Havas acelera 7% na estreia na bolsa de Amesterdão

A entrada em bolsa surge depois da aprovação de cisão do grupo Vivendi, o que fez com que a Havas, o Canal+ e o Grupo Louis Hachette passassem a ser empresas cotadas de forma independente.

As ações da Havas estrearam-se com um disparo de quase 7% na abertura na bolsa de Amesterdão, na sequência da cisão no seio do grupo Vivendi que levou ainda a que o Canal+ e o Louis Hachette Group fossem admitidas à cotação em Londres e Paris.

A Havas juntou-se esta segunda-feira à Euronext Amesterdão numa “transação estratégica que vai proporcionar oportunidades para acelerar o crescimento, solidificando a sua posição enquanto líder criativa e estratégica na indústria do marketing e comunicação”.

Na abertura da sessão, as ações da Havas valorizavam quase 7% em relação ao preço de referência para 1,91 euros por ação. A Havas juntou-se à Euronext Amesterdão com as 991.811.494 ações ordinárias que compõem o seu capital social, tendo o preço de admissão sido definido em 1,79 euros por ação, o que representa uma capitalização de mercado de 1,77 mil milhões de euros no dia da entrada em bolsa.

A conclusão bem-sucedida da entrada na Euronext Amesterdão marca um passo fundamental na direção da realização da nossa visão de longo prazo. Dá-nos flexibilidade adicional para acelerar o nosso crescimento nas nossas principais linhas de negócios e fortalece a nossa posição única dentro do setor dinâmico do marketing e comunicações“, diz Yannick Bolloré, chairman e CEO da Havas, citado em comunicado.

“A nossa estratégia convergente, aprimorada por talentos excecionais, insights baseados em dados, tecnologia de ponta e aquisições direcionadas, coloca-nos na melhor posição possível para sermos ainda mais criativos e estratégicos e entregarmos um desempenho financeiro robusto, criando valor a longo prazo para os nossos acionistas. Gostaria de agradecer às nossas talentosas equipas por todo o seu trabalho e comprometimento durante todo este processo, e a todos os nossos clientes pela confiança”, acrescenta.

A entrada em bolsa surge depois de os acionistas terem aprovado a cisão do grupo Vivendi, o que fez com que não só a Havas mas também o Canal+ e o Grupo Louis Hachette passassem a ser empresas cotadas de forma independente.

Neste sentido, os franceses Canal+ e Grupo Louis Hachette também se estrearam esta segunda-feira na bolsa de Londres e de Paris, respetivamente. As ações da emissora francesa caíam quase 16% após sua estreia, enquanto as da Louis Hachette subiam quase 25% para 1,2 euros por ação.

Os analistas do JPMorgan avaliam o Canal+ em cerca de seis mil milhões de euros, a Havas em 2,5 mil milhões e a Louis Hachette em 2,2 mil milhões.

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União Europeia avança com 15.º pacote de sanções contra a Rússia atacando frota de navios sombra e evasão fiscal

O 15.º pacote de sanções da União Europeia à Rússia sanciona 52 novos navios suspeitos de pertencerem à frota sombra russa e pela primeira vez são impostas sanções "completas" a entidades chinesas.

A União Europeia deu mais um passo na sua resposta à agressão militar da Rússia contra a Ucrânia. O Conselho da União Europeia adotou esta segunda-feira o 15.º pacote de sanções, visando apertar o cerco à economia russa e limitar a capacidade do país de financiar a guerra.

O novo pacote de sanções inclui 84 novas listagens, abrangendo 54 indivíduos e 30 entidades e concentram-se em dois aspetos fundamentais: desmantelar a frota de embarcações sombra da Rússia e combater a evasão às sanções já impostas.

A União Europeia identificou e sancionou 52 novos navios suspeitos de pertencerem à frota sombra russa, elevando o total para 79 embarcações, refere a Comissão Europeia em comunicado. Estas embarcações estão agora sujeitas à proibição de acesso a portos e de prestação de serviços, o que aumenta significativamente os custos operacionais para a Rússia.

As nossas sanções têm um objetivo claro – enfraquecer a economia da Rússia e a sua capacidade de prosseguir a sua agressão ilegal contra a Ucrânia – e estão a alcançar esse objetivo.

Maria Luís Albuquerque

Comissária Europeia para os Serviços Financeiros e a União da Poupança e dos Investimentos

Pela primeira vez, a União Europeia impõe também sanções “completas” a atores chineses, incluindo proibições de viagem, congelamento de ativos e proibição de disponibilização de recursos económicos. Esta medida visa entidades e indivíduos acusados de facilitar a evasão às sanções ou de fornecer componentes sensíveis à indústria militar russa.

“As nossas sanções têm um objetivo claro — enfraquecer a economia da Rússia e a sua capacidade de prosseguir a sua agressão ilegal contra a Ucrânia — e estão a alcançar esse objetivo”, refere Maria Luís Albuquerque, Comissária para os Serviços Financeiros e a União da Poupança e dos Investimentos. “Com cada nova ronda de sanções, melhoramos a eficácia e fechamos lacunas, e continuaremos a fazê-lo, como parte do nosso compromisso inabalável de apoiar a Ucrânia e o seu povo”, destaca ainda Albuquerque.

No leque de sanções do pacote estão também medidas para proteger as empresas da União Europeia, incluindo a proibição de reconhecimento de decisões de tribunais russos em disputas entre empresas russas e da União Europeia, e a extensão de derrogações existentes para facilitar a saída de empresas da UE da Rússia.

Além de disso, este 15.º pacote de sanções introduz uma cláusula de não responsabilidade para as Centrais de Depósito de Títulos da União Europeia, clarificando que estas não são responsáveis por pagar juros ou compensações ao Banco Central da Rússia além dos juros contratualmente devidos.

A União Europeia reafirma que “as sanções permanecem no cerne da sua resposta à agressão russa” e que “o objetivo final é contribuir para uma paz justa e duradoura, não apenas para um conflito congelado.”

