Hoje nas notícias: Sorteio anulado, metro e Euribor

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O instituto da habitação anulou concursos que atribuíram casa a 130 famílias e alguns dos vencedores ameaçam recorrer à Justiça. O metro de Lisboa promoveu uma ação espe­cial de vigi­lân­cia a três ativistas. E a distância entre taxa Euribor a 12 meses e taxa do BCE nunca foi tão elevada. Estas são algumas das notícias em destaque nos jornais esta quinta-feira.

Instituto da habitação anulou sorteio após atribuir 130 casas

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) anulou os dois últimos concursos do programa Arrendar para Subarrendar depois de já ter confirmado, às 130 famílias que foram selecionadas, que teriam direito a uma casa com renda acessível. O sorteio terá sido anulado por falhas informáticas, mas há famílias insatisfeitas que ameaçam recorrer à justiça para resolver o problema. Os dois últimos concursos atribuíram 108 casas no Sul do país e 22 casas no Norte, todas com renda acessível em 24 concelhos.

Leia a notícia completa em Jornal de Notícias (acesso pago).

Caso Sócrates deixou de ser urgente e arrasta-se

Depois de um inquérito que demorou quatro anos e três meses e que culminou com uma acusação contra o ex-primeiro-ministro José Sócrates, o julgamento da Operação Marquês continua sem data para começar. E nem sequer há previsão para tal. Mesmo passados quase dez meses após a ordem judicial para que os arguidos sejam julgados, os incidentes processuais interpostos por Sócrates e pelo seu primo José Paulo Pinto de Sousa estão a impedir a baixa dos autos. Segundo o Observador, mesmo com vários crimes em risco de prescrição, os autos da Operação Marquês também deixaram de ser considerados urgentes face a outros processos desde o dia 25 de janeiro.

Leia a notícia completa em Observador (acesso pago).

Fosso entre Euribor e taxa do BCE nunca foi tão grande

A Euribor a 12 meses, utilizada na indexação de cerca de um terço dos créditos a habitação em Portugal, recuou para 2,3432% na passada segunda-feira, 18 de novembro, para o valor mais baixo de mais de dois anos, mais concretamente, outubro de 2022. Esta taxa distancia-se da taxa de depósitos do Banco Central Europeu que se encontra nos 3,25% nos seus 25 anos de existência. Feitas as contas, a Euribor a 12 meses situa-se 81,8 pontos base abaixo da taxa diretora do BCE, calcula o Negócios. Por regra, a Euribor a 12 meses tende a ser superior à taxa de depósitos do BCE.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Médicos alertam para “inverno ainda complexo” nas urgências

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Nuno Rodrigues, aponta para uma falta “crónica” de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e alerta que isso resultará num “inverno ainda complexo” na gestão das equipas e das escalas. “De facto, o SNS ainda não está estabilizado, ainda é preciso contratar muitos recursos”, disse em declarações à rádio Renascença. O SIM tem a expectativa de retomar as negociações com o Governo sobre as novas grelhas salariais já no próximo mês, ainda assim, Nuno Rodrigues sublinha que a estabilidade está longe de alcançar.

Leia a notícia completa em Renascença (acesso livre).

Metro vigia redes soci­ais de ati­vis­tas con­tra esta­ção no Jar­dim da Parada

O Metro­ de Lis­boa vigiou, desde 2022, a ati­vi­dade nas redes soci­ais de três ati­vis­tas con­tra a cons­tru­ção no Jar­dim da Parada da esta­ção de Campo de Ouri­que, inse­rida no plano de expan­são da Linha Ver­me­lha entre São Sebas­tião e Alcân­tara. Susana Morais, Suzana Mar­ques e Mar­ga­rida Vicente, mem­bros do Movi­mento Sal­var o Jar­dim da Parada, ação que visa con­tes­tar o tra­çado pro­posto para a obra, foram alvo de uma ação espe­cial de vigi­lân­cia levada a cabo pela empresa de trans­por­tes devido ao seu pro­ta­go­nismo nesta luta. A des­co­berta desta vigi­lân­cia por parte da empresa pública apa­nhou de sur­presa as três ati­vis­tas, que con­si­de­ram tal ação como ile­gí­tima, ile­gal e uma “afronta à liber­dade de expres­são”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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LaLiga celebra segunda viagem internacional para criar sinergias com clubes da Bundesliga na exploração de infra-estruturas

  • Servimedia
  • 19 Novembro 2024

Foi à região alemã da Renânia do Norte-Vestefália, com o objetivo de criar sinergias com alguns dos principais clubes da Bundesliga e, desta forma, partilhar experiências e estratégias comerciais.

Assim, os clubes da LaLiga que participaram nesta viagem mostraram uma vasta gama de experiências para melhorar aspetos-chave dos seus modelos de negócio, a fim de aumentar as suas receitas ou melhorar o envolvimento dos adeptos nos seus estádios, tanto em dias de jogo como em dias de não jogo. Organizar diferentes tipos de eventos, alugar espaços dentro dos estádios ou oferecer uma oferta variada de hospitalidade aos adeptos são algumas das opções que os clubes espanhóis já estão a incorporar nas suas instalações.

Jaime Blanco, diretor do Gabinete de Clubes da LaLiga, afirmou que “esta expedição serviu para os clubes da LaLiga aprenderem com exemplos e partilharem com outros clubes europeus os seus planos para promoverem uma melhor experiência para todos os tipos de adeptos quando assistem a um jogo, ampliando a utilização das suas instalações em dias não competitivos. Desta forma, damos resposta a esta nova era do futebol, que combina a vertente desportiva com uma vertente mais sensorial e inovadora para além dos 90 minutos do jogo.

Esta viagem permitiu que a expedição da LaLiga examinasse as iniciativas dos seus homólogos alemães em matéria de exploração comercial dos espaços dos seus recintos em termos de hospitalidade e de afluência geral, as estratégias implementadas pelos clubes da Bundesliga para gerar novas fontes de receitas em dias de jogo, tanto antes como depois dos 90 minutos, mas também em dias de não jogo.

