Boehringer Ingelheim anuncia resultados promissores para o survodutide em adultos com fibrose

  • Servimedia
  • 13 Junho 2024

A Boehringer Ingelheim anunciou os resultados promissores de uma subanálise do ensaio clínico de fase II do survodutide.

Mostra que até 64,5% dos adultos com fibrose nos estádios F2 e F3 (cicatrizes moderadas a avançadas) obtiveram uma melhoria da fibrose sem agravamento da esteato-hepatite metabólica (MASH), em comparação com 25,9% com placebo após 48 semanas de tratamento.

Os doentes com fibrose nos estádios F2 e F3 têm um risco acrescido de desenvolver complicações relacionadas com o fígado.

Os resultados completos do ensaio clínico foram apresentados na passada sexta-feira no Congresso da Associação Europeia para o Estudo do Fígado (EASL) 2024 e foram publicados simultaneamente no The New England Journal of Medicine.

O endpoint secundário mostrou que até 52,3% dos adultos tratados com este medicamento (BI 456906) obtiveram uma melhoria significativa da cicatrização hepática (fibrose) nos estádios F1, F2 e F3 (cicatrização ligeira a moderada ou avançada), em comparação com 25,8% com placebo após 48 semanas de tratamento.

Estes resultados complementam os dados anunciados no início deste ano, quando o ensaio atingiu o seu objetivo primário. Por sua vez, os resultados revelaram que até 83,0% dos adultos tratados obtiveram uma melhoria estatisticamente significativa na MASH em comparação com o placebo (18,2%), reforçando o potencial do tratamento como uma opção de primeira classe.

O medicamento é um agonista duplo dos recetores glucagon/GLP-1 com um novo mecanismo de ação e é o primeiro a mostrar este grau de benefício na fibrose num ensaio clínico de Fase II para a MASH após 48 semanas de tratamento. O agonista do recetor do glucagon neste medicamento tem o potencial de aumentar o gasto energético e tem um impacto direto no fígado, o que pode ajudar a melhorar a fibrose. O agonista do recetor GLP-1 reduz o apetite e aumenta a saciedade.

“Estou particularmente entusiasmado com os resultados do ensaio clínico de Fase II, que demonstram o potencial do agonista do recetor do glucagon, para além do GLP-1, para melhorar a abordagem da MASH e inverter a maré da fibrose”, afirmou Arun Sanyal, MD, Professor de Medicina, Fisiologia e Patologia Molecular na Faculdade de Medicina da Universidade Commonwealth da Virgínia, e Investigador Principal do ensaio. “Estes dados posicionam o medicamento como um agonista duplo do recetor glucagon/GLP-1 que pode ser um ponto de viragem para as pessoas que vivem com MASH e fibrose clinicamente significativa.”

Neste ensaio clínico, a melhoria foi medida como uma diminuição de pelo menos um estádio da fibrose após 48 semanas de tratamento. A doença conhecida como MASH é de natureza progressiva e afeta mais de 115 milhões de pessoas em todo o mundo. É causada por uma inflamação do fígado que pode progredir para fibrose, e a formação de cicatrizes graves no tecido (cirrose) pode aumentar significativamente o risco de doença hepática terminal e de cancro do fígado.

Nesta fase, um transplante de fígado pode ser a única opção de tratamento, o que pode ter um impacto económico importante nos sistemas de saúde. A fibrose hepática geralmente agrava-se lentamente e pode facilmente passar despercebida. A reversão da fibrose hepática é frequentemente um desafio nas fases avançadas da cicatrização e pode não ser possível na cirrose.

Neste ensaio clínico de Fase II, este medicamento também demonstrou melhorias em relação ao placebo para todos os outros parâmetros secundários após 48 semanas de tratamento. Os resultados mostraram que até 87,0% dos adultos alcançaram pelo menos uma redução relativa de 30% na gordura hepática versus 19,7% com placebo, bem como uma redução relativa no conteúdo de gordura hepática de até 64,3% versus 7,3% com placebo. A alteração absoluta em relação à linha de base na Pontuação de Atividade da Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (NAS, que é utilizada para medir a melhoria da MASH) nos resultados reais do tratamento foi de até -3,3 com este medicamento versus -0,4 com placebo.

“Estes resultados mostram o potencial deste novo medicamento que pode tornar-se a melhor opção da sua classe para a MASH. Iremos iniciar rapidamente os ensaios clínicos de Fase III”, afirmou Carinne Brouillon, Diretora de Human Pharma da Boehringer Ingelheim. “São urgentemente necessários novos tratamentos para tratar a MASH, uma doença interligada com patologias cardiovasculares, renais e metabólicas como a obesidade, e estamos entusiasmados por continuar estas importantes discussões com as autoridades de saúde”.

O medicamento foi licenciado à Boehringer Ingelheim pela Zealand Pharma, sendo a Boehringer a única responsável pelo seu desenvolvimento e comercialização a nível mundial. A Zealand mantém os direitos de co-promoção nos países nórdicos.

Neste ensaio clínico, este medicamento demonstrou dados de segurança comparáveis aos das moléculas da família GLP-1, sem novos dados de segurança dignos de registo. O medicamento recebeu a designação fast-track da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA em 2021, e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concedeu-lhe acesso ao esquema de Medicamentos Prioritários (Prime) para MASH com fibrose em novembro do ano passado.

O medicamento está também a ser estudado em cinco ensaios clínicos de Fase III para pessoas que vivem com excesso de peso e obesidade. Um ensaio adicional de Fase III está a avaliar se este tratamento pode ajudar estas pessoas que vivem com excesso de peso ou obesidade, com um diagnóstico confirmado ou suspeito de MASH, a reduzir a gordura do fígado e a perder peso.

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Daniel Caverzaschi, desde a vitória no último torneio ITF Wheelchair Fundación Emilio Sánchez Vicario até à partida para Paris

  • Servimedia
  • 13 Junho 2024

Este torneio permite aos jogadores espanhóis marcar pontos nas competições nacionais e melhorar a sua posição no ranking.

O tenista espanhol Daniel Caverzaschi venceu o recente XII Wheelchair Fundación Emilio Sánchez Vicario, realizado nas instalações da Ciudad de la Raqueta, e recuperou o seu nível antes de um novo desafio iminente: os Jogos Paralímpicos de Paris.

O tenista, que treina na Academia Emilio Sánchez, enfrenta este desafio depois de recuperar de uma lesão e voltar ao seu melhor nível para competir a nível olímpico. De facto, Caverzaschi (Madrid, 1993) já tem experiência nos Jogos: no Rio 2016 ganhou o seu primeiro diploma paraolímpico; em 2018 ficou entre os 15 melhores do mundo; em Tóquio 2020 tornou-se o titular do diploma paraolímpico espanhol em ténis de cadeira individual e em 2022 conseguiu ser o número dez à escala mundial.

Todos os anos, a Fundação Emilio Sánchez Vicario reúne os melhores jogadores nacionais e internacionais de ténis em cadeira de rodas no Torneio ITF de Cadeira de Rodas, que é da categoria ITF G2. Este torneio, cuja primeira edição foi em 2012, faz parte do Tour de Ténis em Cadeira de Rodas da Federação Internacional de Ténis, criado em 1992 e que reúne mais de 150 torneios anuais em 40 países.

Para Emilio Sánchez Vicario, esta competição é um incentivo e um compromisso claro para ajudar os jogadores a marcar pontos em torneios em Espanha para melhorar a sua posição no ranking e poder participar em grandes competições. Sobre a evolução de Caverzaschi e o seu valor como jogador, acredita que estes anos de adversidade deram a Dani a maturidade e a resiliência para poder aplicá-las ao seu ténis e assegura que com elas poderá lidar muito melhor com os momentos difíceis: “Como é um sonhador, alcançará os seus objetivos, como ir a Paris”.

