O dia em direto nos mercados e na economia – 2 de setembro

  • ECO
  • 2 Setembro 2024

Ao longo desta segunda-feira, 2 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Madrid sobe para o terceiro lugar no ranking mundial das cidades saudáveis para o coração

  • Servimedia
  • 2 Setembro 2024

Madrid foi posicionada como a terceira cidade mais empenhada na saúde cardiovascular no ranking “City Heartbeat Index”, apresentado pela Federação Mundial do Coração (WHF) e promovido pela Novartis.

Este ranking destaca a liderança da capital espanhola em ações para promover a saúde cardiovascular e reduzir os fatores de risco. Em particular, Madrid destacou-se pela sua abordagem abrangente à melhoria da saúde urbana e pela implementação de políticas eficazes, como a expansão de zonas de baixas emissões e a imposição de limites mais rigorosos aos veículos poluentes.

O City Heartbeat Index classifica um total de 50 cidades em função do seu empenho na proteção da saúde cardiovascular. Hong Kong e Londres ficaram em primeiro e segundo lugares, respetivamente, pelas suas ações de redução da poluição atmosférica e de promoção de dietas saudáveis. Logo a seguir a Madrid, ficaram as cidades líderes, como Berlim (4.º) e Nova Iorque (5.º).

A análise foi efetuada com base em cinco variáveis (determinantes sociais, ambiente físico, riscos para a saúde, serviços de saúde e governação) e centra-se na importância de fomentar a colaboração para aplicar abordagens baseadas em provas, melhorar as infra-estruturas de saúde pública e promover a equidade no acesso aos serviços médicos e aos programas de prevenção.

O relatório revela que mais de 55% da população mundial reside em zonas urbanas, o que sublinha a necessidade urgente de estratégias urbanas específicas para combater a DCV. Revelou também uma correlação entre as cidades com pontuações elevadas e o aumento da esperança de vida, salientando que as cidades que investem na melhoria do seu ambiente físico e dos serviços de saúde obtêm melhores resultados em termos de saúde cardiovascular para as suas populações.

O Dr. Jagat Narula, presidente eleito da Federação Mundial do Coração, afirmou: “Este índice é um apelo à ação. Ao apresentar as intervenções a nível municipal implementadas pelas cidades, podemos inspirar outros centros urbanos a adotar estratégias semelhantes”.

Na mesma linha, a Dr.ª Vasilisa Sazonov, Diretora da Área Terapêutica CRM International da Novartis, afirmou que o relatório “mostra que os muitos esforços das cidades, onde reside mais de metade da população mundial, em matéria de saúde cardiovascular são visíveis e estão a ganhar importância.

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BNZ inicia construção do primeiro projeto solar em Portugal

A BNZ, que pretende instalar nove projetos solares em Portugal, já avançou com a construção do primeiro. Seguem-se mais dois em 2025.

A BNZ, que tem planeado um investimento de 450 milhões de euros em Portugal, iniciou nas últimas semanas a construção do primeiro de nove projetos fotovoltaicos que pretende instalar no país. Os outros dois projetos mais avançados deverão entrar na fase de construção nos primeiros seis meses do próximo ano. Tecnologias de armazenamento e energia eólica também estão na calha.

A construção do primeiro projeto da BNZ em Portugal, a Central Fotovoltaica de Gemunde, em Vila Nova de Famalicão, “já foi iniciada nas últimas semanas e irá intensificar-se a partir de setembro”, afirma Luís Selva, Diretor Geral da BNZ, em declarações ao ECO/Capital Verde. O objetivo é que esta central entre em operação no segundo semestre de 2025.

A empresa prefere não adiantar o valor do investimento deste projeto em particular, mas adianta que a central terá uma potência instalada de 49 megawatts. Esta capacidade permite fornecer energia limpa a cerca de 14 mil casas e evitar a emissão de 21,5 mil toneladas de dióxido de carbono por ano.

Paralelamente a este projeto, a BNZ está a trabalhar na obtenção das licenças necessárias para o desenvolvimento de duas outras centrais fotovoltaicas, uma em Ameal (19 MW), também localizada em Vila Nova de Famalicão, e outra em Muro (30 MW), localizada na Trofa. “Ambos os projetos estão na fase final do processo de licenciamento e deverão entrar em fase de construção no primeiro semestre de 2025“, indica a BNZ.

Questionada sobre o eventual interesse em hibridizar os projetos — isto é juntar diferentes tecnologias no mesmo projeto — a empresa afirma que está a analisar o potencial para a produção de energia eólica. Em paralelo, está em estudo a hipótese de adicionar tecnologias de armazenamento.

A BNZ atua em Portugal, Espanha e Itália, países nos quais possui um portefólio de projetos fotovoltaicos de 1,7 gigawatts (GW) — dos quais 600 megawatts dizem respeito a Portugal. A empresa tem as suas sedes oficiais em Amesterdão e Barcelona, com escritórios em Madrid.

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Bolt Market fecha entregas de mercearia no Porto e duas lojas em Lisboa

Empresa de entregas ultrarrápidas recentra em Lisboa, onde está a reorganizar rede de lojas e quer abrir uma quinta na Baixa até ao final do ano.

Menos de um ano depois de começar a fazer entregas de mercearia no Porto, a Bolt Market fechou esta operação na cidade. A startup de entregas ultrarrápidas está ainda a reorganizar a rede de lojas em Lisboa e estando a preparar a abertura de uma nova até final do ano, confirmou a empresa ao ECO.

“Por uma questão de gestão estratégica de negócio, deixamos de ter entregas de mercearias através de armazéns próprios no Porto. Por outro lado, em Lisboa, a nossa restruturação permite cobrir hoje praticamente toda a cidade com lojas nas Avenidas Novas, Benfica, Alcântara e Olival Basto, sendo que brevemente irá abrir a quinta loja”, diz Manuel Castel-Branco, responsável da Bolt Food em Portugal, ao ECO.