Durante os três dias da viagem, os clubes da LaLiga estabeleceram contacto com alguns dos clubes mais emblemáticos da Alemanha e respectivos estádios, como o Borussia Dortmund e o seu Signal Iduna Park, um dos maiores estádios de futebol da Europa. Também com o Borussia Mönchengladbach e o Borussia-Park, um dos estádios com maior envolvimento dos adeptos na Alemanha e que incorpora um hotel na sua oferta para todos os públicos. Da mesma forma, com o Bayer Leverkusen e a BayArena, um recinto com diferentes experiências sensoriais para os adeptos, bem como com o Schalke 04 e a Veltins Arena, um estádio convertido num espaço polivalente para acolher uma multiplicidade de diferentes tipos de eventos; e o FC Köln e o seu RheinEnergie Stadium, um estádio famoso por acolher algumas das digressões dos artistas musicais de maior renome internacional.

O Club Office é composto por uma equipa LaLiga especializada em consultoria e assessoria em 8 áreas de negócio: comunicação, estratégia digital, infra-estruturas empresariais, desenvolvimento internacional, branding, marketing e comercial, tecnologia e recursos humanos.

Esta equipa trabalha em estreita colaboração com cada um dos 42 clubes para que todos possam tirar o máximo partido de cada uma das áreas das equipas da LaLiga. Com o lançamento deste departamento, consolidam-se os processos de trabalho que deram frutos em termos de receitas, crescimento digital, aumento da presença internacional e desenvolvimento de projetos tecnológicos, entre outros.

 

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O dia em direto nos mercados e na economia – 19 de novembro

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

Ao longo desta terça-feira, 19 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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A eDreams ODIGEO aumenta a rentabilidade em 28% e ultrapassa os 6,5 milhões de subscritores

  • Servimedia
  • 19 Novembro 2024

Resultados do primeiro semestre do exercício de 2025, terminado em 30 de setembro de 2024.

Conforme relatado pela empresa na terça-feira, as principais métricas da empresa como plataforma de assinatura (número de assinantes e lucratividade) registaram um crescimento sólido no primeiro semestre, com assinantes Prime e Ebitda Cash aumentando significativamente 28% para 6.5 milhões de assinantes e 81.1 milhões de euros, respetivamente.

A empresa indicou que, sendo um negócio baseado em subscrições, a rentabilidade é principalmente impulsionada pela crescente maturidade dos membros Prime. Os subscritores a partir do segundo ano contribuem com mais valor, uma vez que recorrem cada vez mais ao Prime como solução para todas as suas necessidades de viagem.

A eDreams ODIGEO afirmou que está no bom caminho para cumprir os objetivos que impôs a si própria em novembro de 2021, com 3,5 anos de antecedência, até março de 2025. Até ao final do atual exercício, a empresa espera atingir 7,25 milhões de assinantes Prime e um Ebitda Cash de 180 milhões de euros ou mais.

Os subscritores Prime cresceram 28% em termos anuais para 6,5 milhões. As adições no segundo trimestre atingiram as expectativas em 303.000. O crescimento da rentabilidade foi particularmente forte no negócio Prime, com um aumento de 53%, impulsionado por uma base de custos fixos estável e pelo crescimento do negócio. O lucro marginal atingiu 130,8 milhões de euros, um aumento global de 20% e de 45% apenas no Prime, que representa atualmente 87% do lucro marginal.

Em termos globais, as receitas atingiram 361,2 milhões de euros no primeiro semestre, mais 2%, dos quais 69% provêm agora do negócio Prime, confirmando a transição efetiva da empresa para um modelo de subscrição, refere a empresa, destacando também a “maior flexibilidade financeira” graças a um cash flow que continuou a registar avanços significativos, que atingiu 41,7 milhões de euros, mais 61%, representando uma melhoria homóloga de 15,8 milhões de euros.

Além disso, a empresa assinalou que concluiu “com êxito” a recompra de ações suficientes para financiar as entregas no âmbito do plano de incentivos a longo prazo até 2027. Além disso, o Conselho de Administração aprovou um novo programa de recompra diária de 50 milhões de euros, com 3,4 milhões de ações para financiar as entregas ao abrigo do plano de incentivos a longo prazo no exercício de 2028 e o restante a ser resgatado.

Dana Dunne, CEO da eDreams ODIGEO, afirmou: “Os nossos resultados e desempenho não deixam dúvidas: a nossa estratégia está a impulsionar o crescimento e a criar valor duradouro para os nossos clientes, acionistas e para a empresa no seu todo. Estamos a cumprir as nossas promessas, alcançando um crescimento constante em termos de rentabilidade e margens, assinantes, satisfação dos clientes e solidez financeira, e reforçando o nosso negócio todos os dias.

“Continuamos a fazer a diferença com a nossa execução”, acrescentou, ”impulsionada por uma plataforma de subscrição escalável e orientada para a inteligência artificial que beneficia de receitas previsíveis e recorrentes e de relações de longo prazo com os clientes, posicionando-nos como uma referência num setor que, para todos os outros concorrentes, é transacional. Com as nossas realizações consistentes, orgulhamo-nos de ver que os nossos ambiciosos objetivos a longo prazo para 2025 estão ao nosso alcance. Estamos entusiasmados com as oportunidades de crescimento significativas para além de 2025 e com o grande futuro da eDO como a principal plataforma de subscrição de viagens do mundo.

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Konecta nega que vá descontar nos seus salários as faltas dos seus trabalhadores devido à DANA de Málaga

  • Servimedia
  • 19 Novembro 2024

A multinacional espanhola Konecta desmente as notícias publicadas nas últimas horas, segundo as quais iria descontar as faltas dos trabalhadores nos seus ordenados, em consequência da DANA.

A empresa desmente categoricamente e garante no seu comunicado que “na Konecta, a nossa prioridade sempre foi a proteção e o bem-estar dos nossos trabalhadores”. Em relação à informação publicada sobre alegadas deduções na folha de pagamentos devido à DANA, indica que não foram nem serão efetuadas quaisquer deduções na folha de pagamentos para o dia correspondente ao aviso de alerta vermelho.

Salienta ainda que, desde o início, a empresa tomou as medidas necessárias para garantir a segurança de todos os colaboradores nas zonas afetadas e acrescenta que, para as campanhas que o permitiram, o teletrabalho foi ativado como solução imediata.