O XII ITF Wheelchair Fundación Emilio Sánchez Vicario contou com a participação de jogadores de mais de 15 nacionalidades nas categorias masculina e feminina, bem como em singulares e pares, segundo os organizadores, que nas duas últimas edições contaram com o apoio da Câmara Municipal de Madrid e da Comunidade de Madrid. Na categoria feminina, a japonesa Manami Tanaka venceu ao derrotar a chilena Macarena Cabrillana por 7-5 e 6-3.

A Fundação Emilio Sánchez Vicario nasceu há catorze anos com a missão de promover o desenvolvimento pessoal e a integração social através do desporto e da educação. Em 2014, a fundação, em colaboração com outras entidades, deu origem a um projeto que marcou o início de muitos outros que se seguiram. Foi construído um campo de ténis no Hospital Nacional de Parapléjicos de Toledo, para que os doentes pudessem ter um espaço para realizar uma atividade, tanto de reabilitação como de iniciação ao desporto, com a ajuda de um programa de ténis adaptado.

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A criação de emprego recupera, enquanto o absentismo duplicou nos últimos 10 anos, ultrapassando as 6,5 horas trabalhadas

  • Servimedia
  • 13 Junho 2024

A criação de emprego recupera, enquanto o absentismo duplicou nos últimos 10 anos, ultrapassando as 6,5 horas trabalhadas, segundo a décima edição do 'Human Capital Outlook' do Instituto EY-Sagardoy.

O Instituto EY-Sagardoy Talento e Innovación apresentou esta quinta-feira, na sede do Madrid Talento-Ayuntamiento de Madrid, a décima edição do “Human Capital Outlook”. Este relatório trimestral, elaborado em colaboração com a Fedea, analisa a evolução do mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2024.

A apresentação do Observatório contou com a presença de Fátima Báñez, presidente do Instituto de Talento e Inovação EY-Sagardoy; Íñigo Sagardoy, presidente da Sagardoy Abogados; Engracia Hidalgo, delegada do Departamento de Economia, Inovação e Finanças da Câmara Municipal de Madrid; Antonio Sánchez, diretor-geral de Planeamento de RH da Câmara Municipal de Madrid; e Juan Pablo Riesgo, secretário do Conselho Consultivo do Instituto EY-Sagardoy. Também participaram no evento: Rafael Doménech, chefe de análise económica do BBVA Research; Martín Godino, sócio-gerente da Sagardoy Abogados; e Fernando Íñiguez, diretor de People Consulting da EY.

O Relatório do Instituto EY-Sagardoy salienta que a criação de emprego no primeiro trimestre de 2024 foi superior à registada no quarto trimestre de 2023, sendo impulsionada pela contratação no setor privado e concentrada em cidadãos espanhóis com menos de 25 anos e mais de 54 anos, e em estrangeiros entre 25 e 34 anos. A produtividade real por trabalhador diminuiu, apesar da recuperação do PIB por hora trabalhada. Os contratos permanentes continuaram a crescer em 2023, mas o número de conversões de contratos temporários em permanentes diminuiu substancialmente.

Engracia Hidalgo, delegada do Departamento de Economia, Inovação e Finanças da Câmara Municipal de Madrid, declarou que “na Câmara Municipal de Madrid estamos plenamente conscientes de que o sucesso das cidades depende da sua capacidade de atrair e reter talentos. Este é um objetivo partilhado pelas Administrações Públicas, instituições e empresas, no qual devemos trabalhar de mãos dadas e, para o conseguir, são extremamente úteis espaços de reflexão como este que realizámos”.

Para a Presidente do EY-Sagardoy Talent and Innovation Institute, Fátima Báñez, “o EY-Sagardoy Talent and Innovation Institute converteu-se numa instituição de referência que avança no seu compromisso de oferecer ferramentas válidas para o crescimento económico e social de Espanha. Com uma nova edição do relatório Human Capital Outlook, oferecemos uma análise técnica e rigorosa do mercado de trabalho, e continuamos a promover uma gestão eficiente e diferenciada das pessoas como alavanca de competitividade, apostando no talento como o grande ativo estratégico da sociedade espanhola”.

Iñigo Sagardoy, Vice-Presidente do Instituto EY-Sagardoy e Presidente da Sagardoy Abogados, destacou que “apesar da atual conjuntura económica, o mercado de trabalho espanhol surpreende-nos ao mostrar a sua força, crescendo notavelmente no primeiro trimestre de 2024. Neste ambiente positivo existem duas sombras principais. Uma é o aumento dos custos laborais afetados por numerosas frentes e a outra é o absentismo, que duplicou para mais de 6,5% das horas trabalhadas. Estes dois elementos agravam o défice de produtividade do trabalho em Espanha em comparação com a UEM, o que deve ser motivo de preocupação, especialmente quando a IA continua a crescer e vai atingir fortemente o mundo do trabalho.

CONCLUSÕES

O relatório mostra que a criação de emprego registou um aumento acentuado no primeiro trimestre de 2024. Este aumento foi liderado principalmente pelo setor privado; e os principais grupos demográficos na criação de emprego incluíam tanto jovens como idosos e trabalhadores estrangeiros.

O estudo destaca ainda o contributo significativo da população estrangeira para o crescimento do emprego desde o final de 2019. Por outro lado, o estudo aponta para uma moderação no crescimento dos custos laborais, impulsionada por um controlo no aumento das contribuições sociais e por uma maior produtividade laboral.

Nesta nova edição do Human Capital Outlook, o Observatório Trimestral do Mercado de Trabalho, ao qual é dedicada a primeira secção do documento, analisa a evolução do mercado de trabalho com a informação disponível para o primeiro trimestre de 2024, sendo composto por três partes.

A primeira parte faz o balanço da evolução dos principais indicadores agregados – emprego, desemprego e atividade económica – destacando a retoma da criação de emprego e a moderação do crescimento dos custos do trabalho, num contexto de crescimento da produtividade por hora trabalhada.

A segunda parte do relatório analisa a forma como as diferenças entre os indicadores de desemprego e emprego dos registos administrativos e do IFT se alteraram, na sequência da sua adaptação ao recenseamento de 2021. Conclui também que os contratos permanentes continuaram a crescer em 2023, mas o número de conversões de contratos temporários em permanentes diminuiu substancialmente.

Por último, a terceira parte centra-se na análise setorial do défice crónico da produtividade do trabalho em Espanha em comparação com a UEM, que se agravou na última década.

Entre os desenvolvimentos regulamentares da última edição do Human Capital Outlook, destaca-se a aprovação do Real Decreto-Lei 2/2024, de 21 de maio, que adota medidas urgentes para simplificar e melhorar o nível de proteção no desemprego e para completar a transposição da Diretiva (UE) 2019/1158 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho de 2019, relativa à conciliação da vida familiar e profissional dos progenitores e cuidadores, e que revoga a Diretiva (UE) 2019/1158 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho de 2019, relativa à conciliação da vida familiar e profissional dos progenitores e cuidadores. E a revogação da Diretiva 2010/18/UE do Conselho, que além de alterar o subsídio e a prestação de desemprego e o subsídio de rendimento mínimo de subsistência de caráter não contributivo, permitindo, em certos casos, a compatibilização deste último com o exercício de uma atividade.

 

 

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Estádio de Aveiro só fica pago em 2024 e já precisa de obras de 10 milhões de euros

  • Lusa
  • 13 Junho 2024

Valor final do estádio, com acessibilidades e estacionamento, deverá rondar 70 milhões de euros, mais do dobro da previsão inicial de investimento, calcula autarca. E já precisa de obras urgentes.

Vinte anos depois de ter sido construído para o Euro2004, o Estádio Municipal de Aveiro ainda não está totalmente pago e já precisa de obras urgentes, que obrigam a um avultado investimento por parte da autarquia.

“Estamos a terminar este ano o pagamento do último empréstimo que financiou esta operação”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, adiantando que o valor final do estádio com as acessibilidades e o estacionamento deverá rondar os 70 milhões de euros, mais do dobro do investimento apontado inicialmente.

