A querer acelerar com a Cupra sem deixar a Seat para trás, Cristina Rola, na primeira pessoa

Ligada ao mundo automóvel há 20 anos, Cristina Rola, diretora de marketing da Seat e Cupra, de início "não era de todo uma car girl". Teve de aprender muito, mas os automóveis são agora a sua praia.

Foi quando estava a trabalhar como diretora de marketing da Mini, do grupo BMW, onde esteve durante 17 anos, que Cristina Rola aceitou o desafio de assumir as rédeas do marketing das marcas Cupra e da Seat, em maio de 2022, um desafio duplo. Para além de ter trabalhar e dar continuidade à Seat, uma marca “já muito consolidada no mercado e que fez um trabalho incrível em Portugal”, recebeu também nas suas mãos um “bebé”, a Cupra.

“É uma marca muito recente, que precisa de ganhar notoriedade, de se solidificar no mercado e de ganhar o seu espaço. Este é assim, no fundo, um trabalho diametralmente oposto: um de continuação de consolidação e outro de crescimento“, explica numa conversa com o +M, acrescentando que foi “claramente esse o desafio” que a fez mudar.

E o objetivo “não passa de todo” pela substituição da Seat — que é “uma marca consolidada e que vai continuar” — pela Cupra, começa por assegurar.

A Seat está para ficar. Inclusive no final do próximo ano vamos ter o lançamento de dois novos modelos, o Seat Ibiza e o Seat Arona, que vão ser reformulados, e isso também prova que a marca vai continuar. Temos também uma pessoa responsável a 100% pela marca Seat e pela sua revitalização. É uma marca que claramente está a trabalhar nesse sentido, da revitalização, e vamos começar a notar isso já no próximo ano. Este ano já notámos um bocadinho, ao nível da comunicação, mas no próximo ano vamos notá-lo mais”, explica a diretora de marketing.

Por seu turno, a Cupra surgiu inicialmente como “representação” dos modelos desportivos da Seat — “tanto que existiram alguns Seat Cupra” –, começa por enquadrar Cristina Rola. Até que, a determinada altura, se percebeu que a Cupra “tinha espaço para crescer e para ganhar autonomia”, o que aconteceu há cerca de seis anos, quando foi apresentada como uma marca autónoma. “Sim, é criada em Barcelona e partilha espaço físico com a Seat, mas é claramente uma marca autónoma, com produtos, um posicionamento e ambições diferentes“, refere.

Em termos de posicionamento, a Cupra demarca-se desde logo por, tendo nascido já no século XXI, ter a “obrigação de ser disruptiva“. “É claramente uma marca que se define pela performance eletrizante, com os modelos elétricos e híbridos em foco”, diz Cristina Rola, adiantando que mais de 50% das vendas da marca em Portugal este ano são de veículos eletrificados (ou seja veículos elétricos ou híbridos).

Além disso, a Cupra é também uma marca que tem um “caráter desportivo muito acentuado“. “Nós costumamos dizer que a Cupra é claramente para quem gosta de conduzir e não para quem gosta de ser conduzido, porque é uma marca que desafia à condução e tem um caráter muito desportivo. Tem também um design muito mais arrojado“, naquela que é uma das grandes apostas da marca.

“Depois tem aquela vertente e posicionamento da própria marca, que se assume desde o primeiro dia como uma marca disruptiva, de espírito rebelde e de mentalidade não convencional. No fundo, o nosso objetivo é criar uma tribo, trabalhar muito para as novas gerações, e isto leva-nos a estar presente em territórios que nos permitem esta aproximação”, explica a diretora de marketing de 45 anos.

É neste sentido que a Cupra marca presença, por exemplo, no gaming. Além disso, está presente na área do padel, desenvolvendo um torneio próprio, patrocinando as seleções feminina e masculina e apostando na atleta Sofia Araújo como embaixadora. Patrocina também provas desenvolvidas pela Federação Portuguesa de Padel, tendo como condição que o prémio seja igual para homens e mulheres.

A marca está também presente na área da música — junto do festival Jardim Sonoro — e do cinema, com uma parceria com o realizador J. A. Bayona e com Daniela Melchior. “Tudo isto é materializado fisicamente num espaço que temos na Baixa de Lisboa — o Cupra CityGarage — que funciona como showroom da Cupra. No espaço, é possível ver e comprar carros, mas também beber um café ou desfrutar de uma agenda cultural muito diversificada e que no fundo materializa todos estes nossos touchpoints e onde fazemos as mais diversas coisas, desde DJ battles, a talks, wine tasting, workshops de gins ou apresentações de exposições de arte”, acrescenta.

Já a Seat, sendo uma marca mais convencional, assumiu um caráter diferente desde há dois anos. “E aqui a associação, sendo uma marca 100% urbana, foi feita ao skate”, através de uma ligação à Liga pro Skate Portugal. Além disso, “trabalhamos muito a comunicação, naturalmente, com campanhas fortes e com o rejuvenescimento que também tivemos na nossa comunicação nos últimos dois anos, já um pouco iniciando este processo de revitalização da marca“, explica Cristina Rola.

No desenvolvimento do seu trabalho, Cristina Rola conta com uma equipa composta por outras cinco pessoas e com o apoio da agência 14 (do Omnicom Creative Hub) e da PHD.

Olhando para o futuro, Cristina Rola vê alguns obstáculos a levantarem-se para o setor automóvel. Ao desafio da eletrificação soma-se atualmente o da entrada de novas marcas no mercado, nomeadamente as chinesas. “Acho que estamos todos neste momento muito atentos àquilo que vão ser os próximos anos, àquilo que vão ser as tendências. Vão ser anos desafiantes. São sempre, por razões diferentes, mas estes próximos anos vão sê-lo claramente por estas questões que têm essencialmente a ver com a eletrificação“, diz.

