo de trabalho, determinando que este terá um prazo de 12 meses para apresentar um relatório final com propostas concretas com vista à concretização de cada um dos objetivos, identificando os riscos e impactos associados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Assembleia Municipal de Lisboa retira da agenda votação do referendo ao alojamento local

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2025

A presidente da AML justificou a decisão com o conteúdo do parecer dos serviços jurídicos da Câmara de Lisboa no sentido de que o referendo contém “anomalias insanáveis".

A mesa da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) propôs, na reunião desta segunda-feira, a retirada da ordem de trabalhos da votação do referendo sobre alojamento local na capital, decisão criticada por vários partidos e apupada por elementos do movimento.

A presidente da AML, Rosário Farmhouse (PS), justificou a decisão com o conteúdo do parecer dos serviços da Câmara Municipal de Lisboa (CML), no sentido de que existem “anomalias insanáveis” na proposta de consulta popular, chumbada pelo Tribunal Constitucional (TC) no início do mês.

O Movimento Referendo pela Habitação (MRH) entregou no dia 13 de janeiro uma proposta revista de referendo local sobre alojamento local, depois de a presidente Rosário Farmhouse lhe ter dado a oportunidade de reformulação, na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional.

Em sequência, estava na ordem de trabalhos da reunião desta segunda da AML a votação da proposta reformulada, que seguiria depois, de novo, para o Tribunal Constitucional.

A nova versão das duas perguntas do referendo era: “Concorda em alterar o regulamento municipal do alojamento local no sentido de a Câmara Municipal de Lisboa, em prazo não superior a um ano, determinar o cancelamento dos alojamentos locais registados na modalidade apartamento?” e “Concorda em alterar o regulamento municipal do alojamento local para que o uso habitacional deixe de ser adequado à exploração de novos alojamentos locais nas modalidades apartamento e moradia?”.

Porém, a mesa da AML anunciou a retirada do ponto, no que foi de imediato criticada por vários partidos à esquerda e vaiada por cidadãos nas galerias, que chamaram os eleitos municipais de “cobardes” e entoaram uma cantiga em defesa da habitação, pelo que foram forçados a sair das galerias (onde não é permitido manifestarem-se ou reagirem ao que está a ser discutido).

O deputado não-inscrito Miguel Graça apresentou recurso da decisão da mesa de retirar da agenda a votação do referendo, que foi aprovado por BE, Livre, PEV, PCP, PAN e pelas deputadas não inscritas Daniela Serralha e Rute Lima. Porém, a maioria apoiou a decisão, com os votos a favor de PS, PSD, IL, CDS-PP, MPT, PPM, Aliança, Chega e da deputada não-inscrita Margarida Penedo.

Mas, a direita, ainda que concordando com a decisão da mesa, não poupou críticas à “mudança de opinião do PS”. Pelo PSD, Luís Newton destacou “o flic-flac” da presidente da AML, a quem “o PS puxou o tapete”. Apesar de discordar do referendo proposto, o deputado lamentou “o descrédito” da AML perante os signatários da proposta, que tinham a expectativa de ver aprovada a reformulação, já que lhes permitiram “corrigir” a primeira versão.

“É muito óbvio o que aconteceu aqui hoje”, assinalou Angélique da Teresa, da IL. “Não é mau mudar de opinião, mas que se assuma”, instou, acusando o PS de “falta de respeito para com os deputados” municipais. “E nós corrigimos!”, gritaram das galerias elementos do MRH, a quem Rosário Farmhouse pediu silêncio por várias vezes, acabando, porém, por ser conduzidos ao exterior pela polícia municipal, enquanto cantavam palavras de ordem em defesa do direito à habitação.

No final, Rosário Farmhouse deu por terminado “o ponto que não era para ser um ponto, mas que suscitou tantas intervenções”, sublinhando: “Tenho a consciência tranquila.” A presidente da AML lamentou “imenso que não fosse possível ter uma discussão mais ampla” sobre o referendo ao alojamento local em Lisboa, justificando que “os vícios” da primeira versão “não foram sanados”.

A proposta de referendo conta com mais de 11 mil assinantes, dos quais cerca de cinco mil foram validadas. “Sou muito defensora deste tipo de iniciativas”, assegurou, tendo sido novamente apupada por alguns dos cidadãos que ainda permaneciam nas galerias, que reclamaram “casas para morar e não para especular”, obrigando a nova intervenção policial.

