Conteúdos digitais pagos do DN estavam no ‘roadmap’ da administração

  • Lusa
  • 30 Julho 2024

"A estratégia do DN passa pela construção de uma relação sustentada com os leitores e isso dificilmente se faz no modelo aberto e de consumo anónimo", diz o diretor interino.

O Diário de Notícias (DN) voltou a ter conteúdos digitais pagos a partir desta terça-feira, uma decisão que “estava no ‘roadmap'” da administração da Global Media que tomou posse em fevereiro, disse à Lusa o diretor interino.

Em 27 de julho, num artigo no seu ‘site’, o DN anunciou que a partir de hoje os conteúdos exclusivos da marca passariam a ser fechados, ou seja, de acesso limitado, exceto para assinantes.

Questionado por escrito pela Lusa sobre quando foi tomada esta decisão, Bruno Contreiras Mateus disse que “a decisão estava no ‘roadmap’ desta administração que tomou posse em fevereiro”.

A Global Media Group (GMG) tem como presidente executivo Vítor Coutinho.

Sobre a razão pela qual avançaram agora com a medida, o diretor interino explicou: “Porque foram concluídos os testes técnicos que se seguiram à seleção e implementação da plataforma contratada”.

Já sobre se os conteúdos vão ser todos fechados ou haverá alguns em aberto, Bruno Contreiras Mateus referiu que, “por princípio, os artigos exclusivos serão fechados”. No entanto, “essa é uma escolha dinâmica que ocorre na lógica de atividade diária da redação”.

De acordo com a informação disponibilizada em https://www.dn.pt/assinaturas/, o acesso total a todos os conteúdos do dn.pt durante um mês terá o valor de 5,99 euros. Esta assinatura garante acesso ilimitado a todos os conteúdos do site, bem como a leitura prévia do jornal e suplementos na noite anterior,

Já o acesso ‘premium’, que permite aceder aos conteúdos digitais do jornal durante um ano (12 meses), será de 59,99 euros, sendo esta uma oferta especial por tempo limitado (conforme o que consta no ‘site’). Esta assinatura tem todas as vantagens do acesso Total e Total ++, que inclui a redução de publicidade, oferta de primeira página com data de escolha e visitas à redação.

Já o acesso Total ++, cuja a assinatura é de 24 meses, tem um custo de 99,99 euros, permite aceder de forma ilimitada a conteúdos exclusivos, (‘e-paper’ do jornal diário e suplementos) e a oferta de 10 artigos exclusivos por mês para partilhar e convites para eventos.

Questionado sobre se não se corre o risco de perder leitores ao fechar os conteúdos, em pleno verão, o diretor interino considerou que “esse princípio aplicar-se-ia à generalidade dos títulos de imprensa, visto que quase todos têm ‘paywalls'” (restrição na qual os visitantes de um ‘site’ que desejam aceder ao seu conteúdo têm de pagar por isso).

Contudo, “a estratégia do DN passa pela construção de uma relação sustentada com os leitores e isso dificilmente se faz no modelo aberto e de consumo anónimo”, referiu.

Instado a confirmar que há jornalistas do DN que foram surpreendidos com o anúncio desta decisão, o diretor interino adiantou que “esta estratégia foi anunciada pela administração à redação há vários meses”.

Aliás, “mais recentemente, na última reunião de Conselho de Redação [CR], o diretor interino informou que se iriam iniciar os testes com a plataforma e essa informação foi partilhada em comunicado a toda a redação” e, “há poucos dias, foi a vez de comunicar aos leitores“.

“Cumprimos desta forma o processo de informação”, rematou. De acordo com fontes contactadas pela Lusa, há jornalistas do DN que foram “apanhados de surpresa”.

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Clima económico cai em julho com menor confiança na indústria e construção

  • Joana Abrantes Gomes
  • 30 Julho 2024

Em sentido inverso, o indicador de confiança dos consumidores aumentou em julho, superando pela primeira vez o valor registado em fevereiro de 2022, antes da invasão russa da Ucrânia.

Depois de registar um aumento em maio, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, manteve em julho a tendência de queda já observada no mês anterior. Os indicadores de confiança na indústria transformadora e na construção agravaram-se, mas melhoraram nos serviços, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Evolução do indicador de clima económico

Fonte: INE

De acordo com os resultados dos “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores” de julho, a confiança na indústria transformadora baixou em julho, após ter aumentado em maio e junho, traduzindo o contributo negativo das opiniões sobre a evolução da procura global e das apreciações relativas aos stocks de produtos acabados, enquanto as perspetivas de produção contribuíram positivamente.