Além disso, diz no comunicado, para aqueles que não puderam comparecer aos seus postos de trabalho ou realizar o seu trabalho à distância, foi comunicado que as suas ausências seriam plenamente justificadas, garantindo que não haveria repercussões económicas.

Segundo a Konecta, estas decisões estão em conformidade com as práticas do setor, tal como foi recentemente discutido numa reunião com responsáveis de RH de várias empresas. “Reiteramos o nosso compromisso com a segurança e o respeito pelas nossas equipas, trabalhando sempre de forma transparente e de acordo com as melhores práticas do setor. Agradecemos a todos os nossos trabalhadores e representantes sindicais pela sua cooperação nestes tempos difíceis”, conclui.

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Ordem dos Advogados vai comprar imóvel de 3,4 milhões sem recorrer a empréstimo bancário

Feitas as contas, o valor para esse investimento na aquisição de um novo imóvel será de 3,1 milhões para a compra em si e 300 mil euros para as obras de adaptação do novo espaço.

A Ordem dos Advogados (OA) – liderado pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro – mantém a intenção de investir na compra de um imóvel para novas instalações, e que “deverá ser financiado na sua totalidade por saldos próprios do Conselho Geral, ao contrário do que foi apresentado no orçamento anterior, em que parcialmente se recorria a financiamento bancário”. O aviso consta das propostas de Plano de Atividades e Orçamento do Conselho Geral para o ano de 2025, divulgado no site da instituição. Questionada pelo ECO as razões da mudança da forma de financiamento, a bastonária apenas respondeu que “tal como está referido no Orçamento, não haverá recurso a financiamento bancário”.

“Por uma questão de prudência, visto não existir data de concretização de aquisição de instalações complementares, mantém-se igualmente neste orçamento a necessidade de aquisição de um imóvel que satisfaça as prementes necessidades da Ordem dos Advogados”, pode ler-se no documento. Esta referência está incluída no capítulo das “despesas de investimento” que incluem a “aquisição de hardware, equipamento eletrónico, software, outro tipo de equipamento ou obras de benfeitoria ou construção” (ver quadro abaixo).

“Estas despesas decorrem da necessidade de melhorar o cumprimento pela Ordem dos Advogados das suas obrigações legais, nomeadamente, no que respeita à qualidade da informação prestada ao Estado, nas diversas vertentes em que a mesma é efetuada, bem como melhorar qualidade dos serviços que a Ordem dos Advogados presta aos seus associados, através da substituição de soluções informáticas que estão na base do funcionamento dos serviços ou que constituem a fonte de informação dos Advogados, já obsoletas e incapazes de proporcionar um tratamento da informação com a qualidade, celeridade e rigor que se impõem, por novas aplicações, desenvolvidas à medida das necessidades da Ordem dos Advogados”, explica a OA.

Quais as razões invocadas para este investimento?

  • A necessidade “desde há muito identificada de disponibilização de instalações complementares às já existentes para acomodar o bom funcionamento dos órgãos e respetivos serviços de âmbito nacional da Ordem dos Advogados, bem como dos novos órgãos – o Conselho de Supervisão e o Provedor dos Destinatários dos Serviços, com a alteração do Estatuto da Ordem dos Advogados”;
  • As atuais instalações afetas aos órgãos de âmbito nacional da Ordem dos Advogados e respetivos serviços – prédio sito no Largo de S. Domingos e prédio sito nas Escadinhas da Barroca são arrendadas e são propriedade da CPAS – Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores;
  • A Direcção da CPAS – Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores no decorrer do ano de 2023 informou o Conselho Geral da sua intenção de não renovar o contrato de arrendamento do prédio denominado as “Escadinhas da Barroca”, o que colocou a Ordem dos Advogados na iminência de ficar despojada dessas instalações num prazo de 60 dias, que é o prazo de não renovação previsto no contrato de arrendamento existente, sendo que o mesmo tem renovação anual. O objetivo do senhorio era, naturalmente, aumentar a renda num valor bem acima do coeficiente legal permitido, ou seja, propôs um aumento de 20% na renda, o que veio a ser concretizado através de correio eletrónico que deu entrada neste Conselho em setembro de 2023;
  • Mais recentemente, foi comunicado ao Conselho Geral, por parte da Direcção da CPAS, que teria de devolver o espaço localizado no 3º andar do prédio sito no Largo de São de Domingos n.º 14, cedido há quase 20 anos pela CPAS à Ordem dos Advogados (contrato de comodato). Espaço esse essencial para a atividade desta Ordem, especialmente considerando que, face às recentes alterações legislativas, irão ser eleitos novos Órgãos – o Conselho de Supervisão e o Provedor dos Destinatários do Serviços e os respetivos serviços administrativos que os terão de assessorar;
  • As atuais instalações, são, assim, “manifestamente insuficientes para as necessidades e serviços do Conselho Geral, das Comissões e Institutos, do Conselho Superior, do Conselho de Supervisão, que ainda não tomou posse, do Conselho Fiscal, e do Provedor dos Destinatários dos Serviços a designar, onde exercem as suas funções estatutárias e regimentais e onde trabalham mais de 60 (sessenta) funcionários da instituição”;
  • O atual Conselho Geral entendeu, “por tudo isso, manter a intenção de investir na aquisição de um imóvel que servirá como instalação complementar do atual edifício, que deverá ser financiado na sua totalidade por saldos próprios do CG, ao contrário do que foi apresentado no orçamento anterior, em que parcialmente se recorria a financiamento bancário”.
Sede da Ordem dos Advogados.Hugo Amaral/ECO

Em janeiro, a bastonária da Ordem dos Advogados (OA) – e o seu Conselho Geral – anunciaram a compra de um edifício na Av. Gago Coutinho, em Lisboa, para acomodar alguns serviços da OA.

Para isso, o Orçamento para 2024 estimava que, com esta aquisição, se gastasse 3,4 milhões de euros. Feitas as contas, o valor para esse investimento na aquisição de um novo imóvel seria de 3,1 milhões para a compra em si e 300 mil euros para as obras de adaptação do novo espaço.