A decisão de deixar de fazer entregas de produtos de mercearia no Porto surge poucos meses depois de em fevereiro ter expandido a operação a Norte. Em Lisboa, onde a empresa chegou a ter sete lojas (mini armazéns a partir da qual é feita a recolha de produtos para entrega em casa), a Bolt Market fechou a loja do Parque das Nações, depois de ter fechado Alvalade em outubro passado e em Carnaxide há dois anos. Prepara-se agora para abrir uma quinta loja. “Estamos a apontar até final do ano, será na zona da baixa de Lisboa”, aponta o responsável.

Por uma questão de gestão estratégica de negócio, deixamos de ter entregas de mercearias através de armazéns próprios no Porto. Por outro lado, em Lisboa, a nossa restruturação permite cobrir hoje praticamente toda a cidade com lojas nas Avenidas Novas, Benfica, Alcântara e Olival Basto, sendo que brevemente irá abrir a quinta loja.

Manuel Castel-Branco

Responsável da Bolt Food em Portugal

“Estamos dedicados a cumprir a nossa missão de servir os portugueses de forma rápida e conveniente e é para isso que iremos continuar a trabalhar”, garante Manuel Castel-Branco.

O serviço de entregas de produtos de mercearia da Bolt entrou no mercado nacional em novembro de 2021 na Grande Lisboa, com entregas a serem feitas através da Bolt Food, e tinha “planos ambiciosos” de expansão no país. Mas em agosto de 2022, tal como avançou o ECO, a empresa colocou em pausa a expansão da Bolt Market .

“De momento, não faz parte da estratégia da Bolt Market expandir-se para novas cidades a nível nacional, não havendo previsão de data para a abertura de novas lojas. Após a abertura de sete no primeiro semestre deste ano, o nosso foco assenta na consolidação e crescimento do negócio em Lisboa”, disse na época Manuel Castel-Branco, responsável por esta área, ao ECO.

A entrada no Porto aconteceu cerca de dois anos depois, mas foi agora interrompida, embora a empresa admita o regresso, sem avançar uma data. “Neste momento não (fazemos entregas de mercearia), mas é algo que esperamos mudar no futuro”, diz o responsável ao ECO.

A empresa diz que a decisão não teve impacto no pessoal.

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Portugal tem três projetos finalistas nos Prémios RegioStars 2024. Ouça o #6 ECO dos Fundos

Esta segunda-feira, o público pode começar a votar no seu projeto favorito para eleger o vencedor do Prémio Escolha do Público. Os vencedores serão conhecidos a 9 de outubro.

Portugal tem três projetos finalistas nos Prémios RegioStars 2024, uma iniciativa da Comissão Europeia para reconhecer a excelência dos projetos financiados com fundos europeus. Os projetos Ecogres 4.0, Realiza-te e Human Power Hub estão na fase final da competição.

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Este ano houve um número recorde de candidaturas (262) das quais foram selecionadas 25 finalistas agrupadas em 5 categorias:

  • Uma Europa inteligente e competitiva
  • Uma Europa verde
  • Uma Europa interligada
  • Uma Europa social e inclusiva
  • E ainda Uma Europa mais próxima dos cidadãos

Esta segunda-feira, o público pode começar a votar no seu projeto favorito para eleger o vencedor do Prémio Escolha do Público. Os vencedores serão conhecidos a 9 de outubro.

Mas, antes disso, os finalistas ainda terão de enfrentar uma última ronda de avaliação do júri em Bruxelas, na semana dedicada às regiões europeias. Cada um dos 25 finalistas terá de fazer um pitch do seu projeto perante uma plateia, assim como dos jurados.

Será a prova derradeira para os projetos nacionais: Ecogres 4.0, Realiza-te e Human Power Hub.

O Ecogres 4.0 previa o desenvolvimento de novas pastas de grés mais sustentável, através da incorporação de resíduos de outras indústrias. A ideia começou em 2017 e acabou por ser um sucesso maior do que o esperado, conta Jorge Carneiro, no ECO dos Fundos, o podcast quinzenal do ECO sobre fundos europeus. O responsável pelo núcleo de I&D na Grestel e responsável pelo projeto Ecogres 4.0, explica que a empresa inicialmente não produzia a pasta cerâmica, mas acabou por criar uma nova unidade industrial para o fazer com o apoio do Compete.

A grande diferença deste projeto finalista na categoria Uma Europa Verde, é incorporar não resíduos próprios (que já vai acontecendo cada vez mais nesta indústria, que gera um desperdício de 30 a 40% por peça), mas de outros setores, neste caso da metalomecânica. O salto tecnológico permitiu incorporar a massa – com os devidos ajustes — pequenos pedaços de arame e de pregos que se transformam em pintas pretas “esteticamente apelativas”, muito apreciadas nas peças que são agora exportadas sobretudo para o mercado norte-americano. A empresa exporta 93% da sua produção, sendo que 50% tem como destino os Estados Unidos, que valorizam muito a economia circular. As peças conseguem inclusivamente reduzir a camada vítrea, acabamento de todas as peças cerâmicas, mas cuja matéria-prima não é produzida em Portugal e tem de ser cozida a 1400 graus, duas vantagens ambientais.

Jorge Carneiro conta como vai fazer o pitch do Ecogres e como este projeto, que vai duplicar o número de postos de trabalho para 300, pode ser aplicado em qualquer país e tem “tudo para ser um projeto vencedor”.

Na categoria “Uma Europa Social e Inclusiva”, Portugal tem um outro projeto finalista, o Realiza-te. Através de intervenções personalizadas e equipas multidisciplinares, o objetivo é reduzir o abandono escolar precoce em 10% na região de Coimbra.

