Arábia Saudita espera receber 70 milhões de turistas até 2030

  • Servimedia
  • 14 Junho 2024

O ministro do Turismo da Arábia Saudita afirmou que o sector do turismo do seu país cresceu 56% desde 2019 e espera duplicar até 2032.

O presidente do comité executivo da Agência de Turismo das Nações Unidas e ministro do Turismo da Arábia Saudita, Ahmed Al Khateeb, assegurou numa entrevista ao ‘El País’ que o seu país recebeu mais de 27 milhões de turistas em 2023 e que espera atingir 70 milhões de visitantes em 2030 e estar entre os cinco países mais visitados do mundo.

As regiões que mais estão a crescer em termos de turismo são o Médio Oriente, com 22% em 2023 face a 2019, seguido da Europa, que já recuperou 94% dos valores pré-pandemia. No Médio Oriente, destaca-se a Arábia Saudita, com um crescimento de 56%, prevendo-se que duplique até 2032, como refere Al Khateeb na entrevista.

Desde o lançamento da Visão 2030, a Arábia Saudita está mais aberta do que nunca ao acolhimento de pessoas de todo o mundo. Com a introdução do visto eletrónico em 2019, milhões de visitantes foram atraídos para o Reino, ajudando a criar emprego e a impulsionar o crescimento económico local. Investimentos milionários de 746 mil milhões de euros em novos destinos e projetos como o Neom fizeram com que o Reino já ultrapassasse os números do turismo de 2019, tal como a Espanha.

O Ministro do Turismo sublinhou que este crescimento deve ser acompanhado por uma atenção especial ao ambiente. Na entrevista, insistiu na necessidade de todos os países membros da ONU Turismo e os responsáveis pelo turismo desenvolverem regulamentos e políticas que protejam o ambiente, especialmente em questões como o desperdício de alimentos e de água, bem como a preservação dos recifes de coral e das florestas.

Nesta linha, sublinhou também a importância de enfrentar o desafio do turismo sobrelotado. O Comissário salientou a capacidade limitada dos países e o dever de não receber mais pessoas do que o território é capaz de suportar. Para tal, é fundamental uma colaboração estreita com as companhias aéreas, os hotéis e outros intervenientes no setor para que os turistas estejam conscientes de como podem respeitar o meio envolvente, o ambiente e os espaços da zona.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bola do Euro 2024 continua a rolar. Confira o calendário e as transmissões televisivas

Entre os canais em sinal aberto, a RTP é o que vai transmitir o maior número de jogos da competição. Sport TV garantiu a transmissão dos 51 jogos da competição da UEFA e transmitir 29 em exclusivo.

O Campeonato Europeu de Futebol de 2024 arrancou esta sexta-feira para um mês de jogos entre as seleções europeias que se qualificaram para a competição. Os jogos são transmitidos pela RTP, SIC, TVI e pela Sport TV.

Entre os canais em sinal aberto, a RTP é o que vai transmitir o maior número de jogos da competição, num total de 12, que se repartem entre sete jogos da fase de grupos, dois jogos dos oitavos de final, um jogo dos quartos-de-final, uma meia-final e a final. No dia 22 de junho (17h) a RTP transmite o jogo onde Portugal mede forças com a Turquia.

a SIC vai transmitir cinco dos jogos, incluindo a estreia de Portugal na fase de grupos da competição, no dia 18 de junho, em que defronta a Chéquia.

A TVI também vai transmitir um total de cinco jogos, começando por dois da fase de grupos, incluindo o confronto entre Portugal e a Geórgia no dia 26 de junho. A estação de Queluz vai também transmitir um jogo dos oitavos-de-final e dois jogos dos quartos-de-final, “sendo que um deles será da seleção portuguesa, caso Portugal passe a esta fase”, assegura o canal.

Por seu lado, a Sport TV, canal desportivo por cabo que garantiu a transmissão dos 51 jogos da competição da UEFA, vai transmitir 29 deles em exclusivo. Conta ainda com um canal dedicado exclusivamente ao Europeu que, durante um mês, transmitirá jogos e um programa diário de análise. Nesse canal será ainda feito um acompanhamento diário de todas as seleções, bem como a preparação da própria competição, com o foco a incidir na seleção portuguesa.

Incluído no grupo F, Portugal vai defrontar a Turquia, a Chéquia e a Geórgia, numa competição desportiva que se estende até ao dia 14 de julho. O primeiro jogo da equipa das quinas decorre no dia 18 de junho (20h), contra a Chéquia, sendo a transmissão assegurada pela SIC. As partidas seguintes são frente à Turquia no dia 22 (17h, RTP1) e à Geórgia no dia 26 (20h, TVI).

Veja aqui o calendário completo

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Com sucessivos atrasos na apresentações de contas, investidores da Reditus podem pedir dissolução da sociedade

A Reditus está há dois anos sem divulgar as contas da atividade. Depois de ter atrasado a apresentação de resultados de 2021, a cotada tem vindo a adiar as contas de 2022 e, agora, de 2023.

Sem apresentar as contas de 2022 e 2023, o que já lhe valeu ver as suas ações transferidas para o compartimento de penalização da Euronext Lisbon, a Reditus arrisca ser alvo da instauração oficiosa de um procedimento administrativo de dissolução da sociedade devido a estar há dois anos sem apresentar os seus resultados financeiros. A cotada pode ainda ser alvo de processos contraordenacionais por parte da CMVM, que continua a acompanhar a situação.

As cotadas portuguesas estão a fechar a divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2024, mas os últimos dados da atividade da Reditus que os investidores conhecem são os de 2021 – um lucro de 2,66 milhões de euros, face aos prejuízos de 1,06 milhões de euros em 2020 – , números que foram apenas apresentados em maio de 2023. De comunicação em comunicação ao mercado, a empresa tem vindo a adiar, primeiro, o reporte das contas do primeiro semestre de 2022, e dos relatórios seguintes: relatório anual de 2022, do primeiro semestre de 2023 e de 2023.

Em resposta ao ECO empresa explicou que “além da re-expressão das contas de 4 períodos distintos [ Dez 2019, Dez 2020 e 1º Semestre de 2021 e 2021], a substituição dos Auditores das empresas participadas do Grupo Reditus implicou um acréscimo importante de pedidos de informação, o que causou um atraso significativo em relação às datas previstas para o fecho das contas relativas ao ano de 2022“. “Estando muito próxima a data prevista para publicação das contas de 2022, a empresa reitera que tem estado sempre em contacto com os reguladores, prestando todos os esclarecimentos necessários“, acrescentou fonte oficial da Reditus ao ECO.