O autarca que assistiu ao jogo inaugural do estádio, entre as seleções de Portugal e da Grécia, em 2003, disse que o então presidente da autarquia, o socialista Alberto Souto, “não fez as contas bem”, embora reconheça que a decisão tenha sido tomada “na lógica mais sensata que tinham ao seu dispor”.

“Eu nunca faço julgamentos da história. As coisas são o que são. Acho que se tivéssemos ponderado há 20 anos que este estádio ia custar 70 milhões de euros ninguém o fazia”, afirmou, considerando que se tratou de um investimento “grande de mais, desproporcionado e absurdo”.

As coisas são o que são. Acho que se tivéssemos ponderado há 20 anos que este estádio ia custar 70 milhões de euros ninguém o fazia. (…) Investimento foi grande de mais, desproporcionado e absurdo.

Ribau Esteves

Presidente da Câmara de Aveiro

Agora, diz que não vale a pena olhar para trás, defendendo que é preciso cuidar do estádio para receber o Beira-Mar, que é o clube residente, a seleção nacional, como aconteceu recentemente na preparação para o Euro2024, ou a Supertaça, como irá acontecer em agosto.

“Entendemos que outras teses, nomeadamente a tese de demolir o estádio, não fazia qualquer sentido e, por muito que possamos discordar hoje daquilo que se fez, não podemos reescrever a história e, portanto, procuramos gerir o melhor possível esta infraestrutura”, vincou.

A rentabilização não desportiva deste gigante de betão colorido, que custa cerca de meio milhão de euros por ano em termos de manutenção, tem-se revelado um problema para a autarquia.

Sem querer iludir os munícipes, Ribau assume que o objetivo é rentabilizar socialmente o estádio, mantendo “uma cooperação muito intensa” com a Federação Portuguesa de Futebol “para uma vez por ano, sempre que seja possível, ter aqui uma competição importante à escala nacional, seja uma supertaça, ou um jogo da seleção nacional”.

No entanto, para que isso seja possível, diz que será necessário investir mais cerca de 10 milhões de euros nos próximos dois anos na reabilitação da cobertura e na substituição das placas de revestimento exterior. Uma situação que, na opinião do autarca, se ficou a dever a “erros de gestão” dos seus antecessores, que receberam a obra com “problemas estruturais”.

“Em vez de obrigar o consórcio empreiteiro a resolver os problemas, a Câmara negociou reduções de divida e assumiu os problemas que estavam já cadastrados”, disse Ribau, adiantando que a solução, agora, passa por encontrar a solução técnica mais indicada e fazer a obra.

Na zona em redor do Estádio, já foi construído o Complexo de Campos de Treinos do Beira-Mar e a Aldeia do Futebol da Associação de Futebol de Aveiro, estando previsto, nos próximos anos, a construção de um pavilhão desportivo municipal e da piscina municipal.

A Câmara tem vindo a trabalhar também com a empresa Visabeira, com quem tem uma parceria na sociedade anónima Parque Desportivo de Aveiro, para se começar a investir na área da habitação, comércio e serviços, tendo em vista o desenvolvimento urbano daquela área.

O recém-eleito presidente do Beira-Mar, Nuno Quintaneiro Martins, reconhece que o estádio está sobredimensionado para o município e para realidade do Beira-Mar, mas diz que isso deve ser encarado como uma oportunidade de “voltar a colocar o clube na elite do futebol nacional”.

“Enquanto vários clubes para chegarem aos campeonatos nacionais têm enormes dificuldades, por causa das limitações impostas pelas suas infraestruturas, o Beira-Mar tem uma infraestrutura que está mais do que preparada e quer é precisamente estar nos grandes palcos”, observou.

Projetado pelo arquiteto Tomás Taveira, o Estádio Municipal de Aveiro tem uma lotação para cerca de 32 mil pessoas, sendo o quinto maior estádio português. Foi inaugurado em 15 de novembro de 2003, tendo acolhido dois jogos do Euro2004, ambos da República Checa, com Letónia e Países Baixos.

A sua utilização resume-se à vertente desportiva, com destaque para alguns jogos da seleção nacional e a Supertaça Cândido de Oliveira, que já se realizou em Aveiro 13 vezes desde 2009, tendo sido também a casa emprestada de Académico de Viseu, Tondela e Oliveirense.

Atualmente, é utilizado pelo Beira-Mar, que disputa o Campeonato de Portugal, o quarto escalão do futebol nacional. Além do futebol sénior, o clube aveirense tem aqui a funcionar várias secções do clube, designadamente o judo, jiu jitsu, kickboxing, bilhar, xadrez e o atletismo, pagando à Câmara um valor mensal de 1.500 euros.

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Ucrânia e Médio Oriente dominam cimeira do G7 em Itália

  • Lusa
  • 13 Junho 2024

Cimeira do G7 arranca esta quinta-feira em Itália, com Zelensky, Lula da Silva e Javier Milei na lista de convidados. Vão ser mobilizados para a Ucrânia 50 mil milhões com bens russos congelados.

As guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, a Inteligência Artificial e a situação em África e América Latina fazem parte da agenda da cimeira do G7, que decorre entre quinta-feira e sábado em Itália.

Além dos chefes de Estado e de Governo da Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Japão, o encontro contará com vários convidados, entre os quais o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o brasileiro Lula da Silva e o argentino Javier Milei.

A sessão de abertura nesta quinta-feira será dedicada a África, alterações climáticas e desenvolvimento. Seguir-se-á uma sessão dedicada à situação no Médio Oriente e depois debates sobre a Ucrânia – considerado o tema central da cimeira – antes de um jantar oficial.

Zelensky deverá insistir no pedido de ajuda aos seus aliados ocidentais. O exército ucraniano, com falta de munições e de homens, está a debater-se com dificuldades, nomeadamente devido ao atraso na entrega da ajuda militar ocidental. Na véspera da reunião, a Casa Branca anunciou que o Presidente Joe Biden e o homólogo ucraniano iam assinar um acordo bilateral de segurança à margem do G7.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, anfitriã da cimeira (Itália assume a presidência rotativa do grupo), que decorre em Apúlia, sul de Itália, assumiu que quis proporcionar “uma visão mais ampla e global”, tendo convidado líderes africanos e árabes.

Na sexta-feira, o Papa Francisco aborda a Inteligência Artificial e a paz, antes do encerramento da cimeira, pelas 19:00 locais (menos uma hora em Lisboa). No sábado à tarde, a primeira-ministra italiana dá uma conferência de imprensa.

G7 mobiliza 50 mil milhões com bens russos congelados

Os líderes do G7 chegaram a um acordo para mobilizar 50 mil milhões de dólares à Ucrânia, através da utilização de ativos russos congelados, segundo anunciou a presidência francesa, garantindo que ocorrerá antes do final de 2024.

“Há um acordo. Como sempre no G7, os líderes tomam uma decisão e os técnicos depois fazem o seu trabalho para o concretizar” para garantir que “cumpre a lei”, as “regras das finanças públicas” ou até “às capacidades financeiras uns dos outros”, destacou o Palácio do Eliseu, em comunicado.

Antes, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, tinha garantido que havia unanimidade no G7 para “trabalhar para usar estes ativos congelados para ajudar a reconstrução da Ucrânia”.

A ideia de conceder à Ucrânia até 50 mil milhões de dólares (46,13 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em empréstimos garantidos pelos juros de cerca de 300 mil milhões de dólares (277 mil milhões de euros) em ativos do banco central russo congelados pela União Europeia (UE) e pelos países do G7 não criou consenso entre os países membros do grupo dos sete países mais industrializados do mundo.

“É inicialmente uma iniciativa norte-americana. Este empréstimo destina-se a ser reembolsado com os recursos dos ativos russos congelados”, explicou a presidência francesa. “Mas se por uma razão ou outra os ativos russos forem descongelados ou se os rendimentos dos ativos russos já não produzirem o que é necessário para financiar o empréstimo, então surge a questão da partilha de encargos”, lembrou.