Verificou-se uma tendência idêntica no indicador de confiança da construção e obras públicas, que diminuiu em julho, depois do aumento registado no segundo trimestre do ano. No período em análise, observou-se um contributo negativo das apreciações sobre a carteira de encomendas e das perspetivas de emprego.

No setor do comércio, o gabinete estatístico dá conta de um aumento do respetivo indicador de confiança em julho, após ter diminuído no mês anterior, traduzindo o contributo positivo das opiniões sobre o volume de vendas e das apreciações sobre o volume de stocks. As perspetivas de atividade da empresa, por sua vez, contribuíram negativamente.

A confiança cresceu no comércio por grosso e diminuiu “tenuamente” no comércio a retalho, ainda segundo o INE.

Quanto aos serviços, viram o indicador de confiança aumentar no mês em análise, depois de ter diminuído nos últimos três meses, uma evolução que resulta do contributo positivo de todas as componentes: perspetivas relativas à evolução da procura, apreciações sobre a atividade da empresa, e opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, “mais expressivo no primeiro caso”.

Já o indicador de confiança dos consumidores continuou a trajetória de crescimento em julho, tendo superado “pela primeira vez” o valor registado em fevereiro de 2022, indica também o INE, que atribui esta evolução ao “contributo positivo de todas as componentes”, designadamente nas perspetivas de evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias, da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar, assim como das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar.

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Economia portuguesa teve o quarto pior registo da zona euro no 2º trimestre. Alemanha contrai-se

PIB da zona euro aumentou 0,3% na zona euro entre abril e junho face aos três meses anteriores, uma taxa idêntica à do arranque do ano. Portugal tem das taxas mais baixas.

A economia da zona euro cresceu 0,3% no segundo trimestre deste ano, face ao trimestre anterior, com a Alemanha contrair-se em 0,1% e Portugal a ter o quarto pior registo trimestral (0,1%), de acordo com a estimativa rápida publicada esta terça-feira pelo Eurostat.

Os dados do organismo de estatística europeu indicam que, no segundo trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) ajustado sazonalmente aumentou 0,3% tanto na zona euro como na UE, em comparação com o trimestre anterior, uma taxa idêntica à registada no primeiro trimestre deste ano.

Fonte: Eurostat

Entre os países da moeda única duas economias encolheram, Letónia (-1,1%) e a Alemanha (-0,1%). Aquele que é conhecido como o ‘motor’ da zona euro recuperou nos primeiros três meses do ano, com um crescimento de 0,2% em cadeia, após uma contração de 0,4% no quarto trimestre de 2023. No entanto, voltou a agora a cair.

Já o crescimento da Áustria foi nulo, com Portugal a seguir-se na lista dos piores registos. Entre os Estados-Membros para os quais estão disponíveis dados relativos ao segundo trimestre de 2024, a Irlanda (+1,2%) registou o maior aumento em comparação com o trimestre anterior, seguida pela Lituânia (+0,9%) e Espanha (+0,8%).

No retrato face a igual período do ano passado, no segundo trimestre, a economia dos países da moeda única avançou 0,6% e da UE 0,7%, após um aumento de 0,5% e 0,6%, respetivamente. Nesta comparação, Portugal inverte a tendência e regista a segunda maior subida (1,5%), apenas ultrapassado por Espanha (2,9%), enquanto as taxas de crescimento homólogas foram negativas para três países – Alemanha (-0,1%), Letónia (-0,4%) e Irlanda (-1,4%).

(Notícia atualizada às 10h45)

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Insolvente Inapa abre a cair 96% após CMVM levantar suspensão das ações

Em poucos minutos foram atirados para o mercado quase 2 milhões de ações, levando a Inapa a uma queda livre que se traduziu na eliminação de 14,8 milhões de euros da sua capitalização bolsista.

As ações da Inapa abriram em queda livre após a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM) ter levantando a suspensão dos títulos da empresa na segunda-feira ao final do dia.

As ações chegaram a cair 96% para os 0,0012 euros com o lançamento de quase 2 milhões de ações para o mercado até às 8h05, segundo dados da Refinitiv, eliminando de rompante cerca de 14,8 milhões de euros da capitalização bolsista da empresa.