Ao todo, entre o dia 30 de abril de 2022, data em que adiou pela primeira vez o reporte dos resultados – à data do exercício de 2021 – , a companhia liderada por José-Louis Pagés adiou por 27 vezes a divulgação de contas, apontando novas datas para os respetivos reportes. A última comunicação realizada pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) refere o dia 14 de junho, esta sexta-feira, como a data estimada para apresentar os resultados do 1.º semestre e do ano de 2022, seguindo-se, nos 60 dias seguintes, a divulgação das contas do primeiro semestre de 2023. Quanto aos resultados anuais de 2023, a previsão é de publicar os números até setembro deste ano.

Cronologia das comunicações feitas à CMVM:

  • 30 de abril de 2022 – Reditus informa o mercado que, “por motivos relacionados com uma situação de doença súbita, que nos afetou diretamente, ainda não foi possível aprovar e publicitar os resultados, individuais e consolidados, relativos ao exercício de 2021
  • 30 de junho de 2022 – Mais uma vez, a empresa adia o reporte de resultados, citando agora “além das dificuldades anteriormente manifestadas, uma situação de pandemia Covid-19 envolveu toda a equipa de relato financeiro e, por esses motivos, não logrou, até à data de 30 de Junho de 2022, aprovar e publicitar os resultados” de 2021, adiando essa publicação para o final de julho.
  • 31 de julho de 2022 – “Uma situação de pandemia Covid-19 envolveu, não só a equipa de relato financeiro, mas também a equipa de auditoria” volta a atrasar apresentação de contas. Nova data fixada um mês mais tarde.
  • 31 de agosto de 2022 – A mesma justificação, relacionada com “uma situação de pandemia Covid-19” na equipa de relato financeiro, mas também na equipa de auditoria, leva a novo adiamento das contas, para 30 de setembro de 2022.
  • 30 de setembro de 2022 – A empresa aponta que “se mantém os constrangimentos divulgados anteriormente, e por esses motivos não logrou até à data de 30 de Setembro de 2022, aprovar e publicitar os resultados, individuais e consolidados, relativos ao exercício de 2021”.
  • 4 de outubro de 2022 – Mais uma vez, a empresa “não logrou até à data de 30 de Setembro de 2022 aprovar e publicitar os resultados, relativos ao 1º semestre de 2022, estimando que essa publicação seja concretizada no prazo de 60 dias após aprovação dos resultados relativos ao exercício de 2021”.
  • 2 de novembro – A Reditus estima que a publicação dos seus documentos de prestação de contas individuais e consolidadas de 2021 seja concretizada durante o mês de novembro de 2022.
  • 30 de novembro de 2022 – “Apesar dos esforços que desenvolveu e fruto do contexto pandémico envolvente, não logrou até à data de 30 de novembro de 2022, aprovar e publicitar os resultados, individuais e consolidados, relativos ao exercício do ano de 2021”, atirando esse reporte para o mês de dezembro.
  • 30 de dezembro de 2022 – A Reditus espera apresentar as contas de 2021 em janeiro de 2023 e os resultados do 1º semestre de 2022 até 60 dias após os resultados de 2021.
  • 31 de janeiro de 2023 – Nova data para apresentação dos resultados de 2021: 24 de fevereiro.
  • 24 de fevereiro de 2023 – A Reditus volta a adiar a divulgação de contas, agora até 24 de março.
  • 24 de março de 2023 – Ultrapassado mais uma vez o prazo estipulado pela empresa, é fixada uma nova data de divulgação de contas: até 21 de abril.
  • 21 de abril – A reditus prevê agora apresentar os números de 2021 a 8 de maio de 2023.
  • 30 de abril – A Reditus “não logrará até à data de 30 de abril de 2023 aprovar os resultados, individuais e consolidados, relativos ao exercício do ano de 2022. Já os resultados de 2021 serão apresentados no dia 8 de maio de 2023. Quanto aos resultados de 2022, a nova previsão é até 31 de agosto de 2023.
  • 9 de maio de 2023 – A empresa conta que a apresentação de contas de 2021 seja concretizada até ao dia 19 de maio de 2023.
  • 22 de maio de 2023 – Três dias após o prazo indicado, a Reditus avança uma nova data para mostrar as contas de 2021: até 31 de maio.
  • 31 de maio – Publicados os resultados anuais de 2021.
  • 1 de agosto de 2023 – A Reditus prevê que a “divulgação dos resultados do 1.º semestre de 2022 seja concretizada no prazo de 60 dias após a aprovação do Relatório e Contas relativo ao exercício findo em 2021, a qual ocorreu na Assembleia Geral de dia 05 de julho de 2023”.
  • 4 de setembro de 2023 – A empresa não consegue cumprir mais uma vez os prazos e indica que espera que “a publicação dos resultados do 1.º semestre de 2022 seja concretizada até ao dia 6 de outubro de 2023”.
  • 9 de outubro de 2023 – Ultrapassado o dia 6 de outubro, a nova data para a divulgação dos resultados do 1.º semestre de 2022 é até ao dia 10 de novembro de 2023.
  • 10 de novembro de 2023 – Dia 11 de dezembro de 2023 é a nova previsão de divulgação de resultados.
  • 12 de dezembro de 2023 – Mais um mês, mais um adiamento, desta feita para dia 12 de janeiro de 2024.
  • 12 de janeiro de 2024 – Reditus espera fazer a publicação dos resultados do 1.º semestre de 2022 até ao final do próximo mês de fevereiro.
  • 29 de fevereiro de 2024 – Publicação dos resultados do 1.º semestre de 2022 deverá ocorrer até ao próximo dia 29 de março
  • 3 de abril de 2024 – “Com base no progresso dos trabalhos de preparação, auditoria, consolidação, revisão e aprovação das Contas referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2022, prevê a sua divulgação até ao próximo dia 10 de maio de 2024.”
  • 3 de maio de 2024 – “Com base na informação disponível e no progresso dos trabalhos de preparação, consolidação e aprovação das Contas individuais e consolidadas referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2023, prevê a divulgação das mesmas até ao próximo mês de setembro de 2024.”
  • 13 de maio de 2024 – Divulgação do exercício findo em 31 de dezembro de 2022 deverá ocorrer até ao próximo dia 14 de junho de 2024, indica a empresa.
  • 14 de maio de 2024 – A Reditus estima que quer a informação sobre o 1.º semestre de 2022 quer sobre o exercício findo em 31 de dezembro do mesmo ano deverá ser divulgada até ao próximo dia 14 de junho de 2024.