“Pais e alunos estão todos envolvidos neste processo colaborativo de cocriação desta ideia, composta por várias iniciativas, e que tem como alvo a rede pública de escolas dos 19 municípios da região de Coimbra”, conta Jorge Brito, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da região de Coimbra, que coordena o projeto “Realiza-te: uma jornada colaborativa”.

Nem a pandemia levou os responsáveis do projeto a baixar os braços e hoje têm provas dadas para mostrar, através dos resultados “francamente positivos”. Jorge Brito destaca o modelo de governança que permitiu aplicar com sucesso a ideia em 19 municípios, com “lógicas estruturais bastante distintas”, mas também o trabalho “das equipas muito dedicadas”. Mas o sucesso deste projeto passou também pelo trabalho ex-ante feito com a universidade de Coimbra, que permitiu começar com “um diagnóstico sério e exaustivo”, contudo o responsável destaca a necessidade “monitorização constante” para “ir afinando os objetivos”.

Da economia circular e da igualdade educativa, passamos agora para a inovação social. O Human Power Hub é o projeto finalista na categoria “Uma Europa mais próxima dos cidadãos”. Usando a metodologia de “hélice quádrupla” promove a aceleração e incubação de projetos empresariais com impacto social, promovendo a colaboração entre os setores público, empresarial, social e académico.

“A ideia surgiu da participação do município de Braga numa rede transnacional – a rede Urbact — com outras cidades europeias”, conta Carlos Videira, administrador executivo da BragaHabit. “Daí surgiu a ideia de criarmos aqui em Braga um centro de empreendedorismo de impacto, orientado para a aceleração e incubação de ideias com impacto social.”

“No fundo, é envolver os cidadãos, as entidades cooperativas, as empresas, as entidades do terceiro setor, o setor público e depois as instituições mais ligadas ao conhecimento, na resolução de problemas sociais e na sua identificação, através de um modelo de inovação social que reconhece, acima de tudo, que uma resposta já não é só assistencialista”, diz o responsável pelo projeto Human Power Hub. “Os projetos são sustentáveis, com potencial de criação de emprego, nomeadamente de comunidades vulneráveis e que acabam por ter um impacto social, económico e ambiental.”

Rejeitando a ideia de que a ajuda tem de ser assistencialista, Carlos Videira acredita que “os fundos de investimento de impacto são interessantes, na medida em que pode haver algum tipo de retorno”, que as empresas estão cada vez mais sensíveis às questões da responsabilidade social, muitas vezes por pressão do próprio consumidor.

Agora que já conhece os projetos finalistas portugueses, já sabe vá à página da Comissão Europeia dos RegioStars Awards e vote. Escolha o seu preferido. O vencedor será conhecido a 9 de outubro.

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Empresas antecipam encomendas para salvar o Natal

As perturbações nos transportes de mercadorias, nomeadamente os constrangimentos no Mar Vermelho, forçaram as empresas a adiantar encomendas para salvaguardar eventuais atrasos no Natal.

As empresas “preferem ter os produtos de Natal já no armazém”. A garantia foi deixada por Vincent Clerc, CEO da Maersk, na apresentação de resultados da gigante dinamarquesa da logística este mês, que alertou para as perturbações que se mantêm no transporte de mercadorias, nomeadamente no transporte marítimo, uma realidade transversal a todas as geografias.

Com tempos de viagem muito maiores e custos mais elevados, as empresas portuguesas tiveram também que se ajustar à nova realidade. Adiantar encomendas é hoje uma prática normal, sobretudo para salvar o Natal.

Independentemente do ramo de atividade ou do facto de ser fábrica, armazenista ou retalhista, todas as empresas estão obrigadas a aumentar os seus stocks devido à incerteza instalada quanto ao tempo necessário para o suprimento e/ ou reabastecimento”, reconhece Mário de Sousa, CEO da Portocargo, um dos principais transitários do país.

Depois dos problemas verificados durante a pandemia, devido às falhas nas cadeias de fornecimento, que “provocou um enorme abalo no ‘modus operandi’ de todos”, e da guerra na Europa, “com a crise no Médio Oriente, após os ataques dos Hammas a Israel e posterior reação deste último, agravado pelos sucessivos ataques dos Houthis, com o apoio do Irão, a generalidade dos navios tiveram de alterar a sua rota via Suez para a rota do Cabo da Boa Esperança“, explica o CEO da Portocargo.

O significativo aumento no número de dias que um navio demora a efetuar a rotação nos percursos entre Ásia – Europa e Asia Leste dos EUA, causou enormes congestionamentos, falta de equipamento (contentores) e diminuição na regularidade de escalas nos respetivos Portos. Toda esta incerteza e aumento de prazos implica um necessário aumento de stock, justificando essa antecipação de encomendas

Mário de Sousa

CEO da Portocargo

Estas mudanças, “além do significativo aumento nos custos dos transportes marítimos e significativo aumento no tempo de trânsito, causam enormes constrangimentos no fluxo das mercadorias.” “O significativo aumento no número de dias que um navio demora a efetuar a rotação nos percursos entre Ásia – Europa e Asia Leste dos EUA, causou enormes congestionamentos, falta de equipamento (contentores) e diminuição na regularidade de escalas nos respetivos Portos. Toda esta incerteza e aumento de prazos implica um necessário aumento de stock, justificando essa antecipação de encomendas“, admite.

“Se até ao final de 2019 era possível programar com grande rigor o tempo necessário desde o ato da encomenda até à colocação das mercadorias nos pontos de venda e de consumo, a partir do momento em que a disrupção aconteceu, com a chegada da pandemia e até ao momento, é de todo impossível determinar com algum rigor quando as matérias-primas, componentes ou produtos acabados se encontram disponíveis nos locais onde são necessários”, conclui Mário de Sousa.