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Euribor sobe a três, seis e 12 meses após descida das taxas de juro

  • Lusa
  • 16 Dezembro 2024

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que avançou para 2,863%, continuou acima da taxa a seis meses (2,655%) e da taxa a 12 meses (2,443%).

A Euribor subiu a três, seis e 12 meses, depois de a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, ter dito esta segunda-feira que prevê novas reduções das taxas de juro.

Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,863%, continuou acima da taxa a seis meses (2,655%) e da taxa a 12 meses (2,443%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu esta segunda-feira para 2,655%, mais 0,016 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.
  • No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, avançou esta segunda-feira, para 2,443%, mais 0,038 pontos.
  • A Euribor a três meses também subiu esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,863%, mais 0,020 pontos do que na sessão anterior.

A presidente do BCE disse esta segunda-feira em Vílnius que prevê novas reduções das taxas de juro, na sequência da flexibilização já iniciada há vários meses, face à desinflação avançada e ao aumento dos riscos para o crescimento.

“Se os dados que nos chegam continuarem a confirmar o nosso cenário de base, que prevê o regresso da inflação ao objetivo de 2% em 2025 na zona euro, a direção é clara: tencionamos reduzir ainda mais as taxas de juro”, declarou Christine Lagarde durante um discurso em Vílnius, na Lituânia.

“A atual política monetária continua a ser restritiva”, afirmou.

Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) baixou a taxa de referência pela quarta vez desde junho, fixando-a em 3%.

As taxas do BCE têm um impacto direto sobre as taxas de juro do crédito cobradas pelos bancos às empresas e às famílias.

Os mercados antecipam várias descidas das taxas pelo BCE em 2025, a fim de colocar a taxa de referência em “cerca de 2%”, um nível considerado neutro e que não penaliza nem apoia a economia.

De acordo com os analistas consultados pela Agência France Presse, o BCE pode seguir esta via porque o ambiente na zona euro mudou desde que a inflação atingiu mais de 10% no outono de 2022.

A média da Euribor em novembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio.

A média da Euribor em novembro desceu 0,160 pontos para 3,007% a três meses (contra 3,167% em outubro), 0,214 pontos para 2,788% a seis meses (contra 3,002%) e 0,185 pontos para 2,506% a 12 meses (contra 2,691%).

Na quinta-feira, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

Em 17 de outubro na Eslovénia, o Banco Central Europeu (BCE) tinha descido as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda vez consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Produção industrial na Zona Euro cai para mínimo de 12 meses

A economia da Zona Euro continua sob pressão. Além da contínua contração da indústria, o emprego caiu pelo quinto mês, com o ritmo de cortes de postos de trabalho a ser o mais elevado em quatro anos.

A economia da Zona Euro continua a “navegar” em terreno de contração, com a atividade económica a diminuir pelo segundo mês consecutivo. No entanto, o ritmo de declínio abrandou em dezembro, segundo os dados preliminares do índice PMI (Purchasing Managers’ Index) divulgados esta segunda-feira.

O índice PMI Composto da Zona Euro, que mede a atividade nos setores da indústria e dos serviços, subiu 2,5% para 49,5 pontos em dezembro, face aos 48,3 registados em novembro, e ficou 2,7% acima das estimativas dos analistas que apontavam para um índice de 48,2 pontos.

O índice permanece assim abaixo da marca dos 50 pontos — marca que separa crescimento de contração —, sinalizando uma redução marginal da atividade económica, mas indica uma melhoria face ao mês anterior que não é displicente.

Fonte: Hamburg Commercial Bank.

“O final do ano é um pouco mais conciliador do que se espera geralmente”, afirma inclusive Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank (HCB), entidade responsável pela divulgação dos PMI. O especialista destaca que “a atividade do setor dos serviços regressou ao território de crescimento e está a mostrar um ritmo de expansão notável, se não exuberante, semelhante ao observado em setembro e outubro”.

Porém, os dados divulgados esta segunda-feira pelo HCB mostram divergências significativas entre os setores da atividade económica. Enquanto o índice de atividade do setor dos serviços subiu 3,8% para 51,4 pontos em dezembro, face aos 49,5 de novembro, regressando assim ao território de expansão, o índice de produção industrial caiu 1,3% para 44,5 pontos, o nível mais baixo em 12 meses, indicando uma contração mais acentuada. “A situação do setor da indústria transformadora continua a ser muito grave”, refere Cyrus de la Rubia.

As taxas de inflação tanto dos custos dos inputs como dos preços de venda aceleraram no final do ano, com os encargos a aumentarem a um ritmo que se manteve acima da média histórica.

Relatório HCOB Flash Eurozone PMI de dezembro

Um dos dados mais preocupantes do relatório é a queda no emprego. As empresas reduziram os seus níveis de pessoal pelo quinto mês consecutivo, com o ritmo de cortes de postos de trabalho a acelerar para o mais pronunciado em quatro anos. “Com as novas encomendas e a atividade empresarial a cair, as empresas reduziram novamente os seus níveis de pessoal em dezembro”, refere o relatório.

Os dados também destacam o aumento das pressões inflacionistas no final do ano. “As taxas de inflação tanto dos custos dos inputs como dos preços de venda aceleraram no final do ano, com os encargos a aumentarem a um ritmo que se manteve acima da média histórica”, lê-se no relatório do HCB. Este dado poderá preocupar o Banco Central Europeu, que tem estado atento à inflação no setor dos serviços.

Apesar dos desafios, há sinais de um otimismo moderado para o próximo ano. A confiança empresarial, embora ainda abaixo da média da série, recuperou algum terreno em dezembro após ter caído para um mínimo de um ano em novembro.

No entanto, as incertezas políticas nas duas maiores economias da Zona Euro — Alemanha e França — continuam a pesar sobre as perspetivas. “Se os futuros governos conseguirem traçar um rumo claro, ainda poderá haver surpresas positivas no próximo ano”, conclui Cyrus de la Rubia.