Atualmente, a Inapa negociar com uma capitalização bolsista de 1,6 milhões de euros, após as ações terem recuperado ligeiramente nas últimas duas horas, estando a transacionar nos 0,0028 euros, que se traduz numa queda de 91% face ao fecho de 19 de julho, último dia em que se realizaram negócios.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

As ações da Inapa estavam suspensas desde 22 de julho, após a empresa ter comunicado “a insolvência iminente” da sua subsidiária alemã e após ter sido conhecido o chumbo do Governo para um empréstimo de 12 milhões de euros à Inapa para salvar a operação alemã e por arrasto a empresa nacional da insolvência, tal como o ECO noticiou.

A empresa acabou mesmo por formalizar esta segunda-feira o pedido de insolvência junto do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, informou a Inapa em comunicado enviado à CMVM, sublinhando ainda que “aguarda-se agora a distribuição do processo de insolvência e a nomeação pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste do respetivo administrador de insolvência, que ficará responsável pela condução do processo e pela determinação dos próximos passos processuais.”

Com o levantando da suspensão das ações, a CMVM permite aos investidores que pretendam vender as ações o consigam fazer, evitando, como em outras situações (BES e Banif, por exemplo), terem de ficar com os títulos em carteira durante anos e com isso pago comissões recorrentes.

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Rentabilidade dos cereais leva a quebra na área de cultivo que preocupa produtores portugueses

  • Lusa
  • 30 Julho 2024

CAP alerta que urge adotar medidas de apoio ao rendimento dos produtores nacionais de cereais, caso contrário Portugal poderá entrar numa "via sem retorno, cada vez mais dependente de terceiros".

A baixa rentabilidade dos cereais, em comparação com outras culturas como o olival ou o amendoal, vai levar, este ano, a uma quebra na área de cultivo a rondar os 10.000 hectares, alertou a Confederação dos Agricultores de Portugal.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produção mundial de cereais vai atingir 2.854 milhões de toneladas em 2024, um novo marco histórico.

Contudo, em Portugal, segundo os dados do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), “vamos ter uma nova redução da área de cereais, a rondar os 10.000 hectares (-4%)“, indicou, em resposta à Lusa, o vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Pedro Pimenta.

Segundo o também membro da direção da Anpromis — Associação dos Produtores de Milho e Sorgo de Portugal, “este preocupante decréscimo” está ligado a uma menor rentabilidade dos cereais face a outras alternativas, como o olival e o amendoal, sobretudo a sul do Tejo.

Já a norte do Tejo, as reduções prendem-se com o aumento da população de javalis e à consequente destruição de culturas, que tem levado ao abandono de “pequenas parcelas de cereais no centro das culturas permanentes”.

Esta situação, conforme apontou a CAP, acarreta “implicações ambientais graves”, devido à “falta de descontinuidade de ‘combustíveis'”, ou seja, mato, nos incêndios rurais.

A maior descida verifica-se no caso do milho grão, que terá menos 6.026 hectares, seguido pelo sorgo (-2.653) e pela aveia (-1.948).

Depois surge a cevada dística (-988 hectares), e a cevada (-808), o centeio (-368) e o arroz (-208).

No sentido oposto, observam-se subidas no caso do milho de silagem (1.100 hectares), triticale (977), trigo mole (372) e trigo duro (337).

“A redução da área semeada com cereais vai ter um efeito muito negativo no necessário aumento do nosso grau de autoaprovisionamento de cereais, penalizando-o fortemente”, vincou Pedro Pimenta.

Assim, para a confederação, urge adotar medidas de apoio ao rendimento dos produtores nacionais de cereais, caso contrário Portugal poderá entrar numa “via sem retorno, cada vez mais dependente de terceiros”.

A CAP sublinhou ainda que a capacidade de produção nacional continua a ser fragilizada pela falta de água, subsistindo a ausência de “tomada de decisões políticas” quanto ao armazenamento ou ao aumento da área de regadio.

Por outro lado, exemplificou que o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) não incentiva uma agricultura que exporte e que crie emprego e riqueza.

“Existe também uma tendência de crescimento de culturas permanentes (olival e amendoal), muitas vezes ligadas a fundos de investimento, inseridas em perímetros de rega e que eram tradicionalmente semeadas por cereais. Este cenário é extremamente preocupante, pois fragiliza ainda mais a nossa fraca capacidade de autoaprovisionamento em cereais, o que reconhecidamente coloca em causa a nossa soberania alimentar”, insistiu.

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Economia portuguesa quase estagna no segundo trimestre

PIB cresceu apenas 0,1% no segundo trimestre face ao trimestre anterior, com desaceleração do consumo privado e variação nula das exportações de bens e serviços.