Uma despesa não foi bem vista com bons olhos pelo Conselho Fiscal da OA. No parecer desta proposta, o presidente Pedro Madeira de Brito, explicava que “o Conselho Fiscal manifesta alguma preocupação com o facto do saldo orçamental global ser negativo e estar-se a consumir as reservas de tesouraria acumuladas e bem assim, com a assunção de encargos futuros com a contratualização de financiamento bancário, para além de não ter sido efetuada uma demonstração de custo benefício da opção tomada e do seu efeito no médio prazo”. Compete ao CF acompanhar e controlar a gestão financeira da Ordem dos Advogados bem como dar pareceres, fiscalizar e pronunciar-se sobre assuntos a nível orçamental, contabilístico, financeiro e fiscal.

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Governo quer limitar férias e afinar pré-avisos de greve da Função Pública

Proposta do PSD e CDS no OE2025 visa impedir que funcionários gozem dias de pausa ao mesmo tempo e deverá obrigar os sindicatos a detalhar os serviços mínimos em áreas essenciais como a saúde.

O Governo quer impedir que todos os funcionários públicos de um determinado serviço gozem férias na mesma altura e pretende mudar as regras dos pré-avisos de greve que afetem necessidades essenciais, como a saúde, devendo obrigar os sindicatos da Função Pública a detalhar o número de trabalhadores para os serviços mínimos. A mudança consta de uma proposta de alteração do PSD e CDS ao Orçamento de Estado para 2025 (OE2025) que visa clarificar o âmbito do pedido de autorização legislativa, com validade de um ano, que o Governo inscreveu na proposta orçamental. Esta iniciativa estende-se também às baixas médicas dos funcionários inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA) e às regras de mobilidade dos trabalhadores do Estado.

A proposta tenta esclarecer as pretensões do Executivo, mas ainda suscita várias dúvidas e não estará fechada, uma vez que as negociações sobre estas matérias com as três federações sindicais (Fesap, Frente Comum e STE) arrancam esta terça-feira de manhã, no Ministério das Finanças, com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido.

Depois de várias críticas dos sindicatos, mas também da oposição, designadamente do Bloco de Esquerda (BE) e do PCP, à omissão, no pedido de autorização legislativa, do sentido e extensão das mudanças em seis matérias da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, acabou por anunciar que já tinha solicitado “aos grupos parlamentares que suportam o Governo uma proposta de alteração para tornar mais explícito aquilo que o Governo pretende ter como autorização legislativa”, sinalizou aos deputados na passada sexta-feira, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade do OE2025. O diploma dos partidos da Aliança Democrática (PSD e CDS) deu entrada no site da Assembleia da República ainda na noite da passada sexta-feira.

Na audição parlamentar, Miranda Sarmento tentou tranquilizar a líder do BE, Mariana Mortágua, sobre o que a deputada classificou de “mistérios que pairam” no OE, mas em vão. “Precisamos de fazer pequenos acertos na lei relativamente à entrega de atestados médicos, à comunicação de greves, à dispensa de acordo do serviço de origem para a mobilidade e todos eles serão benéficos para os trabalhadores da Administração Pública“, assegurou o ministro das Finanças.

A garantia dada pelo responsável parece não convencer os sindicatos. Analisando a proposta de PSD e CDS que já indica o sentido e a extensão das alterações à lei, o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, conclui que “o diploma ainda levanta muitas dúvidas”, alertando que, “quanto mais se regulamenta, mais se condicionam direitos”.

Entre as seis matérias em causa, algumas são apenas clarificações, mas outras deixam pontas soltas na forma como foram expostas no articulado do diploma de PSD e CDS. Por exemplo, relativamente às férias, o objetivo é dividir ou ratear os trabalhadores por períodos diferentes para evitar o gozo de pausas na mesma altura. Na proposta da alteração lê-se que, o Governo fica autorizado a “aumentar o período de incidência para rateamento, como previsto no nº 6 do artigo 241º do Código do Trabalho, aplicável por remissão do artigo 126º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas“.

Ou seja, o Governo pretende remeter o diploma que regula a Função Pública para a norma que consta da lei laboral e que impede que todos os trabalhadores tirem férias ao mesmo tempo, de modo a que o serviço não encerre ou fique com escassez de recursos humanos para desenvolver a atividade. O Código do Trabalho estabelece que, “na marcação das férias, os períodos mais pretendidos devem ser rateados, sempre que possível, beneficiando alternadamente os trabalhadores em função dos períodos gozados nos dois anos anteriores”. Com esta medida, o Executivo poderá querer evitar o caos que se costuma verificar nas férias do verão com as urgências fechadas.

No entanto, para o líder da Fesap, “esta é uma não questão, uma vez que os dirigentes máximos dos serviços já fazem a gestão de modo a que o período de férias não seja coincidente, dividindo-o entre os vários trabalhadores”. No entanto, a Lei de Trabalho em Funções Públicas não tem, de facto, a mesma regra do Código do Trabalho.

A proposta de lei visa ainda “aumentar o período de incidência para rateamento”, o que “pode significar um alargamento do prazo para ajustes nos mapas de férias que têm de ficar fechados a 15 de abril“, indica José Abraão. “São matérias que pretendemos ver esclarecidas assim como se o Governo está disposto a repor os três dias de férias que foram retirados durante o período da troika“, sublinha.

Em lado algum está escrito que se pretende restabelecer os três dias extra de férias por idade, e que permitia o gozo de 25 dias até aos 39 anos, de 26 dias até aos 49 anos, de 27 aos 59 anos e de 28 dias a partir dos 59 anos de idade. Do mesmo modo, não há referência alguma à retirada dos dias extra que se ganham por cada dez anos de serviço, além dos 22 dias normais, como temiam as estruturas sindicais.

No que diz respeito aos pré-avisos de greve dos sindicatos, “as dúvidas também são muitas”, alerta o líder da Fesap. A proposta de PSD e CDS determina que o Governo fica autorizado a exigir “a comunicação por escrito”, o que já decorre da lei, e acrescentou este ponto: “preferencialmente por meios eletrónicos”, isto é, por email. Esta matéria é pacífica para as estruturas sindicais. Já as condicionantes aos pré-avisos é vista com prudência.