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A querer acelerar com a Cupra sem deixar a Seat para trás, Cristina Rola, na primeira pessoa

Ligada ao mundo automóvel há 20 anos, Cristina Rola, diretora de marketing da Seat e Cupra, de início "não era de todo uma car girl". Teve de aprender muito, mas os automóveis são agora a sua praia.

Foi quando estava a trabalhar como diretora de marketing da Mini, do grupo BMW, onde esteve durante 17 anos, que Cristina Rola aceitou o desafio de assumir as rédeas do marketing das marcas Cupra e da Seat, em maio de 2022, um desafio duplo. Para além de ter trabalhar e dar continuidade à Seat, uma marca “já muito consolidada no mercado e que fez um trabalho incrível em Portugal”, recebeu também nas suas mãos um “bebé”, a Cupra.

“É uma marca muito recente, que precisa de ganhar notoriedade, de se solidificar no mercado e de ganhar o seu espaço. Este é assim, no fundo, um trabalho diametralmente oposto: um de continuação de consolidação e outro de crescimento“, explica numa conversa com o +M, acrescentando que foi “claramente esse o desafio” que a fez mudar.

E o objetivo “não passa de todo” pela substituição da Seat — que é “uma marca consolidada e que vai continuar” — pela Cupra, começa por assegurar.

A Seat está para ficar. Inclusive no final do próximo ano vamos ter o lançamento de dois novos modelos, o Seat Ibiza e o Seat Arona, que vão ser reformulados, e isso também prova que a marca vai continuar. Temos também uma pessoa responsável a 100% pela marca Seat e pela sua revitalização. É uma marca que claramente está a trabalhar nesse sentido, da revitalização, e vamos começar a notar isso já no próximo ano. Este ano já notámos um bocadinho, ao nível da comunicação, mas no próximo ano vamos notá-lo mais”, explica a diretora de marketing.

Por seu turno, a Cupra surgiu inicialmente como “representação” dos modelos desportivos da Seat — “tanto que existiram alguns Seat Cupra” –, começa por enquadrar Cristina Rola. Até que, a determinada altura, se percebeu que a Cupra “tinha espaço para crescer e para ganhar autonomia”, o que aconteceu há cerca de seis anos, quando foi apresentada como uma marca autónoma. “Sim, é criada em Barcelona e partilha espaço físico com a Seat, mas é claramente uma marca autónoma, com produtos, um posicionamento e ambições diferentes“, refere.

Em termos de posicionamento, a Cupra demarca-se desde logo por, tendo nascido já no século XXI, ter a “obrigação de ser disruptiva“. “É claramente uma marca que se define pela performance eletrizante, com os modelos elétricos e híbridos em foco”, diz Cristina Rola, adiantando que mais de 50% das vendas da marca em Portugal este ano são de veículos eletrificados (ou seja veículos elétricos ou híbridos).

Além disso, a Cupra é também uma marca que tem um “caráter desportivo muito acentuado“. “Nós costumamos dizer que a Cupra é claramente para quem gosta de conduzir e não para quem gosta de ser conduzido, porque é uma marca que desafia à condução e tem um caráter muito desportivo. Tem também um design muito mais arrojado“, naquela que é uma das grandes apostas da marca.

“Depois tem aquela vertente e posicionamento da própria marca, que se assume desde o primeiro dia como uma marca disruptiva, de espírito rebelde e de mentalidade não convencional. No fundo, o nosso objetivo é criar uma tribo, trabalhar muito para as novas gerações, e isto leva-nos a estar presente em territórios que nos permitem esta aproximação”, explica a diretora de marketing de 45 anos.

É neste sentido que a Cupra marca presença, por exemplo, no gaming. Além disso, está presente na área do padel, desenvolvendo um torneio próprio, patrocinando as seleções feminina e masculina e apostando na atleta Sofia Araújo como embaixadora. Patrocina também provas desenvolvidas pela Federação Portuguesa de Padel, tendo como condição que o prémio seja igual para homens e mulheres.

A marca está também presente na área da música — junto do festival Jardim Sonoro — e do cinema, com uma parceria com o realizador J. A. Bayona e com Daniela Melchior. “Tudo isto é materializado fisicamente num espaço que temos na Baixa de Lisboa — o Cupra CityGarage — que funciona como showroom da Cupra. No espaço, é possível ver e comprar carros, mas também beber um café ou desfrutar de uma agenda cultural muito diversificada e que no fundo materializa todos estes nossos touchpoints e onde fazemos as mais diversas coisas, desde DJ battles, a talks, wine tasting, workshops de gins ou apresentações de exposições de arte”, acrescenta.

Já a Seat, sendo uma marca mais convencional, assumiu um caráter diferente desde há dois anos. “E aqui a associação, sendo uma marca 100% urbana, foi feita ao skate”, através de uma ligação à Liga pro Skate Portugal. Além disso, “trabalhamos muito a comunicação, naturalmente, com campanhas fortes e com o rejuvenescimento que também tivemos na nossa comunicação nos últimos dois anos, já um pouco iniciando este processo de revitalização da marca“, explica Cristina Rola.

No desenvolvimento do seu trabalho, Cristina Rola conta com uma equipa composta por outras cinco pessoas e com o apoio da agência 14 (do Omnicom Creative Hub) e da PHD.

Olhando para o futuro, Cristina Rola vê alguns obstáculos a levantarem-se para o setor automóvel. Ao desafio da eletrificação soma-se atualmente o da entrada de novas marcas no mercado, nomeadamente as chinesas. “Acho que estamos todos neste momento muito atentos àquilo que vão ser os próximos anos, àquilo que vão ser as tendências. Vão ser anos desafiantes. São sempre, por razões diferentes, mas estes próximos anos vão sê-lo claramente por estas questões que têm essencialmente a ver com a eletrificação“, diz.

Tendo começado a trabalhar ainda enquanto estudava, iniciou o seu percurso profissional em agências de áreas distintas, desde comunicação a marketing direto ou eventos. “Desta forma fui tocando em várias áreas complementares da comunicação e fui ganhando experiência que depois me permitiu ter uma visão mais abrangente, nomeadamente dos vários touchpoints que trabalho hoje em dia“, explica.