A economia portuguesa cresceu 1,5% em termos homólogo no segundo trimestre, uma taxa idêntica à registada no primeiro trimestre, mas praticamente estagnou quando comparado com os primeiros três meses, ao avançar apenas 0,1%, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Após uma taxa de crescimento homóloga de 1,5% e de 0,8% em cadeia no arranque do ano, e que se fixou acima das estimativas iniciais, já era esperada uma desaceleração do crescimento no segundo trimestre. Ainda assim, o desempenho ficou abaixo do previsto pelos economistas, que apontavam para um intervalo entre 1,7% e 2,2% e entre 0,3% e 0,8%, respetivamente.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

A desaceleração do crescimento no segundo trimestre face ao primeiro trimestre resulta sobretudo do contributo da procura externa ter passado a negativo, refletindo uma variação nula das exportações de bens e serviços, não compensando o contributo da procura interna ter passado a positivo, devido ao crescimento do investimento, apesar da desaceleração do consumo privado.

Na comparação face ao mesmo período do ano passado, o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou no segundo trimestre, verificando-se uma aceleração do investimento e do consumo privado. O INE indica ainda que o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi negativo, “após ter sido positivo nos dois trimestres anteriores, tendo as importações de bens e serviços acelerado de forma mais acentuada que as exportações de bens e serviços”.

As exportações portuguesas de bens cresceram 2,8% e as importações 0,6% no segundo trimestre deste ano, de acordo com a estimativa rápida publicada na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O crescimento quer em termos nominais, quer em relação ao período homólogo, traduz uma inversão na tendência registada desde o ano passado, com quatro trimestres consecutivos de variações negativas tanto nas exportações como nas importações.

(Atualizado às 09h56)

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Rios e ribeiras reabilitados com investimento de 11 milhões. Conheça as dez localizações

Ministério do Ambiente assume “compromisso” com recuperação das características originais de mais 214 quilómetros de rios e das suas envolventes. Veja os projetos.

Uma dezena de rios e ribeiras vão ser intervencionadas de Norte a Sul do país com o objetivo de “recuperar as suas características originais, após longos anos em que sofreram profundas alterações, para se potenciar a agricultura e outras atividades”.

Em causa estão projetos de restauro no Rio Tua e Esteiro de Salreu, no Rio Arunca e Ribeira de Carnide, no Rio Cértima, Rio Lena, Ribeira da Fervença e Olhos da Fervença, Rio Zela e afluentes, Ribeira Espiçandeira, Rio Este, Rio Leça e no Rio Vizela, Bugio e Ferro, num total de 214 quilómetros.

Estas localizações juntam-se a outros 97 quilómetros de rios cujas intervenções estão a ser concluídas, no valor de 3,4 milhões de euros, financiados pelo Fundo Ambiental. Entre esses projetos está a Ribeira de Freixiel, em Vila Flor, recentemente inaugurada pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.

Este investimento de 11,1 milhões de euros, anunciado em comunicado pela tutela, é coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e será financiado pelo Fundo Ambiental e por fundos europeus provenientes do programa REACT EU, no eixo do Apoio à Transição Climática – Intervenções de Reabilitação da Rede Hidrográfica.

“[Estes] investimentos colocam-nos mais perto da meta de recuperar 500 quilómetros de rios até 2030, em linha com as metas da Lei do Restauro da Natureza. Estamos a demonstrar que a proteção da biodiversidade e a promoção da economia circular são prioridades para este Executivo”, sublinha Maria da Graça Carvalho, citada na mesma nota enviada às redações.

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Allianz, ILUNION, ColaCao, Acciona e Apple destacam-se no ranking da diversidade nas redes sociais

  • Servimedia
  • 30 Julho 2024

As cinco marcas líderes partilham várias estratégias-chave que contribuíram para o seu sucesso na área da diversidade, tais como abordar questões que geram preocupação entre os utilizadores.

O último relatório de diversidade da Epsilon Technologies para 2023-24 revela as marcas que se destacaram na comunicação e promoção da inclusão e da responsabilidade social empresarial (RSE). A classificação, baseada nas interações nas redes sociais (gostos e comentários) nos perfis das empresas, destaca as estratégias eficazes das empresas para abordar as principais preocupações sociais, como o bullying, a inclusão e a sustentabilidade.

A Allianz é pioneira na inclusão desportiva, ocupando o primeiro lugar com uns impressionantes 17,27% do total de interacções. A empresa centrou a sua comunicação na inclusão no desporto, um tema que tem um forte impacto junto do seu público. Esta abordagem não só demonstra o compromisso da Allianz com a diversidade, como também sublinha a importância da atividade física como meio de integração social.