De acordo com o Palácio do Eliseu, foram estabelecidos os “princípios desta distribuição e agora os técnicos devem chegar a acordo sobre o contrato que acabará por ser assinado”. Uma das questões é por exemplo saber quais são as garantias deste empréstimo “que é essencialmente americano, mas que pode ser complementado com dinheiro europeu ou contribuições nacionais”, apontou ainda.

O Presidente Emmanuel Macron deverá chegar a Itália na quinta-feira de manhã para participar na cimeira do G7. Também terá conversações bilaterais na sexta-feira com o papa Francisco e o Presidente argelino Abdelmadjid Tebboune. No sábado viaja para a cimeira na Suíça pela paz na Ucrânia, onde são esperados dezenas de líderes mundiais, mas sem Moscovo ou Pequim.

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CASA ISDIN, o novo espaço experimental de sensibilização para os cuidados da pele, abre no Paseo de Gracia em Barcelona

  • Servimedia
  • 13 Junho 2024

Situada no Paseo de Gracia 27, é um espaço experimental que tem como objetivo sensibilizar para a importância dos cuidados com a pele para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas.

Pretende também mostrar toda a ciência e inovação por detrás dos produtos do laboratório, que se caracterizam pela sua grande variedade de texturas e por oferecerem uma solução personalizada para cada tipo de necessidade. “Os visitantes poderão descobrir toda a ciência que está por detrás da inovação dos nossos produtos e que fez de nós uma marca reconhecida e uma referência mundial em fotoproteção e cuidados da pele”, explica Stephanie Barbier, Diretora de Marketing Corporativo da ISDIN.

A ISDIN HOUSE é um espaço de dois andares e 800m2 dedicado à divulgação no domínio da fotoproteção, da dermocosmética e dos cuidados da pele. Como explica a Dra. Georgina Lagusso, Diretora de Marketing Médico da ISDIN, “A pele é o maior órgão do nosso corpo e é um reflexo do nosso estado físico e emocional. Por conseguinte, uma pele saudável é o primeiro passo para uma boa saúde”.

Como explica Luis Doussinague, Country Manager da Isdin Espanha, “estamos orgulhosos por podermos oferecer a nossa Casa Isdin a todos os nossos amantes de isdin em Espanha, especialmente aos nossos farmacêuticos e dermatologistas”.

“Abrimos a CASA ISDIN na cidade onde nascemos com o objetivo de a tornar um ponto de encontro para todas as pessoas que amam a nossa pele, tanto profissionais, farmacêuticos e dermatologistas, como consumidores e os milhares de turistas que visitam diariamente esta avenida emblemática de Barcelona”, afirma Juan Naya, CEO da ISDIN.

Os visitantes podem interagir com a Science Table, uma mesa digital e educativa que explica, por exemplo, o que é a radiação e como afeta a pele ou como são feitos os produtos ISDIN. A experiência Skin Facts, interativa através de perguntas e respostas, permite também conhecer as rotinas de cuidados com a pele, os tipos de sinais e manchas e dá indicações sobre quando é aconselhável visitar um profissional. O novo espaço permite-lhe experimentar todas as inovações da Isdin, enquanto os ecrãs digitais fornecem informações completas sobre os produtos.

OFICINA DE TEXTURAS

Na Oficina de Textura, o consumidor pode testar e conhecer os produtos disponíveis para cada etapa da sua rotina de cuidados, consoante prefira, por exemplo, espuma, creme, óleo ou gel. Uma equipa especializada da Casa ISDIN estará à disposição dos visitantes para os ajudar e responder a todas as suas dúvidas.

O estabelecimento tem uma chamada Zona Ágora, concebida para acolher eventos com consumidores, farmacêuticos e dermatologistas. Tem também um mural onde todos podem deixar a sua mensagem respondendo à pergunta: “Se a sua pele pudesse falar, o que acha que ela diria?

A ISDIN House dispõe de diferentes tecnologias para sensibilizar para os cuidados a ter com a pele, para que esta tenha um aspeto saudável e bonito. Através de uma câmara ultravioleta, os visitantes podem ver manchas e danos solares na sua pele que não são visíveis a olho nu. Dispõe também da Tecnologia Visia, um sistema de análise facial personalizado que ajuda a analisar a pele em diferentes níveis de profundidade e oferece informações sobre diferentes parâmetros como o nível de hidratação, envelhecimento, rugas, manchas ou textura, o que permite conhecer a idade real da pele.

Para complementar a análise, o piso inferior dispõe de quatro cabinas onde é oferecida aos visitantes a ISDIN Skin Therapy, uma série de tratamentos de cuidados da pele que utilizam as técnicas de vanguarda da facialista Mariona Vilanova. O objetivo é obter resultados visíveis que tenham em conta a singularidade de cada pele, respeitando o seu equilíbrio e as suas necessidades.

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A inclusão social de grupos em situação de vulnerabilidade, em debate em Valência

  • Servimedia
  • 13 Junho 2024

O 3º Congresso ADVANCE/R+S de Empresas Responsáveis e Sustentáveis, em Valência, organizou uma mesa redonda para debater o desafio de integrar o impacto social no coração das empresas.

No contexto de um mundo em que se dá cada vez mais importância à sustentabilidade e à responsabilidade social das empresas, o setor empresarial está a explorar formas de integrar o impacto social no centro do negócio. Sob esta premissa, realizou-se no BioHub de Valência o 3º Congresso ADVANCE/R+S, promovido anualmente pelo Club de Empresas Responsables y Sostenibles de Valencia.

No âmbito do painel de discussão ‘Impacto social ligado ao core business’, as entidades Visualfy, Homeless Entrepreneur, Fundación Colisée ou La Fageda Fundació integraram uma mesa redonda na qual, através da participação de especialistas e experiências práticas, foram abordados os desafios sociais, ambientais e de boa governação que as empresas enfrentam. Desta forma, foram analisados os desafios e as tendências colocados pela mudança de paradigma para um mundo mais respeitador das pessoas e do planeta.

O projeto social catalão La Fageda, que integra pessoas com deficiência e grupos vulneráveis há 42 anos, foi um dos convidados da mesa redonda, representado por Eva Torrents, Diretora de Comunicação e Relações Institucionais do projeto. Torrents, salientando o valor diferenciador da fundação – a integração social através de um trabalho real e digno – sublinhou que “o impacto social do emprego de pessoas de grupos vulneráveis vai para além da melhoria da vida destas pessoas em termos de autonomia e autoestima; traduz-se também em bem-estar para as respetivas famílias e em benefícios diretos para o território, tanto a nível social como económico”.

Torrents especificou também que La Fageda está atualmente imersa no cálculo do valor social integrado através de uma metodologia muito rigorosa que lhe permitirá exprimir em termos monetários o impacto social e económico do projeto, a fim de se manter responsável perante todas as suas partes interessadas.

La Fageda é um projeto social cuja missão é melhorar a qualidade de vida e promover a integração social de pessoas em risco de exclusão social em La Garrotxa (Girona), através de um trabalho real e digno. Para o conseguir, utiliza uma poderosa estrutura empresarial que trabalha para criar valor dentro da organização e para o resto da sociedade. Este projeto sem fins lucrativos foi fundado em 1982 pelo psicólogo Cristóbal Colón e emprega atualmente mais de 600 pessoas.

Desenvolve atividades sociais e empresariais com um objetivo comum: garantir o bem-estar das pessoas. A mais conhecida das suas atividades empresariais é a produção de iogurtes e sobremesas lácteas, na qual é uma referência. Desde fevereiro de 2023, La Fageda está presente na Comunidade Valenciana com os seus iogurtes – elaborados por pessoas de grupos vulneráveis -, que chegaram a estabelecimentos de consumo em Castellón e Valência com o objetivo de sustentar o seu projeto social.

No entanto, a sua presença em Valência não se centra apenas na comercialização de iogurtes. Para além do 3º Congresso ADVANCE/R+S de Empresas Responsáveis e Sustentáveis, La Fageda promove atividades de debate em Valência, como o colóquio organizado em maio no Alcatí Business Club, que debateu a forma como as empresas podem incorporar o valor social e o compromisso com as pessoas, partilhando os principais marcos do projeto social com empresas dos setores do grande consumo, restauração, hotelaria e coletividades.

