Mudum quer terminar 2025 com quatro novos parceiros para além do Novobanco

Com Afonso Themudo Barata confirmado CEO da Mudum pela ASF, a seguradora do Crédit Agricole Assurances prepara a expansão com novas parcerias e vontade de faturar 100 milhões no próximo ano.

Afonso Themudo Barata, sucedeu a François Baudienville à frente da Mudum, a companhia de seguros Não Vida do grupo Crédit Agricole. A estratégia mantém-se: crescer dentro e fora do Novobanco.

Foi confirmada pela ASF, entidade supervisora dos seguros, a nomeação de Afonso Themudo Barata como CEO da Mudum, a companhia de seguros Não Vida do Crédit Agricole Assurances, uma das maiores seguradoras europeias e com certeza de França. O novo dirigente tem 28 anos na empresa, sob várias designações, até que mudou o seu nome para Mudum mantendo um contrato de bancassurance com o Novobanco até 2042. Sucedeu a François Baudienville que durante quatro anos dirigiu a empresa, desde que o grupo Crédit Agricole Assusrances ficou com 100% do capital. Em entrevista a ECOseguros, Afonso Barata detalha mais o futuro próximo da Mudum.

A saída de François Baudienville já estava prevista?

O François já cá estava há quatro anos em Portugal. Tem um percurso no grupo do qual fazia parte liderar uma operação do grupo a nível internacional. Aconteceu agora haver uma oportunidade importante do grupo de ser deputy CEO da linha de negócio da poupança e da reforma em França, isto é fazer a gestão de 330 mil milhões de euros, um pouco mais do que o Produto Interno Bruto português (PIB) e portanto…

E então optaram por um CEO português em Portugal?

Na prática o ser português acaba por ser um bocadinho irrelevante, foi mais o de ser alguém alinhado com o grupo Crédit Agricole. Na verdade eu trabalho com o grupo há 28 anos, conhecemo-nos e trabalhamos em conjunto há muito tempo.

O que vai mudar?

Vamos continuar com a estratégia que temos, o grupo define as suas estratégias numa lógica de longo prazo. Estamos precisamente neste momento a repensar um pouco aquilo que é a nossa visão a dez anos, existe esta maneira de estar na sociedade ou dentro do grupo que é ter uma perspetiva de longa duração. É essencialmente continuar a estratégia que já tínhamos definido há quatro anos, uma estratégia de crescimento da companhia. Numa primeira fase, nestes primeiros quatro anos, tivemos uma grande transformação na companhia, duplicámos o quadro de pessoas e transformamos completamente a organização e os processos. Do ponto de vista tecnológico, também fizemos uma grande transformação porque na altura tivemos que nos separar da companhia de vida (atual GamaLife).

Temos uma ambição de chegar perto dos 100 milhões de euros em prémios em 2025, e acreditamos que os novos parceiros possam representar 20 a 30% do negócio daqui a três ou quatro anos.

Isso implicou nova tecnologia?

Precisámos de fazer uma separação tecnológica e ao fazê-lo aproveitámos para investir em inovação. Andámos estes quatro anos a fazer isto, ao mesmo tempo que continuámos a desenvolver a atividade com o Novobanco. No entanto, já tínhamos definido uma estratégia de crescimento e de diversificação aberto a outros parceiros.

Mas o acordo de exclusividade do Novobanco até 2042 mantém-se?

O objetivo é continuar a fazer o crescimento com o nosso grande parceiro que é o Novo Banco. Mas, ao mesmo tempo, temos hoje uma arquitetura mais aberta e preparada para uma lógica de multiparcerias. E a minha missão é concretizar esta transformação em crescimento e negócio.

E quem serão os novos parceiros?

Temos bastantes oportunidades identificadas e vamos até ao final deste ano lançar uma nova parceria. O grupo está a investir bastante no setor da mobilidade e uma primeira parceria será nesta área e a concretizar até ao final do ano.

Que outros setores são procurados?