A principal experiência em termos de trabalho em agência foi na LPM “quando ainda era pequenina”, onde Cristina Rola teve o “privilégio” de trabalhar diretamente com o seu fundador, Luís Paixão Martins, com quem aprendeu “muito”.

“E foi quando estava a fazer a inauguração para jornalistas internacionais da Casa da Música, no Porto, pela LPM, que recebi o telefonema para a primeira entrevista na BMW”, recorda.

Não contava ser escolhida — até porque na entrevista disse que não gostava de carros –, mas acabou assim por entrar no mundo automóvel pela porta da BMW. “Eu não era uma car girl, de todo, sabia muito pouco de carros, e de repente entrei numa marca automóvel e fui obrigada a conhecer em profundidade aquilo que é a indústria automóvel. No início foi difícil, tive de aprender e estudar muito, mas agora é claramente a minha praia“, diz.

Oriunda de Évora, veio aos 18 anos estudar para Lisboa, já não regressando mais ao Alentejo. Desde que se mudou para a capital, passou por diversos locais: após uma primeira casa em Campo de Ourique, mudou-se para Benfica, até que a determinada altura achou que queria “ouvir os passarinhos”, tendo ido viver para Mafra. “Rapidamente arrependida”, voltou para Benfica, mudando-se depois para uma casa “em frente à [Avenida] Marginal”, mas como “não conseguia abrir as janelas todos os dias” decidiu ir viver para Caxias.

É, portanto, em Caxias onde Cristina Rola encontra o meio-termo entre a “proximidade da cidade” e a “calma, com alguns passarinhos”, e onde vive com o marido, Tiago, e com o filho, Manuel, de nove anos.

A vinda para Lisboa, depois de 18 anos a viver em Évora, foi “uma lufada de ar fresco“, recorda. “Os meios pequenos têm coisas muito boas mas no final de contas são também um pouco sufocantes. Há sempre uma necessidade naquelas idades de conhecer mais e de nos tornarmos um bocadinho mais incógnitos, de ir ao café e andar na rua e ninguém nos conhecer, e era uma coisa que eu queria muito. Eu sentia muito a necessidade de um mundo novo“, refere.

No entanto, ia com muita frequência a Évora até que, quando engravidou, foram os seus pais, entretanto já reformados, que decidiram eles próprios mudar de vida e ir viver para Lisboa. “É uma bênção, porque efetivamente só com o apoio familiar deles — e obviamente com o do meu marido — é que é possível trabalhar de uma forma tranquila. Fazemos [na Seat e Cupra] mesmo muita coisa, somos muito ativos, a área dos eventos consome muito tempo e não tem horas, e efetivamente ter uma criança pequena nestas condições só mesmo com este apoio familiar que eu agradeço todos os dias”, diz.

A maternidade veio também alterar aquele que era o seu principal hobbie e foco fora do trabalho, que passava por viagens “um bocadinho especiais, de mochila às costas, sem hotéis de cinco estrelas, e de preferência a ficar em sítios o mais próximos possível da comunidade”, uma vez que o intuito das viagens passava por “absorver, dentro daquilo que é possível sendo-se turista e não local, as outras culturas”.

“Naturalmente que depois de ser mãe este estilo de viagem não se coaduna tanto com uma criança pequena. Sei que há quem o consiga fazer, mas eu tenho receio, confesso. Portanto continuo a adorar fazer viagens mas passei um bocadinho mais para capitais europeias. O Manuel acompanha sempre estas viagens, gosta e passa os dias inteiros a andar na rua e não reclama, o que é bom, mas estou à espera que cresça um pouco mais para voltar a ir para destinos mais ‘fora da caixa’, no sentido de serem culturalmente diferentes sem que eu sinta que são uma ameaça para ele”, explica.

A viagem à Índia foi aquela que mais a marcou e que sentiu como “um murro no estômago gigante”, do qual demorou quase um mês a recuperar. No entanto, a que mais gostou foi a São Tomé e Príncipe, onde esteve mais tempo e numa vertente mais de voluntariado. Foi também aí que desenvolveu uma “relação muito engraçada” com as meninas que estavam a viver deslocadas, na capital São Tomé, para poderem ir à escola, uma vez que vivendo fora de São Tomé as más estradas tornavam as viagens diárias impossíveis.

Esteve então com as irmãs Teresianas que acolhem estas jovens durante o período letivo, apoiando-as e dando-lhes explicações para se prepararem para os exames, naquela que foi uma “experiência riquíssima” e que fez com que ainda hoje mantenha ligação com as meninas que conheceu e apoiou.

“Cada vez que vêm a Lisboa estou com elas, mas nunca mais consegui voltar lá. Tenho a sensação que se voltar lá não consigo vir embora. Custou muito o regresso, mas de todas as viagens foi a experiência mais gratificante, porque também foi aquela que permitiu uma maior interação com a comunidade local”, afirma.

Definindo-se como uma pessoa bem-disposta e que não se leva muito a sério muitas vezes — algo que considera ser “importante” — Cristina Rola “confia muito” nas pessoas, gostando de lhes dar espaço para crescer mas também de as ajudar nesse processo. “Acho que sou uma pessoa de pessoas“, diz.

Talvez também neste âmbito, a educação do seu filho é “sem dúvida alguma” o grande desafio da sua vida. “Poder proporcionar-lhe os ambientes e o mundo que acho que são importantes para fortalecer os valores certos e vê-lo crescer é claramente o meu grande desafio”, refere.

Cristina Rola em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado?