Tendo começado a trabalhar ainda enquanto estudava, iniciou o seu percurso profissional em agências de áreas distintas, desde comunicação a marketing direto ou eventos. “Desta forma fui tocando em várias áreas complementares da comunicação e fui ganhando experiência que depois me permitiu ter uma visão mais abrangente, nomeadamente dos vários touchpoints que trabalho hoje em dia“, explica.

A principal experiência em termos de trabalho em agência foi na LPM “quando ainda era pequenina”, onde Cristina Rola teve o “privilégio” de trabalhar diretamente com o seu fundador, Luís Paixão Martins, com quem aprendeu “muito”.

“E foi quando estava a fazer a inauguração para jornalistas internacionais da Casa da Música, no Porto, pela LPM, que recebi o telefonema para a primeira entrevista na BMW”, recorda.

Não contava ser escolhida — até porque na entrevista disse que não gostava de carros –, mas acabou assim por entrar no mundo automóvel pela porta da BMW. “Eu não era uma car girl, de todo, sabia muito pouco de carros, e de repente entrei numa marca automóvel e fui obrigada a conhecer em profundidade aquilo que é a indústria automóvel. No início foi difícil, tive de aprender e estudar muito, mas agora é claramente a minha praia“, diz.

Oriunda de Évora, veio aos 18 anos estudar para Lisboa, já não regressando mais ao Alentejo. Desde que se mudou para a capital, passou por diversos locais: após uma primeira casa em Campo de Ourique, mudou-se para Benfica, até que a determinada altura achou que queria “ouvir os passarinhos”, tendo ido viver para Mafra. “Rapidamente arrependida”, voltou para Benfica, mudando-se depois para uma casa “em frente à [Avenida] Marginal”, mas como “não conseguia abrir as janelas todos os dias” decidiu ir viver para Caxias.

É, portanto, em Caxias onde Cristina Rola encontra o meio-termo entre a “proximidade da cidade” e a “calma, com alguns passarinhos”, e onde vive com o marido, Tiago, e com o filho, Manuel, de nove anos.

A vinda para Lisboa, depois de 18 anos a viver em Évora, foi “uma lufada de ar fresco“, recorda. “Os meios pequenos têm coisas muito boas mas no final de contas são também um pouco sufocantes. Há sempre uma necessidade naquelas idades de conhecer mais e de nos tornarmos um bocadinho mais incógnitos, de ir ao café e andar na rua e ninguém nos conhecer, e era uma coisa que eu queria muito. Eu sentia muito a necessidade de um mundo novo“, refere.

No entanto, ia com muita frequência a Évora até que, quando engravidou, foram os seus pais, entretanto já reformados, que decidiram eles próprios mudar de vida e ir viver para Lisboa. “É uma bênção, porque efetivamente só com o apoio familiar deles — e obviamente com o do meu marido — é que é possível trabalhar de uma forma tranquila. Fazemos [na Seat e Cupra] mesmo muita coisa, somos muito ativos, a área dos eventos consome muito tempo e não tem horas, e efetivamente ter uma criança pequena nestas condições só mesmo com este apoio familiar que eu agradeço todos os dias”, diz.

A maternidade veio também alterar aquele que era o seu principal hobbie e foco fora do trabalho, que passava por viagens “um bocadinho especiais, de mochila às costas, sem hotéis de cinco estrelas, e de preferência a ficar em sítios o mais próximos possível da comunidade”, uma vez que o intuito das viagens passava por “absorver, dentro daquilo que é possível sendo-se turista e não local, as outras culturas”.

“Naturalmente que depois de ser mãe este estilo de viagem não se coaduna tanto com uma criança pequena. Sei que há quem o consiga fazer, mas eu tenho receio, confesso. Portanto continuo a adorar fazer viagens mas passei um bocadinho mais para capitais europeias. O Manuel acompanha sempre estas viagens, gosta e passa os dias inteiros a andar na rua e não reclama, o que é bom, mas estou à espera que cresça um pouco mais para voltar a ir para destinos mais ‘fora da caixa’, no sentido de serem culturalmente diferentes sem que eu sinta que são uma ameaça para ele”, explica.

A viagem à Índia foi aquela que mais a marcou e que sentiu como “um murro no estômago gigante”, do qual demorou quase um mês a recuperar. No entanto, a que mais gostou foi a São Tomé e Príncipe, onde esteve mais tempo e numa vertente mais de voluntariado. Foi também aí que desenvolveu uma “relação muito engraçada” com as meninas que estavam a viver deslocadas, na capital São Tomé, para poderem ir à escola, uma vez que vivendo fora de São Tomé as más estradas tornavam as viagens diárias impossíveis.

Esteve então com as irmãs Teresianas que acolhem estas jovens durante o período letivo, apoiando-as e dando-lhes explicações para se prepararem para os exames, naquela que foi uma “experiência riquíssima” e que fez com que ainda hoje mantenha ligação com as meninas que conheceu e apoiou.

“Cada vez que vêm a Lisboa estou com elas, mas nunca mais consegui voltar lá. Tenho a sensação que se voltar lá não consigo vir embora. Custou muito o regresso, mas de todas as viagens foi a experiência mais gratificante, porque também foi aquela que permitiu uma maior interação com a comunidade local”, afirma.