As sociedades cotadas devem cumprir obrigações legais e de reporte de resultados, mantendo os investidores informados sobre a sua atividade. “A divulgação atempada de informação financeira periódica é da responsabilidade dos emitentes”, esclarece fonte oficial da CMVM ao ECO. Ainda assim, a “CMVM, nas suas funções de supervisor, encontra-se a acompanhar a situação da Reditus e a adotar as diligências necessárias à regularização da prestação da informação em falta ao mercado pelo emitente“.

O atraso na divulgação de informação financeira periódica não dispensa as entidades emitentes de continuarem a observar os seus deveres de divulgação de informação privilegiada sempre que ocorra qualquer facto relevante suscetível de poder influenciar as decisões de investimento e de desinvestimento dos investidores.

Fonte oficial da CMVM

O regulador destaca, porém, que “o atraso na divulgação de informação financeira periódica não dispensa as entidades emitentes de continuarem a observar os seus deveres de divulgação de informação privilegiada sempre que ocorra qualquer facto relevante suscetível de poder influenciar as decisões de investimento e de desinvestimento dos investidores“.

Ora, nos últimos dois anos, à exceção de uma comunicação sobre mudanças na sua equipa executiva e de um esclarecimento sobre a reestruturação da sua dívida, com um perdão de 82,5% da dívida, as comunicações realizadas ao mercado restringem-se praticamente aos sucessivos adiamentos de apresentação de resultados.

“Os emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação, como é a Reditus, estão obrigados publicar o relatório e contas anual e de forma a darem uma imagem exata do património, da situação financeira e dos resultados da sociedade”, realça Octávio Viana. O presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM) refere que, “além desta obrigação para com os acionistas de demais stakeholders, a prestação de contas é também uma obrigação fiscal”. “Portanto, é grave que a Reditus esteja, por dois anos consecutivos, a falhar nessa divulgação o que poderá, inclusivamente, levar à instauração oficiosa de um procedimento administrativo de dissolução da sociedade”, atira.

É grave que a Reditus esteja, por dois anos consecutivos, a falhar nessa divulgação o que poderá, inclusivamente, levar à instauração oficiosa de um procedimento administrativo de dissolução da sociedade.

Octávio Viana

Presidente da ATM

De acordo com a alínea a do artigo 143.º do Código das Sociedades Comerciais, o serviço de registo competente deve instaurar oficiosamente o procedimento administrativo de dissolução, caso não tenha sido ainda iniciado pelos interessados, quando: Durante dois anos consecutivos, a sociedade não tenha procedido ao depósito dos documentos de prestação de contas e a administração tributária tenha comunicado ao serviço de registo competente a omissão de entrega da declaração fiscal de rendimentos pelo mesmo período.

Além desta possibilidade, o responsável da associação que representa os pequenos investidores adianta que “os pequenos acionistas podem e devem reagir a essa falta de informação do seguinte modo: Solicitando à Reditus informação sobre a situação patrimonial da sociedade e a prestação de contas, dando-lhe um prazo para o efeito; Apresentar queixa à CMVM relativamente à recusa de informação e ausência de prestação de contas; Apresentar queixa à administração tributária relativamente ao facto de por dois anos consecutivos a sociedade não estar a registar as suas contas; Avançarem com uma ação especial de inquérito judicial à sociedade, por violação do direito dos accionistas à informação [cf. artigo 292, do CSC] e de apresentação e prestação de contas [cf. artigo 67 (1), do CSC]”. Por fim, os investidores poderão ainda “eventualmente avançar com uma ação de responsabilização da gestão.”

Além das ações que podem ser executadas pelos investidores, a empresa pode ainda ser alvo de processos de contra-ordenação por parte do regulador. “Ao abrigo do Código dos Valores Mobiliários, o incumprimento de deveres de prestação de informação pode, entre outras consequências, gerar o apuramento de responsabilidades contraordenacionais, como já tem acontecido”, explica a CMVM, adiantando que “não pode pronunciar-se sobre medidas de supervisão concretas aplicadas ou em curso em relação a qualquer entidade sob sua supervisão nem sobre eventuais processos de contraordenação”.

A Reditus permanece no Segmento de Penalização e confirmamos que estamos em diálogo com a empresa no sentido de incentivar o cumprimento das obrigações em falta.

Fonte oficial da Euronext Lisbon

Com cerca de metade do seu capital disperso em bolsa – Miguel Pais do Amaral é o maior acionista da Reditus, com 25,6% do capital da empresa, mas sem controlo de gestão, a família Moreira Rato detém 10,12% e Daniel Bernardes Oleiro possui 6,05% – , fonte oficial da Euronext confirmou ao ECO que a “Reditus permanece no Segmento de Penalização e confirmamos que estamos em diálogo com a empresa no sentido de incentivar o cumprimento das obrigações em falta.”

“A alocação dos Valores Mobiliários relevantes ao Segmento de Penalização cessará a pedido do Emitente ou por iniciativa da Entidade Gestora de Mercados da Euronext Competente desde que o Emitente cumpra os requisitos e condições determinados pela Entidade Gestora de Mercados da Euronext Competente, no seu juízo, para a realocação dos Valores Mobiliários ao compartimento normal”, esclarece a gestora da bolsa de Lisboa.

(Texto editado para incluir respostas recebidas da empresa)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxas extra da UE sobre elétricos chineses arriscam disrupção do mercado

A intenção de Bruxelas é encetar o diálogo com a China relativamente aos subsídios dados aos fabricantes, mas tiro pode sair pela culatra e prejudicar o mercado dos carros elétricos, defende o setor.

Na sequência de uma investigação a subsídios entregues pelo Estado chinês aos fabricantes de veículos elétricos neste país, a Comissão Europeia pretende impor novas taxas sobre as importações dos carros elétricos que sejam produzidos no gigante asiático. A iniciativa, noticiada pelo Financial Times (acesso pago), merece reservas por parte do setor, com as empresas e especialistas a mostrarem-se céticos, sobretudo em relação aos efeitos perversos que pode ter sobre os preços e a concorrência. A Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) afirma mesmo: “Vai tudo ficar mais caro“.

O Executivo comunitário pretende aplicar uma taxa adicional, de 21%, em média, sobre as importações de veículos chineses, que se soma à taxa que já está atualmente em vigor, de 10%. O valor adicional pode ir até aos 38%, no caso de fabricantes que não cooperaram com Bruxelas no seu processo de investigação sobre subsídios atribuídos pelo Estado chinês, indicou ao ECO/Capital Verde a ACAP – Associação Automóvel de Portugal, citando a informação que foi partilhada pela Associação Europeia de Fabricantes Automóveis (ACEA, na sigla em inglês).