O diploma prevê “a necessidade do conhecimento tempestivo da comunicação dos avisos prévios de greve que envolvam necessidades sociais impreteríveis é essencial para a promoção dos mecanismos legalmente previstos com vista à definição de serviços mínimos e meios necessários para os assegurar durante a greve”.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas estabelece que o prazo mínimo para a comunicação do pré-aviso é de cinco dias. No entanto, “no caso de órgãos ou serviços que se destinem à satisfação de necessidades sociais impreteríveis”, como saúde ou transportes, “o prazo é de dez dias úteis”. Com a formulação dada pelo diploma dos partidos da Aliança Democrática (AD), o “Governo poderá querer que os sindicatos detalhem logo no pré-aviso o número exato de trabalhadores afetos aos serviços mínimos”, segundo José Abraão.

O dirigente sindical explica que, até agora, “o pré-aviso basta referir que o sindicato assegura os serviços mínimos, não sendo necessário indicar o número de trabalhadores”. “Só depois é que a DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) solicita essa informação ao sindicato. Se não houver acordo por parte do serviço em causa, a proposta de serviços mínimos é definida em tribunal arbitral”, salienta.

O Executivo poderá querer evitar a tragédia que aconteceu na sequência da greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM e que terá provocado 11 mortes. No entanto, a proposta de OE entrou muito antes dessa paralisação, ainda que a clarificação do pedido de autorização legislativa por via de um diploma de PSD e CDS só foi entregue no Parlamento a 15 de novembro, já depois da greve às horas extraordinárias, que terminou no dia 7.

Baixa para doentes oncológicos e cardíacos alargada para 90 dias

Noutro conjunto de matérias, a proposta de alteração da AD visa apenas simplificar procedimentos e até melhorar alguns direitos dos trabalhadores, com é o caso das baixas médicas que serão alargadas. Neste momento, os funcionários públicos inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA) com doenças como cancro, tuberculose ou doença cardíaca, só podem gozar de baixas de até 30 dias. Enquanto o limite da certificação da incapacidade temporária para os trabalhadores do Estado que descontam para a Segurança Social é de 90 dias.

O Governo pretende equiparar os dois regimes, aumentando o limite da validade das baixas médica de 30 para 90 dias dos funcionários inscritos na CGA, no caso de patologias mais graves e/ou prolongadas (cancro, doença cardíaca, AVC, tuberculose) tal como já acontece para os trabalhadores que contribuem para Segurança Social.

A proposta quer ainda alargar aos serviços de urgência dos hospitais, aos setores privado e social a emissão de baixas médicas para os funcionários públicos inscritos na CGA tal como já acontece no regime da Segurança Social. “Alargamento dos serviços competentes para a emissão dos certificados de incapacidade temporária para o trabalho, por motivo de doença, dos trabalhadores integrados no regime de proteção social convergente, em termos idênticos ao estabelecido para os trabalhadores integrados no regime geral da Segurança Social”, lê-se no mesmo diploma.

No caso da mobilidade dos trabalhadores do Estado para outra categoria ou carreira, a proposta pretende reforçar “as garantias processuais quanto à falta de decisão do dirigente máximo do serviço de origem, afigurando-se que o prazo de seis meses é razoável para que o serviço de origem prepare a saída do trabalhador”.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas já estabelece que “é dispensado o acordo do órgão ou serviço de origem do trabalhador, para efeitos de mobilidade, quando tiverem decorrido seis meses sobre recusa de acordo do órgão ou serviço de origem, numa situação de mobilidade relativa ao mesmo trabalhador, ainda que para outro serviço de destino”. E lembra que “o prazo regra” é “de dez dias úteis previstos no Código do Procedimento Administrativo”. Contudo, “na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, o legislador não definiu qualquer prazo para o serviço de origem se pronunciar sobre os pedidos de mobilidade que lhe sejam dirigidos”, escrevem os deputados da AD.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas já estabelece que “é dispensado o acordo do órgão ou serviço de origem do trabalhador, para efeitos de mobilidade, quando tiverem decorrido seis meses sobre recusa de acordo do órgão ou serviço de origem, numa situação de mobilidade relativa ao mesmo trabalhador, ainda que para outro serviço de destino”. E lembra que “o prazo regra” é “de dez dias úteis previstos no Código do Procedimento Administrativo”. Contudo, “na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, o legislador não definiu qualquer prazo para o serviço de origem se pronunciar sobre os pedidos de mobilidade que lhe sejam dirigidos”, escrevem os deputados da AD.

Para o líder do Fesap, “o Governo deverá querer forçar o dirigente de origem a tomar uma decisão no prazo máximo de seis meses, uma vez que, neste momento, não há essa obrigatoriedade”. “E muitos serviços deixam passar esse prazo e não se pronunciam”, salienta.

No que diz respeito à remuneração que será auferida pelo trabalhador que integre outro serviço em mobilidade, a proposta defende “a publicitação da oferta de mobilidade da possibilidade de remuneração pela posição remuneratória imediatamente seguinte àquela em que um trabalhador se encontre”. O dirigente sindical esclarece que “apenas nas ofertas de recrutamento, publicadas na Bolsa de Emprego Público, são indicados os salários que serão auferidas pelos trabalhadores”.

O diploma pretende ainda harmonizar as “normas aplicáveis ao posicionamento remuneratório nas situações de mobilidade, com vista à eliminação de problemas relacionados com a colocação de trabalhadores entre posições remuneratórias”.

Por fim, a proposta de autorização clarifica que os descontos para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) incidem sobre a remuneração bruta do trabalhador, tal como definido pelo Estatuto da Aposentação. Deixa, por isso, de fazer sentido que, na Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas, se mantenha a possibilidade de o trabalhador optar “pela manutenção do regime de proteção social de origem, incidindo os descontos sobre o montante da remuneração que lhe competiria na categoria de origem”, como se lê na alínea b do número 3º do artigo 242º do diploma que regula o trabalho em funções públicas.

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OSUR assinala que a gestão pública da Taigua em Terrassa aumenta as tarifas e reduz o investimento na rede de água

  • Servimedia
  • 19 Novembro 2024

Indica que as tarifas aumentaram 42% em cinco anos, enquanto o investimento em infra-estruturas diminuiu menos de metade em comparação com a gestão anterior.

O Observatório dos Serviços Urbanos (OSUR), que avalia a qualidade dos serviços públicos municipais, efetuou um estudo sobre a gestão da empresa pública Taigua, responsável pelo abastecimento de água em Terrassa desde 2018, e salienta que a sua gestão em Terrassa aumenta as tarifas e reduz o investimento na rede de água.