Definindo-se como uma pessoa bem-disposta e que não se leva muito a sério muitas vezes — algo que considera ser “importante” — Cristina Rola “confia muito” nas pessoas, gostando de lhes dar espaço para crescer mas também de as ajudar nesse processo. “Acho que sou uma pessoa de pessoas“, diz.

Talvez também neste âmbito, a educação do seu filho é “sem dúvida alguma” o grande desafio da sua vida. “Poder proporcionar-lhe os ambientes e o mundo que acho que são importantes para fortalecer os valores certos e vê-lo crescer é claramente o meu grande desafio”, refere.

Cristina Rola em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado?

A nível internacional, sem dúvida o “Dumb Ways to Die”, da Metro Trains, na Austrália. Uma campanha que é uma lição de como transformar um tema sério numa comunicação memorável e que se espalhou pelo mundo. A música ficou na cabeça de toda a gente, era original, corajosa e muito eficaz. E, ainda hoje, tenho o jogo no meu telemóvel e jogo com o meu filho…

Em Portugal, adoraria ter feito a campanha do Turismo de Portugal “Can’t Skip Portugal”. Uma campanha que com um storytelling poderoso e imagens de cortar a respiração, ajudou a posicionar Portugal como um destino moderno, vibrante e acolhedor, a nível mundial. E a nós, portugueses (pelo menos a mim) fez-me ter sentir ainda mais orgulho do meu país autêntico.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Ter de escolher entre aquilo que “acredito” que vai funcionar e o que “sei” que vai funcionar. Porque o instinto conta, mas os dados têm cada vez mais peso, e nem sempre é fácil conciliar os dois.

3 – No top of mind está sempre?

O consumidor e como vamos surpreendê-lo ou superá-lo. Eles são o nosso barómetro, a nossa inspiração e o nosso principal desafio.

4 – O briefing ideal deve…

Ser simples e inspirador. Deveria ter uma página com os objetivos claros e uma visão de como se quer que a marca seja sentida, não só compreendida. E muito espaço para a agência ter liberdade criativa!

5 – E a agência ideal é aquela que…

Consegue ser uma parceira genuína, com coragem para desafiar as ideias do cliente. Aquela que é parte integrante da equipa e percebe as nossas dores. Aquela que nunca deixando o profissionalismo de parte, se ri e faz rir.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Arriscar, sempre! As campanhas que mais recordamos e que nos marcam, são as que saem da norma. Claro que o risco deve ter um propósito, mas sem uma boa dose de ousadia, nenhuma marca sai da sombra.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Criaria experiências para além do ecrã – fazer com que as pessoas possam viver a marca de uma forma memorável. Imagino espaços interativos, eventos inesperados e talvez, até, campanhas sociais que contribuam para algo maior.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Criativa e resiliente, sempre a fazer omeletes com poucos ovos.

9 – Construção de marca é?

Consistência com personalidade. Uma marca sólida precisa de ter uma mensagem coerente ao longo do tempo, mas também de manter aquela “centelha” que a torna especial. É saber que a marca vive e respira no dia-a-dia do consumidor, não só em anúncios.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Acho que seria educadora de infância. Fico fascinada com a curiosidade e a criatividade genuína das crianças. Ter um papel ativo e relevante no desenvolvimento de um ser humano é uma oportunidade verdadeiramente inspiradora.

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PRR: Medidas especiais de contratação pública entram em vigor

  • Lusa e ECO
  • 16 Dezembro 2024

Alterações vão permitir "que os projetos avancem", uma vez que não dependem da decisão do Tribunal de Contas. A fiscalização passa a ser realizada, em simultâneo, com a execução do projeto.

As medidas especiais de contratação pública para os projetos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), como a dispensa de visto prévio do Tribunal de Contas (TdC), entram em vigor esta segunda-feira.

Segundo diploma publicado no início de dezembro, estas alterações vão permitir “que os projetos avancem”, uma vez que não dependem da decisão do TdC. A fiscalização passa a ser realizada, em simultâneo, com a execução do projeto.

Aprovado em Conselho de Ministros a 5 de setembro, o regime em causa aplica-se a atos e contratos que se destinem à execução de projetos financiados ou cofinanciados no âmbito do PRR, incluindo os que estão pendentes de decisão do TdC na data da sua entrada em vigor.

Para o vice-presidente da associação Frente Cívica a dispensa de visto prévio do Tribunal de Contas “é uma licença para roubar”. Em entrevista à Renascença, João Paulo Batalha lamenta que “se dispensem controlos fundamentais”, quando “as instituições de acompanhamento do PRR, em matéria de auditoria, não estão a funcionar”. “Há inúmeros relatórios da comissão de auditoria e controlo e, sobretudo, do Ministério Público, a apontar falhas que estão desenhadas no próprio mecanismo de gestão do sistema e que impedem auditorias e controlos internos eficazes”, sublinha, recordando o mais recente relatório do Ministério Público.

O Conselho Superior do Ministério Público analisou a proposta de lei do Governo, mas não emitiu nenhum parecer, como noticia esta segunda-feira o Correio da Manhã. No documento de 11 de outubro, a procuradora-geral-adjunta, Ivone Matoso, diretora do Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos, diz que “as alterações e os aditamentos em apreço — que se afigura não hostilizarem princípios de ordem pública, nem se encontrarem feridos de ilegalidade manifesta — não contendem nem se entrecruzam com as competências legalmente conferidas a esta magistratura, uma vez que se reportam a escolha ou opção de índole exclusivamente política, relativamente à qual não cumpre proceder à emissão de parecer”.

No entanto, numa conferência, a semana passada, o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) criticou o fim do visto prévio. Para Rui Cardoso, “a simplificação vai ser aproveitada para fins distintos daqueles a que se destinam os fundos”.