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a marca SAIC deverá enfrentar a tarifa máxima, sobre a Geely recai uma tarifa de 20% e à BYD aplica-se a taxa de 17,4%. O Financial Times acrescenta que a Tesla também deverá ser afetada.

“As conclusões provisórias da investigação anti-subsídios levada a cabo pela UE indicam que a cadeia de valor de veículos elétricos beneficia pesadamente de subsídios desleais na China, e que o influxo de importações chinesas subsidiadas a preços artificialmente baixos representa uma ameaça” à indústria europeia, afirma a Comissão, numa nota divulgada na quarta-feira. A investigação estava a ser levada a cabo há nove meses.

Os valores das tarifas que estão em causa, ressalva o counsel da sociedade de advogados Vieira de Almeida Filipe Vasconcelos Fernandes, podem ser ainda sujeitos a alterações. O apresentado é a posição da Comissão Europeia e, em matérias aduaneiras, o processo de aprovação tem condições para ser mais rápido do que noutras áreas. No entanto, ainda pode ser discutido “se a medida faz realmente sentido” — e há vozes avessas –, se sim, que taxa fará sentido aplicar e, finalmente, em que momento deverá entrar em vigor.

Para já, a informação de que a ACAP dispõe é que a medida deverá ser implementada entre 4 de julho e 4 de novembro deste ano, sendo portanto provisória. A intenção é encetar o diálogo com a China relativamente aos subsídios atribuídos aos fabricantes de carros elétricos durante este período, através da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em novembro, deverá ser revista a medida, em função do resultado das negociações.

A China reagiu na quinta-feira à decisão de Bruxelas, através do porta-voz do Ministério do Comércio, afirmando que se reserva “o direito de apresentar uma queixa à OMC e tomar todas as medidas necessárias para defender de forma resoluta os direitos e interesses as empresas chinesas“.

Entre as consequências, Filipe Vasconcelos Fernandes destaca que a intervenção regulatória neste mercado pode espoletar “alguma inflação no mercado automóvel”, dependendo da taxa aplicada. “Não excluiria que no mercado europeu pudesse existir um aproveitamento, um ligeiro aumento dos preços”, diz. Sobre possíveis impactos nos preços de compra dos veículos elétricos, o secretário-geral da ACAP, Helder Pedro, remete para as empresas: depende da estratégia de cada uma.

Empresas avessas à medida

“Como uma empresa global, a Stellantis acredita numa concorrência justa e livre no comércio mundial, e não apoia medidas que contribuem para a fragmentação do mundo“, escreve a empresa, numa reação oficial às medidas veiculadas esta quarta-feira através da comunicação social.

Depois desta declaração de princípio, a Stellantis afirma que irá estudar mais aprofundadamente as medidas em causa, assim que forem publicados os detalhes que justificam um novo nível de tarifas aduaneiras. A mesma postura tem a Salvador Caetano que, apesar de preferir não se pronunciar para já acerca do anunciado, indica que irá estudar o tema nos próximos dias.

Sobre a sua própria produção, a Stellantis afirma que o parceiro chinês Leapmotor, no qual investiu em outubro do ano passado, pode beneficiar da “existente e diversa pegada da Stellantis na Europa”. A parceria mantém a mesma estratégia, pois estas empresas dizem que já tinham tido em conta este potencial desenvolvimento. Em segundo lugar, a Stellantis realça que o modelo Citroën ë-C3, fabricado na Europa e cujo preço começa abaixo dos 20.000 euros no caso da gama elétrica, está apto a competir com os produtos de origem chinesa.

A Stellantis é ágil e vai adaptar-se e tirar vantagem de qualquer cenário“, remata a fabricante automóvel. Já a Salvador Caetano diz-se “empenhada e confiante em todos os projetos” que está a gerir e montar, sendo que atualmente representa as marcas chinesas BYD, Dongfeng e Xpeng em Portugal.

A fabricante chinesa Nio também se mostrou apreensiva em relação a este agravamento fiscal, argumentando que tal “irá obstruir o comércio global normal de veículos elétricos”. No entanto, deixa uma garantia: “O compromisso da Nio para com o mercado dos veículos elétricos na Europa permanece inabalável” e, até ao próximo mês, altura em que as taxas entrarão em vigor, continuarão a acompanhar de perto a situação.

A China exportou, em 2023, carros elétricos num total de 10 mil milhões de euros para a UE, duplicando a quota de mercado do ano anterior, para os 8%. As estimativas, citadas pelo FT, são do Rhodium Group.

China admite retaliação e ameaça mobilidade “verde” na Europa

Em Pequim, a reação não demorou a chegar. O Governo de Xi Jinping respondeu prometendo “tomar prontamente todas as medidas necessárias para defender firmemente os direitos e interesses das empresas chinesas”, cita o The Guardian. Por outro lado, lançou um último apelo para que a Comissão Europeia recue na decisão sob o risco de uma retaliação chinesa impactar a normalidade do mercado dos veículos elétricos na UE, à semelhança do que aconteceu em maio, quando Joe Biden decidiu agravar em 100% as taxas alfandegárias nos EUA sobre as importações de carros elétricos, painéis solares, aço e outros produtos fabricados naquele país.

O Ministério do Comércio da China acusou o bloco de “criar e aumentar as tensões comerciais” e afirmou que a medida prejudicaria os consumidores europeus.

Já Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sublinhou que a decisão do Executivo comunitário “viola os princípios da economia de mercado e as regras do comércio internacional, prejudica a cooperação económica e comercial entre a China e a UE e a estabilidade da produção automóvel global e da cadeia de abastecimento”. Nesse sentido, Jian apelou a que o bloco europeu respeitasse o compromisso de “apoiar o comércio livre”.

Entretanto, o gigante asiático admitiu mesmo avançar com uma queixa junto da OMC contra as medidas provisórias de Bruxelas. “A China reserva-se o direito de apresentar uma queixa à OMC e tomar todas as medidas necessárias para defender de forma resoluta os direitos e interesses as empresas chinesas”, afirmou na quinta-feira o porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong, durante uma conferência de imprensa.

À esquerda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, durante uma reunião com o Presidente chinês, Xi Jinping (à direita), em Pequim, na China, a 7 de dezembro de 2023.EPA/DARIO PIGNATELLI

Por cá, uma possível retaliação chinesa é um aspeto que suscita algumas preocupações. Não só devido aos impactos que isso terá no mercado dos mercados elétricos, que é liderado pela China, como também nas metas europeias para a mobilidade “verde”. Ao ECO, o presidente honorário da UVE não exclui que a Comissão Europeia possa ter dado ‘um tiro no pé’ ao avançar nesse sentido.