O relatório refere que a Câmara Municipal de Terrassa substituiu a empresa privada Mina Pública d’Aigües de Terrassa, que operava no município desde o século XIX, pela empresa pública Taigua. O relatório refere que, desde a mudança do modelo de gestão, há cinco anos, as tarifas da água aumentaram 42%, “quase o dobro do aumento registado noutras cidades de dimensão semelhante, públicas ou público-privadas, que situam o aumento médio em 21%. Este aumento foi justificado como necessário para equilibrar as contas de Taigua. No entanto, os dados do relatório revelam que o aumento das tarifas não foi acompanhado por uma melhoria da qualidade do serviço e da eficiência do sistema”.

Segundo o OSUR, verifica-se uma diminuição da eficiência hidráulica da Taigua, “que passou de 80% no tempo da Mina para 78% atualmente”. Isto significa que, para cobrir a mesma procura de água, a Taigua tem de comprar mais 2,6% do que anteriormente, devido ao aumento das perdas na rede de abastecimento, o que aponta para uma falta de manutenção das infra-estruturas. Acrescenta ainda que “a falta de investimentos adequados na rede está a provocar uma deterioração progressiva das instalações, o que pode resultar em custos de reparação mais elevados e em perda de eficiência a médio e longo prazo”.

Em termos económicos, o OSUR refere um aumento de 56% nos custos com pessoal desde a municipalização, devido a um aumento de 30% do pessoal, “sem que isso se tenha traduzido num maior número de serviços diretos”. Ao mesmo tempo, o investimento na manutenção e renovação das infra-estruturas diminuiu 31,6%, acrescenta, o que poderá estar relacionado com a deterioração da eficiência da rede e da qualidade do serviço, segundo o OSUR.

Diz que os investimentos executados pelo operador entre 2019 e 2023 foram de 14,16 milhões de euros, “valor que contrasta significativamente com os 20,06 milhões de euros que o anterior gestor do serviço investiu nos seus últimos cinco anos de contrato (2012-2016)”. De notar que a quase totalidade do investimento da Mina foi para melhorias na rede, enquanto a Taigua gastou cerca de 60%.

A OSUR sublinha que a decisão de assumir diretamente a gestão da água em Terrassa foi tomada com base na premissa de que, enquanto empresa pública, os custos seriam reduzidos através da eliminação da rubrica destinada aos lucros das empresas e da redução do imposto sobre as sociedades. No entanto, a OSUR afirma que o estudo revela que a rubrica de lucros foi absorvida por outras rubricas de custos, incluindo “custos indiretos”, e que os benefícios fiscais e a atribuição gratuita de instalações de rede não compensaram os desequilíbrios de gestão, levando a aumentos drásticos das tarifas para evitar perdas.

Segundo a OSUR, “a experiência da Taigua em Terrassa reflete os desafios associados à gestão direta de um serviço tão complexo como o abastecimento de água, em que a municipalização deve basear-se em critérios de viabilidade e eficiência. No caso de Terrassa, os aumentos tarifários e a redução da eficiência hidráulica indicam que a decisão envolveu custos económicos e técnicos elevados, que foram transferidos para os utilizadores. A falta de manutenção adequada e o aumento dos custos de exploração prejudicaram os benefícios fiscais da gestão direta, sugerindo a necessidade de uma análise mais aprofundada em futuros processos de remunicipalização. A gestão de serviços urbanos complexos exige uma abordagem que garanta não só a sustentabilidade financeira, mas também a qualidade e a eficiência do serviço em benefício dos cidadãos.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

Reunião do G20 e indicadores económicos marcam a agenda internacional. Por cá, Governo reúne-se com sindicatos e Mário Centeno preside a última assembleia geral do BdP enquanto governador.

Lá fora, o dia fica marcado pela divulgação de indicadores a nível europeu e pelo último dia da reunião do G20, no Brasil. Por cá, sindicatos da Função Pública e Governo reúnem-se para discutir dois pedidos de autorização legislativa apresentados pelo Governo e Mário Centeno preside à última assembleia geral do BdP do primeiro mandato como governador.

Inflação da Zona Euro

Depois de uma primeira estimativa, divulgada no final do mês passado, o gabinete de estatísticas europeu, Eurostat, divulga esta terça-feira os dados finais relativos à inflação em outubro. O índice de preços terá voltado a acelerar para os 2%. Além dos dados da inflação, o Eurostat dará nota da balança de pagamentos, referente ao mês de setembro, e ainda as vagas de emprego, custo do trabalho e acidentes de trabalho.

Sindicatos da Função Pública reúne-se com Governo

As principais estruturas sindicais da Função Pública vão reunir-se com a secretária de Estado da Administração Pública no Ministério das Finanças para discutir dois pedidos de autorização legislativa apresentados pelo Governo com o objetivo de mudar o regime de férias, baixas médicas, direito à greve e sistema de avaliação da Função Pública (SIADAP), no Orçamento do Estado para 2025. BE, PCP e Livre já apresentam propostas de alteração para eliminar essas normas.

Última reunião de Centeno no BdP

Os mais de 1.700 trabalhadores do Banco de Portugal (BdP) foram chamados, esta terça-feira, para a reunião geral anual e, desta vez, os serviços de atendimento presencial do Banco de Portugal, como as tesourarias, não estarão operacionais. O momento marca a última reunião do primeiro mandato de Mário Centeno enquanto governador do BdP.

Termina cimeira do G20

O dia marca o fim da cimeira dos líderes das 20 principais economias do mundo, que estão reunidos no Brasil. Em cima da mesa esteve o debate de várias propostas, entre elas um pacto contra a pobreza e a fome e ainda a criação de um imposto universal contra os super-ricos. Portugal participou pela primeira vez como convidado, juntamente com Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização, assim como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Primeiro fórum do poder local no CCB

Esta terça-feira, o ECO organiza no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o primeiro fórum dedicado ao poder local. O evento vai reunir 14 autarcas, a academia, empresas e entidades relevantes para a organização do país que irão debater os temas mais prementes da atualidade, nomeadamente, a retenção e atração de talento, smart cities, marketing territorial e a dinamização da atividade empresarial. Poderá acompanhar o evento em transmissão em direto no site do ECO.