Temos muitas parcerias em pipeline, temos estudado muitos dossiês. Há casos em que são parceiros completamente externos ao grupo, mas também há parcerias onde estamos a tentar encontrar sinergias com o próprio grupo. O Crédit Agricole tem uma presença na Península Ibérica, nomeadamente, no crédito ao consumo, no financiamento automóvel e em muitas outras atividades. Eu gostava de terminar 2025 com quatro novos parceiros. E isto é um desafio.

Qual será o peso dos novos parceiros?

Temos uma ambição de chegar perto dos 100 milhões de euros em prémios em 2025, conseguimos em quatro anos crescer bastante com o Novobanco, que ainda tem potencial grande para continuar a crescer, mas acreditamos que os novos parceiros possam representar 20 a 30% do negócio daqui a três ou quatro anos.

A exclusividade com o Novobanco funciona bem? Qual a liberdade do banco?

O pressuposto do acordo é exclusividade. Obviamente, se nós não tivermos um produto porque não achamos oportuno, claramente o Novobanco pode desenvolver o produto com outro parceiro, mas não tem sido o caso. É uma parceria verdadeiramente saudável. O negócio é confiança, os seguros têm que ser um parceiro de um banco muito confiável e tem que ser uma verdadeira parceria e co-construção de soluções. E o Novo Banco tem feito um trabalho fantástico de reestruturação e de reorganização do seu tecido.

A possibilidade de o Novobanco mudar de dono não é preocupante?

Não temos essa preocupação e não sofremos por antecipação. O Novobanco em Portugal tem um caminho de sucesso. Nós estamos aqui para continuar a servir e construir com o Novo Banco.

Sendo campeões em França, o ramo Vida não interessa ao Crédit Agricole Assurances?

A Mudum é só uma seguradora não vida, o ramo vida já foi explorado em Portugal pelo grupo mas hoje não é. De facto, é campeão em França, campeão na Europa e no mundo. Não posso falar pelo grupo enquanto acionista, mas o Crédit Agricole está claramente com uma perspetiva de investir na Península Ibérica e, portanto, acho que a tudo o que forem oportunidades o grupo vai claramente olhar. Mas isso é uma questão do acionista, não da Mudum.

O ramo saúde está a ter um bom crescimento na Mudum?

Saúde está a crescer a dois dígitos há três a quatro anos e este ano estamos a crescer bastante, mas não tanto como no mercado. Nós só atuamos no seguro individual e até há pouco tempo, não tínhamos seguros de empresas. Estamos a começar, em março deste ano – e lá está um exemplo do que está a ser a nossa transformação com o Novobanco – lançámos um novo seguro de saúde para as pequenas e microempresas que está a dar os seus primeiros passos e ainda não é expressivo no volume de negócios.

A saúde por que tem uma frequência de sinistros 300 a 400%, ou seja, uma apólice tem três ou quatro sinistros por ano. Uma apólice automóvel tem um sinistro de dez em dez anos. O multirriscos tem um sinistro de, provavelmente, de 20 em 20 anos.

Como está a gerir o aumento da Sinistralidade nos seguros de saúde?

Nos últimos dois anos, a saúde foi um tema no setor segurador, com os custos a aumentarem bastante e uma parte desses custos a refletirem-se, inevitavelmente, no preço dos seguros para os clientes finais. Tivemos a preocupação de o aumento ser equilibrado porque não é viável para uma família portuguesa suportar determinado a nível de preços, mas estamos a começar a estabilizar.

As alterações climáticas já são um problema para a sinistralidade?

As alterações climáticas estão a resultar em eventos cada vez mais frequentes, começam a ter um peso adicional no setor, sobretudo nos ramos reais e nos multirriscos. O desafio é como vamos conseguir mutualizar, o grupo tem um princípio de inclusão e não vamos deixar nenhum cliente sem a possibilidade de segurar os seus bens. Para cumprir é preciso medir bem os impactos que tem nas carteiras, porque hoje os eventos climatéricos têm um impacto cada vez maior.

O aumento do número de colaboradores deve-se a reforço da área comercial?