A nível internacional, sem dúvida o “Dumb Ways to Die”, da Metro Trains, na Austrália. Uma campanha que é uma lição de como transformar um tema sério numa comunicação memorável e que se espalhou pelo mundo. A música ficou na cabeça de toda a gente, era original, corajosa e muito eficaz. E, ainda hoje, tenho o jogo no meu telemóvel e jogo com o meu filho…

Em Portugal, adoraria ter feito a campanha do Turismo de Portugal “Can’t Skip Portugal”. Uma campanha que com um storytelling poderoso e imagens de cortar a respiração, ajudou a posicionar Portugal como um destino moderno, vibrante e acolhedor, a nível mundial. E a nós, portugueses (pelo menos a mim) fez-me ter sentir ainda mais orgulho do meu país autêntico.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Ter de escolher entre aquilo que “acredito” que vai funcionar e o que “sei” que vai funcionar. Porque o instinto conta, mas os dados têm cada vez mais peso, e nem sempre é fácil conciliar os dois.

3 – No top of mind está sempre?

O consumidor e como vamos surpreendê-lo ou superá-lo. Eles são o nosso barómetro, a nossa inspiração e o nosso principal desafio.

4 – O briefing ideal deve…

Ser simples e inspirador. Deveria ter uma página com os objetivos claros e uma visão de como se quer que a marca seja sentida, não só compreendida. E muito espaço para a agência ter liberdade criativa!

5 – E a agência ideal é aquela que…

Consegue ser uma parceira genuína, com coragem para desafiar as ideias do cliente. Aquela que é parte integrante da equipa e percebe as nossas dores. Aquela que nunca deixando o profissionalismo de parte, se ri e faz rir.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Arriscar, sempre! As campanhas que mais recordamos e que nos marcam, são as que saem da norma. Claro que o risco deve ter um propósito, mas sem uma boa dose de ousadia, nenhuma marca sai da sombra.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Criaria experiências para além do ecrã – fazer com que as pessoas possam viver a marca de uma forma memorável. Imagino espaços interativos, eventos inesperados e talvez, até, campanhas sociais que contribuam para algo maior.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Criativa e resiliente, sempre a fazer omeletes com poucos ovos.

9 – Construção de marca é?

Consistência com personalidade. Uma marca sólida precisa de ter uma mensagem coerente ao longo do tempo, mas também de manter aquela “centelha” que a torna especial. É saber que a marca vive e respira no dia-a-dia do consumidor, não só em anúncios.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Acho que seria educadora de infância. Fico fascinada com a curiosidade e a criatividade genuína das crianças. Ter um papel ativo e relevante no desenvolvimento de um ser humano é uma oportunidade verdadeiramente inspiradora.

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PRR: Medidas especiais de contratação pública entram em vigor

  • Lusa e ECO
  • 16 Dezembro 2024

Alterações vão permitir "que os projetos avancem", uma vez que não dependem da decisão do Tribunal de Contas. A fiscalização passa a ser realizada, em simultâneo, com a execução do projeto.

As medidas especiais de contratação pública para os projetos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), como a dispensa de visto prévio do Tribunal de Contas (TdC), entram em vigor esta segunda-feira.

Segundo diploma publicado no início de dezembro, estas alterações vão permitir “que os projetos avancem”, uma vez que não dependem da decisão do TdC. A fiscalização passa a ser realizada, em simultâneo, com a execução do projeto.

Aprovado em Conselho de Ministros a 5 de setembro, o regime em causa aplica-se a atos e contratos que se destinem à execução de projetos financiados ou cofinanciados no âmbito do PRR, incluindo os que estão pendentes de decisão do TdC na data da sua entrada em vigor.

Para o vice-presidente da associação Frente Cívica a dispensa de visto prévio do Tribunal de Contas “é uma licença para roubar”. Em entrevista à Renascença, João Paulo Batalha lamenta que “se dispensem controlos fundamentais”, quando “as instituições de acompanhamento do PRR, em matéria de auditoria, não estão a funcionar”. “Há inúmeros relatórios da comissão de auditoria e controlo e, sobretudo, do Ministério Público, a apontar falhas que estão desenhadas no próprio mecanismo de gestão do sistema e que impedem auditorias e controlos internos eficazes”, sublinha, recordando o mais recente relatório do Ministério Público.

O Conselho Superior do Ministério Público analisou a proposta de lei do Governo, mas não emitiu nenhum parecer, como noticia esta segunda-feira o Correio da Manhã. No documento de 11 de outubro, a procuradora-geral-adjunta, Ivone Matoso, diretora do Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos, diz que “as alterações e os aditamentos em apreço — que se afigura não hostilizarem princípios de ordem pública, nem se encontrarem feridos de ilegalidade manifesta — não contendem nem se entrecruzam com as competências legalmente conferidas a esta magistratura, uma vez que se reportam a escolha ou opção de índole exclusivamente política, relativamente à qual não cumpre proceder à emissão de parecer”.

No entanto, numa conferência, a semana passada, o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) criticou o fim do visto prévio. Para Rui Cardoso, “a simplificação vai ser aproveitada para fins distintos daqueles a que se destinam os fundos”.

Outra das alterações prende-se com a aprovação de um regime excecional para ações administrativas “urgentes de contencioso pré-contratual que tenham por objetivo a impugnação de atos de adjudicação relativos a procedimentos de formação de contratos” para a execução de projetos financiados por fundos europeus.

Acresce ainda a aprovação de um recurso à arbitragem nos contratos de empreitada de obra pública ou de fornecimento de bens e serviços públicos financiados por fundos europeus, bem como de um regime de formação de contratos no âmbito da concentração de serviços no edifício Campus XXI, em Lisboa.

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Banco Central Europeu prevê novas reduções das taxas de juro

  • Lusa
  • 16 Dezembro 2024

Lagarde confirma que o BCE pretende aplicar uma política de taxas de juro "adequada", em função dos dados económicos.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse esta segunda-feira que prevê novas reduções das taxas de juro, na sequência da flexibilização já iniciada há vários meses, face à desinflação avançada e ao aumento dos riscos para o crescimento.

“Se os dados que nos chegam continuarem a confirmar o nosso cenário de base, que prevê o regresso da inflação ao objetivo de 2% em 2025 na Zona Euro, a direção é clara: tencionamos reduzir ainda mais as taxas de juro”, declarou Christine Lagarde durante um discurso em Vílnius, na Lituânia.