Na prática, esta alteração de rota — do Mar Vermelho para o Cabo da Boa Esperança — significa aumentar em 7.000 quilómetros a travessia, o que custa tempo e dinheiro, nomeadamente face aos maiores custos com combustível. Uma situação que está a forçar as empresas a procurar alternativas para minimizar o impacto no negócio e evitar falhas nas encomendas, nomeadamente no Natal.

Mário Jorge Machado, presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal

Mário Jorge Machado, presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, realça que os constrangimentos ao nível dos transportes, nomeadamente nas rotas para a Ásia, devido aos problemas no Mar Vermelho, que forçaram a alterar rotas, com mais custos e tempos de viagem mais longos, já “entraram na equação” das empresas, que têm estes problemas em conta na gestão de stocks.

O responsável do setor têxtil e de vestuário admite que “para quem produz em Portugal essa situação traz algumas vantagens”.

A indústria têxtil, que perdeu 5,6% das exportações em 2023, mas ganhou quota na Europa, é um dos setores que tem sido fortemente afetado pela crise do Mar Vermelho. Por um lado, as empresas enfrentam custos e prazos mais elevados para exportar os seus produtos. Por outro lado, neste setor que exporta quase 100% da produção, são penalizadas nas importações de matéria-prima para as suas produções.

Esta situação levou várias empresas do setor a avaliar alternativas para evitar problemas criados pelos constrangimentos nos transportes. As têxteis Riopele e a Mundotêxtil estão, desde há alguns meses, a alterar o sistema logístico e a reforçar stocks, para minimizar o impacto da crise do Mar Vermelho nos custos e nos prazos das entregas.

A Mundotêxtil, principal produtora de felpos em Portugal, tem vindo a ajustar os seus processos para “provisionar com uma maior antecedência, o que implica um aumento na disponibilidade financeira para manter os níveis de stock adequados”.

Mário de Sousa reconhece que “muito mais dinheiro [as empresas] precisam para o significativo aumento do volume de stocks que necessitam para não entrarem em rotura“, conclui. “Como o custo do dinheiro tem sido mais elevado que anteriormente, é natural que os fatores indicados contribuam para o aumento de inflação e, porque não dizê-lo, alguma especulação”, alerta.

Esta situação tem levado ainda a um aumento de custos para as empresas, que enfrentam o dilema de subir preços ou absorver esses aumentos de preço para proteger margens.

O mais recente inquérito de conjuntura de julho, baseado nas respostas de cinco mil empresas, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revela que todos os setores de atividade em Portugal estão a preparar-se para subir novamente os preços de venda ao consumidor nos próximos meses. Segundo estes indicadores, o saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda nos próximos três meses “aumentou significativamente na indústria transformadora, na construção e obras públicas e no comércio e, de forma moderada, nos serviços”.

“Os custos suportados pelas empresas têm aumentando constantemente, devido aos elevados custos de financiamento, aumentos dos salários bem acima da média dos últimos anos e subida do preço das commodities, destacando-se o preço dos fretes marítimos, que aumentou assinalavelmente em função das tensões geopolíticas no Médio Oriente”, sintetizou o presidente do conselho de administração da AEP, Luís Miguel Ribeiro, ao ECO.

“Nos últimos dias, a escalada do conflito no Médio Oriente poderá agravar o aumento dos custos de transportes e logística, por via das alterações das rotas e encarecer as matérias-primas e produtos, tal como aconteceu antes”, referiu Luís Miguel Ribeiro, mostrando-se convicto que, “perante a instabilidade global, que deve permanecer nos próximos meses (correndo mesmo o risco de se agravar), é muito provável que venha a ocorrer uma transmissão dos expectáveis aumentos de preços no produtor para o consumidor final“.

Mesmo com custos mais elevados, as empresas estão a tomar todas as medidas para garantir que não há atrasos nas entregas e as prateleiras estarão cheias com os produtos que os consumidores procuram naquela que é a altura mais festiva — e rentável — do ano.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 2 Setembro 2024

Os enfermeiros entram em greve em Lisboa, Porto e Coimbra e o Banco de Portugal revela dados sobre a dívida pública do país. O INE divulga os índices de produção industrial referente a julho.

A semana arranca com uma descida do preço da gasolina mas com o gasóleo a manter-se inalterado. Os enfermeiros entram em greve em Lisboa, Porto e Coimbra, embora estejam assegurados os serviços mínimos, e o Banco de Portugal revela dados sobre a dívida pública do país. Já o INE divulga os índices de produção industrial referente ao mês de julho.

Enfermeiros entram em greve em Lisboa, Porto e Coimbra

Os enfermeiros do Porto, Coimbra e Lisboa entram esta segunda-feira em greve, por tempo indeterminado, para lutar pela atualização das tabelas remuneratórias. A paragem, convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, vai afetar as Unidades Locais de Saúde de S. João e Santo António (Porto), de Coimbra e de Santa Maria e S. José (Lisboa), estando os serviços mínimos garantidos.

Como se vão comportar os combustíveis?

No arranque da semana, os automobilistas devem encontrar o preço da gasolina 95 cerca de 1,5 cêntimos por litro mais barato nos postos de abastecimento. No entanto, o preço do gasóleo deve manter-se inalterado.

INE divulga produção industrial

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta segunda-feira os índices de produção industrial referente ao mês de julho. Em junho, o índice de preços na produção industrial registou uma variação homóloga de 2%, mais 1,4 pontos percentuais face ao registado no mês anterior (0,6%).

Banco de Portugal revela dívida pública

Esta segunda-feira, o Banco de Portugal (BdP) vai divulgar os dados da dívida pública referentes a julho de 2024. Em junho de 2024, a dívida pública aumentou mil milhões de euros para 278 mil milhões de euros em junho, segundo dados do BdP Banco de Portugal, numa subida que refletiu o acréscimo dos títulos de dívida (1,1 mil milhões de euros), principalmente de curto prazo. Há dois trimestres consecutivos que a dívida pública e o rácio de endividamento da República têm vindo a subir.