Esperamos terminar o ano com 97 colaborares e em 2025 vamos continuar a crescer em função do negócio e também na área comercial. Quando em 2020 o grupo tomou a decisão de tomar 100% do capital da companhia precisámos de nos separar da companhia Vida e tínhamos, na altura, muitas áreas partilhadas como as áreas comercial, marketing, TI, algumas áreas de suporte, de compliance, recursos humanos. Precisámos de reorganizar a companhia para ela ser capaz de operar autonomamente. Havia muitas sinergias de equipas na altura e mesmo algumas sinergias tecnológicas com o Novobanco. Este crescimento de colaboradores deu-se essencialmente para preparar a companhia, para ser autónoma e para o futuro. Agora o crescimento vai ser um pouco em função daquilo que for o crescimento também do negócio.

Como a Mudum faz a gestão de sinistros?

É uma atividade core. Um dos princípios que nós temos é foco no cliente e onde nós verdadeiramente servimos o cliente é quando ele tem o sinistro, é quando ele precisa de nós. Somos os únicos hoje no mercado português com um modelo de modelo de gestão que tem um único gestor de sinistros desde o princípio até ao fim do sinistro. É ele quem toma a decisão, se pagou, se está coberto, se avalia, etc. E também a pessoa que fala com o cliente das decisões que está a tomar. Este é um modelo muito diferenciador na gestão de sinistros face a outras realidades. A exceção é a saúde por que tem uma frequência de 300 a 400%, ou seja, uma apólice tem três ou quatro sinistros por ano. Uma apólice automóvel tem um sinistro de dez em dez anos. O multirriscos tem um sinistro de, provavelmente, de 20 em 20 anos. Para gerir o ramo saúde é necessário ter uma gestão muito eficiente de uma rede médica. Daí termos subcontratado a Advance Care desde o início e estamos muito contentes com a parceria. Funciona bem.

Recorrentemente aponta aposta tecnológica como decisiva…

Porque nos últimos três, quatro anos, fizemos grande investimento em tecnologia. Hoje temos o nosso sistema core todo preparado para nos integrarmos da forma que os parceiros quiserem, seja através da API, seja através de integração com front-end próprios, onde nós entregamos ao parceiro um front-end para ele fazer as operações ou, se ele tiver os seus próprios sistemas, pode integrar-se connosco através da API ou simplesmente através de transferência de ficheiros. Temos hoje a arquitetura totalmente aberta e o sistema core totalmente exposto para conseguirmos integrar com parceiros. Isso é fundamental para conseguir ter um time to market em linha com aquilo que são necessidades de crescer com outros parceiros.

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CA Vida promove apoio à investigação biomédica

  • ECO Seguros
  • 18 Novembro 2024

A parceria com a GIMM e as iniciativas de sensibilização para a importância da investigação do cancro da mama metastático fazem parte da estratégia de responsabilidade social e corporativa da CA Vida.

A seguradora do ramo Vida do Grupo Crédito Agrícola promove junto trabalhadores do grupo uma recolha amostras de sangue para doação de células ao Biobanco de terça a quinta-feira. Segundo comunicado pela CA Vida, a iniciativa, em parceria com o Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (GIMM), prevê angariar mais de 70 dádivas.

Ana Magalhães, investigadora do Laboratório Translacional de Cancro da Mama Avançado, em palestra de sensibilização, na sede da CA Vida.

Nesse sentido, as amostras de sangue recolhidas contribuem “para o enriquecimento dos Biobancos (repositórios de armazenamento de amostras biológicas) de apoio à investigação biomédica de várias doenças em estudo”, lê-se no comunicado.

Esta iniciativa é uma forma de colocar em prática a palestra de sensibilização, que teve lugar na sede da CA Vida, para a importância da investigação da doença dada por Ana Magalhães, investigadora do Laboratório Translacional de Cancro da Mama Avançado, a quem a seguradora financiou uma bolsa de investigação.

De acordo com a companhia, a parceria e as respetivas iniciativas fazem parte da estratégia de responsabilidade social e corporativa da CA Vida. “Uma parceria, que a CA Vida vê como um importante e válido contributo para a ciência e para a descoberta de novas formas de aumentar o diagnóstico precoce, reduzindo a incidência e mortalidade do cancro da mama metastático”, refere Susana Fava, Diretora de Marketing da CA Vida.