“A atual política monetária continua a ser restritiva”, afirmou.

Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) baixou a taxa de referência pela quarta vez desde junho, fixando-a em 3%.

As taxas do BCE têm um impacto direto sobre as taxas de juro do crédito cobradas pelos bancos às empresas e às famílias.

Os mercados antecipam várias descidas das taxas pelo BCE em 2025, a fim de colocar a taxa de referência em “cerca de 2%“, um nível considerado neutro e que não penaliza nem apoia a economia.

De acordo com os analistas consultados pela Agência France Presse, o BCE pode seguir esta via porque o ambiente na Zona Euro mudou desde que a inflação atingiu mais de 10% no outono de 2022.

Dois anos mais tarde, a preocupação prende-se com “perspetivas de crescimento mais fracas do que o esperado e com o aumento da incerteza associada a eventos geopolíticos”, afirmou Lagarde.

Confiante num regresso “sustentável” da inflação, o BCE pretende aplicar uma política de taxas de juro “adequada”, em função dos dados económicos.

É possível “regressar a uma situação em que o horizonte da política (monetária) possa ser ajustado de acordo com a natureza, a escala e a persistência dos choques, conforme necessário”, concluiu Lagarde.

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António Saraiva defende que Novobanco fique “em mãos” portuguesas

  • ECO
  • 16 Dezembro 2024

Ex-presidente da CIP não exclui a possibilidade de o Novobanco ser adquirido pela Caixa Geral de Depósitos. “Porque não?”, alvitra António Saraiva, que agora lidera a Cruz Vermelha Portuguesa.

O antigo presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e atual líder da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), António Saraiva, “gostaria que o Novobanco se mantivesse em mãos ou em capital português”. Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago) e à Antena 1, o antigo “patrão dos patrões” não põe de parte a possibilidade de uma aquisição do Novobanco pela Caixa Geral de Depósitos (CGD). “Porque não?”, interroga.

António Saraiva ressalva, porém, que “hoje é difícil saber quem é o detentor ou quais são os acionistas dos bancos ditos portugueses”. “Há capital estrangeiro na banca portuguesa. Se as decisões são tomadas por um board que tem um peso estrangeiro, o facto de o banco aparentemente ser português não quer dizer que as decisões beneficiem as empresas portuguesas“, aponta o ex-líder da CIP na entrevista.

Sobre a instituição a que agora preside, António Saraiva considera que está a perder dinheiro com o Estado, em muitas valências, devido à fórmula de cálculo e à falta de revisão dos protocolos. Além disso, vê com muita preocupação o aumento dos pedidos de ajuda das pessoas em situação de sem-abrigo, que este ano já subiram 53% em termos homólogos depois de em 2023 terem crescido 80%.

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Juiz ordenou nova avaliação da coleção Berardo

  • ECO
  • 16 Dezembro 2024

Juiz da ação executiva da CGD, BCP e Novobanco escolheu a Galeria Gary Nader para fazer a avaliação. Bancos querem saber se quadros valem o suficiente para pagar dívida acima de 962 milhões de euros.

O juiz da ação executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novobanco contra Joe Berardo deu ordem para que seja feita uma nova avaliação às mais de 2.000 obras de arte do empresário, cujo prazo termina a 31 de dezembro, noticia o Correio da Manhã (acesso pago). Com a nova avaliação, os três bancos querem apurar se as obras da galeria têm o valor suficiente que permita ao Grupo Berardo pagar a dívida de mais de 962 milhões de euros.

A escolha do juiz para a nova avaliação da Coleção Berardo recaiu sob a Galeria Gary Nader, de Miami. Esta galeria norte-americana fez, em setembro de 2022, a última avaliação conhecida das obras de arte, às quais atribuiu um valor superior a 1,5 mil milhões de euros. Em 2009, a mesma galeria tinha avaliado a coleção em mais de 571 milhões de euros, o que demonstra o quanto poderá ter valorizado nos últimos anos.

Além do valor individual de cada obra e o valor global da coleção, o tribunal ordenou ainda que seja feita uma lista autónoma com os 100 quadros mais valiosos da coleção. O mais caro, de acordo com uma avaliação da leiloeira Christie’s em 2018, valia 34,5 milhões de euros.

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Um em cada quatro grandes municípios catalães não apresenta as suas contas ao Tribunal de Contas da Catalunha

  • Servimedia
  • 16 Dezembro 2024

16 dos 68 maiores municípios da Catalunha, ou seja, 24%, não cumpriram o prazo legal e a forma estabelecidos para a apresentação das suas contas de 2023 ou fizeram-no de forma incompleta.

Esta situação pode levar à suspensão do pagamento de subsídios ou transferências a que estes municípios possam ter direito a partir dos orçamentos da Generalitat, tal como previsto na Lei 18/2010 do organismo de contabilidade.

Entre os grandes municípios incumpridores, com mais de 20.000 habitantes, e que até à data ainda não apresentaram as suas contas do ano anterior ao organismo de auditoria, encontram-se cidades como Badalona, Sant Adrià del Besòs, Amposta e Vilassar de Mar. Entretanto, municípios como Rubí, El Prat de Llobregat, Mollet del Vallès, Sitges, Pineda de Mar, Sant Andreu de la Barca, Masnou e Vila-seca apresentaram as suas contas ao Tribunal de Contas, mas após o prazo legal de 15 de outubro de 2024. Por outro lado, outras localidades, como Olot e Premià de Mar, apesar de terem cumprido a data estabelecida, apresentaram as suas contas parcialmente. Dois casos marcantes são os de Cerdanyola del Vallès e Martorell, municípios que apresentaram as suas contas após o prazo e de forma incompleta.

Por outro lado, alguns dos grandes municípios catalães que fizeram os seus trabalhos de casa e cumpriram as suas obrigações contabilísticas foram Barcelona, Hospitalet de Llobregat, Terrassa, Sabadell, Lleida, Girona e Tarragona, entre outros.