Esta decisão pode, obviamente, afetar a transição para a mobilidade elétrica. Qualquer medida protecionista encarece o produto e terá impacto na venda. Não há dúvidas de que haverá uma retração no mercado”, diz Henrique Sanchez, lembrando que um veículo elétrico proveniente da China pode variar entre 20 mil a 100 mil euros, mas que este agravamento no imposto pode levar a que um automobilista “pense duas vezes antes de fazer esse investimento”.

“Os modelos de maior sucesso comercial em Portugal são a BYD e os MG, da SAIC, mas há outros modelos que serão impactados também. Vai tudo ficar mais caro”, garante. Porém, a decisão não surpreende face ao que Joe Biden anunciou em maio.

“Era previsível que isto acontecesse. Acontece porque ao contrário do que se tem falado nas últimas décadas, de abertura de mercados e livre-trânsito de mercadorias, vivemos numa época de grande protecionismo. Este protecionismo norte-americano visa isso mesmo e agora o europeu vai no mesmo sentido”, acrescenta o presidente da UVE.

Para o presidente da associação ambientalista Zero, que subscreve à necessidade de a UE taxar os veículos elétricos made in China, a medida é “crucial”. No entanto, defende que esta decisão “seja acompanhada por um impulso regulamentar para aumentar a produção de veículos elétricos” no bloco europeu face ao compromisso assumido entre os 27 Estados-membros de proibir a venda de carros a combustão a partir de 2035.

De acordo com a Zero, quase um quinto destes carros vendidos na Europa no ano passado foram fabricados na China e este número está a caminho de atingir um quarto (25%) em 2024, alerta.

“As taxas forçarão os fabricantes de automóveis a localizar a produção de veículos elétricos na Europa, e isso é bom porque queremos estes empregos e competências. Mas as taxas não protegerão os fabricantes de automóveis tradicionais por muito tempo. As empresas chinesas construirão fábricas na Europa e, quando isso acontecer, a nossa indústria automóvel terá de estar preparada”, alerta Francisco Ferreira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A Aliança Bluewave apela à proteção de 30% do Mediterrâneo até 2030 no seu simpósio anual

  • Servimedia
  • 14 Junho 2024

Cientistas, empresas e empreendedores ambientais defendem este objetivo num simpósio organizado em Barcelona pela Bluewave Alliance, a iniciativa da ISDIN dedicada à recuperação do Mar Mediterrâneo.

A proteção e a recuperação do Mediterrâneo reuniram cientistas, empresas e empreendedores ambientais no Simpósio Bluewave, realizado em Barcelona. O encontro foi organizado pela Bluewave Alliance, uma iniciativa dedicada a restaurar a saúde e a beleza do Mar Mediterrâneo, promovida pelo laboratório ISDIN, que estabeleceu o objetivo de trabalhar para proteger 30% deste mar até 2030.

Desta forma, torna-se um aliado fundamental para amplificar a campanha do biólogo marinho e explorador da National Geographic Manu San Felix, também embaixador da Bluewave Alliance. De acordo com os especialistas, se 30% das áreas protegidas fossem atingidas, os restantes 70% seriam capazes de se regenerar. Atualmente, 9,7% dos mares e oceanos do mundo estão declarados áreas marinhas protegidas, mas apenas 1,7% têm um plano de gestão e apenas 0,02% têm uma proteção efetiva.

O Simpósio Bluewave, realizado no Auditório do Porto Olímpico de Barcelona, contou com a presença de 160 pessoas que puderam ouvir quatro mesas redondas sobre os principais desenvolvimentos e projetos no domínio da proteção das zonas marinhas. O CEO da ISDIN, Juan Naya, abriu o evento e Manu San Félix fez o discurso de encerramento.

A primeira mesa redonda, centrada nas últimas novidades e avanços nos mares e oceanos, contou com a participação de investigadores de renome do Centro de Estudos Avançados de Blanes (CEAB) – CSIC, Emma Cebrián e Enric Ballesteros, Miquel Canals, investigador da Universidade de Barcelona, Josep Lluís Pelegrí, investigador do Instituto de Ciências do Mar (ICM) – CSIC.

Na sua intervenção, Emma Cebrián explicou diferentes projetos de restauração no Mar Mediterrâneo e salientou a importância de identificar as ações a realizar, uma vez que nem sempre são levadas a cabo da mesma forma. Neste sentido, deu o exemplo de projetos de recuperação de ecossistemas marinhos ao longo da costa espanhola através de ações adaptadas a cada um deles, como a melhoria da qualidade da água ou a remoção de herbívoros como os ouriços-do-mar.

Cebrián salientou também o importante papel da Aliança Bluewave: “é impossível alcançar o objetivo de recuperar o Mediterrâneo se todos os atores não estiverem envolvidos, e isso faz parte do trabalho da aliança”.

Por seu lado, Enric Ballesteros sublinhou a necessidade de projetos para a preservação e recuperação da posidonia oceanica. Segundo o especialista, “a posidónia, as macroalgas, etc., são como um edifício onde vivem outras espécies e funcionam como estruturas que reúnem a diversidade”.

Um exemplo disso é a replantação de 7 500 m2 de Posidónia na costa das Baleares promovida pela Bluewave Alliance. Outro marco do ano passado foram as 65 toneladas de plástico recolhidas do mar em 2023 em conjunto com a Gravity Wave, um número que deverá aumentar em 2024 para 200 toneladas.

Por esta razão, na abertura do evento, o CEO do ISDIN, Juan Naya, quis destacar o trabalho da Bluewave Alliance em “ajudar, consciencializar e educar para recuperar a saúde e a beleza do Mediterrâneo”. Um projeto do qual “cada vez mais pessoas e organizações querem fazer parte”, afirmou Naya.

Durante o Simpósio, foi também apresentada a minissérie Waves of Tomorrow, criada pela Bluewave Alliance e pela Odicean Expeditions para inspirar sobre as Áreas Marinhas Protegidas. Além disso, outras organizações, como a Fundação Banco Sabadell, a Fundação Climent Guitart e o Grupo Consortium, também participaram para explicar o seu empenhamento na responsabilidade ambiental.

Após a reunião, realizou-se uma noite de gala e foram entregues os Prémios Bluewave. Os prémios reconheceram três importantes profissionais mundiais que, através da sua contribuição para o progresso científico, do seu trabalho no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e da arte como meio de sensibilização e educação, contribuíram para a conservação e proteção dos mares e oceanos.