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Ageas aposta em Inteligência Artificial na parceria com IMD

  • ECO Seguros
  • 18 Novembro 2024

Embora "o Grupo Ageas Portugal ainda esteja no início da sua jornada estratégica com a IA" organizou um evento que reforça a "aposta que o Grupo quer fazer nesta tecnologia no futuro".

O Grupo Ageas Portugal acolheu um evento voltado para a analisar o grau de maturidade da aplicação de tecnologias de Inteligência Artificial nas empresas, “AI Mastery Unleashed: Insights from IMD’s AI Maturity Index”.

O painel do evento contou com a participação de Michael Wade, professor de estratégia e digital da IMD e diretor do Tonomus Global Center for digital and AI Transformation, Nadine Côrte-Real, diretora do departamento de Inteligência Artificial do Grupo Ageas Portugal, Allen Vasconcelos, senior director for digital and AI Transformation da EDP, e Paulo Jesus, Learning & Innovation Global Director na Jerónimo Martins. Moderação a cargo da jornalista Martina Fuchs.

Segundo comunicado pelo segurador, embora “o Grupo Ageas Portugal ainda esteja no início da sua jornada estratégica com a IA”, este evento, realizado em parceria com a escola de gestão IMD, reforça a “aposta que o Grupo quer fazer nesta tecnologia no futuro”.

No arranque do encontro, Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal, começou por anunciar que o objetivo da companhia é garantir “trabalho contínuo” com a IMD. “Não temos a oportunidade de termos muitas escolas de gestão em Lisboa e gostaríamos de fomentar isso com o IMB”, assinala.

Seguiu-se a apresentação do estudo sobre a maturidade da implementação da inteligência artificial nas principais empresas globais. O ranking realizado pela escola de gestão considera cinco dimensões para posicionar as empresas, nomeadamente:

  • O empenho dos executivos das empresas, medido pela estratégia de IA empresarial, como a nomeação para cargos de liderança relacionados com a IA e a criação de uma unidade de negócio a ela dedicada;
  • Investimento em plataformas de dados escaláveis e baseadas na nuvem, que “facilitam o acesso e a manipulação de dados sem descontinuidades, garantindo que os sistemas de IA são integrados em todas as unidades de negócio”.
  • Tirar partido da IA para a automatização e “integrá-la nos processos organizacionais para melhorar a tomada de decisões e aumentar a produtividade.”
  • “O investimento contínuo na requalificação e na atualização das competências dos trabalhadores” uma vez que “garante que a força de trabalho pode trabalhar eficazmente com as tecnologias de IA.”
  • Garantir gestão responsável e ética da IA. “Para tal, as organizações estabelecem comités de ética e governação, desenvolvem princípios orientadores e criam estruturas para uma utilização responsável da IA. Além disso, lançam e sustentam iniciativas focadas em práticas responsáveis de IA, garantindo que as considerações éticas sejam incorporadas nas suas operações de IA”.

O relatório, que avaliou as 200 principais companhias mundiais do ranking da Forbes, colocou a Microsoft a liderar, seguindo a Alphabet (dona da Google) e a Amazon fecha o pódio.

A primeira empresa do setor segurador a constar no ranking é a Zurich, ocupando o 46.º lugar da lista. Depois surge a Axa na 65.ª posição e a MetLife no 97.º lugar.

Já na 104.ª posição surge a Ping An Insurance Group, em 107.ª a Tokio Marine Holdings, em 140.ª a Chubb, a Generali em 141.º, a Allianz em 151ª, a China Life Insurance em 189.ª e a Munich Re em 194.ª.

O painel, que fechou o encontro, contou com a participação de Michael Wade, professor de estratégia e digital da IMD e diretor do Tonomus Global Center for digital and AI Transformation, Nadine Côrte-Real, diretora do departamento de Inteligência Artificial do Grupo Ageas Portugal, Allen Vasconcelos, senior director for digital and AI Transformation da EDP, e Paulo Jesus, Learning & Innovation Global Director na Jerónimo Martins. Moderação a cargo da jornalista Martina Fuchs.