Nova administração da Parpública entra em funções

Esta segunda-feira fica também marcada pela entrada em funções da nova administração da Parpública. Como o ECO avançou, o Governo decidiu nomear Joaquim Cadete para a liderança desta entidade, fazendo regressar João Pinhão para o cargo de administrador financeiro. Ana Cristina Carvalho e João Marques Ferreira são os vogais executivos. A Parpública, que gere as participações do Estado em quase duas dezenas de empresas, registou lucros de 183 milhões de euros em 2023, subindo quase 20% em relação ao ano anterior.

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Trabalhadores em lay-off triplicam, mas economistas não estão preocupados para já

Depois de ter estado vários meses a cair, o número de trabalhadores abrangidos pelo regime de lay-off mais do que triplicou em julho. O abrandamento económico explica trajetória, segundo economistas.

O número de trabalhadores em lay-off mais do que triplicou em julho, mas os economistas ouvidos pelo ECO não veem (pelo menos, para já) motivos para alarme. Frisam mesmo que o mercado de trabalho português continua a dar sinais de resiliência, apesar dos desafios que tem pela frente.

Comecemos pelos números. De acordo com o boletim divulgado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, em julho 12.927 trabalhadores estiveram abrangidos pelo de lay-off, ou seja, viram o seu contrato de trabalho suspenso ou o seu horário reduzido, com consequentes cortes salariais.

Em causa está um regime que está disponível para as empresas em crise, que passam a receber um apoio da Segurança Social para o pagamento dos salários.

Um dos exemplos mais mediáticos tem sido o da Autoeuropa, que aplicou o regime oito dias em junho e 13 dias em julho por “motivos tecnológicos”, isto é, no âmbito de um processo de descarbonização e alterações tecnológicas de infraestruturas da fábrica.

Ora, se compararmos o total de trabalhadores abrangidos pelo lay-off em Portugal em julho com o número registado no mês anterior, é possível perceber que houve um aumento de 79,6%. Já face a julho de 2023, o disparo foi de 222,1%, o que significa que há agora quase mais nove mil trabalhadores em lay-off do que há um ano.

Por outras palavras, julho foi sinónimo de agravamentos quer em cadeia, quer em termos homólogos dos trabalhadores abrangidos por este regime, sendo que um dos motivos por detrás deste disparo do lay-off foi o abrandamento da própria economia, apontam os especialistas.

Em geral, os indicadores apontam para um abrandamento da economia no início do terceiro trimestre, o que ajuda a explicar este fenómeno.

Pedro Braz Teixeira

Diretor do gabinete de estudos do Fórum para a competitividade

“Em geral, os indicadores apontam para um abrandamento da economia no início do terceiro trimestre, o que ajuda a explicar este fenómeno“, afirma o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira.

E o professor João Cerejeira concorda. “O abrandamento do crescimento do PIB (1,5% em 2024) face a 2023 (2,3%) pode ser uma explicação possível”, diz o economista, que se confessa “surpreendido” por esta trajetória do lay-off até porque o mercado de trabalho tem demonstrado “robusteza”.

Ainda assim, os economistas não mostram, para já, preocupação. Pedro Braz Teixeira, por exemplo, reconhece que a adoção desse regime traz “dificuldades pessoais” aos trabalhadores abrangidos, mas garante não estar preocupado, do ponto de vista macroeconómico, embora esta seja “uma realidade que deverá ser monitorizada nos próximos meses”, ressalva.

Também Pedro Martins, professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) e antigo secretário de Estado do Emprego, não se mostra receoso, quando confrontado com estes números do lay-off. E realça que o número de trabalhadores afetados é “ainda pequeno quando comparado com a totalidade do mercado de trabalho“.

Lembra, além disso, que no final do ano passado (em concreto, em novembro), o número de trabalhadores abrangidos chegou a ser maior, conforme mostra o gráfico acima.

“Nos anos anteriores, os números mais expressivos foram observados no último trimestre do ano. A preocupação é se no último trimestre de 2024 estes números vão ainda aumentar mais ou se houve algum tipo de antecipação face aos anos anteriores”, atira, por sua vez, João Cerejeira. Receios à parte, o professor explica que o mercado tem dados “sinais de resiliência”.

Na mesma linha, Pedro Martins frisa que os demais sinais do mercado de trabalho português são positivos: o total de emprego está a aumentar (mais 50 mil empregados no segundo trimestre do que nos três meses anteriores), o desemprego está estável em cadeia e a diminuir em termos homólogos e as remunerações reais estão a aumentar, recuperando do “grande rombo em 2022”, enumera Pedro Martins.

“Num contexto de relativa estabilidade política e macroeconómica, as empresas e os trabalhadores estão a melhorar as suas práticas de gestão e a aumentar a sua produtividade, levando ao aumento do emprego e das remunerações”, defende o professor universitário.

As empresas e os trabalhadores estão a melhorar as suas práticas de gestão e a aumentar a sua produtividade, levando ao aumento do emprego e das remunerações.

Pedro Martins

Professor da Nova SBE

Também Pedro Braz Teixeira destaca esses dados positivos do mercado de trabalho nacional, realçando que a já referida quebra da taxa de desemprego pode ser vista até como “melhor do que a esperada”. “Dado o caráter desfasado deste indicador, deve ser explicado pelo bom andamento da economia nos trimestres precedentes“, explica o economista.

“Será difícil manter bons resultados do emprego”

Sim, os últimos trimestres têm sido positivos ao nível do emprego e desemprego em Portugal, mas o abrandamento da economia poderá vir a ter reflexos também a esse nível (e não apenas no lay-off).