A ILUNION, centrada no compromisso com o trabalho e a inclusão social, ficou em segundo lugar, com 12,66% das interacções. A sua ênfase no trabalho e na inclusão social captou a atenção do seu público. A ILUNION, conhecida pelo seu trabalho na inclusão de pessoas com deficiência, utilizou a sua plataforma para destacar iniciativas e realizações neste domínio, reforçando a sua reputação de líder em responsabilidade social.

A ColaCao aborda a luta contra o assédio moral e o apoio aos empregados, com 11,55% das interacções, e ocupa o terceiro lugar. A marca tem conseguido tirar partido da sua popularidade para abordar questões sensíveis, ganhando o apoio e a admiração do seu público. A autenticidade e a relevância das suas mensagens têm sido fundamentais para o seu sucesso nas redes sociais.

A Acciona, pioneira em sustentabilidade e RSE, continua forte, com 10,82% das interacções, e tem-se destacado pela sua comunicação em torno da sustentabilidade e da sua fundação. A empresa foi capaz de integrar os seus objectivos de RSE com as suas actividades comerciais, criando uma mensagem coerente e poderosa. As iniciativas da Acciona no domínio das energias renováveis e dos projectos sustentáveis tiveram uma ressonância significativa junto do seu público.

A Apple, uma referência na intersecção entre inclusão e tecnologia, fecha o top 5 com 8,98% das interacções, centrando-se na inclusão na esfera tecnológica. A empresa utilizou a sua influência global para promover a diversidade e a inclusão na indústria tecnológica, destacando os seus esforços para criar produtos acessíveis e promover um ambiente de trabalho inclusivo.

ESTRATÉGIAS COMUNS PARA O SUCESSO

As cinco marcas líderes partilham várias estratégias-chave que contribuíram para o seu sucesso na área da diversidade, tais como o enfoque em questões relevantes, abordando questões que geram preocupação e ressonância entre os utilizadores, como o bullying, a inclusão e a sustentabilidade.

Também a utilização de fundações e programas de RSE, uma vez que se apoiam nas suas fundações para levar a cabo iniciativas que promovem a inclusão e a responsabilidade social. No caso da ILUNION, para além do seu trabalho em colaboração com a Fundação ONCE ou a GSO, valores como a inclusão estão presentes no seu próprio objeto social. Outra estratégia é a comunicação autêntica, que utiliza embaixadores, colaboradores e especialistas para transmitir as suas mensagens de forma autêntica e credível.

Esta classificação, enquanto referência nacional, não só destaca as melhores práticas na promoção da diversidade e da inclusão, como também sublinha a importância de uma comunicação eficaz e genuína na construção de uma marca responsável e socialmente empenhada.

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Universidade Alfonso X el Sabio forma uma geração de intérpretes de música moderna

  • Servimedia
  • 30 Julho 2024

A licenciatura em Performance de Música Moderna da UAX proporciona aos alunos um elevado nível técnico e interpretativo para enfrentar o seu desenvolvimento como intérpretes profissionais.

A licenciatura em Interpretação Musical Moderna ministrada na Faculdade de Música e Artes do Espetáculo da Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) aposta no “equilíbrio entre a formação teórica e prática para preparar os estudantes para se destacarem na indústria musical”.
A UAX explicou que “numa indústria como a da música, onde abundam o talento e a competitividade, aspectos diferenciais como a formação especializada são essenciais para fazer parte da próxima geração de artistas de sucesso no nosso país. Estilos musicais como o jazz, o gospel ou o pop encontraram o seu nicho” nesta universidade.

Acrescentou que a licenciatura em Performance de Música Moderna da UAX proporciona aos alunos “o mais alto nível técnico e interpretativo através de um programa multidisciplinar baseado no aperfeiçoamento da performance e da capacidade de tocar diferentes instrumentos em que o aluno pratica competências como a leitura à vista ou a improvisação”.

A Faculdade de Música e Artes do Espetáculo da UAX disponibiliza ainda aos alunos espaços específicos insonorizados para o estudo de instrumentos modernos, um laboratório de informática, cabines insonorizadas para estudo pessoal, um auditório e oficinas de prática instrumental.