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Trabalhadores da Atlantic Ferries querem aumento salarial de 15% em 2025

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

A Atlantic Ferries ainda não apresentou nenhuma proposta, mas já “informou que está disponível para iniciar as negociações perto do final do mês de dezembro”.

Os trabalhadores da Atlantic Ferries, que assegura as ligações fluviais entre Setúbal e Troia, vão apresentar à empresa uma proposta de aumentos salariais de 15%, com um mínimo de 150 euros, conforme recomendação da CGTP, revelou esta segunda-feira fonte sindical.

A proposta que vamos apresentar deverá estar muito próxima da recomendação da CGTP. Os trabalhadores da Atlantic Ferries estão confiantes de que poderá haver uma boa revisão salarial para 2025 e é nesse sentido que vamos elaborar o caderno reivindicativo, que deverá ser entregue à empresa no início de dezembro”, disse Carlos Costa, do Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e Marinha Mercante.

Segundo o sindicalista, que falava à agência Lusa após um plenário de trabalhadores realizado hoje à tarde em Setúbal, a Atlantic Ferries ainda não apresentou nenhuma proposta, mas já “informou que está disponível para iniciar as negociações perto do final do mês de dezembro”.

O Conselho Nacional da CGTP defendeu, em 12 de setembro, um aumento dos salários para todos os trabalhadores não inferior a 15%, com um mínimo de 150 euros, de forma a repor o poder de compra e fazer face ao “brutal aumento do custo de vida” que se tem verificado nos “últimos dois anos”.

A central sindical argumenta que “o aumento geral e significativo dos salários é essencial para a dinamização da economia”, teria “um impacto positivo na melhoria das contas da Segurança Social e acomodaria o aumento extraordinário de pensões”. A CGTP defende também um aumento do salário mínimo nacional, dos atuais 820 euros para 1.000 euros, a partir de janeiro de 2025, de modo a garantir “uma vida digna”.

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«Os desafios climáticos são globais, mas as soluções começam localmente»

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  • 18 Novembro 2024

«Cada comunidade, cada cidade, cada autarquia tem um papel a desempenhar na construção de um futuro mais sustentável», acredita Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Nuno Piteira Lopes.

No arranque da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos falámos com o Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Nuno Piteira Lopes sobre as iniciativas que vão decorrer no município e que culminam com uma grande conferência a 21 de novembro no Edifício Cruzeiro. ECO é media partner.

«Se todos os agregados separassem os materiais tradicionalmente recicláveis e os biorresíduos corretamente, o desperdício destinado a aterro diminuiria 83%»

Nuno Piteira Lopes, Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

A propósito da Semana Europeia de Resíduos, quais são os principais desafios que Cascais enfrenta atualmente na gestão de resíduos?

As famílias de Cascais produzem em média 24 kg de resíduos por semana, em linha com a média nacional. O que sabemos das caracterizações dos resíduos indiferenciados é que se todos os agregados separassem os materiais tradicionalmente recicláveis e os biorresíduos corretamente, o desperdício destinado a aterro diminuiria 83%, para cerca de 4 kg por família por semana. Este é o nosso maior desafio, conseguir mobilizar toda a nossa comunidade para a necessidade de adotarmos comportamentos ambientais, nomeadamente através da reciclagem.

Como planeiam envolver a população e sensibilizá-la para a redução de resíduos?

Temos, ao longo de todo o ano, várias campanhas de sensibilização porta-a-porta, assim como um Programa de Educação e Sensibilização Ambiental que envolve todas as crianças que frequentam as escolas do concelho. Nesta que é a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, Cascais vai desenvolver um conjunto de atividades de sensibilização e consciencialização dos cidadãos para a temática da prevenção da produção de resíduos e sua correta separação e valorização.

Que iniciativas específicas vão ser implementadas em Cascais durante esta semana? Poderia destacar algumas ações?

Em Cascais, a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos arranca no dia 18 de novembro com a inauguração da instalação “O Lixo que Fazemos”, no Mercado da Vila. Esta iniciativa permitirá visualizar a quantidade de resíduos que uma família cascalense produz numa semana fazendo um comparativo com o lixo que se produziria com a prevenção de resíduos.