A nível territorial, os municípios da província de Tarragona foram os que registaram os piores resultados em termos de apresentação tardia (37%), seguidos pelos da província de Barcelona (34,5%), Lleida (26,4%) e Girona (14,5%). Neste sentido, por tipo de organização, apenas 40% das associações de municípios apresentaram as suas contas dentro do prazo, enquanto as restantes entidades ultrapassaram os 70% de cumprimento.

BARCELONA

Para além de apresentar as suas contas ao Tribunal de Contas da Catalunha, o setor da auditoria, tal como foi exigido pelo Col-legi de Censors Jurats de Comptes de Catalunya (CCJCC), aponta para a necessidade de exigir uma auditoria externa destas contas para maiores garantias de transparência.

A CCJCC recorda que não existe nenhuma lei que obrigue os organismos públicos a realizar esta auditoria externa por uma empresa independente, já que legalmente a única entidade competente para auditar externamente as contas das autarquias locais é o Tribunal de Contas espanhol ou a Sindicatura de Comptes, no caso da Catalunha, ou os organismos equivalentes noutras Comunidades Autónomas, para além do controlo interno realizado pelos próprios auditores locais, mas que seria tão conveniente como no caso do setor privado.

Dão o exemplo de Barcelona, que, entre os grandes municípios catalães, é o único município que atualmente audita as suas contas com a colaboração de uma empresa independente, tanto as contas individuais como as contas consolidadas do exercício. Este é um exemplo de transparência, um exemplo de colaboração público-privada no setor que permitiria à sociedade civil apoiar a administração pública no sentido de ganhar agilidade no cumprimento das suas obrigações sem sacrificar a qualidade da informação financeira fornecida.

De facto, num relatório do ICJCE, que analisa o nível de auditoria das autoridades locais na União Europeia, entre 25 cidades europeias analisadas, Barcelona destaca-se por publicar os seus relatórios financeiros anuais no seu sítio Web, bem como os seus relatórios de auditoria financeira, seguindo os passos de Londres, Berlim, Roma e Amesterdão. Por outro lado, Madrid publica o seu relatório financeiro anual no seu sítio Web, mas não inclui qualquer auditoria, tal como Valência, cuja última auditoria foi efetuada em 2013.

EMPRESAS LOCAIS

Para além dos municípios, se o radar for alargado a outros tipos de empresas locais, como conselhos provinciais, conselhos municipais, entidades metropolitanas, associações de municípios e entidades descentralizadas, de um censo total de 1.112 entidades, 327 entidades não enviaram as contas de 2023 dentro do prazo legal, o equivalente a 29,4%, uma ligeira melhoria de oito pontos percentuais em relação ao ano passado, quando o incumprimento foi de 37,5%.

Para além dos municípios que não cumpriram a lei catalã da Sindicatura de Comptes, outros organismos como a Diputació de Lleida e os conselhos regionais de Baix Camp, Berguedà, Moianès, Segrià e Selva ainda não apresentaram as suas contas para 2023. Outros municípios, como Maresme, Montsià, Osona e Urgell, depositaram as suas contas, mas fora do prazo, e Alt Urgell, Bages, Baix Ebre, Garrotxa, Noguera, Pallars Sobirà, Ribera d’Ebre e Vallès Oriental, embora dentro do prazo, fizeram-no parcialmente.

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Hoje nas notícias: Coleção Berardo, Novobanco e reservas de viagens

  • ECO
  • 16 Dezembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O juiz da ação executiva da CGD, BCP e Novobanco contra Joe Berardo mandou realizar uma nova avaliação às obras de arte do empresário. O antigo presidente da CIP e atual líder da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), António Saraiva, admitiu, em entrevista, que “gostaria que o Novobanco se mantivesse em mãos ou em capital português”. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Juiz quer nova avaliação dos quadros milionários de Joe Berardo

O juiz da ação executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novobanco contra Joe Berardo deu ordem para que seja feita uma nova avaliação às mais de 2.000 obras de arte do empresário, cujo prazo termina a 31 de dezembro. Com a nova avaliação, os três bancos querem apurar se as obras da galeria têm o valor suficiente que permita ao Grupo Berardo pagar a dívida de mais de 962 milhões de euros. O tribunal ordenou ainda que seja feita uma lista autónoma com os 100 quadros mais valiosos da coleção, sendo que o mais caro, de acordo com uma avaliação da leiloeira Christie’s em 2018, custa 34,5 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

António Saraiva defende que Novobanco continue “em mãos ou em capital português”

O antigo presidente da CIP e atual líder da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), António Saraiva, “gostaria que o Novobanco se mantivesse em mãos ou em capital português”. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o antigo “patrão dos patrões” comentou até o eventual cenário de compra do Novobanco pela CGD, alvitrando: “Porque não?”. No entanto, admite que “hoje é difícil saber quem é o detentor ou quais são os acionistas dos bancos ditos portugueses”. “Há capital estrangeiro na banca portuguesa. Se as decisões são tomadas por um board que tem um peso estrangeiro, o facto de o banco aparentemente ser português não quer dizer que as decisões beneficiem as empresas portuguesas”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Reservas de viagens disparam no Natal e Ano Novo

As reservas de viagens para o período de Natal e Fim de Ano já superaram os níveis de 2023, com a Agência Abreu a ter alguns pacotes esgotados e a Bestravel a falar em aumentos de 30%. Segundo o diretor operacional desta última agência, o Funchal, na Madeira, continua no topo das preferências de destinos nacionais, mas os Açores também têm vindo a crescer em popularidade. Em termos internacionais, as escolhas dos portugueses “variam entre destinos frios e tradicionais, como Lapónia, Nova Iorque e Alemanha, e locais quentes e paradisíacos, como Ilha do Sal, Maldivas, Maurícia, Rio de Janeiro e Dubai, respondendo aos diferentes perfis de viajantes”, detalhou.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Só 24% dos projetos para resolver crise habitacional são construção nova