A Dra. Iosune Uriz foi galardoada com o Bluewave Award 2024- Science pela sua contribuição e liderança no avanço científico. A Dra. Uriz é uma das principais profissionais especializadas em taxonomia, biologia e genética populacional de esponjas marinhas, com reconhecimento internacional. Além disso, realizou investigações no Mediterrâneo e na Antárctida, tendo descoberto mais de 30 novas espécies.

Na categoria Tecnologia, o Prémio Bluewave 2024 – Engenharia foi atribuído ao Dr. Michel André, professor da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) e diretor do Laboratório de Aplicações Bioacústicas (LAB), pela sua investigação e contribuição para o desenvolvimento de tecnologias acústicas para a proteção e conservação dos mares e oceanos.

Por último, o Prémio Bluewave 2024 – Arte foi atribuído ao escultor Lorenzo Quinn, que foi homenageado pelo seu contributo artístico para a sensibilização para a proteção do ambiente e para a necessidade de apoiar as comunidades afetadas por catástrofes naturais. Quinn é um artista empenhado em utilizar materiais sustentáveis nas suas esculturas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Estamos no momento de criar um regulador autónomo” da inteligência artificial

Luís Neto Galvão, sócio da SRS Legal, e Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC, debateram a nova lei europeia da inteligência artificial e como ela pode fomentar a inovação nas empresas.

Um advogado e um engenheiro subiram ao palco da 7.ª edição da Advocatus Summit para debater a inteligência artificial (IA) como motor de inovação. No rescaldo da aprovação final na União Europeia de uma regulamentação pioneira para a tecnologia, Luís Neto Galvão, sócio da SRS Legal, e Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, concordaram que a forma como vai ser implementada é que fará verdadeiramente a diferença.

“É essencial, na regulação da IA, esclarecer o mercado, porque a aplicação concreta das regras do regulamento vai levantar muitas questões e, sem uma regulação adequada e eficaz, não vamos ter um regulamento minimamente adequado e eficaz”, alertou Luís Neto Galvão, que conta o setor tecnológico entre as suas áreas de atuação.

Luís Neto Galvão, sócio da SRS Legal, Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, e Flávio Nunes, editor do ECOHugo Amaral/ECO

Para o sócio da SRS Legal, “estamos no momento de criar um regulador autónomo ou de atribuir essa incumbência a um regulador existente, mas o poder político tem de ter consciência de que tem de artilhar esse regulador com as ferramentas necessárias para poder exercer essa regulação”.

Já o líder da COTEC, uma associação que promove a inovação, considerou que não será o regulamento europeu da IA, por si só, a constituir uma barreira à inovação: “Vejo muitos setores altamente regulados, como por exemplo o setor alimentar, em que há inovação”, explicou. “Diria que, em princípio, a regulação é positiva. Teremos de ver na prática como vai ser e como é que são os custos”, afirmou, criticando, contudo, o “tsunami regulamentar” que cada vez mais afoga as empresas.

Jorge Portugal avisou também que “a IA não vai resolver o problema da cultura de inovação das empresas”, mas mostrou-se otimista quanto ao papel que a IA poderá ter para acelerar a inovação: “A inovação é também um jogo estatístico. Se eu gerar muitos conceitos, e conseguir depurá-los, estatisticamente, mais facilmente encontro um que é vencedor. A IA, devidamente aproveitada, vai acelerar e estará ao alcance das grandes, médias e pequenas empresas”, disse no painel.

Por agora, os dados oficiais ainda mostram uma adoção mais comedida da IA pelas empresas. Segundo um inquérito do Instituto Nacional de Estatística, em 2023, pouco menos de 8% das empresas portuguesas diziam usar este tipo de tecnologia. Além disso, cerca de dois terços das empresas que não usavam IA no ano passado apontavam como motivos a falta de conhecimento dentro da organização e, sem surpresa, os custos ainda elevados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Irão continua a aumentar as suas capacidades nucleares

  • Lusa
  • 13 Junho 2024

Irão é o único Estado não-detentor de armas nucleares a enriquecer urânio até ao elevado nível de 60% - próximo do grau de qualidade militar -, enquanto continua a acumular grandes reservas de urânio.

A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) declarou esta quinta-feira que o Irão continua a expandir as suas capacidades nucleares, uma semana após aprovada pelo seu Conselho de Governadores uma resolução criticando a falta de cooperação de Teerão.

A AIEA informou os seus membros de que Teerão lhe comunicou estar a instalar mais estruturas para enriquecimento de urânio nas instalações de Natanz e Fordow, segundo um comunicado da agência especializada da ONU.

Uma fonte diplomática considerou este desenvolvimento “moderado”.

A moção apresentada pelo Reino Unido, França e Alemanha, com a oposição da China e da Rússia, na reunião do Conselho da AIEA, composto por 35 países, foi a primeira do género desde novembro de 2022.

A resolução, que Teerão classificou como “precipitada e imprudente”, surgiu num momento de impasse sobre a escalada das atividades nucleares do Irão e entre os receios das potências ocidentais de que Teerão esteja a tentar criar uma arma nuclear, o que o Irão nega.

Embora de natureza simbólica nesta fase, a moção de censura visa aumentar a pressão diplomática sobre o Irão, com a possibilidade de remeter a questão para o Conselho de Segurança da ONU.

No passado, resoluções semelhantes levaram Teerão a retaliar, retirando câmaras de vigilância e outros equipamentos das suas instalações nucleares e intensificando as atividades de enriquecimento de urânio.

Segundo a AIEA, o Irão é o único Estado não-detentor de armas nucleares a enriquecer urânio até ao elevado nível de 60% – próximo do grau de qualidade militar -, enquanto continua a acumular grandes reservas de urânio.

A AIEA declarou que Teerão acelerou consideravelmente o seu programa nuclear e dispõe agora de material suficiente para produzir várias bombas atómicas.

A República Islâmica tem vindo gradualmente a quebrar os compromissos assumidos no âmbito do acordo nuclear assinado com as potências mundiais em 2015.

Esse acordo histórico permitiu o levantamento das sanções económicas ocidentais ao Irão em troca da limitação do seu programa nuclear a fins pacíficos, mas começou a deteriorar-se após a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, sob a presidência de Donald Trump, que reimpôs as sanções a Teerão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

João Borges de Oliveira investe sete milhões na Altri e passa a deter 15,79% do capital

O empresário, através da sociedade Caderno Azul, investiu mais de sete milhões de euros para comprar 1,4 milhões de ações da papeleira, que tem vindo a corrigir no último mês.

João Borges de Oliveira, através da Caderno Azul, comprou um bloco de 1,4 milhões de ações da Altri entre os dias 10 e 13 de junho, aproveitando um momento de fraqueza das ações, para reforçar a sua posição no capital. Após as aquisições, que representaram um investimento acima de sete milhões de euros, João Borges de Oliveira ficou a controlar 15,79% do capital.