No dia 19 de novembro vai ser dinamizado um workshop de cozinha com a Tia Cátia, no Mercado da Vila, para chamar a atenção para a necessidade de evitar o desperdício na preparação de alimentos e para a importância da separação dos biorresíduos.

Para incentivar os mais novos para a prática de comportamentos ambientalmente corretos e aumentar os quantitativos de recicláveis recolhidos, vamos também, no dia 22 de novembro, entregar cerca de dois mil ecopontos para as salas de aula de todas as escolas públicas do Concelho de Cascais. As escolas a partir do 2º ciclo de ensino vão também receber ecocentros, permitindo a separação de vários tipos de fluxos, como cápsulas de café, caricas, rolhas e pequenos eletrodomésticos.

«Cada comunidade, cada cidade, cada autarquia tem um papel a desempenhar na construção de um futuro mais sustentável»

Nuno Piteira Lopes, Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

Que função têm as novas tecnologias na redução de resíduos em Cascais? Existem ferramentas ou soluções digitais em destaque durante esta semana?

As tecnologias utilizadas como sensores de enchimento e geolocalização têm contribuído significativamente para a redução dos custos operacionais, através de uma melhor gestão de equipas e equipamentos, com recurso aos dados obtidos consolidados sobre todo o serviço de recolha e limpeza urbana.

Que papel desempenha a Conferência Cascais Ambiente na criação de uma visão mais sustentável para o município?

Os desafios climáticos que enfrentamos são globais, mas as soluções começam localmente. Cada comunidade, cada cidade, cada autarquia tem um papel a desempenhar na construção de um futuro mais sustentável. Em Cascais orgulhamo-nos do percurso que temos feito nesta área, sempre em busca de soluções mais inovadoras e eficazes. Pretendemos que esta conferência, que reúne especialistas em sustentabilidade ambiental, seja um momento de discussão e partilha de conhecimento, enriquecedor para Cascais na busca de soluções mais vantajosas para o concelho e para todos os munícipes.

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Francisca Oliveira assume direção-geral da Judas

  • + M
  • 18 Novembro 2024

A Judas vai proceder a outras reorganizações internas, que lhe vão permitir "continuar a crescer e a manter-se relevante num mercado altamente competitivo, onde autenticidade e inovação são cruciais".

Francisca Oliveira, que já fez parte da Judas, regressa agora à agência, reforçando a sua estrutura como diretora-geral. O seu objetivo passa por “potenciar o relacionamento com os clientes e otimizar o trabalho da agência“.

“A Judas sempre foi uma agência marcada pela diferença e pela autenticidade. A minha visão é aprofundar esta essência única, enquanto oferecemos ainda mais estrutura e inovação aos processos da agência“, diz Francisca Oliveira, citada em comunicado. “Enquanto a maioria se curva às tendências, nós traçamos um caminho diferente, guiados pela criatividade e pela originalidade”, acrescenta.

Francisca Oliveira já tinha sido account director na Judas, entre 2021 e 2022. Antes disso foi brand & communication director da Unicef, account executive da JWT e marketing assistant na DM International, nos EUA. Antes de integrar novamente a Judas, desempenhava a função account director na VML.

João Correia Pereira, sócio fundador da Judas, entende que a nova diretora-geral “representa o espírito da Judas” e que a sua entrada “marca uma fase de consolidação e expansão que reflete o que somos e o que queremos ser para os nossos clientes“.

“Acreditamos que são as ideias humanas e autênticas que realmente destacam as marcas num mercado cada vez mais automatizado. A nomeação da Francisca inaugura uma nova fase de inovação para a Judas, que permanece empenhada em criar experiências autênticas e memoráveis para os clientes“, refere o também sócio fundador da agência, Vasco Thomaz.

A agência vai ainda proceder a outras reorganizações internas, com Rubén Barros a assumir a liderança da equipa de advertising enquanto supervisor criativo e com Sara Vitorino a assumir o cargo de diretora de brand voice. Já Gastão Maya ocupa a posição de head of finance.