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Das mais-valias ao prémio fiscal para cotar em bolsa. O que muda no mercado de capitais?

Pacote de medidas fiscais para dinamizar o mercado de capitais inclui isenção de tributação de parte dos ganhos com investimentos de longo prazo, um prémio fiscal para PME e novos regimes.

O pacote de medidas fiscais para a dinamização do mercado de capitais, aprovado esta quarta-feira com os votos favoráveis do PSD, CDS-PP, PS e Iniciativa Liberal, traz várias alterações para os investidores e para as empresas.

A proposta de lei do Governo liderado por Luís Montenegro, que já tinha sido iniciada pelo anterior Executivo do Partido Socialista, inclui benefícios fiscais e reduções de IRS na tributação de mais-valias para investimentos superiores a dois anos.

Investimentos de longo prazo com redução de IRS

A tributação de mais-valias mobiliárias é atualmente de 28%. Contudo, quem mantiver valores mobiliários admitidos à negociação ou partes de organismos de investimento coletivo abertos, sob a forma contratual ou societária, por um período alargado terá direito a uma redução de IRS, que pode chegar a 30%. Assim, quem mantiver estes investimentos por um período superior a dois anos e inferior a cinco anos, beneficia de uma exclusão da tributação de 10% do rendimento.

Nos casos em que os ativos são detidos por um prazo superior a cinco anos e inferior a 8 anos, 20% do rendimento fica excluído da tributação. Para ativos com um período igual ou superior a oito anos, essa exclusão da tributação sobe para 30%.

Com estas medidas, o Executivo criar “incentivos à detenção de médio e longo prazo de instrumentos financeiros admitidos ou selecionados para negociação em mercados regulamentados e outros sistemas organizados de negociação, bem como de unidades de participação e ações em organismos de investimento coletivo, permitindo diversificar e dinamizar o acesso ao mercado de capitais, canalizando o investimento para o longo prazo e diversificando as fontes de financiamento das empresas”.

PEPP com benefícios dos PPR

O Produto Individual de Reforma Pan- Europeu (PEPP), o chamado PPR Europeu, vai passar a ter o mesmo regime fiscal dos planos de poupança reforma (PPR). Este produto de poupança para a reforma beneficia de uma tributação mais favorável que os restantes rendimentos de capital. O imposto sobre mais-valias parte de uma taxa de 21,5%, para aplicações inferiores a cinco anos. Nas aplicações que se mantêm entre cinco e oito anos, a taxa aplicável sobre os ganhos é de 17,2%, e acima de oito anos, o imposto no momento do resgate fixa-se em 8,6%.

“O estímulo à poupança é reforçado com a criação de um regime fiscal aplicável ao Produto Individual de Reforma Pan-Europeu (PEPP), seguindo a Recomendação da Comissão Europeia, de 29 de junho de 2017, sobre o tratamento fiscal dos produtos individuais de reforma, nomeadamente do PEPP, numa lógica de neutralidade com outros produtos semelhantes, como é o caso dos produtos de poupança-reforma”, justifica a proposta de lei do Governo.

De acordo com o documento, “o regime previsto nos números anteriores é igualmente aplicável aos produtos individuais de reforma pan-europeus, que se constituam e operem nos termos da legislação nacional ou que, não estando estabelecidos em território português, sejam domiciliados noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu”.

Além das diferenças de tributação, os PEPP poderão ainda usufruir das deduções fiscais, à imagem do que acontece com os PPR. O atual regime permite aos investidores abater até 20% das entregas no IRS, até um valor máximo de dedução que varia entre 300 e 400 euros, em função da idade do investidor. Contudo, esta dedução concorre com outras despesas, o que pode tornar o valor de abate pouco significativo, dependendo da situação de cada família e dos encargos com outros items, como educação, saúde, ou habitação.

PME que dispersem em bolsa ganham prémio fiscal

As micro e pequenas e médias empresas que decidam dispersar pela primeira vez, pelo menos, 20% do seu capital em bolsa vão ter uma ajuda do Governo. O pacote de medidas para o mercado de capitais prevê que os gastos suportados pelas PME “na primeira admissão à negociação em mercado regulamentado dos valores mobiliários representativos do seu
capital social, bem como os relativos à oferta de valores mobiliários ao público realizada no mesmo período de tributação ou no período de tributação anterior a essa admissão à negociação, da qual resulte uma dispersão mínima de 20% do seu capital social, são majorados em valor correspondente a 100% do respetivo montante, para efeitos da determinação do lucro tributável.”

Consideram-se gastos dedutíveis as despesas associadas a taxas, comissões e outros encargos diretamente relacionados com a admissão à negociação, incluindo os correspondentes a atos preparatórios necessários à mesma, bem como os gastos de intermediação, diretamente
relacionados com a primeira admissão à negociação em mercado regulamentado dos valores mobiliários representativos do seu capital social.

Caso a empresa não avance com a dispersão em bolsa dentro do prazo estabelecido, as empresas terão que devolver o valor do apoio, majorado em 5%.

No caso de uma segunda admissão em mercado regulado, as empresas também têm direito a apoio, não existindo, neste caso, uma dispersão de capital social mínima, “sendo os
gastos e perdas elegíveis majorados em valor correspondente a 50% do respetivo montante, para efeitos da determinação do lucro tributável, nos termos definidos no presente artigo.”

OIC que promovam arrendamento acessível ganham regime fiscal especial

A proposta de lei do Governo para o mercado de capitais, aprovada esta quarta-feira no Parlamento, criou um “regime fiscal especial aplicável aos organismos de investimento coletivo (OIC) imobiliários que invistam na habitação enquadrada no Programa de Arrendamento Acessível, como forma de alargar os incentivos à oferta de habitação para arrendamento a preços reduzidos e, nesta medida, reforçar a resposta às necessidades habitacionais das famílias”, refere o diploma.

O documento prevê que os OIC cujos respetivos documentos constitutivos prevejam que o seu ativo deva ser constituído em 5% ou mais, por direitos de propriedade ou outros direitos de conteúdo equivalente sobre imóveis destinados ao arrendamento ou subarrendamento habitacional ao abrigo de contratos que promovam o arrendamento ou subarrendamento habitacional a preços acessíveis terão direito à exclusão de imposto de uma percentagem dos rendimentos, que varia entre 2,5% e 10%, nos casos em que mais de 25% dos contratos se destinam ao arrendamento acessível.

Aos organismos de investimento coletivo que se enquadrem no último escalão da tabela é aplicável uma “redução em 25% da taxa prevista na verba 29.2 da Tabela Geral do Imposto do Selo“.

 

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Metalomecânica Inovocorte alarga e “pinta” fábrica em Paredes

Nos últimos dois anos, empresa de componentes metalomecânicos liderada por José Machado calcula ter investido 15,2 milhões de euros em tecnologia de ponta e na construção da nova unidade industrial.

A Inovocorte, empresa portuguesa de componentes metalomecânicos que pertence ao Synere Group, tem em marcha um plano de investimento de 19 milhões de euros divididos em três fases. O negócio liderado por José Machado está a executar a última fase do investimento no valor de 6,4 milhões de euros, que servirá para aumentar as instalações, criar uma nova linha de pintura robotizada e investir em recursos tecnológicos e qualificação dos recursos humanos. Com sede em Paredes (distrito do Porto), emprega 125 pessoas, fatura cerca de 10 milhões de euros e prevê exportar 75% da produção até 2030.

“Já temos a primeira e a segunda fase do investimento concluída, e a terceira está em curso. Desde 2022 já foram investidos 15,2 milhões de euros e o restante ocorrerá até final de 2025. Estamos a aumentar a capacidade produtiva e a transformar a tipologia de negócio”, detalha ao ECO/Local Online o diretor geral do Synere Group, Pedro Costa.