A CADERNO AZUL, de João Borges de Oliveira, adquiriu, entre os dias 10 e 13 de junho de 2024, 1.400.000 ações representativas de 0,68% do capital social e dos direitos de voto da Altri, adiantou a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo o mesmo documento, “em virtude de tal operação, a sociedade CADERNO AZUL, S.A., da qual o administrador João Manuel Matos Borges de Oliveira é administrador e acionista dominante, passou a deter 32.400.000 ações representativas de 15,79% do capital social e dos direitos de voto da Altri”.

As compras foram realizadas ao longo dos quatro dias, sendo que o maior bloco, de 600 mil títulos, foi adquirido a um preço médio de 5,095211 euros esta quinta-feira, numa sessão em que a empresa caiu 3% para 5 euros por ação.

Apesar das ações valorizarem 8,7% no ano, seguem a negociar abaixo dos máximos acima de 5,5% registados há cerca de um mês.

João Borges de Oliveira é o segundo maior acionista da Altri, empresa controlada por um núcleo de acionistas que mantêm uma parceria empresarial há três décadas e que é composto por Paulo Fernandes, João e Pedro Borges de Oliveira, Domingos Vieira de Matos e Ana Mendonça, filha do falecido Pedro Mendonça.

A Promendo Investimentos, de Ana Mendonça, controla 17,29% da Altri, enquanto a Actium Capital (Paulo Fernandes) detém 13,42% da empresa, a Livrefluxo (Domingos Vieira de Matos) controla 12,15% e a a Thing Investments (Pedro Borges de Oliveira) tem 10,01%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ibersol avança com programa de recompra de ações de 37 milhões de euros

A empresa anunciou um novo plano de compra de ações próprias, depois de ter terminado o programa anunciado em 2023 abaixo dos seus objetivos. Em vez de 10%, apenas passou a deter 1,9943% do capital.

Menos de duas semanas após ter encerrado o programa de recompra de ações anunciado no ano passado, a Ibersol vai avançar com um novo programa de compra de ações próprias no valor de 37,4 milhões de euros, até ao final de maio de 2025, avançou a empresa em comunicado. A empresa, que explora as lojas da KFC e Pizza Hut em Portugal, Espanha e Angola, quer comprar até um máximo de 4.151.481 ações ordinárias.

“A Ibersol, SGPS S.A. informa ter sido deliberada na reunião do Conselho de Administração realizada hoje a implementação de um programa de recompra de ações no montante global máximo de 37.363.329,00 euros“, comunicou a a empresa de restauração à CMVM.

Segundo o mesmo comunicado, o programa “tem como objetivo a redução do capital social da Ibersol mediante a extinção de um máximo de 4.151.481 ações ordinárias da Ibersol a adquirir no
âmbito do programa.”

Este novo plano surge depois de a Ibersol ter concluído no passado dia 31 de maio o programa de recompra de títulos no valor de 32 milhões de euros, o qual ficou significativamente aquém dos seus objetivos. A companhia ambicionava comprar até 10,29% do seu capital disperso em bolsa, mas, segundo informou, “à data de conclusão do programa de recompra a 31 de maio de 2024, a Ibersol passou a deter 844.759 ações, representativas de 1,9943% do capital social, tendo sido executado 19,38% do total do programa.”

A Ibersol acrescenta ainda que “a eventual redução de capital para extinção das ações próprias adquiridas ao abrigo do programa encontra-se condicionada a aprovação prévia por parte da Assembleia Geral da Ibersol.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

É preciso “encontrar mecanismo” para pagar subsídio de mobilidade, diz governo açoriano

  • Lusa
  • 13 Junho 2024

"É preciso encontrar um mecanismo que faça intermediação entre passageiro e companhia aérea", diz Berta Cabral.

O governo açoriano defendeu esta quinta-feira que, em relação às alterações ao subsídio de mobilidade, é preciso “encontrar o mecanismo” que suporte o valor da passagem aérea para não ser necessário reembolsos, enquanto o PS alertou para os riscos na mobilidade.

“Reconheço que o ideal é que os passageiros paguem apenas os 134 euros. Esse é o desiderato e o objetivo de todos nós aqui dentro, mas é preciso muito cuidado na abordagem a essa questão. Não se pode empurrar isso para cima das companhias, porque senão elas podem ir embora”, declarou a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.

A discussão foi levantada por uma resolução do BE, que acabou reprovada e que pretendia definir a “posição dos Açores no âmbito do grupo de trabalho para a revisão do subsídio social de mobilidade”, anunciada pelo Governo da República.

Não se pode empurrar isso para cima das companhias, porque senão elas podem ir embora.

Berta Cabral

Secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas do Governo Regional dos Açores

A secretária regional reforçou que o grupo de trabalho, com um representante do executivo açoriano, é que tem o “nó górdio” de “encontrar o mecanismo que se vai substituir ao passageiro” no pagamento do valor do subsídio social de mobilidade.

É preciso encontrar um mecanismo que faça intermediação entre passageiro e companhia aérea”, afirmou Berta Cabral.

Antes, o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, também defendeu que os residentes devem apenas pagar o valor fixado pelo subsídio, evitando o reembolso ao passageiro, mas alertou que a implementação de um outro modelo pode afetar as acessibilidades à região. “O preço é importante para os açorianos, mas é preciso termos atenção para que a solução encontrada para o preço não venha prejudicar a mobilidade“, assinalou o deputado socialista.

Já o líder parlamentar do PSD/Açores, Bruto da Costa, afirmou que a intenção é “democratizar” o subsídio social de mobilidade, acusando o PS de “lavar as mãos como Pilatos” por se ter abstido na votação da anteproposta de lei do Chega para simplificar aquele apoio, aprovada na terça-feira. “Defendemos que o subsídio de mobilidade permita que os açorianos paguem apenas o máximo de 134 euros”, declarou o social-democrata.

O preço é importante para os açorianos, mas é preciso termos atenção para que a solução encontrada para o preço não venha prejudicar a mobilidade.

Vasco Cordeiro

Líder do PS/Açores

A iniciativa do BE recebeu os votos contra de PSD, Chega e CDS, as abstenções de PS e IL, enquanto BE e PAN votaram a favor.

No final da discussão, o deputado bloquista António Lima considerou que o debate comprovou que era “imperativo e urgente” recomendar ao governo um conjunto de posições a tomar no grupo de trabalho.

A deputada do Chega Olivéria Santos lembrou que a anteproposta aprovada durante a sessão plenária já tinha deixado “claríssima” a posição dos partidos, ideia corroborada por Catarina Cabeceiras, do CDS-PP, que reforçou que o documento “vincula a posição do parlamento”.