Com esta estrutura ampliada, “os sócios fundadores da Judas dedicam-se a áreas estratégicas essenciais para a expansão da agência”, com João Correia Pereira a direcionar o seu foco para a área de new business, estratégia e inovação, e Vasco Thomaz a assumir a direção criativa.

Esta nova configuração organizacional permite à agência “continuar a crescer e a manter-se relevante num mercado altamente competitivo, onde autenticidade e inovação são cruciais para o sucesso continuo das marcas que representa“, lê-se ainda em nota de imprensa.

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Portugal contra a suspensão do diálogo político com Israel. “Não é o momento ideal”, diz governante

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

A Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, diz que Portugal "mantém uma posição coerente de considerar que é sempre positivo manter um diálogo político".

O Governo português disse esta segunda-feira estar contra a proposta do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, para suspender o diálogo político com Israel face aos ataques em Gaza, vincando que “não é o momento ideal”.

A posição do executivo português foi transmitida em Bruxelas pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, que argumentou com “motivos de substância”, uma vez que Lisboa considera que o diálogo “é positivo”, mas também com “motivos de timing, num momento “em que há uma transição ao nível do executivo da UE”.

“Neste momento, nós consideramos (…) que é importante preservar o diálogo político”, declarou.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final de um Conselho de Negócios Estrangeiros, no qual Josep Borrell apresentou sem sucesso esta proposta de suspensão do diálogo político com Telavive, a responsável salientou que, de momento, “a posição é esta”, recordando que Portugal, “em várias circunstâncias em que discorda de governos e de ações de governos, continua a manter o diálogo político”, nomeadamente mantendo representação diplomática nesses países.

“Sobre o Médio Oriente, Portugal tem tido uma posição de equilíbrio que, se por um lado, tem condenado algumas ações do Governo de Israel (…), também é verdade (…) mantém uma posição coerente de considerar que é sempre positivo manter um diálogo político, até porque o diálogo político nos permite também tentar influenciar a posição de todas as partes envolvidas”, adiantou Inês Domingos.

Esta segunda, à chegada à reunião na capital belga, o chefe da diplomacia europeia defendeu uma maior pressão sobre Israel, através de uma proposta para suspender o diálogo político com Telavive, de forma a acabar a guerra com o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, por não ver “hipótese de isso acontecer”.

Josep Borrell frisou não ter “mais palavras” para classificar a guerra em Gaza, quando segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) já se registaram cerca de 44 mil mortos, 70% dos quais mulheres ou crianças, e a maioria das infraestruturas do território palestiniano foram destruídas.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE debateram hoje a proposta do chefe da diplomacia europeia para suspender o diálogo político com Israel, nas disposições do acordo de associação sobre direitos humanos, mas por ser um tema fraturante entre os 27 Estados-membros do bloco não foi possível alcançar um consenso.

O chefe da diplomacia comunitária cumpriu, ainda assim, a sua promessa de levar esta questão à última reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros por si presidida, antes de passar o testemunho à estónia Kaja Kallas. De acordo com os relatórios de organismos internacionais independentes, existem razões para acreditar que Israel está a violar os direitos humanos e o direito humanitário internacional nas suas ofensivas em Gaza e no Líbano.

O diálogo político entre a UE e Israel está previsto no quadro de associação entre Bruxelas e Telavive. A proposta de suspensão do diálogo político não significa, no entanto, a suspensão do acordo de associação ou do Conselho de Associação com o país.

A guerra lançada por Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, após o ataque terrorista desta organização em 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita, continua a ameaçar alastrar-se a toda a região do Médio Oriente, tendo já feito pelo menos 43.736 mortos (quase 2% da população do enclave), entre os quais mais de 17.000 menores, e 103.370 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, segundo a ONU.

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Trabalhadores do grupo da Visão apelam a apoio de investidores. Luís Delgado fala em “declínio profundo e insustentável” das publicações

  • + M
  • 18 Novembro 2024

Os trabalhadores da dona da Visão vão agendar ações de protesto para sensibilizar a sociedade civil e o poder político. Querem ainda o pagamento dos salários em atraso. Luís Delgado já reagiu.