Outra das alterações prende-se com a aprovação de um regime excecional para ações administrativas “urgentes de contencioso pré-contratual que tenham por objetivo a impugnação de atos de adjudicação relativos a procedimentos de formação de contratos” para a execução de projetos financiados por fundos europeus.

Acresce ainda a aprovação de um recurso à arbitragem nos contratos de empreitada de obra pública ou de fornecimento de bens e serviços públicos financiados por fundos europeus, bem como de um regime de formação de contratos no âmbito da concentração de serviços no edifício Campus XXI, em Lisboa.

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Banco Central Europeu prevê novas reduções das taxas de juro

  • Lusa
  • 16 Dezembro 2024

Lagarde confirma que o BCE pretende aplicar uma política de taxas de juro "adequada", em função dos dados económicos.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse esta segunda-feira que prevê novas reduções das taxas de juro, na sequência da flexibilização já iniciada há vários meses, face à desinflação avançada e ao aumento dos riscos para o crescimento.

“Se os dados que nos chegam continuarem a confirmar o nosso cenário de base, que prevê o regresso da inflação ao objetivo de 2% em 2025 na Zona Euro, a direção é clara: tencionamos reduzir ainda mais as taxas de juro”, declarou Christine Lagarde durante um discurso em Vílnius, na Lituânia.

“A atual política monetária continua a ser restritiva”, afirmou.

Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) baixou a taxa de referência pela quarta vez desde junho, fixando-a em 3%.

As taxas do BCE têm um impacto direto sobre as taxas de juro do crédito cobradas pelos bancos às empresas e às famílias.

Os mercados antecipam várias descidas das taxas pelo BCE em 2025, a fim de colocar a taxa de referência em “cerca de 2%“, um nível considerado neutro e que não penaliza nem apoia a economia.

De acordo com os analistas consultados pela Agência France Presse, o BCE pode seguir esta via porque o ambiente na Zona Euro mudou desde que a inflação atingiu mais de 10% no outono de 2022.

Dois anos mais tarde, a preocupação prende-se com “perspetivas de crescimento mais fracas do que o esperado e com o aumento da incerteza associada a eventos geopolíticos”, afirmou Lagarde.

Confiante num regresso “sustentável” da inflação, o BCE pretende aplicar uma política de taxas de juro “adequada”, em função dos dados económicos.

É possível “regressar a uma situação em que o horizonte da política (monetária) possa ser ajustado de acordo com a natureza, a escala e a persistência dos choques, conforme necessário”, concluiu Lagarde.

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António Saraiva defende que Novobanco fique “em mãos” portuguesas

  • ECO
  • 16 Dezembro 2024

Ex-presidente da CIP não exclui a possibilidade de o Novobanco ser adquirido pela Caixa Geral de Depósitos. “Porque não?”, alvitra António Saraiva, que agora lidera a Cruz Vermelha Portuguesa.

O antigo presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e atual líder da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), António Saraiva, “gostaria que o Novobanco se mantivesse em mãos ou em capital português”. Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago) e à Antena 1, o antigo “patrão dos patrões” não põe de parte a possibilidade de uma aquisição do Novobanco pela Caixa Geral de Depósitos (CGD). “Porque não?”, interroga.

António Saraiva ressalva, porém, que “hoje é difícil saber quem é o detentor ou quais são os acionistas dos bancos ditos portugueses”. “Há capital estrangeiro na banca portuguesa. Se as decisões são tomadas por um board que tem um peso estrangeiro, o facto de o banco aparentemente ser português não quer dizer que as decisões beneficiem as empresas portuguesas“, aponta o ex-líder da CIP na entrevista.

Sobre a instituição a que agora preside, António Saraiva considera que está a perder dinheiro com o Estado, em muitas valências, devido à fórmula de cálculo e à falta de revisão dos protocolos. Além disso, vê com muita preocupação o aumento dos pedidos de ajuda das pessoas em situação de sem-abrigo, que este ano já subiram 53% em termos homólogos depois de em 2023 terem crescido 80%.

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Juiz ordenou nova avaliação da coleção Berardo

  • ECO
  • 16 Dezembro 2024

Juiz da ação executiva da CGD, BCP e Novobanco escolheu a Galeria Gary Nader para fazer a avaliação. Bancos querem saber se quadros valem o suficiente para pagar dívida acima de 962 milhões de euros.

O juiz da ação executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novobanco contra Joe Berardo deu ordem para que seja feita uma nova avaliação às mais de 2.000 obras de arte do empresário, cujo prazo termina a 31 de dezembro, noticia o Correio da Manhã (acesso pago). Com a nova avaliação, os três bancos querem apurar se as obras da galeria têm o valor suficiente que permita ao Grupo Berardo pagar a dívida de mais de 962 milhões de euros.

A escolha do juiz para a nova avaliação da Coleção Berardo recaiu sob a Galeria Gary Nader, de Miami. Esta galeria norte-americana fez, em setembro de 2022, a última avaliação conhecida das obras de arte, às quais atribuiu um valor superior a 1,5 mil milhões de euros. Em 2009, a mesma galeria tinha avaliado a coleção em mais de 571 milhões de euros, o que demonstra o quanto poderá ter valorizado nos últimos anos.

Além do valor individual de cada obra e o valor global da coleção, o tribunal ordenou ainda que seja feita uma lista autónoma com os 100 quadros mais valiosos da coleção. O mais caro, de acordo com uma avaliação da leiloeira Christie’s em 2018, valia 34,5 milhões de euros.