Defendemos que o subsídio de mobilidade permita que os açorianos paguem apenas o máximo de 134 euros.

Bruto da Costa

Líder parlamentar do PSD/Açores

Nuno Barata, da IL, reiterou, por sua vez, que o sistema em vigor “tem os seus problemas, mas funciona“.

Na terça-feira, o parlamento dos Açores aprovou uma anteproposta de lei do Chega para simplificar o subsídio social de mobilidade visando que, no ato de compra, os passageiros paguem apenas o valor fixado por lei.

Nos Açores, o subsídio social de mobilidade permite aos residentes no arquipélago deslocarem-se para o continente com uma tarifa aérea máxima de 134 euros. Porém, é necessário adquirir inicialmente a passagem pelo preço de venda e só depois de efetuada a viagem todo o valor acima desta meta de 134 euros é ressarcido a título de reembolso pelo Estado.

O parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Combitur transforma falida têxtil de Vizela em Retail Park com quase 12 milhões de euros

Num investimento de quase 12 milhões de euros, o Retail Park Vizela nasce agora no local onde funcionava a fábrica têxtil Sedas de Vizela que, em 1998, lançou no despedimento 250 colaboradores.

Onde em tempos funcionou uma das mais emblemáticas fábricas têxteis — Sedas de Vizela –, nas décadas de 1970 e 1980, é inaugurado esta sexta-feira o Retail Park Vizela, num investimento de quase 12 milhões de euros. Este espaço comercial vai criar cerca de 70 novos postos de trabalho e uma nova dinâmica económica na localidade nortenha.

Em declarações ao ECO/Local Online a empresa construtora Combitur — que atua nas áreas da engenharia e construção, metalomecânica, serralharia de alumínio e carpintaria — refere que o projeto foi desenvolvido em duas fases: a primeira arrancou em 2013 com a construção do espaço para Modelo Continente num investimento de cerca de seis milhões de euros. Já a segunda fase, que é inaugurada esta sexta-feira, custou 5,5 milhões de euros e já tem instaladas cinco das seis marcas que vão dar vida ao novo espaço: Pepco, Tedi, Action, Jysk e KIK.

Depois de nove meses de obras — que a Combitur considera ter sido “em tempo recorde” — o Retail Park Vizela nasce, assim, onde no local antes funcionou a antiga fábrica têxtil de Sedas de Vizela, que fechou em 1998 com o despedimento de 250 trabalhadores. Ocupa uma área de terreno de 10 mil metros quadrados com uma área de arrendamento de 5.700 metros quadrados.

Retail Park Vizela13 junho, 2024

A Combitur tem acionistas em comum com a empresa promotora e proprietária deste espaço comercial — a Vizesedas Imobiliária SA, fundada em 2001. Para além deste empreendimento, a Vizesedas tem outro projeto imobiliário na mesma zona da cidade de Vizela, com cerca de 5.000 metros quadrados de área a edificar onde pode alocar diversas insígnias.

A operar no setor da construção de edifícios industriais, logísticos e de retalho alimentar, a Combitur Construções nasceu em 1974, tendo o CEO José Manuel Arantes há já 35 anos. A Combitur tem no seu portfólio empresas de vários ramos para além da engenharia e construção civil, como a metalomecânica, os alumínios e a carpintaria. Com um volume de faturação de acima de 20 milhões de euros, “tendo praticamente triplicado a sua faturação face a 2008”, o grupo tem 123 colaboradores.

Retail Park Vizela
Retail Park Vizela13 junho, 2026

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Relação obriga seguradora a indemnizar dono de BMW furtado

  • ECO Seguros
  • 13 Junho 2024

A queixa vem do tempo da Seguradoras Unidas, mas a agora Generali pagará sinistro que, em primeira análise, considerou fraudulento.

O Tribunal da Relação de Lisboa condenou a Generali a indemnizar um proprietário de um o carro furtado à porta de casa. O queixoso alegou que tudo fez para recuperar o veículo, participando o furto à GNR e recorrendo a geolocalização e a registos da Via Verde, mas a companhia suspeitava de fraude.

Em 31 de agosto de 2019 um BMW 220D foi furtado na Charneca de Caparica, quando estacionado à porta de casa do dono, um técnico superior da Câmara de Almada. Este tinha ido jantar com amigos e pernoitar fora de casa. Apresentou queixa na GNR contra desconhecidos e participou o ocorrido à seguradora.

A seguradora declinou responsabilidade pelo pagamento do capital seguro, bem como da indemnização extra que fora contratada (correspondente a 20% do valor da apólice), alegando que ficou por demonstrar a ocorrência do furto em questão.

O proprietário alegou que ficou impedido de comprar outro veículo, o que lhe causou constrangimentos e prejuízos, e intentou uma ação contra a seguradora que foi julgada improcedente, por falta de prova da ocorrência do furto. Esta decisão levou o dono a recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa.

No recurso, alegou que tinha feito prova de que o furto teria ocorrido, apesar de as autoridades policiais não terem descoberto o autor da prática do crime, tinha tentado recuperar o automóvel. O queixoso – escreveu – sempre colaborou com a investigação e com os peritos do seguro”.

Perante o recurso, os juízes desembargadores revogaram a sentença de primeira instância e condenaram a seguradora a pagar ao dono do BMW a quantia 35.848,84 euros, mais juros.

O acórdão indica que foi efetuada a participação do desaparecimento do veículo às autoridades policiais, foi providenciado o acionamento do serviço de geolocalização do veículo, foram facultadas as chaves digitais codificadas do mesmo e os registos da Via Verde. Por esses motivos, consideram os juízes, “é de concluir pela verosimilhança da afirmação do furto do veículo, para efeitos de acionamento da cobertura desse risco no âmbito do contrato de seguro automóvel facultativo”,

Os juízes, neste acórdão, lembram que no furto de um veículo não basta a mera participação às autoridades – até porque, se assim fosse, multiplicar-se-iam as situações de simulação de furto visando pretensões indemnizatórias fraudulentas. É também, segundo os juízes, necessário fornecer elementos probatórios coadjuvantes que permitam “formular um juízo de verosimilhança relativamente à queixa apresentada e que se objetivem factualmente na fundada probabilidade do veículo ter sido estacionado nas circunstâncias de tempo, modo e lugar descritas naquela queixa e de ter desaparecido daquele lugar sem motivo aparente”.

O acórdão entende que, no caso deste BMW, essas diligências aconteceram, afastando a hipótese de fraude e condenando a companhia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.