“A economia abrandou no segundo trimestre e terá começado fraca no terceiro trimestre, pelo que será difícil manter os bons resultados recentes do emprego“, projeta o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade.

Ainda assim, não é o momento para fazer soar os alarmes de emergência: é provável, diz o mesmo especialista, que uma “eventual subida da taxa de desemprego seja limitada”, se a economia mantiver um crescimento semelhante ao que tem vindo a ser registado.

“Valerá a pena salientar que a economia portuguesa tem tido uma razoável capacidade de gerar emprego. O desafio muito maior é aumentar a produtividade e o concomitante aumento dos salários em termos reais, onde os resultados têm sido muito menos satisfatórios”, atira Pedro Braz Teixeira.

Já, de olhos no futuro, o professor Pedro Martins elege as políticas públicas como o grande desafio que está colocado ao mercado de trabalho nacional. “Os serviços públicos sofrem de vários anos consecutivos de níveis de investimento muito baixos e de envelhecimento e desmotivação dos seus recursos humanos“, diagnostica o ex-secretário de Estado.

No caso específico do trabalho, há “reformas importantes” por fazer, como o apoio e formação aos desempregados, a modernização do ensino profissional e a representatividade dos parceiros sociais, enumera Pedro Martins. “No entanto, o contexto político não é propício a reformas estruturais“, reconhece.

Por sua vez, João Cerejeira identifica o desemprego jovem, as baixas qualificações e os baixos salários como os principais desafios.

A propósito, o Governo, pela voz da ministra do Trabalho, tem destacado o bom desempenho do mercado de trabalho nacional, ainda que admita haver “algumas entorses”. É o caso do desemprego jovem, na visão de Maria do Rosário Palma Ramalho, daí que tenha anunciado um conjunto de medidas para estimular os postos de trabalho entre essa faixa etária, nomeadamente um reforço dos apoios aos estágios e do programa de conversão dos contratos em vínculos permanentes.

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Montenegro vs Pedro Nuno: Os discursos da rentrée em cinco pontos

A rentrée aquece com o Orçamento no limbo. PS anuncia três condições para viabilizar a proposta, enquanto PSD recusa vontade de ir a eleições, mas mostra-se confiante que "o país está com o Governo".

As negociações para o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entraram este domingo numa nova fase e o tiro de partido está dado por Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. Foi uma espécie de frente a frente, à exceção de ter ocorrido em horas e locais diferentes. Do lado do PSD, Montenegro apontou o dedo à oposição – a quem acusou de “instabilidade” – e garante que eleições só em 2028. Do lado do PS, o secretário-geral aumentou a pressão e impôs três condições para negociação o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), falando já em alternativas se o documento ficar pelo caminho.

Discurso de Montenegro em cinco pontos:

No encerramento da Universidade de Verão do PSD, o primeiro-ministro e líder do PSD rebateu as críticas da oposição sobre as medidas que o Governo tem anunciado – como o bónus extraordinários para as pensões mais baixas -, garantiu que só quer eleições em 2028 e criticou a “instabilidade” na oposição.

  1. Recusa eleitoralismo: Montenegro recusou o eleitoralismo do qual tem sido acusado pela oposição, garantiu que está para ficar e que não tem interesse em eleições antecipadas. “As oposições falam em medidas eleitoralistas. Mas eleitoralistas porquê? As eleições são só daqui a quatro anos. São em 2028. Quem fala eleitoralismo é quem está a pensar em eleições. É quem as quer provocar”, disse. O líder do partido e primeiro-ministro garante que espera “governar quatro anos e que os outros tenham o mesmo fôlego e aguentem os quatro anos”. Segundo Montenegro, “o Governo não precisa de eleições para governar ou se relegitimar” e tem “o suficiente para cumprir” o programa, “assim haja responsabilidade política em Portugal para não haver um bloqueio governativo”.
  2. Confiante que vence se for às urnas: O líder social-democrata não o afirmou abertamente, mas a mensagem nas entrelinhas é clara. “A minha convicção é que, neste momento, o país está com o Governo. Aquilo que não sabemos é se a oposição vai estar com o país“, afirmou.
  3. Critica “instabilidade” na oposição: Montenegro não deixou críticas apenas ao PS, mas também ao Chega, a quem acusou de ter uma atitude “imatura e precipitada” ao se retirar das negociações. “Portugal não tem nenhuma instabilidade no Governo, em Portugal não há nenhuma instabilidade política tirando a da oposição”, considerou. Para o primeiro-ministro, “a verdadeira instabilidade política que há em Portugal é da oposição, que passa a vida a dizer uma coisa e o seu contrário, falam antes do tempo e são impulsivos“.
  4. Ainda há tempo para negociar: O primeiro-ministro desvalorizou que a segunda fase das negociações para o Orçamento ainda não tenha arrancado, após o primeiro contacto em julho. Afirmando que Pedro Nuno Santos se sente “despeitado porque durante o mês de agosto ninguém disse nada”, justifica que “não era isso que estava combinado“.
    “Estamos no dia 1 de setembro, o Orçamento tem de ser entregue na Assembleia da República no dia 10 de outubro. Estamos a tempo, em tempo e no tempo para falar com os partidos políticos e concluir a proposta de Orçamento de Estado que vamos levar à Assembleia da República”, indicou, acrescentando que não simula vontade de negociar, está disponível para o fazer.
  5. Recados sobre a juventude: As medidas para a juventude estiveram em cima da mesa, até porque o primeiro-ministro estava a encerrar a Universidade de Verão do PSD, mas o objetivo era também que o recado chegasse à oposição. Após enumerar as diversas medidas tomadas nesta matéria, como isenção de IMT e Imposto de Selo na compra da primeira casa, destacou o IRS Jovem, que assumiu ser uma “medida de risco político” e questionou se os “outros” partidos “querem arriscar na juventude portuguesa”.
O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, discursa durante a sessão de encerramento da Universidade de Verão do PSD, numa unidade hoteleira de Castelo de Vide, 01 de setembro de 2024. NUNO VEIGA/LUSANUNO VEIGA/LUSA

Discurso de Pedro Nuno Santos em cinco pontos:

No discurso de encerramento da Academia Socialista, o secretário-geral do PS anunciou três condições para viabilizar o Orçamento, garantiu disponibilidade para um Retificativo e reconheceu que os governos socialistas podiam ter ido mais longe nas valorizações salariais das carreiras públicas.