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Um em cada quatro grandes municípios catalães não apresenta as suas contas ao Tribunal de Contas da Catalunha

  • Servimedia
  • 16 Dezembro 2024

16 dos 68 maiores municípios da Catalunha, ou seja, 24%, não cumpriram o prazo legal e a forma estabelecidos para a apresentação das suas contas de 2023 ou fizeram-no de forma incompleta.

Esta situação pode levar à suspensão do pagamento de subsídios ou transferências a que estes municípios possam ter direito a partir dos orçamentos da Generalitat, tal como previsto na Lei 18/2010 do organismo de contabilidade.

Entre os grandes municípios incumpridores, com mais de 20.000 habitantes, e que até à data ainda não apresentaram as suas contas do ano anterior ao organismo de auditoria, encontram-se cidades como Badalona, Sant Adrià del Besòs, Amposta e Vilassar de Mar. Entretanto, municípios como Rubí, El Prat de Llobregat, Mollet del Vallès, Sitges, Pineda de Mar, Sant Andreu de la Barca, Masnou e Vila-seca apresentaram as suas contas ao Tribunal de Contas, mas após o prazo legal de 15 de outubro de 2024. Por outro lado, outras localidades, como Olot e Premià de Mar, apesar de terem cumprido a data estabelecida, apresentaram as suas contas parcialmente. Dois casos marcantes são os de Cerdanyola del Vallès e Martorell, municípios que apresentaram as suas contas após o prazo e de forma incompleta.

Por outro lado, alguns dos grandes municípios catalães que fizeram os seus trabalhos de casa e cumpriram as suas obrigações contabilísticas foram Barcelona, Hospitalet de Llobregat, Terrassa, Sabadell, Lleida, Girona e Tarragona, entre outros.

A nível territorial, os municípios da província de Tarragona foram os que registaram os piores resultados em termos de apresentação tardia (37%), seguidos pelos da província de Barcelona (34,5%), Lleida (26,4%) e Girona (14,5%). Neste sentido, por tipo de organização, apenas 40% das associações de municípios apresentaram as suas contas dentro do prazo, enquanto as restantes entidades ultrapassaram os 70% de cumprimento.

BARCELONA

Para além de apresentar as suas contas ao Tribunal de Contas da Catalunha, o setor da auditoria, tal como foi exigido pelo Col-legi de Censors Jurats de Comptes de Catalunya (CCJCC), aponta para a necessidade de exigir uma auditoria externa destas contas para maiores garantias de transparência.

A CCJCC recorda que não existe nenhuma lei que obrigue os organismos públicos a realizar esta auditoria externa por uma empresa independente, já que legalmente a única entidade competente para auditar externamente as contas das autarquias locais é o Tribunal de Contas espanhol ou a Sindicatura de Comptes, no caso da Catalunha, ou os organismos equivalentes noutras Comunidades Autónomas, para além do controlo interno realizado pelos próprios auditores locais, mas que seria tão conveniente como no caso do setor privado.

Dão o exemplo de Barcelona, que, entre os grandes municípios catalães, é o único município que atualmente audita as suas contas com a colaboração de uma empresa independente, tanto as contas individuais como as contas consolidadas do exercício. Este é um exemplo de transparência, um exemplo de colaboração público-privada no setor que permitiria à sociedade civil apoiar a administração pública no sentido de ganhar agilidade no cumprimento das suas obrigações sem sacrificar a qualidade da informação financeira fornecida.

De facto, num relatório do ICJCE, que analisa o nível de auditoria das autoridades locais na União Europeia, entre 25 cidades europeias analisadas, Barcelona destaca-se por publicar os seus relatórios financeiros anuais no seu sítio Web, bem como os seus relatórios de auditoria financeira, seguindo os passos de Londres, Berlim, Roma e Amesterdão. Por outro lado, Madrid publica o seu relatório financeiro anual no seu sítio Web, mas não inclui qualquer auditoria, tal como Valência, cuja última auditoria foi efetuada em 2013.

EMPRESAS LOCAIS

Para além dos municípios, se o radar for alargado a outros tipos de empresas locais, como conselhos provinciais, conselhos municipais, entidades metropolitanas, associações de municípios e entidades descentralizadas, de um censo total de 1.112 entidades, 327 entidades não enviaram as contas de 2023 dentro do prazo legal, o equivalente a 29,4%, uma ligeira melhoria de oito pontos percentuais em relação ao ano passado, quando o incumprimento foi de 37,5%.

Para além dos municípios que não cumpriram a lei catalã da Sindicatura de Comptes, outros organismos como a Diputació de Lleida e os conselhos regionais de Baix Camp, Berguedà, Moianès, Segrià e Selva ainda não apresentaram as suas contas para 2023. Outros municípios, como Maresme, Montsià, Osona e Urgell, depositaram as suas contas, mas fora do prazo, e Alt Urgell, Bages, Baix Ebre, Garrotxa, Noguera, Pallars Sobirà, Ribera d’Ebre e Vallès Oriental, embora dentro do prazo, fizeram-no parcialmente.