Ao mesmo tempo, esta licenciatura da Universidade Alfonso X el Sabio aposta no talento dos seus alunos, ligando-os ao mundo do trabalho. A faculdade desenvolve uma série de iniciativas que introduzem os seus alunos na indústria do espetáculo que os espera depois de concluírem a sua formação. Uma das mais destacadas é a celebração de uma série de concertos no histórico Café Berlín, em Madrid. Nestes recitais, os alunos foram os principais protagonistas, demonstrando mensalmente ao público os conhecimentos adquiridos no curso.

GRANDES TALENTOS DO JAZZ

Salientou que, desde a sua criação, este curso tem sido um berço de talento para alunos ilustres que deixaram a sua marca, fazendo da Faculdade de Música e Artes do Espetáculo da UAX um lugar de destaque na formação destes profissionais.

Uma das antigas alunas que conseguiu afirmar-se no panorama musical é Carmen Lancho, uma das cantoras mais promissoras do jazz nacional. Esta madrilena de 23 anos é uma referência na técnica vocal, combinando o jazz vocal mais clássico com o bebop instrumental. Já partilhou o palco com músicos como Ben Solomon, Tony Glausy, Félix Rossy e Enrique Oliver e actuou em festivais e locais como Jamboree, Milano, Clamores, La Bilbaina e o Festival de Jazz Ciudad de Talavera, entre outros.

“O êxito dos alunos não seria possível sem o elenco de profissionais encarregados de ensinar e acompanhar o aluno na sua formação musical. Estes especialistas não só fornecem conhecimentos teóricos e práticos de alto nível, como também dão um exemplo a seguir”, afirma a universidade.

Pepe Rivero é um pianista e compositor que faz parte da chamada “Nova Geração” de músicos cubanos que se destacaram na cena internacional do jazz. Atualmente, é professor de piano, tarefa que acumula com a direção musical do Festival de Jazz Latino em Espanha. Desde que se mudou para Espanha, colaborou com músicos como Paquito D’Rivera e Celia Cruz, a quem acompanhou nos seus concertos em Espanha, bem como em sessões de gravação.

Lara Vizuete ensina canto, improvisação para cantores e repertório vocal na UAX. Esta jovem cantora e compositora espanhola participou em festivais internacionais como o Jazz Vitoria, Fira B, Jazzaldia Extra e o concurso Alternativas. Nos últimos anos colaborou com músicos como Chico Pinheiro, Perico Sambeat e Tim Ries, e actuou como backing vocal de artistas da etiqueta Motown como Kim Weston, Melvin Davis e Lala Brooks, entre outros.

Trinidad Jiménez ensina Flauta Moderna, Combo, Harmonia e Leitura. Esta flautista e compositora participou em numerosos festivais nacionais e internacionais, como o Festival Internacional de Jazz de Madrid, European Music Open, Terras Sem Sombra, Bienal de Flamenco de Sevilha, Bodrum Ballet Festival, Eurasian Dance Festival e Ellas Crean, entre outros. Partilhou o palco com artistas como Anabel Veloso Cia, Enclave Danza, Larumbe Danza, Karen Lugo, Manuela Tessi, entre outros.

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Prosegur atinge vendas de 2.348 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, um aumento de 6,9%

  • Servimedia
  • 30 Julho 2024

Em termos de áreas geográficas, a América Latina, que representa 49,3% das receitas totais do grupo, registou um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Prosegur alcançou vendas totais de 2.348 milhões de euros durante o primeiro semestre de 2024, o que representa um aumento de 6,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em termos de rentabilidade, o grupo registou um crescimento do EBITDA de cerca de 5%, com uma melhoria significativa da sua margem. O crescimento orgânico registou um aumento de 27%. Durante este período, a Prosegur manteve também a sua aposta na penetração de novos produtos.

Em termos de áreas geográficas, a América Latina, que representa 49,3% das receitas totais do grupo, registou um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, com um volume de negócios de 1.159 milhões de euros. A Europa, que representou 40,2% das receitas, aumentou as suas vendas em 10,2% para 944 milhões de euros. Nas restantes geografias, as vendas atingiram 245 milhões de euros, um decréscimo de 3,1%, afetado pelas respetivas reestruturações do negócio na Austrália e na Índia.

Em termos das suas várias áreas de negócio, a Security registou receitas de 1.199 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, mais 11,8%. O crescimento orgânico foi de 37%, com resultados positivos em todos os países onde opera, com destaque para os Estados Unidos e Espanha. O EBITA atingiu 34 milhões de euros, um crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior. Um dos focos da Prosegur Security é a sua expansão no mercado norte-americano, onde espera abrir 20 novas agências e estar presente em 26 estados até ao final deste ano.