  1. Transparência sobre as contas públicas: A primeira condição socialista para as negociações tem sido um pedido recorrente do Largo do Rato. Pedro Nuno Santos quer que o Governo envie o cenário de evolução orçamental de 2024, as perspetivas do lado da despesa e da receita para 2025 e o Quadro Plurianual de Despesas Políticas. Como noticiado pelo ECO, o Governo remeteu na sexta-feira o cenário de políticas invariantes para o próximo ano e que indica que a despesa já conta com 8,5 mil milhões de euros. Mas os socialistas querem também as previsões para a receita. “Não é possível avaliar seriamente uma proposta orçamental sem total transparência sobre a situação das contas públicas deste ano e do próximo”, afirmou.
  2. Propostas do IRS e IRC são linhas vermelhas: Não é uma novidade, porque há muito que o PS avisava que o IRS Jovem e o IRC são pontos cruciais para viabilizar a proposta orçamental, mas o líder socialista reafirmou a posição, tornando-as a segunda e terceira condição para viabilizar a proposta orçamental. “O PS nunca viabilizará um Orçamento de Estado que inclua ou tenha como pressuposto os regimes para o IRS e IRC que deram entrada na Assembleia da República“, garantiu. Argumentando serem regimes fiscais “injustos” e desiguais, avisou ainda que se as duas propostas, que entraram como diplomas autónomos no Parlamento, forem aprovadas com o apoio da Iniciativa Liberal e do Chega é com esses partidos que o Executivo deve aprovar o Orçamento.
  3. Retificativo para aumentos da Função Pública: Pedro Nuno Santos anunciou disponibilidade para aprovar um Orçamento Retificativo para cumprir os acordos com as carreiras da função pública, caso o OE2025 seja chumbado, tal como avançado pelo ECO. “Não será pelo PS que os acordos celebrados entre o Governo e os diferentes grupos profissionais da administração pública ficarão por cumprir”, disse, acrescentando: “no caso de o OE2025 não ser aprovado, estaremos disponíveis para aprovar um orçamento retificativo que garanta a execução desses acordos”.
  4. Criticas ao Governo: O líder socialista acusou o Governo minoritário de Montenegro de se comportar como “se como se fosse de maioria absoluta” e atacar “o PS como se ainda estivesse na oposição”, com “agressividade”, passando “os dias a desculpar-se com o passado e combate o Parlamento“. Para o socialista, o PS “não pode simplesmente fechar os olhos a uma agenda fiscal radical, injusta e cara, que colide frontalmente com os seus princípios programáticos e que entende ser negativa para o país”.
  5. PS não resolveu todos os problemas: Pedro Nuno Santos admitiu que “os governos do PS não resolveram todos os problemas“, justificando que “nenhum Governo pode seriamente ambicioná-lo”, e que alguns até se agudizaram, porque “a realidade é dinâmica e não cabe em powerpoints, algo que este Governo já começou a perceber no caso da saúde”, disse. Reconheceu ainda que o PS podia “ter ido mais longe” nos aumentos salariais para as carreiras da função pública, porque era “justo” e “possível” do ponto de vista orçamental.
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, saúda os apoiantes à chegada para o encerramento da Academia Socialista, uma iniciativa de debate dirigida a jovens organizada pelo PS, em Tomar, 01 de setembro de 2024. PEDRO CASTANHEIRA E CUNHA/LUSAPEDRO CASTANHEIRA E CUNHA/LUSA

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A Hyundai projeta um crescimento de 30% nas vendas até 2030, à medida que a filial espanhola continua a crescer

  • Servimedia
  • 2 Setembro 2024

A Hyundai planeia aumentar as suas vendas globais em 30% até 2030, para 5,5 milhões de automóveis, e a filial espanhola continua a crescer.

O construtor automóvel também anunciou que pretende lançar 21 modelos elétricos até 2030 e duplicar os híbridos para 14, com um sistema de nova geração que oferece maior desempenho e eficiência de combustível, confirmou o presidente do Grupo Hyundai, Jae-hoo Chang, na sede da empresa em Seul.

O Grupo Hyundai vai investir mais de 81 mil milhões de euros para impulsionar o seu plano estratégico a longo prazo, que apelidou de Hyundai Way. O principal objetivo é aumentar as suas vendas para 5,5 milhões de automóveis em todo o mundo até 2030, cerca de um terço mais do que vende atualmente.

Em Espanha, a filial dirigida por Leopoldo Satrústegui segue a onda de expansão global do grupo e espera vender mais de 64.000 veículos, um aumento de mais de 8,5% em relação a 2023. No ano passado, a Hyundai España aumentou o seu volume de negócios em 5,2% em relação ao ano anterior, para 1.189,5 milhões de euros.

 

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3 formas de apoiar os colaboradores no regresso às aulas

  • Conteúdo Patrocinado
  • 2 Setembro 2024

Numa época em que as despesas se multiplicam e o stress aumenta, existem várias formas de apoiar os colaboradores com filhos. Ganham as pessoas e as empresas.

O regresso às aulas pode traduzir-se num período stressante para as finanças pessoais das famílias que têm filhos em idade escolar. Os custos podem ir desde a compra de manuais às matrículas nas respetivas escolas, passando pelo material de apoio, entre outros.