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Hoje nas notícias: Coleção Berardo, Novobanco e reservas de viagens

  • ECO
  • 16 Dezembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O juiz da ação executiva da CGD, BCP e Novobanco contra Joe Berardo mandou realizar uma nova avaliação às obras de arte do empresário. O antigo presidente da CIP e atual líder da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), António Saraiva, admitiu, em entrevista, que “gostaria que o Novobanco se mantivesse em mãos ou em capital português”. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Juiz quer nova avaliação dos quadros milionários de Joe Berardo

O juiz da ação executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novobanco contra Joe Berardo deu ordem para que seja feita uma nova avaliação às mais de 2.000 obras de arte do empresário, cujo prazo termina a 31 de dezembro. Com a nova avaliação, os três bancos querem apurar se as obras da galeria têm o valor suficiente que permita ao Grupo Berardo pagar a dívida de mais de 962 milhões de euros. O tribunal ordenou ainda que seja feita uma lista autónoma com os 100 quadros mais valiosos da coleção, sendo que o mais caro, de acordo com uma avaliação da leiloeira Christie’s em 2018, custa 34,5 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

António Saraiva defende que Novobanco continue “em mãos ou em capital português”

O antigo presidente da CIP e atual líder da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), António Saraiva, “gostaria que o Novobanco se mantivesse em mãos ou em capital português”. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o antigo “patrão dos patrões” comentou até o eventual cenário de compra do Novobanco pela CGD, alvitrando: “Porque não?”. No entanto, admite que “hoje é difícil saber quem é o detentor ou quais são os acionistas dos bancos ditos portugueses”. “Há capital estrangeiro na banca portuguesa. Se as decisões são tomadas por um board que tem um peso estrangeiro, o facto de o banco aparentemente ser português não quer dizer que as decisões beneficiem as empresas portuguesas”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Reservas de viagens disparam no Natal e Ano Novo

As reservas de viagens para o período de Natal e Fim de Ano já superaram os níveis de 2023, com a Agência Abreu a ter alguns pacotes esgotados e a Bestravel a falar em aumentos de 30%. Segundo o diretor operacional desta última agência, o Funchal, na Madeira, continua no topo das preferências de destinos nacionais, mas os Açores também têm vindo a crescer em popularidade. Em termos internacionais, as escolhas dos portugueses “variam entre destinos frios e tradicionais, como Lapónia, Nova Iorque e Alemanha, e locais quentes e paradisíacos, como Ilha do Sal, Maldivas, Maurícia, Rio de Janeiro e Dubai, respondendo aos diferentes perfis de viajantes”, detalhou.

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Só 24% dos projetos para resolver crise habitacional são construção nova

A lista de projetos que vão ser financiados pelo 1.º Direito, através de fundos europeus ou com dinheiro proveniente do Orçamento do Estado, contabiliza mais de 59 mil casas. Este é um número que representa mais do dobro da meta inicial, mas o contributo deste programa para fazer aumentar o parque habitacional público é reduzido, já que apenas pouco mais de 14 mil das 59 mil casas previstas — ou seja, cerca de um quarto dos projetos — dizem respeito a construção nova, segundo uma análise do investigador Aitor Oro, partilhada no portar O Contador. Uma estimativa do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) aponta para que o 1.º Direito aumente o peso do parque público habitacional para 2,6% do total.

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Há mais de uma década que não se reformavam tantos professores

2024 vai terminar como o ano em que mais docentes se reformaram desde 2013: 3.981, o que compara com os cerca de 4.000 de há 11 anos. A falta de docentes sente-se cada vez mais, sendo um “vírus que atinge principalmente Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, e que se está a estender para o centro e norte do país, e em breve transformar-se-á numa pandemia”, descreve o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima. Deste modo, acrescenta, “a substituição dos milhares de professores aposentados torna-se cada vez mais difícil, pois não os há”.

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LALIGA e os clubes reafirmam o seu compromisso com um futebol sem ódio na campanha Natal 2024

  • Servimedia
  • 16 Dezembro 2024

A campanha deste ano é especialmente relevante, uma vez que este ano foi fundamental para a luta da LALIGA contra o ódio.

A LALIGA apresenta a sua campanha de Natal 2024, recuperando a essência da mensagem protagonizada pelas crianças que, sem preconceitos, “veem tudo”.

De acordo com a LALIGA, “após uma condenação judicial histórica por insultos racistas – a primeira no futebol espanhol pelo conhecido caso de Mestalla -, os resultados obtidos graças ao MOOD, uma ferramenta de monitorização do discurso de ódio nas redes sociais, e a consolidação de acordos com o Ministério da Inclusão e com as comunidades autónomas, a LALIGA mostra resultados tangíveis no seu trabalho para erradicar comportamentos intolerantes dentro e fora dos estádios”.

Salientou que, embora os objetivos de 2025 já estejam à vista, a organização reafirma a relevância do futebol como alavanca de mudança social, promovendo mais de 700 iniciativas nos últimos anos e comprometendo-se a continuar a trabalhar com determinação para proteger os valores do desporto em benefício das novas gerações.

Nas palavras de Ángel Fernández, Diretor de Marca e Estratégia da LALIGA, “estes resultados não são fruto de um esforço pontual, mas sim de um esforço constante e coordenado. Vemos o futebol como um motor de transformação social que transcende o campo de jogo. A campanha de Natal 2024 é uma oportunidade para recordar uma mensagem que será fundamental em 2025: a luta contra o racismo e o ódio não pode esperar, e o futebol, com o seu enorme poder de influência, continua a estar na vanguarda desta luta. Continuaremos a trabalhar, em conjunto com as instituições e os adeptos, para que as novas gerações encontrem no desporto um espaço inclusivo, formativo e de pleno respeito”.

CONDENAÇÕES

A primeira condenação por insultos racistas num estádio de futebol em Espanha foi obtida em 2024, um acontecimento sem precedentes que lança as bases para uma ação eficaz contra aqueles que violam a dignidade das pessoas. Esta decisão, “impulsionada pela determinação da LALIGA, representa uma mudança de paradigma na erradicação do discurso de ódio no desporto, proporcionando segurança jurídica e encorajando as queixas a avançar mais rapidamente. Prova disso é um segundo acórdão, proferido em setembro deste ano, relativo a incidentes racistas em estádios de futebol, que consolida um critério jurídico sobre as consequências penais deste tipo de comportamentos”, afirmou em comunicado.