A lista de projetos que vão ser financiados pelo 1.º Direito, através de fundos europeus ou com dinheiro proveniente do Orçamento do Estado, contabiliza mais de 59 mil casas. Este é um número que representa mais do dobro da meta inicial, mas o contributo deste programa para fazer aumentar o parque habitacional público é reduzido, já que apenas pouco mais de 14 mil das 59 mil casas previstas — ou seja, cerca de um quarto dos projetos — dizem respeito a construção nova, segundo uma análise do investigador Aitor Oro, partilhada no portar O Contador. Uma estimativa do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) aponta para que o 1.º Direito aumente o peso do parque público habitacional para 2,6% do total.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Há mais de uma década que não se reformavam tantos professores

2024 vai terminar como o ano em que mais docentes se reformaram desde 2013: 3.981, o que compara com os cerca de 4.000 de há 11 anos. A falta de docentes sente-se cada vez mais, sendo um “vírus que atinge principalmente Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, e que se está a estender para o centro e norte do país, e em breve transformar-se-á numa pandemia”, descreve o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima. Deste modo, acrescenta, “a substituição dos milhares de professores aposentados torna-se cada vez mais difícil, pois não os há”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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LALIGA e os clubes reafirmam o seu compromisso com um futebol sem ódio na campanha Natal 2024

  • Servimedia
  • 16 Dezembro 2024

A campanha deste ano é especialmente relevante, uma vez que este ano foi fundamental para a luta da LALIGA contra o ódio.

A LALIGA apresenta a sua campanha de Natal 2024, recuperando a essência da mensagem protagonizada pelas crianças que, sem preconceitos, “veem tudo”.

De acordo com a LALIGA, “após uma condenação judicial histórica por insultos racistas – a primeira no futebol espanhol pelo conhecido caso de Mestalla -, os resultados obtidos graças ao MOOD, uma ferramenta de monitorização do discurso de ódio nas redes sociais, e a consolidação de acordos com o Ministério da Inclusão e com as comunidades autónomas, a LALIGA mostra resultados tangíveis no seu trabalho para erradicar comportamentos intolerantes dentro e fora dos estádios”.

Salientou que, embora os objetivos de 2025 já estejam à vista, a organização reafirma a relevância do futebol como alavanca de mudança social, promovendo mais de 700 iniciativas nos últimos anos e comprometendo-se a continuar a trabalhar com determinação para proteger os valores do desporto em benefício das novas gerações.

Nas palavras de Ángel Fernández, Diretor de Marca e Estratégia da LALIGA, “estes resultados não são fruto de um esforço pontual, mas sim de um esforço constante e coordenado. Vemos o futebol como um motor de transformação social que transcende o campo de jogo. A campanha de Natal 2024 é uma oportunidade para recordar uma mensagem que será fundamental em 2025: a luta contra o racismo e o ódio não pode esperar, e o futebol, com o seu enorme poder de influência, continua a estar na vanguarda desta luta. Continuaremos a trabalhar, em conjunto com as instituições e os adeptos, para que as novas gerações encontrem no desporto um espaço inclusivo, formativo e de pleno respeito”.

CONDENAÇÕES

A primeira condenação por insultos racistas num estádio de futebol em Espanha foi obtida em 2024, um acontecimento sem precedentes que lança as bases para uma ação eficaz contra aqueles que violam a dignidade das pessoas. Esta decisão, “impulsionada pela determinação da LALIGA, representa uma mudança de paradigma na erradicação do discurso de ódio no desporto, proporcionando segurança jurídica e encorajando as queixas a avançar mais rapidamente. Prova disso é um segundo acórdão, proferido em setembro deste ano, relativo a incidentes racistas em estádios de futebol, que consolida um critério jurídico sobre as consequências penais deste tipo de comportamentos”, afirmou em comunicado.

Este compromisso estende-se à colaboração com o Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migrações para a utilização do MOOD, uma ferramenta pioneira de monitorização do discurso de ódio nas redes sociais. Esta iniciativa, que faz parte da plataforma LALIGA VS, contribui para reduzir um fenómeno que já registou uma queda de 45% no discurso de ódio e uma queda de 90% nas menções racistas em comparação com o final da época passada. Estes números mostram o impacto real das ações coordenadas e a importância da tecnologia na deteção e prevenção de comportamentos intolerantes.

A LALIGA estreitou também laços com dezasseis comunidades autónomas, partilhando experiências e boas práticas de luta contra o racismo e a xenofobia a nível regional. Noventa e quatro por cento das comunidades já implementaram medidas específicas neste domínio, o que demonstra uma mobilização conjunta a todos os níveis. Além disso, o envolvimento de clubes, forças de segurança, atletas, meios de comunicação social e representantes políticos resultou num ecossistema mais forte e coordenado contra o ódio.

“O compromisso da LALIGA é cíclico e tem um impacto em todos os domínios da competição. Nos últimos oito anos, foram desenvolvidas mais de 700 iniciativas e projetos que visam a educação, a sensibilização e a denúncia. Entre eles, o programa Futura Afición, integrado na FUNDAÇÃO LALIGA, incute os valores do respeito e do fair play desde a base. Este esforço contínuo reforça a mensagem de que o futebol deve ser uma referência para a integração, o auto-aperfeiçoamento e a diversidade”, sublinhou LALIGA.

Para além dos progressos alcançados a nível nacional, a LALIGA salienta que consolidou o seu posicionamento internacional ao aderir à Rede Fit for Life da UNESCO, uma frente global na luta contra o racismo no desporto. Este passo reforça a vocação de liderança da organização ao juntar forças com atletas, especialistas e várias entidades internacionais empenhadas na igualdade. A adesão à Fit for Life não só alarga o âmbito de iniciativas como a LALIGA VS, como também destaca o valor da experiência e do historial da LALIGA na sensibilização, educação e geração de ferramentas que promovam um ambiente desportivo mais justo, inclusivo e respeitador, dentro e fora das nossas fronteiras.

Até 2025, a LALIGA redobrará os seus esforços em prol de um futebol livre de todas as formas de ódio, promovendo novos projetos e iniciativas e reforçando a cooperação com as autoridades.

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