O deputado Carlos Reis (PSD) instou Rosário Farmhouse a instruir a polícia municipal a identificar os manifestantes. O início do processo de avaliação da proposta do MRH na AML começou em 8 de novembro, quando o movimento entregou as assinaturas para que o referendo se concretizasse, o que levou à criação de uma comissão eventual para apreciar a iniciativa popular.

Em 03 de dezembro, a AML aprovou remeter ao TC a proposta de referendo local, com os votos a favor de PS, BE, PEV, PAN, Livre e dois deputados não inscritos (Cidadãos por Lisboa, eleitos pela coligação PS/Livre), os votos contra de PSD, CDS-PP, IL, PPM, Aliança, Chega e de uma deputada não inscrita (que se desfiliou do CDS-PP), e as abstenções de PCP e MPT.

(Atualizado às 20h20)

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Auditores e contabilistas já têm guia para ‘fiscalizar’ reporte verde

Os critérios lançados "fornecem uma abordagem global unificada para responder à crescente procura por informação de sustentabilidade fiável", informam as entidades que propõem as novas regras.

O Conselho Internacional de Critérios de Auditoria (IAASB, na sigla em inglês) e o Conselho Internacional de Critérios de Ética para Contabilistas (IESBA) lançaram, esta segunda-feira, as linhas para guiar auditores e contabilistas na revisão e preparação de informação para o reporte de sustentabilidade, com critérios de qualidade equivalente àqueles que já existem para avaliar o reporte financeiro.

Os critérios que acabam de ser lançados “fornecem uma abordagem global unificada para responder à crescente procura por informação de sustentabilidade fiável que possa suportar as decisões das partes interessadas”, lê-se no comunicado enviado à imprensa. Estes critérios podem ser aplicados independentemente do tipo de reporte de sustentabilidade que é usado em cada país.

Apesar de estes critérios terem uma aplicabilidade a nível global, a sua adoção está dependente de decisões a serem tomadas a nível nacional. No campo financeiro, as normas emitidas pelo IAASB e pelo IESBA são adotadas em cerca de 130 países.

O objetivo é que existam regras de aplicação alargada que permitam mitigar o risco de fraude e greenwashing. Por exemplo, os critérios agora lançados definem como é que auditores e contabilistas podem avaliar se as fontes de informação especializadas, que são citadas no reporte de sustentabilidade, são adequadas e fiáveis ou se, pelo contrário, não preenchem suficientes requisitos de qualidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo autorizou a passagem à pré-reforma de 500 polícias da PSP

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2025

Este contingente de 500 polícias que podem passar à situação de pré-reforma é referente a vagas de 2024.

O Governo autorizou a passagem à pré-reforma de 500 elementos da Polícia de Segurança Pública, uma decisão que teve por base uma proposta do diretor nacional da PSP, disse à Lusa fonte oficial do Ministério da Administração Interna (MAI).

Segundo a fonte, o despacho que fixa em 500 o contingente de agentes da PSP que podem passar à situação de pré-reforma foi assinado na passada sexta-feira pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, faltando agora a publicação em Diário da República.

Este contingente de 500 polícias que podem passar à situação de pré-reforma é referente a vagas de 2024. O número de polícias que vão passar à pré-aposentação é fixado de acordo com a disponibilidade, tendo em conta as necessidades operacionais e admissão de novos elementos, daí ser fixado anualmente por proposta do diretor nacional da PSP.

Os sindicatos da PSP já tinham manifestado preocupação e indignação com o facto de o Governo não ter publicado a lista das pré-aposentações referente a 2024.

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) apresentou esta segunda uma ação no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa contra os ministérios da Administração Interna e Finanças para exigir a publicação urgente do despacho dos polícias que podem passar à pré-reforma.

A ASPP convocou também uma concentração em frente ao Ministério das Finanças, para sexta-feira, para exigir a publicação do despacho, referente a 2024, para a passagem à pré-aposentação dos profissionais. De acordo com a ASPP/PSP, há milhares de profissionais que cumprem os requisitos e já demonstraram desejo de passar à pré-aposentação.

Em novembro, a ministra da Administração Interna disse que na PSP estavam em condições para entrar na pré-aposentação 4.125 polícias. A questão da pré-aposentação é um das principais reivindicações dos sindicatos, que contestam os atuais critérios, alegando que, devido à falta de efetivo na polícia, muito poucos agentes entram anualmente na pré-reforma, ficando de fora muitos que reúnem os requisitos.

Segundo os sindicatos da PSP, atualmente quem vai para a pré-reforma são essencialmente os polícias com mais de 60 anos, embora os requisitos sejam 55 anos de idade e 36 anos de serviço.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.