Este compromisso estende-se à colaboração com o Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migrações para a utilização do MOOD, uma ferramenta pioneira de monitorização do discurso de ódio nas redes sociais. Esta iniciativa, que faz parte da plataforma LALIGA VS, contribui para reduzir um fenómeno que já registou uma queda de 45% no discurso de ódio e uma queda de 90% nas menções racistas em comparação com o final da época passada. Estes números mostram o impacto real das ações coordenadas e a importância da tecnologia na deteção e prevenção de comportamentos intolerantes.

A LALIGA estreitou também laços com dezasseis comunidades autónomas, partilhando experiências e boas práticas de luta contra o racismo e a xenofobia a nível regional. Noventa e quatro por cento das comunidades já implementaram medidas específicas neste domínio, o que demonstra uma mobilização conjunta a todos os níveis. Além disso, o envolvimento de clubes, forças de segurança, atletas, meios de comunicação social e representantes políticos resultou num ecossistema mais forte e coordenado contra o ódio.

“O compromisso da LALIGA é cíclico e tem um impacto em todos os domínios da competição. Nos últimos oito anos, foram desenvolvidas mais de 700 iniciativas e projetos que visam a educação, a sensibilização e a denúncia. Entre eles, o programa Futura Afición, integrado na FUNDAÇÃO LALIGA, incute os valores do respeito e do fair play desde a base. Este esforço contínuo reforça a mensagem de que o futebol deve ser uma referência para a integração, o auto-aperfeiçoamento e a diversidade”, sublinhou LALIGA.

Para além dos progressos alcançados a nível nacional, a LALIGA salienta que consolidou o seu posicionamento internacional ao aderir à Rede Fit for Life da UNESCO, uma frente global na luta contra o racismo no desporto. Este passo reforça a vocação de liderança da organização ao juntar forças com atletas, especialistas e várias entidades internacionais empenhadas na igualdade. A adesão à Fit for Life não só alarga o âmbito de iniciativas como a LALIGA VS, como também destaca o valor da experiência e do historial da LALIGA na sensibilização, educação e geração de ferramentas que promovam um ambiente desportivo mais justo, inclusivo e respeitador, dentro e fora das nossas fronteiras.

Até 2025, a LALIGA redobrará os seus esforços em prol de um futebol livre de todas as formas de ódio, promovendo novos projetos e iniciativas e reforçando a cooperação com as autoridades.

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EDP Renováveis vende portefólio solar em Espanha

Em causa estão quatro parques solares operacionais: um em Aragão, que está em funcionamento há cerca de um ano e meio, e três na Andaluzia, que estava previsto terem começado a operar em novembro.

A EDP Renováveis anunciou esta esta segunda-feira a venda total de um portefólio solar em Espanha. Numa operação avaliada em 80 milhões de euros.

Em causa estão quatro parques solares operacionais: um em Aragão, que está em funcionamento há cerca de um ano e meio, e três na Andaluzia, que estava previsto terem começado a operar em novembro deste ano, de acordo com a comunicação feita ao mercado.

O comunicado publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revela ainda que os projetos têm contratos de compra de energia (PPA) de 15 anos e que a venda depende do “cumprimento de condições regulatórias e outros requisitos habituais” para este tipo de operações.

O portefólio que a EDP está a vender tem uma capacidade de 82 MWac (104 MWdc) e insere-se no programa de cerca de seis mil milhões de euros de rotação de ativos da EDP Renováveis para 2024-2026 e que foi apresentado na revisão do Plano de Negócios de maio de 2024. O objetivo deste plano é permitir à EDP “acelerar a criação de valor enquanto recicla capital para reinvestir em crescimento rentável”, sublinha o mesmo comunicado.

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A Merlin Properties e a Babies Uganda lançam um embrulho de caridade para o Natal

  • Servimedia
  • 16 Dezembro 2024

A iniciativa denominada “O papel mais importante”, utiliza papel concebido com motivos natalícios criados por crianças da ilha de Kava no Uganda em colaboração com os centros educativos ligados à ONG.

Babies Uganda, uma ONG espanhola dedicada à melhoria das condições de vida das crianças no Uganda, lançou, juntamente com a Merlin Properties, uma campanha de solidariedade natalícia baseada num formato tradicional: o papel de embrulho.

O seu objetivo é convidar as pessoas a refletir sobre o “papel” que cada um pode desempenhar para mudar o mundo e atrair novos patrocinadores para os projetos da organização.

A Merlin Properties apoiará esta campanha oferecendo mais de 9 quilómetros deste papel de embrulho nos serviços gratuitos de embrulho de centros comerciais como Arenas de Barcelona, Artea, Arturo Soria Plaza, Marineda City, Porto Pi, Saler e X-Madrid. Graças a esta campanha, a Babies Uganda poderá continuar a trabalhar para gerar oportunidades de presente e futuro para uma população sem recursos.

“Durante a época natalícia, milhões de metros de papel acabam esquecidos nos caixotes do lixo, mas com esta iniciativa, os visitantes dos nossos centros poderão embalar os seus presentes e, ao mesmo tempo, descobrir como fazer a sua parte”, afirmou Víctor Fernández, da Merlin Properties.