De forma que estes gastos não interferiam com o bem-estar do colaborador e, consequentemente, na sua produtividade e motivação, as empresas estão cada vez mais atentas às necessidades dos profissionais, criando soluções para que estes possam fazer face a estas despesas extra.

Ao apoiar os colaboradores nestas temáticas, as empresas estão a zelar diretamente pela manutenção da produtividade e do envolvimento do colaborador. Além disso, estão a cumprir metas de sustentabilidade por via do investimento na formação de futuras gerações, na promoção da igualdade e no progresso que daí resulta.

De que forma pode ajudar os colaboradores?

Com os gastos a multiplicarem-se, a solução é aumentar a liquidez para despesas relacionadas com a educação e infância. E os vales sociais são uma ferramenta que tem esse objetivo.

Os vales sociais permitem alocar uma verba a setores específicos e que, por serem críticos para o desenvolvimento, estão associados a vantagens fiscais para os colaboradores, que assim têm mais rendimento líquido, e para as empresas, que têm menos custos.

1. Vale creche

Este vale é indicado para os pais que têm filhos com idade inferior a sete anos e pode ser utilizado em estabelecimentos públicos e privados, como creches, jardins de infância, lactários, infantários, etc.

Os benefícios são tanto para as empresas como para os colaboradores. Para as primeiras há um benefício de isenção total de TSU e Majoração de 40% em sede de IRC. Os colaboradores têm isenção total de IRS e Segurança social.

Tendo em conta o que diz a lei sobre benefícios de apoio à infância, um dos aspetos que as entidades empregadoras devem assegurar é a universalidade, garantindo que os vales de infância são concedidos a todos os colaboradores elegíveis.

2. Vale estudante

O vale estudante é indicado para os colaboradores que têm filhos com idades a partir dos sete anos e pode ser utilizado em diferentes estabelecimentos públicos e privados, como escolas, colégios, universidades, centros de estudos, ATL, centros de formação e muitos mais.

Neste caso, tanto o colaborador como a empresa usufruem de isenção total de TSU.

Além disso, como não tem limite de idade, os próprios colaboradores podem beneficiar deste vale, sendo uma ferramenta para promover a formação dos próprios, através do pagamento de licenciaturas, pós-graduações, mestrados, etc. Recorde-se que, segundo dados do Salesforce 2022 Global Digital Skills Index, 94% dos trabalhadores valorizam a formação disponibilizada pelas empresas e ficariam mais tempo nessas empresas se estas investissem no seu desenvolvimento profissional.

Este vale tal como o anterior, está disponível através do formato de wallet que, para maior conveniência, permite fazer toda a gestão e os pagamentos de forma 100% digital.

3. Vale flexível ou multibenefícios

Com um âmbito mais abrangente, pode usar o vale social flexível em diferentes tipos de despesas de educação e formação, como sejam livros e manuais escolares, material escolar e de apoio informático ao estudo, ATL, centros de estudos e explicações, mensalidades, entre outros. Além disso, este benefício pode ainda ser utilizado em despesas de saúde relacionadas com o apoio sénior.

Graças a esta flexibilidade, o vale flexível ajusta-se às diferentes fases de vida e necessidades dos colaboradores. Esta agregação é possível porque o enquadramento legal e fiscal para todas estas áreas de benefício é o mesmo. A este nível, tanto o colaborador como a empresa têm isenção total de TSU.

Descubra tudo sobre este benefício extrassalarial flexível aqui.

Com as vantagens que lhes estão associadas, qualquer uma destas soluções permite aumentar o poder de compra dos colaboradores com benefícios fiscais para as empresas.

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Governo quer acelerar venda da TAP

O CEO da Lufthansa vai reunir esta segunda-feira com os ministros das Finanças e das Infraestruturas. Governo quer acelerar processo e operação de privatização deverá avançar ainda em 2024.

Os ministros das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, vão receber esta manhã de segunda-feira o presidente executivo da Lufthansa, Carsten Spohr. O gestor alemão vai comunicar formalmente ao Governo português o interesse em comprar 19,9% da TAP no âmbito da reprivatização da companhia, revelou este domingo o jornal italiano Corriere Della Sera (acesso livre). O Governo quer acelerar a operação e está a trabalhar para o lançamento formal do concurso ainda em 2024, revelaram ao ECO duas fontes conhecedoras do processo.

Segundo o jornal italiano, a Lufthansa prepara-se para comunicar ao Governo a disponibilidade para comprar 19,9% da TAP, numa lógica de consolidação do setor da aviação europeia. A companhia alemã fechou no dia 3 de julho um acordo para comprar 41% da ITA (antiga Alitalia), depois da autorização da Comissão Europeia, com remédios impostos para garantir a concorrência. E agora vira-se para a TAP, mas não estará sozinha.

Este encontro, a pedido do CEO alemão, não servirá para “negociar” a TAP, nem poderia, confirma ao ECO uma fonte conhecedora da operação. É, antes, uma manifestação formal de interesse, num processo que nunca parou, mas vai agora acelerar, para aproveitar os bons ventos do setor. A Parpública, empresa que detém o capital da TAP, ainda não fechou, sequer, a contratação de um assessor financeiro para avançar com o processo, e não terá sequer um mandato para a operação. De qualquer forma, o Governo tem a convicção de que beneficiaria com o avanço da operação ainda em 2024, aproveitando o ambiente que é ainda favorável do setor internacional, mas a conclusão do negócio passará sempre para 2025.

De acordo com o jornal italiano, uma participação de 19,9% da TAP poderá valer entre 180 e 200 milhões de euros, mas a Lufthansa vai ter a concorrência de operadores como o grupo IAG, que detém a BA e a Ibéria, e a Air France.

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