Por seu lado, a Prosegur Cash alcançou vendas de 998 milhões de euros durante o primeiro semestre do ano, mais 1,9% do que no mesmo período do ano anterior, impulsionadas por um crescimento orgânico de 48%. Além disso, registou um crescimento de dois dígitos nas suas principais soluções de transformação, incluindo: Cash Today, uma solução de digitalização de caixa; e o negócio de câmbio, Forex, que recentemente abriu operações em Singapura e na Nova Zelândia. O EBITA para o primeiro semestre de 2024 foi de 113 milhões de euros, com uma margem de 11,3%. Os novos produtos representaram 32% das vendas totais da empresa no primeiro semestre deste ano, um aumento de 11,7% em comparação com o mesmo período de 2023.

A base de clientes da atividade de alarmes da Prosegur ascendeu a um total de 908.000 clientes, com um aumento de 8,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No que diz respeito à rentabilidade durante o primeiro semestre do ano, tanto a Movistar Prosegur Prosegur Alarmes como a Prosegur Alarmes registaram um crescimento significativo da margem de serviço (12,4% e 11,5%, respetivamente) e uma continuidade da margem de captação de clientes.

AVOS TECH E CIPHER

Durante o primeiro semestre do ano, a AVOS Tech unificou o seu negócio de outsourcing de processos e serviços tecnológicos sob uma única marca em Espanha, que será completada em 2025 com a incorporação das operações no Chile sob a nova marca. A empresa investirá mais de 10 milhões de euros tanto na sua expansão comercial como no desenvolvimento de produtos e arquitetura SaaS, e espera atingir um volume de negócios de 130 milhões de euros em 2027.

Por outro lado, a Cipher, a linha de cibersegurança da Prosegur, continuou a progredir na sua plataforma xMDR, desenvolvida com uma abordagem inovadora para enfrentar os desafios no domínio da cibersegurança e oferecer uma proteção integral às organizações.

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Son Vell, o primeiro e único hotel de Menorca na lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo

  • Servimedia
  • 30 Julho 2024

Esta lista da Forbes inclui hotéis com poucos quartos, o que os torna ainda mais exclusivos para os viajantes que querem fugir à azáfama dos circuitos mais tradicionais.

Son Vell, o primeiro hotel da Coleção Vestige, recebeu vários prémios desde que abriu as suas portas há pouco mais de um ano. Este hotel situado em Menorca acaba de ser incluído na lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo.

Uma seleção da famosa publicação que inclui, como explicam, duas dúzias de “alojamentos pequenos e acolhedores, aqueles em que se pode experimentar o luxo dos maiores e – ao mesmo tempo – respirar um ar caseiro que nos faz sentir em casa”. Esta lista da Forbes inclui hotéis com poucos quartos, o que os torna ainda mais exclusivos para os viajantes que querem fugir à azáfama dos circuitos mais tradicionais. A seleção inclui alojamentos em locais tão idílicos e longínquos como a Nova Zelândia, México, Sri Lanka, Grécia e Espanha.

Entre eles, apenas um hotel em Menorca, Son Vell, situado a apenas 20 minutos de Ciudadela e a 10 minutos a pé da propriedade da enseada de Son Vell. Este alojamento, agora na sua segunda temporada, está situado numa propriedade de 180 hectares com jardins bem cuidados e acesso ao Camí de Cavalls. As suas 33 suites exclusivas e quartos espaçosos estão distribuídos entre uma casa senhorial original do século XVIII e uma série de edifícios agrícolas tradicionais que foram meticulosamente restaurados para oferecer o máximo conforto.

Considerado um dos alojamentos mais exclusivos da ilha, o Son Vell também possui uma piscina espetacular e oferece aos seus hóspedes experiências como excursões a cavalo a partir do hotel, cinema de verão ao ar livre, piqueniques e passeios de barco, entre outras.

Destaca-se também a oferta gastronómica do chef local Joan Bagur, que dirige os dois restaurantes do hotel, Sa Clarisa e Vermell, com uma proposta gastronómica local inspirada na cozinha tradicional de Menorca, e que também estão abertos a reservas por parte de hóspedes não alojados no hotel.

Esta lista da Forbes dos melhores pequenos hotéis do mundo inclui ainda um segundo hotel nas Ilhas Baleares, o Grand Hotel Son Net, em Maiorca, do mesmo grupo do Finca Cortesín, em Málaga, e também sinónimo de “novo luxo discreto”. Outros hotéis espanhóis completam a lista, o Palacio de Arriluce em Bilbau, A Quinta Da Auga em Santiago de Compostela e a Casa Palacio Don Ramón em Sevilha.