Por seu lado, Maria Galan, coordenadora de projetos da Babies Uganda, expressou a sua gratidão. “Estamos muito entusiasmados com esta campanha de solidariedade e com o apoio da Merlin Properties, que contribuirá, sem dúvida, para que mais pessoas conheçam os nossos projetos e reflitam sobre o importante papel que todos podem desempenhar, mesmo com pequenas ações”, afirmou.

Desde a sua fundação em 2012, a Babies Uganda desenvolveu projetos como um orfanato, um centro médico, uma escola com mais de 1.000 alunos, um centro de arte, um campo polidesportivo e uma escola para crianças com deficiência visual. Atualmente, está a trabalhar na construção de um centro vocacional e de uma clínica de cuidados primários com serviços gratuitos numa das zonas mais desfavorecidas do Uganda.

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Teresa Rebelo Pinto: “Só tenho sucesso profissional porque tenho outras dimensões da minha vida e porque durmo bem”

  • ECO
  • 16 Dezembro 2024

Teresa Rebelo Pinto, psicóloga e especialista do sono, defende no podcast E Se Corre Bem? que dormir bem é um investimento no futuro, essencial para a saúde mental e o sucesso profissional.

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Teresa Rebelo Pinto, psicóloga especializada em sono partilhou, no nono episódio do podcast E Se Corre Bem?, o seu caminho até ao dia em que decidiu apostar num tema pouco explorado: o sono. Movida por uma forte vocação social, desde cedo que Teresa Rebelo Pinto quis criar algo que tivesse impacto real na vida das pessoas, especialmente nesta área que ainda é tão pouco explorada. Desta vontade surgiu a sua clínica, com o seu nome, onde une a saúde mental e o sono.

Eu acho que sempre tive uma veia social forte de intervenção na comunidade e de ajuda ao outro. Queria fazer qualquer coisa que estivesse a faltar e, portanto, do ponto de vista da saúde mental é algo indissociável da qualidade do sono”, diz.

A psicóloga explica que estas duas áreas – a psicologia e o sono -, até agora tratadas de forma separada, necessitavam de uma conexão mais profunda e de profissionais de saúde mais capacitados para intervir eficazmente. Entre as iniciativas desenvolvidas, destaca o Check-up do Sono, uma ferramenta preventiva implementada em empresas, que avalia os fatores de risco e promove hábitos saudáveis para melhorar o bem-estar e a produtividade das equipas.

"Eu acho que temos de nos conhecer e ir ajustando o nosso estilo de vida também àquilo que são as necessidades do corpo, mas um número mágico para dormir cada pessoa é que o sabe”

Teresa Rebelo Pinto, psicóloga e especialista em sono

Esta iniciativa surgiu depois de Teresa Rebelo Pinto ter reparado que havia falta de ferramentas para as empresas trabalharem de forma preventiva. “Estava um bocado farta daquela sessão de sensibilização típica”, diz.

Defensora de que o sono é “um investimento futuro”, Teresa Rebelo Pinto deixa um aviso para as empresas: “Os erros relacionados com a falta de saúde mental ou a falta de sono custam mesmo muito dinheiro às empresas”.

No entanto, relembra que o investimento numa melhor qualidade de sono e, consequentemente, na saúde mental, começa no indivíduo. “Eu só tenho sucesso profissional porque tenho outras dimensões da minha vida, porque durmo bem e tenho tempo para mim”, refere.

Ao longo do episódio, a psicóloga falou sobre preconceitos, principalmente daqueles que estão inerentes ao sono. Irrita-lhe pessoas que se gabam das poucas horas que dormem, mas admite que também não existe um “número mágico” de horas necessárias para se dormir.

“Há um mindset, ainda antiquado, de que nós temos de aguentar. Eu acho que temos de nos conhecer e ir ajustando o nosso estilo de vida também àquilo que são as necessidades do corpo, mas um número mágico para dormir cada pessoa é que o sabe”, explica.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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Médicos ameaçam com greve ao trabalho extraordinário nos primeiros três meses de 2025

A FNAM ameaça prolongar a greve até ao final do primeiro semestre e a avançar para outras formas de luta, caso o Governo não atenda aos seus apelos.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou esta segunda-feira um aviso prévio de greve ao trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários, para os três primeiros meses do próximo ano.

Não aceitamos a banalização da prestação do trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários que o Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins está a tentar impor e que condiciona o acesso dos utentes ao seu médico de família”, justifica a FNAM em comunicado. Esta greve abrange todos os médicos dos cuidados de saúde primários, mesmo que não tenham atingido o limite anual legal do trabalho suplementar de 150 horas.

“Retirar os médicos de família do trabalho normal nas suas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante a semana, tem como consequência reduzir as consultas de saúde materno-infantil, hipertensão arterial, diabetes e para episódios agudos”, acrescenta ainda a estrutura sindical.

A FNAM considera que a atribuição automática, a partir de janeiro, de médico a utentes sem médico de família “viola a legislação em vigor” e critica o facto de o Ministério da Saúde recorrer a “linhas telefónicas para desviar doentes dos Serviços de Urgência”. Uma “manobra” que “pretende impor a marcação direta de consultas para utentes não inscritos nas respetivas unidades, através da linha SNS 24”.

O sindicato considera estas medidas ilegais e alerta que vão prejudicar a realização de consultas programadas e de doença aguda, falhando aos utentes inscritos e em seguimento nas unidades. Além disso, critica o facto de terem sido ” decididas sem consultar os médicos ou estruturas representativas”.

Caso o Ministério persista na “violação dos procedimentos da contratação coletiva, e a negociar apenas para gerir sua imagem pública face à tragédia da sua governação”, a FNAM ameaça prolongar a greve até ao final do primeiro semestre e a avançar para outras formas de luta.

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