Já temos a primeira e a segunda fase do investimento concluída, e a terceira em curso. Desde 2022 já foram investidos 15,2 milhões de euros e o restante ocorrerá até final de 2025.

Pedro Costa

Diretor geral do Synere Group

A primeira fase do investimento, no valor de 9 milhões de euros, foi fechada em 2022 e direcionada à automação e aumento da capacidade em operações primárias. Deste montante, 6,5 milhões foram alocados à construção de uma nova unidade industrial da Inovocorte e 2,5 milhões de euros foram investidos em automação Industrial, mais concretamente num centro laser tubo 3D e num centro laser chapa.

No final do ano passado, a empresa pertencente a José Machado executou um investimento de 3,6 milhões de euros que serviu para aumentar a capacidade produtiva, nomeadamente no desenvolvimento de peças mecanosoldadadas de alta precisão. Pedro Costa detalha ao ECO/Local Online que 60% do investimento nesta fase foi direcionado a processos de robotização em soldadura e acabamentos (cerca de 2,2 milhões) e 40% para o aumento de capacidade do centro de maquinação (CNC), no valor aproximado de 1,4 milhões.

A terceira e última fase do investimento (6,4 milhões de euros) está em curso e servirá para aumentar as instalações, criar uma nova linha de pintura robotizada e investir em recursos tecnológicos e qualificação de capital humano. O diretor geral do Synere Group adianta que “dos 6,4 milhões de investimento previstos nesta fase, 3,8 milhões estão em fase concretização”. Esta última fase estará concluída no final de 2025.

“O que nos propomos fazer é uma linha de montagem totalmente automatizada desde a soldadura à pintura. Entra uma peça em bruto e sai no final da linha uma peça lacada, seca e pronta a entregar ao cliente sem intervenção humana”, detalha Pedro Costa. A Inovocorte trabalha apenas em regime de subcontratação, em marca própria. “Em conjunto com o cliente, desenvolvemos o produto dele e industrializamo-lo, desde a transformação da chapa até à assemblagem mecânica e elétrica”, explica o gestor.

Pedro Costa, diretor-geral do Synere Group

Foi há menos de dois anos que a Inovocorte apostou na internacionalização e está atualmente presente em sete países europeus: Espanha, França, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Suécia e Finlândia. O diretor geral assegura que o objetivo é chegar a 2030 a exportar 75% da produção, contra os atuais 12%.

Estamos muito focados no mercado interno, mas o plano passa por estarmos mais concentrados no mercado externo com uma base europeia, não desalavancando o mercado interno”, enfatiza Pedro Costa. No final da década, acrescenta, o grupo espera alcançar um volume de negócios entre 40 a 50 milhões de euros.

José Machado, chairman do Synere GroupInovocorte

A génese da empresa remonta a 1974 com a designação de Serralharia Abreu Machado (SAM). Foi fundada por Salvador Abreu Machado, avô do atual acionista do grupo, após um regresso forçado de Angola, onde tinha um cargo de relevo na Serralharia Artística do Exército português. A empresa arrancou com a produção de componentes metálicos para a indústria do mobiliário, no cluster de Paços de Ferreira e Paredes, onde atuou durante várias décadas.

Em 2010, José Machado funda a Inovocorte, empresa que em 2017 integra a SAM com um processo de aquisição na família, tornando-se José Machado o acionista único. Assume então a designação de Synere Group, criando as participadas Inovocorte e Muvv Forward, que desenvolve sistemas de bastidores e corrediças direcionadas à indústria de mobiliário doméstico. O grupo emprega 150 pessoas e fatura 11 milhões de euros.

 

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Finanças recusam atrasos nos reembolsos do IRS, mas “é natural que o prazo vá alargando”

“É natural que à medida que a campanha de entrega de IRS vai decorrendo, o prazo de reembolso vá alargando", justifica ao ECO fonte oficial do Ministério das Finanças.

O Fisco apontou para um prazo de 15 a 17 dias para proceder aos reembolsos do IRS relativos a 2023, mas esta meta tem vindo a aumentar e está já em 22 dias. No entanto, as Finanças recusam falar de atrasos ou de um aumento dos prazos — e justificam essa posição com o desempenho de anos anteriores.

“Os prazos médios de reembolso de IRS estão em linha com aquilo que tem ocorrido nos últimos anos, não se verificando nenhum aumento do prazo e estando este até ligeiramente abaixo do registado em anos anteriores”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério quando questionada sobre o dilatar dos prazos noticiados na quarta-feira pelo Público.

No dia 11 de junho deste ano, o prazo médio de reembolso de IRS era de 22 dias, quando a 9 de junho de 2023 estava nos 22,9 dias”, exemplificou a mesma fonte. “No IRS automático, a diferença é ainda mais evidente. A 9 de junho de 2023, o prazo de reembolso era de 16,5 dias, sendo agora de 13,2 dias”, acrescentou.

Mas, a verdade é que desde o arranque da entrega das declarações do imposto, a 1 de abril, o prazo médio de pagamento tem vindo a aumentar. Nos balanços iniciais feitos pelas próprias Finanças, a média estava nos 15 dias e agora está nos 22.

O Ministério liderado por Joaquim Miranda Sarmento considera que o dilatar do prazo é “natural”. “É natural que à medida que a campanha de entrega de IRS vai decorrendo, o prazo de reembolso vá alargando, estando o mesmo relacionado com o processamento das declarações mais complexas, situação que é de resto habitual todos anos”, justificou fonte oficial.

No mais recente balanço enviado ao Público, os dados referentes à manhã de sexta-feira da semana passada revelavam que o Fisco recebera 4,9 milhões de declarações de IRS relativas a 2023, tendo sido pagos 2.074.776 reembolsos, num valor de 2.002,7 milhões de euros. A média de cada reembolso é de 965 euros. Esta quarta-feira já tinha sido ultrapassa a fasquia das cinco milhões de declarações entregues pelos contribuintes.

O período de submissão das declarações começou a 1 de abril e termina a 30 de junho, sendo que as liquidações têm de estar concluídas até 31 de julho e os reembolsos pagos até 31 de agosto. Na campanha do ano passado foram liquidadas quase seis milhões de declarações e, destas, 1,8 milhões foram apresentadas através da funcionalidade do IRS Automático, em que o Fisco já apresenta uma declaração preenchida.

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Chamadas 760, passivo e canais concorrentes. Conheça os riscos da emissão de obrigações da SIC

A SIC anunciou uma nova emissão de dívida sustentável no valor de 30 milhões de euros. O canal de televisão da Impresa paga uma taxa bruta de 5,95%. Saiba quais são os riscos da oferta.

A SIC lançou uma oferta pública de subscrição (OPS) de obrigações sustentáveis a quatro anos, com uma taxa de cupão bruta de 5,95%. A emissão destina-se a novos investidores e a quem comprou títulos emitidos em 2021, com uma taxa de 3,95%, e os deseje trocar na operação que decorre entre os dias 16 e 28 de junho.

Antes de emprestar dinheiro a uma empresa convém conhecer os riscos de mercado, mas também do lado do emitente. Uma contração da economia, com impacto na geração de receitas associadas à utilização da linha 760, quebras de publicidade ou o surgimento de canais concorrentes, assim como riscos de liquidez de curto prazo devido ao elevado passivo são alguns dos riscos enumerados pela SIC no prospeto da OPS de obrigações.

A evolução da economia é um dos fatores que pode ter impacto nas receitas de publicidade e na participação em passatempos e programas televisivos, afetando a capacidade de geração de receitas da SIC. “O aumento da taxa de desemprego e correspondente redução do rendimento das famílias poderá resultar numa redução da procura de assinaturas de canais de televisão e de serviços conexos, bem como numa quebra nas participações nos concursos televisivos e iniciativas com participação telefónica geradoras de receitas“, aponta a empresa, no prospeto da emissão, no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O ambiente económico e a incerteza quanto à evolução do mesmo colocam desafios ao Emitente e Oferente, na medida em que podem afetar os seus negócios, perspetivas, situação financeira e resultados operacionais, podendo ainda afetar adversamente o valor e a liquidez das Obrigações SIC 2024-2028 e a capacidade do Emitente e Oferente cumprir as suas obrigações relativamente às Obrigações SIC 2024-2028 e, em termos gerais, as suas obrigações pecuniárias.