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Governo estuda ‘engenharia fiscal’ para retroativos de IRS

As Finanças estão a trabalhar num mecanismo de atualização das tabelas de retenção em setembro para garantir a retroatividade de IRS e, depois, uma nova tabela a vigorar a partir de outubro.

O Governo anunciou que vai rever as tabelas de retenção de IRS em setembro para a redução do imposto produzir efeitos nos salários líquidos este ano e revelou também a intenção de assegurar já os retroativos a janeiro, mas a solução de técnica fiscal para garantir esse impacto obrigará, na prática, a mudar as tabelas duas vezes este ano, apurou o ECO junto de uma fonte governamental.

Assim, a Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, liderada por Cláudia Reis Duarte, está a trabalhar numa atualização das tabelas de retenção em setembro que permita a recuperação do imposto pago a mais nos primeiros oito meses do ano e depois, em outubro, novas tabelas de retenção já de acordo com as novas taxas que resultam da redução de IRS aprovada no Parlamento e promulgada pelo Presidente da República.

Durante alguns dias, o Governo criou uma espécie de ‘tabu’ sobre a possibilidade de deixar para o reembolso de 2025 os efeitos da redução de IRS que resultou da proposta do PS, em sentido diverso daquele que o Governo tinha apresentado. Depois da promulgação de Marcelo, e do ‘recado’ dado nos dias seguintes, o Ministério das Finanças anunciou que não esperaria por 2025. Em comunicado, informou que aprovaria não só “novas tabelas de retenção na fonte que refletirão a redução de taxas do IRS”, como “um mecanismo para fazer retroagir essa redução das taxas de IRS, que terá em conta as retenções na fonte já aplicadas sobre os rendimentos do trabalho e pensões”.

As Finanças não detalharam, ainda assim, os termos deste mecanismo. Mas, de acordo com uma fonte governamental, o compromisso político assumido pelo primeiro-ministro, e ainda antes das eleições, levou à necessidade de avançar para uma atualização das tabelas com efeitos retroativos imediatos, quando o apuramento do imposto a pagar sobre os rendimentos de 2024 poderia ser feito apenas no reembolso do próximo ano.

Se a decisão política está tomada e anunciada, a solução técnica é menos óbvia. Além do impacto administrativo deste mecanismo que obriga as empresas a mudarem os cálculos salariais em dois meses consecutivos, haverá ainda um efeito possível que está a ser avaliado. No caso dos trabalhadores com salários mais elevados, este mecanismo de retroatividade poderá ter um impacto tal que, em casos específicos, poderia até resultar numa espécie de ‘imposto negativo’. Isto é, calculada a retenção, teria de ser o Estado a pagar ao contribuinte pelo acerto de contas, em vez de haver lugar a uma retenção, mesmo reduzida. E as Finanças estarão ainda a trabalhar para uma solução que ultrapasse esta possibilidade.

O diploma promulgado na semana passada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prevê uma redução do IRS entre 0,25 e 1,5 pontos até ao sexto escalão, atualmente com um rendimento coletável de mais de 27.146 euros até 39.791 euros, face à tabela em vigor. Ainda assim, todos os escalões vão sentir a descida devido à progressividade do imposto.

A taxa aplicada ao primeiro escalão diminui de 13,25% para 13%, no segundo escalão de 18% para 16,5%, no terceiro de 23% para 22% e no quarto escalão de 26% para 25%. Já a taxa do quinto escalão cai de 32,75% para 32% e o sexto escalão de 37% para 35,5%.

Em termos absolutos, o alívio fiscal anual pode chegar aos 336 euros anuais ou 24 euros por mês, no caso de salários brutos mensais de 4.000 euros, que estão enquadrados no 8.º escalão, segundo as simulações realizadas para o ECO pelo fiscalista Luís Nascimento, da consultora Ilya.

Em termos relativos, os maiores ganhos sentem-se nos vencimentos mensais ilíquidos entre 1.000 e 2.000 euros, que estão entre o 2.º e 5.º escalões. No primeiro caso, o benefício de 48,10 euros por ano ou de 3,44 euros por mês traduz-se num alívio fiscal de 4.32%. Para um ordenado de 2.000 euros, o imposto irá baixar 224,38 euros no ano ou 16 euros por mês, o que significa uma taxa de poupança de 5,02%.

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