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Mota-Engil sobe lucros em 51% até setembro com carteira de encomendas recorde

A Mota-Engil revelou que o resultado líquido até setembro cresceu para 77 milhões de euros, com o volume de negócios a aumentar 3% e o mercado da América Latina a impulsionar engenharia e construção.

A Mota-Engil EGL 0,99% obteve lucros de 77 milhões de euros nos nove meses até setembro, resultado 51% superior ao obtido no mesmo período de 2023, revelou a empresa esta terça-feira num trading update aos mercados, destacando um novo recorde na sua carteira de encomendas.

Nestes nove meses, a construtora melhorou o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) em quase 11%, para 609 milhões de euros. O volume de negócios foi 3% superior face ao ano passado, na ordem dos 4.146 milhões de euros, indica a empresa num documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A engenharia e construção (E&C), o principal negócio da Mota-Engil, aumentou o volume de negócios em 4% face ao período homólogo, para 3.675 milhões de euros. Este segmento foi “influenciado principalmente pela performance da América Latina, enquanto a Europa foi impactada pela redução da atividade na Polónia (ainda consolidada em setembro de 2024) e por África, devido à fase inicial de execução de grandes projetos que tiveram início no primeiro semestre e que terão maior contribuição nos últimos meses do ano”, detalha a empresa liderada por Carlos Mota Santos.

A carteira de encomendas do grupo voltou a bater um recorde, de 14,8 mil milhões de euros, “impulsionada pela adjudicação de projetos de grande dimensão nos mercados principais”, explica a Mota-Engil. México, Angola e Nigéria representam 78% desta carteira.

Este valor ainda não inclui os contratos de engenharia industrial na Costa do Marfim, Mali e Etiópia, assinados com a Allied Gold, nem o contrato para o primeiro troço do comboio de alta velocidade Porto-Oiã em Portugal, salienta a Mota-Engil na apresentação aos investidores. A empresa líder do consórcio Lusolav, ao qual foi adjudicada a obra em Portugal, numa empreitada que ultrapassa os 1.600 milhões de euros, indica no documento que a “entrega da proposta” está “agendada para janeiro de 2025”.

Deste modo, segundo a Mota-Engil, com vários projetos na calha, “a carteira de encomendas suporta uma perspetiva positiva para a evolução futura da atividade e da rendibilidade”. O rácio de encomendas na E&C face ao volume de negócios está num valor “confortável de 2,8 anos”, diz a empresa.

Desta feita, com a carteira de encomendas a suportar 82% da meta de volume de negócios de 2026 — isto é, 6.000 milhões de euros de volume de negócios em 2026, de acordo com o plano estratégico da Mota-Engil –, a empresa diz estar no “bom caminho” para alcançar esse objetivo, prevendo uma melhoria gradual da margem EBITDA e “atividade robusta com foco na rendibilidade”.

O grupo também refere na apresentação desta terça-feira que o rácio dívida líquida/EBITDA é inferior a 2x, “em linha com os objetivos estratégicos”.

Na segunda-feira, a Mota-Engil revelou ainda ter vendido a participação de 28,73% na concessionária mexicana que explora uma autoestrada entre as cidades de Cardel e Poza Rica, por 66 milhões de euros.

Em setembro deste ano, a Mota-Engil reapareceu no radar dos short sellers, com um fundo da Muddy Waters a abrir uma posição a descoberto sobre 0,65% do capital da empresa.

Evolução das ações da Mota-Engil em Lisboa

(Notícia atualizada pela última vez às 7h48)

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Prémio salarial de licenciados cai, mas do mestrado sobe. Tecnologias têm o mais elevado

Estudo aponta para redução do prémio salarial associado ao ensino secundário e licenciatura. Ramos de atividade escondem diferenças, com conhecimento e tecnologia a gerar os mais elevados.

O prémio salarial, ou a diferença de remunerações entre os trabalhadores da mesma idade e do mesmo sexo, mas com níveis de ensino distinto, tem vindo a reduzir-se há duas décadas para quem tem o ensino secundário e a licenciatura, conclui um estudo do Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas (PLANAPP), divulgado esta terça-feira. Por outro lado, o prémio salarial tem vindo a aumentar para os mestrados.

As qualificações dos trabalhadores em Portugal melhoraram substancialmente entre 1991 e 2021, o que influencia este quadro. Em três décadas, a proporção de trabalhadores com ensino básico reduziu-se em quase metade, enquanto a proporção de trabalhadores com ensino superior foi multiplicada por 10, recorda o estudo.

Assim, apesar de existir uma associação positiva entre o nível de educação e os salários auferidos, regista-se “uma redução dos prémios salariais médios associados ao ensino secundário e à licenciatura, ainda que, mais recentemente, aquele comportamento tenha sido acompanhado pelo aumento dos prémios associados ao ensino pós-secundário não superior e ao mestrado“.

O estudo conclui, assim, que o prémio salarial dos trabalhadores com o secundário e com a licenciatura já atingiu o seu pico em 2006 e em 1996, respetivamente. Desde então, o prémio “tem vindo a reduzir-se progressivamente, chegando, em 2021, a perto de 42%”.

Segundo a análise, “os prémios do mestrado (e, ainda que de modo menos robusto, do doutoramento) têm aumentado“, ao mesmo tempo que “a tendência de subida do prémio salarial no ensino pós-secundário não superior (versus o secundário) no período em análise, ainda que somente impulsionado pelo prémio médio dos homens”.

Deste modo, os trabalhadores que ganharam prémios mais baixos aumentaram o seu peso relativo no conjunto de trabalhadores com o mesmo nível de ensino, embora os prémios mais altos não tenham desaparecido. “Como consequência, estes níveis de ensino tornaram-se mais desiguais em termos do prémio salarial que lhes está associado”, refere. Já no universo dos trabalhadores com ensino pós-secundário não superior e os com mestrado tornaram-se mais igualitários.

“Merece, em qualquer caso, destaque o facto de que, entre trabalhadores licenciados, a distribuição de prémios foi sempre, no período de 2010 a 2021, notoriamente menos desigual que as distribuições de prémios para os trabalhadores de ensino secundário, do ensino pós-secundário não superior e do mestrado“, pode ler-se.