Prospeto da OPS de obrigações da SIC

A SIC refere que “o recurso à gama de numeração “760”, no âmbito de concursos e passatempos televisivos, tem um impacto significativo nos resultados do Emitente e Oferente, já que corresponde à terceira maior fonte de receitas”. O canal de televisão recorda que a participação dos telespectadores através destas chamadas, com um custo fixo, gerou receitas de 10,7 milhões de euros, em 2023, menos 27,3% que no ano anterior. “As receitas associadas à gama de numeração “760” são voláteis, pelo que não é possível ao Emitente e Oferente garantir a respetiva manutenção em 2024 e nos exercícios subsequentes”, avisa.

Quanto às receitas de publicidade, estas representaram mais de dois terços (68%) dos proveitos operacionais consolidados da SIC, ascendendo a 106.840.771 euros, ligeiramente abaixo dos 107.792.609 euros gerados em 2022. O canal de televisão destaca que a faturação em publicidade depende da liderança de audiências, da capacidade para produzir e/ou adquirir direitos de difusão de conteúdos do interesse generalizado do grande público e atrair espetadores, bem como da disponibilidade das empresas que procuram o Emitente e Oferente para, através dos Canais SIC, realizar atividades publicitárias das suas marcas, produtos e serviços e continuar a efetuar investimentos publicitários utilizando para o efeito Canais SIC. E este ano a SIC perdeu a liderança para a TVI, já pelo quarto mês consecutivo, desde fevereiro deste ano.

“O ambiente económico e a incerteza quanto à evolução do mesmo colocam desafios ao Emitente e Oferente, na medida em que podem afetar os seus negócios, perspetivas, situação financeira e resultados operacionais, podendo ainda afetar adversamente o valor e a liquidez das Obrigações SIC 2024-2028 e a capacidade do Emitente e Oferente cumprir as suas obrigações relativamente às Obrigações SIC 2024-2028 e, em termos gerais, as suas obrigações pecuniárias”, alerta o prospeto.

Uma vez que a liderança de audiências – a SIC liderou as audiências durante 60 meses consecutivos – é um fator que “tem uma relevância muito significativa no negócio, nomeadamente como fator gerador de receitas decorrentes de publicidade”, “o sucesso do seu negócio está, por conseguinte, muito dependente da sua posição face aos seus concorrentes diretos no mercado televisivo, bem como da eventual entrada de novos concorrentes no mercado audiovisual nacional, independentemente dos meios e das plataformas de distribuição utilizadas, ou da natureza dos serviços em causa”.

A SIC detalha ainda riscos relativos a instalações e infraestruturas e o risco de interrupção de emissão dos canais de televisão SIC, uma vez que é fundamental assegurar a transmissão e “continuidade da emissão de canais SIC é essencial para o normal desenvolvimento das atividades e do negócio“.

Passivo elevado pode causar problemas de liquidez

Outro dos fatores que poderá originar problemas na atividade da empresa e, eventualmente, no reembolso futuro do dinheiro das obrigações está relacionado com o elevado passivo detido pela dona da SIC, a Impresa. “Por referência a 31 de dezembro de 2023, o ativo corrente correspondia a €53.110.244, enquanto o passivo corrente ascendia a €128.175.873. Em 31 de dezembro de 2023, o passivo corrente consolidado do Acionista Único é superior ao ativo corrente consolidado em €75.065.629″, aponta o prospeto. “Acresce referir que parte significativa do passivo corrente respeita a contas correntes caucionadas e descobertos bancários (16,5% em 2023), automaticamente renováveis, não obstante poderem ser canceladas ou denunciadas pelos bancos“.

Há outro risco relevante identificado no prospeto da operação: A Impresa tem um empréstimo contraído em 2005 junto do BPI da ordem dos 21 milhões de euros, primeiro através de uma sociedade que, em 2015, foi integrada na Impresa. “Para
garantir o integral cumprimento pelo Acionista Único das obrigações emergentes deste empréstimo, o Acionista Único subscreveu uma livrança em branco e foi adicionalmente constituído penhor sobre as ações representativas de 100% do capital social da SIC”. Acresce que a família Balsemão deve manter o controlo da SIC através da holding pessoal, Impreger, nunca “abaixo de 50,01% do seu capital social”.

A existência de um passivo corrente superior ao ativo corrente tem consequências adversas no que respeita à liquidez financeira do Acionista Único, na medida em que qualquer destas entidades poderá não dispor da liquidez necessária para fazer face aos seus compromissos de curto prazo.

Prospeto da OPS de obrigações da SIC

A empresa justifica esta situação financeira com o ciclo financeiro de exploração das empresas do setor de media, em virtude de o prazo médio dos recebimentos ser substancialmente inferior ao prazo médio dos pagamentos. No entanto, admite que “a existência de um passivo corrente superior ao ativo corrente tem consequências adversas no que respeita à liquidez financeira do Acionista Único, na medida em que qualquer destas entidades poderá não dispor da liquidez necessária para fazer face aos seus compromissos de curto prazo”.

Ainda no que diz respeito à atividade da empresa, a SIC nota que, segundo o Observatório Europeu do Audiovisual, a expectativa é que a tendência de expansão dos serviços video on demand (VOD) em termos de adesão por parte dos consumidores europeus e de crescimento em termos assinantes e receitas se mantenha durante o ano de 2024, o que coloca desafios à televisão tradicional. Para responder a estas tendências, a SIC lançou “no mercado a Opto, uma plataforma de streaming pioneira na venda de subscrições de conteúdos audiovisuais exclusivos cujo sucesso depende da diversidade e atratividade dos conteúdos a divulgar”.

Risco de taxas de juro e mercado

Outro dos riscos apontados pela SIC tem que ver com o agravamento das taxas de juro, o que poderá forçar a empresa ou o seu acionista, a Impresa, “a contratar financiamentos e/ou refinanciamentos com condições menos favoráveis do que os atuais, o que, por sua vez, pode ter um impacto negativo nos resultados”.

“Caso as taxas de juro de mercado tivessem sido superiores ou inferiores em 1% durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2023, o resultado líquido daqueles exercícios teria diminuído ou aumentado em aproximadamente €453.000, não considerando o respetivo efeito fiscal”, quantifica.

A existência de processos judiciais contra o canal de televisão também pode penalizar as contas do grupo de media. “O desfecho adverso deste ou de qualquer outro processo judicial, arbitral ou administrativo, em curso no presente ou que venha a ser iniciado no futuro, poderá afetar negativamente a sua reputação e ter um impacto adverso nos negócios“, reconhece.

Sendo a Impresa uma empresa cotada em bolsa, uma eventual mudança de controlo acionista “poderá ter impacto na estratégia societária, nos principais mercados onde atua, e nas suas operações, negócios e recursos, podendo ter um efeito adverso nos negócios”.

A SIC destaca ainda riscos decorrentes da inter-relação entre a performance económica e financeira do Emitente e Oferente e do Acionista Único (Impresa). “O Emitente e Oferente integra-se no Grupo Impresa e estabelece relações com várias empresas compreendidas no Grupo Impresa. Fruto dessa integração, e da consequente relação de grupo ou de domínio estabelecida entre o Emitente e Oferente e outras sociedades com a Impresa, o Emitente e Oferente concedeu dois financiamentos ao Acionista Único que, por referência a 31 de dezembro de 2023, ascendem a €55.000.000 e €30.000.000, que vencem em 31 de maio e 31 de dezembro de 2029, respetivamente”, aponta a empresa. O total dos dois financiamentos ascende a 85 milhões de euros, o equivalente a cerca de 4 vezes o valor dos capitais próprios da SIC.

O período de subscrição das obrigações da SIC arranca na próxima segunda-feira e decorre nas duas semanas seguintes.