Prémios salariais mais elevadas nas tecnologias

As áreas da tecnologia e conhecimento estão associadas a prémios salariais mais elevados, enquanto diferentes ramos dos serviços e indústria apresentam disparidades significativas, de acordo com o estudo.

O ramo de atividade da eletricidade, gás e água é o que se destaca por apresentara mediana de prémios salariais de mestrado mais elevada, enquanto a indústria da fabricação de coque e produtos petrolíferos apresenta a mediana de prémios de licenciatura mais alta“, indica.

Os autores destacam também os ramos das telecomunicações, dos transportes aéreos e das atividades de serviços financeiros. Por outro lado, a restauração tem a mediana de prémios de mestrado mais baixa, enquanto as atividades de investigação e segurança de prémios de licenciaturas mais reduzida.

O estudo sugere ainda que “a capacidade do tecido produtivo em Portugal absorver trabalhadores com qualificações superiores acompanhado de uma dinâmica sustentada de valorização salarial ocorre predominantemente ao nível do mestrado“.

Focado nas áreas de estudo, “as tecnologias da informação e comunicação, ciências exatas e da saúde, e engenharia tendem a ter prémios salariais mais elevados, apresentando, inclusive dinâmicas de valorização em termos relativos“. Destacam ainda uma “redução acentuada” da posição relativa das áreas de estudos associadas à educação nos prémios salariais para mestrados.

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IGCP vai ter novo presidente. Pedro Cabeços, um “pragmático” que percebe “muito de dívida pública”

O profissional regressa a Portugal -- e ao IGCP -- após vinte anos a trabalhar em grandes bancos no estrangeiro. Uma experiência que "pode ajudar o Estado" na gestão da dívida nacional.

Vinte anos depois de ter saído da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, para abraçar uma carreira internacional, Pedro Cabeços regressa para assumir a liderança do instituto que gere a dívida pública portuguesa. “Pragmático”, “entusiasta” e de trato “muito fácil”, o gestor que conta com uma longa carreira no exterior, é o nome escolhido pelo ministro das Finanças Joaquim Miranda Sarmento para suceder a Miguel Martín, após o término do seu mandato, segundo avançou o ECO esta segunda-feira.

Gosto muito dele. Percebe muito de mercado de dívida pública. É uma ótima escolha [para liderar o IGCP]”, adianta ao ECO João Moreira Rato, antigo presidente do IGCP, entre 2012 e 2014, e Senior Advisor da Morgan Stanley, onde Pedro Cabeço trabalhou entre 2009 e 2016, como diretor, enquanto responsável pela área de negócio de ‘flow’ de taxa de juro com responsabilidade pela Península Ibérica.

João Moreira Rato refere que se cruzou com Cabeços na Morgan Stanley, mas conhece-o “muito antes disso da banca [de investimento em Londres]”, onde o atual presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) também trabalhou ao longo de 12 anos, em várias instituições, incluindo a Goldman Sachs, a Lehman Brothers e a Morgan Stanley, precisamente antes de vir assumir a presidência do IGCP, em 2012.m

“É muito focado nesta área [da dívida pública], esteve muito tempo fora e agora vai ter que se ajustar à Administração Pública em Portugal”, nota João Moreira Rato, destacando que Cabeços está a traçar uma trajetória semelhante à que ele próprio fez. “É bom as pessoas virem de fora. É bom sinal conseguir contratar pessoas que tiveram uma boa carreira fora. Pode ajudar o Estado“, destaca.

João Moreira Rato diz que Pedro Cabeços é “muito pragmático, muito prático, muito fácil de trabalhar“. Para o antigo CEO do IGCP, Cabeço “é um entusiasta, que trabalha muito bem em equipa“.

Com uma longa carreira internacional, onde passou pelo Société Générale, Morgan Stanley e Royal Bank of Scotland, onde esteve até final do ano passado, com responsabilidade pelo negócio de fixed income, também no mercado ibérico, Cabeços regressa a uma casa que conhece bem: foi trader da sala de mercados do IGCP, entre 2000 e 2004.

Cabeços vem assim substituir Miguel Martín, uma escolha surpreendente do anterior ministro Fernando Medina, que veio da concessionária de autoestradas Ascendi, e tinha sido administrador financeiro da Águas de Portugal entre 2016 e 2019, período em que coincidiu com o secretário de Estado socialista João Nuno Mendes quando era presidente daquela empresa pública.

Licenciado em Economia no ISEG e com MSc em Risk Management no ICMA Centre da Universidade de Reading (Reino Unido), o futuro presidente do IGCP vai assumir a liderança da agência que gere a dívida pública num momento em que a atividade da entidade regressa à normalidade depois de um ano marcado pela corrida aos certificados de aforro, que teve um “efeito disruptivo” na operação do IGCP, segundo adiantou o ainda presidente do IGCP no Parlamento, numa audição em setembro.

“No ano de 2023, a forte subida das subscrições dos certificados de aforro perturbou a atuação regular do IGCP e, por conseguinte, no ano passado o IGCP esteve em termos de emissão de Obrigações do Tesouro cinco vezes em mercado, quando o expectável são 10, e em Bilhetes do Tesouro esteve quatro vezes em mercado, quando é expectável 10 operações”, justificou Martín, acrescentando que este ano é de “regresso à normalidade”.

O presidente do IGCP, que enfrentou um período de subida de juros devido à política de agravamento de taxas do BCE, foi alvo de críticas pelas mudanças nos certificados de aforro, com o fim da antiga série, que pagava até um máximo de 3,5%, por uma nova linha, onde a taxa não vai além de 2,5%. Foi precisamente a alteração nos certificados que travou as subscrições recordes destes produtos no arranque de 2023.

O IGCP terá ainda ajudado o antigo Governo a colocar a dívida pública abaixo dos 100% do PIB e reduzir o stock da dívida em 2023.

Depois de dois anos marcados pela subida dos juros, 2025 deverá ser de queda das taxas, à boleia da política do BCE. No entanto, a dívida pública portuguesa enfrenta novos desafios, como a eleição de Donald Trump nos EUA, que poderá prejudicar a economia europeia.

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