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As inovações terapêuticas em hematologia serão as principais novidades na EHA 2024

  • Servimedia
  • 13 Junho 2024

A partir de quinta-feira, Madrid é o epicentro da investigação hematológica com a celebração do Congresso Anual da EHA 2024, um evento anual que espera reunir mais mais de 12.000 especialistas.

Uma reunião importante não só para os profissionais de hematologia, mas também para os doentes, segundo os seus promotores.

As doenças malignas hematológicas afetam milhões de pessoas em todo o mundo e muitas delas não dispõem de opções terapêuticas eficazes ou não chegam a tempo, afetando negativamente a qualidade de vida das pessoas que delas sofrem e do seu ambiente. Neste contexto, os avanços médicos e o acesso rápido aos mesmos são importantes para responder às necessidades não satisfeitas das pessoas que vivem com estas patologias.

RESULTADOS IMPORTANTES

Por exemplo, a empresa de oncologia BeiGene utilizará a EHA para partilhar novos dados “sobre a nossa carteira e os medicamentos em desenvolvimento para tratar vários cancros do sangue. Foi aceite um total de 28 resumos, incluindo quatro apresentações orais. Estas atualizações na EHA24 sublinham o nosso empenho contínuo em responder às necessidades dos doentes”, afirma Cristina Bas, diretora médica da BeiGene para Espanha e Portugal.

“Especificamente, apresentaremos dados atualizados de estudos com diferentes fármacos, desde a descoberta até ao desenvolvimento interno, em patologias como a leucemia linfocítica crónica (LLC) e o linfoma linfocítico pequeno (SLCL), a macroglobulinemia de Waldenstrom, o linfoma de células do manto, o linfoma folicular, o linfoma da zona marginal, o mieloma múltiplo e a leucemia mieloide aguda”, acrescenta.

Até à data, a empresa proporcionou uma resposta rápida e eficaz a doentes espanhóis com macroglobulinemia de Waldenström, leucemia linfocítica crónica e linfoma da zona marginal com zanubritinib, e espera poder fazê-lo em breve a mais doentes com outros tipos de tumores malignos de células B.

O tratamento da leucemia mieloide crónica em doentes recém-diagnosticados também será alvo de novos avanços por parte da Novartis com asciminib. O mecanismo de ação desta terapêutica é a primeira novidade terapêutica desde a chegada dos inibidores da tirosina quinase há mais de 20 anos, oferecendo vantagens significativas e um equilíbrio entre eficácia e tolerabilidade superior no tratamento a longo prazo desta doença crónica.

Neste sentido, Lupe Martínez, Diretora Médica da Novartis, explica que “há 20 anos mudámos radicalmente o prognóstico da leucemia mieloide crónica e queremos continuar a transformar o tratamento da doença, oferecendo novas alternativas que não só melhoram a eficácia, mas também a qualidade de vida”.

A empresa não só quis dar mais um passo em frente com o asciminib, como também vai apresentar novos dados sobre o iptacopan, a primeira monoterapia oral para doentes com hemoglobinúria paroxística noturna que têm anemia hemolítica, que demonstra melhorias significativas nos níveis de hemoglobina, reduzindo a necessidade de transfusões de sangue.

A Janssen, da Johnson & Johnson, irá revelar os dados mais recentes sobre o mieloma múltiplo recentemente diagnosticado em candidatos a transplante. De acordo com os resultados partilhados no último congresso internacional de oncologia, o seu estudo de fase 3 mostra respostas mais profundas e negatividade sustentada da doença residual mínima (DRM). “A negatividade da DRM é uma medida importante para prever a sobrevivência livre de progressão a longo prazo em doentes com mieloma múltiplo”, afirmou a Dra. Paula Rodriguez-Otero, do Departamento de Hematologia do Centro Oncológico Clínica Universidad de Navarra.

O Dr. Edmond Chan, especialista cirúrgico para a Europa, Médio Oriente e África na área terapêutica de Hematologia da Johnson & Johnson Innovative Medicine, afirmou: “A nossa ambição é eliminar o cancro, oferecendo opções inovadoras como o daratumumab, que produzem respostas profundas e duradouras a partir do tratamento de primeira linha, para alcançar o maior impacto possível. “Nunca somos complacentes e continuamos concentrados no avanço dos regimes baseados em daratumumab para transformar as experiências dos atuais e futuros doentes com mieloma múltiplo”, acrescenta.

A Takeda e a Pfizer pretendem apresentar os resultados de quatro anos do ensaio positivo HD21 de fase 3 que avalia o brentuximab vedotin em combinação com quimioterapia no linfoma de Hodgkin de primeira linha. A análise demonstrou uma sobrevivência livre de progressão superior e uma melhor tolerabilidade para os doentes em comparação com o tratamento de referência utilizado na Europa.

Estamos entusiasmados com o impacto que estes resultados poderão ter em doentes com linfoma de Hodgkin recentemente diagnosticado, o que lhes poderá proporcionar um regime adicional de combinação baseado em brentuximab vedotina que pode reduzir significativamente os efeitos secundários sem comprometer a eficácia”, afirmou Awny Farajallah, diretor médico de oncologia global da Takeda.

DESAFIOS NA HEMATOLOGIA

A importância destas reuniões reside na comunicação de novos avanços e na análise do presente e do futuro das doenças hematológicas, bem como na identificação de oportunidades e na superação das principais barreiras para que as inovações cheguem aos doentes.

As empresas farmacêuticas dedicam um grande esforço a planear os seus campos de ação. Nas palavras de Lupe Martínez, “a oncohematologia avançou a um ritmo vertiginoso nos últimos anos, com o advento de abordagens terapêuticas cada vez mais específicas e personalizadas e de plataformas tecnológicas mais avançadas, como as terapias celulares, que conseguiram cronificar doenças que antes não tinham opções. Alguns dos desafios que enfrentamos são continuar a impulsionar o desenvolvimento de novos tratamentos e otimizar os existentes para melhorar não só a sobrevivência mas também a qualidade de vida, bem como garantir que todos estes avanços chegam aos doentes e são introduzidos de forma sustentável e equitativa nos nossos sistemas de saúde”.

Em termos de desafios, Cristina Bas salienta a importância de “colmatar a lacuna no acesso a terapias inovadoras, porque estamos convencidos de que os medicamentos podem chegar mais rapidamente aos doentes com cancro”. Neste sentido, a empresa refere que é importante que os doentes com cancro hematológico tenham um tratamento para a sua doença quando precisam, pois “não vale a pena avançar em I&D e desenvolver tratamentos de ponta se estes não chegarem a todos os doentes que os devem receber. Na BeiGene, trabalhamos para que a nossa investigação não tenha fronteiras e esteja acessível onde e quando for necessária”, salienta.

ESPANHA NO FIM DA LISTA

Ainda ontem foi publicado o relatório WAIT 2023, elaborado pela IQVIA para a Efpia, a Federação Europeia da Indústria Farmacêutica, que indica que estuda o comportamento em diferentes países do acesso a medicamentos inovadores e aponta que 62% dos novos medicamentos autorizados na Europa estão disponíveis em Espanha, mas há 22 meses de atraso, o que significa que o acesso a novos medicamentos continua a ser um desafio para o nosso país, uma vez que, apesar desta melhoria, ainda está atrás destes países.

De facto, de acordo com o Diretor Geral da Farmaindustria, Juan Yermo, “aumentar o número de medicamentos disponíveis e reduzir os atrasos na sua incorporação no Sistema Nacional de Saúde é um dos principais pilares do Plano Estratégico para a Indústria Farmacêutica que estamos a finalizar em conjunto com o Governo”.

Por seu lado, o IDIS, Instituto para o Desenvolvimento e Integração da Saúde, salientou que a Espanha é líder mundial em ensaios “graças aos esforços dos profissionais de saúde públicos e privados”, referindo que, no entanto, “os doentes demoram a aceder a medicamentos inovadores e encontram obstáculos no seu financiamento em comparação com outros países do nosso meio”.

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