Os trabalhadores da Trust in News apelam ao apoio dos leitores, anunciantes e de potenciais investidores para ajudar à preservação dos títulos do grupo – onde se incluem meios como a Visão, a Exame ou o Jornal de Letras –, bem como para salvaguardar os postos de trabalho.

Em plenário esta segunda-feira, os trabalhadores decidiram ainda agendar ações de protesto para “sensibilizar a sociedade civil e o poder político para as dificuldades que enfrentam todos os dias e para a importância de salvar todos os títulos” do grupo, que detém um total de 16 publicações.

Em comunicado, “solicita-se” ainda a Luís Delgado, acionista e administrador da TiN, o pagamento dos salários e subsídios em atraso, nomeadamente alguns salários de setembro, salários de outubro, subsídios de férias, cinco subsídios de alimentação, entre outras remunerações. Ao dono da empresa, os trabalhadores solicitam ainda, “com caráter de urgência”, toda a informação disponível sobre o projeto de recuperação da empresa que o administrador pretende apresentar aos credores, no âmbito do pedido de insolvência com recuperação.

Os trabalhadores, neste momento cerca de 140, “não vão baixar os braços e decidiram tornar pública a sua luta face ao imobilismo da administração, ao aumento da dívida, ao perpetuar dos salários em atraso, ao chumbo do Processo Especial de Revitalização (PER) e à iminente insolvência”, lê-se na mesma informação.

Administração reage “aos ultimatos” dos trabalhadores

Entretanto, a administração já reagiu. Em comunicado enviado ao final da tarde a todos os colaboradores, ao qual o +M teve acesso, a administração diz que os salários em atraso de setembro — num total de 10 em 150 — deverão ser liquidados amanhã, momento em que terá início o pagamento relativo a outubro. “Esta situação, que se prolonga há demasiado tempo, é lamentável. As dificuldades têm sido ainda maiores no que toca aos subsídios”, escreve, acrescentando que nunca que nunca deixou de os representantes escolhidos pelos trabalhadores, “sobre a situação que tem causado esta perturbação, mantendo reuniões regulares, todos os meses, por vezes até mais do que uma vez“.

Afirmando que a administração “sempre assumiu a responsabilidade por aquilo que não conseguiu realizar ou, de forma transparente, pelo decidiu não fazer, nunca por incúria, e muito menos por irresponsabilidade”, Luís Delgado fala então das exigências que faz aos trabalhadores.

A administração sempre exigiu – e continua a exigir – total e completa responsabilidade a quem concebe, cria, escreve e publica as revistas, que registam quedas contínuas, de 2018 a 2024, nas vendas em banca, na publicidade, nas assinaturas e outras receitas, incluindo as digitais. Há, sempre houve, independentemente das condições, um declínio profundo e insustentável de todas as publicações. Justificações há muitas, mas receitas poucas.

A Administração de uma empresa de Comunicação Social não pode nem deve imiscuir-se nos produtos editoriais, mesmo quando reconhece um declínio contínuo e permanente, sobretudo em períodos em que todos os recursos estavam disponíveis, como, de certa forma, continuam a estar”, afirma ainda o email.

Dizendo não ser “adepta de instabilidade interna, mudanças frequentes nas equipas de chefia, despedimentos coletivos ou encerramento de revistas”, a administração afirma que “as direções editoriais e transversais tiveram acesso aos números e indicadores de desempenho dos órgãos de comunicação social (OCS) da empresa”, e que os números, de 2018 a 2024, foram partilhados com todas as equipas em fevereiro deste ano.

Para breve, a “administração dará uma resposta direta aos diversos ultimatos”, conclui o email, prometendo também divulgar o desempenho dos principais títulos da TIN e “o seu impacto nesta situação profundamente lamentável”. A administração, liderada por Luís Delgado, termina dizendo que “para todos os efeitos de transparência e memória presente e futura” pedirá que o comunicado que resultou do plenário seja publicado na íntegra no site da Visão, bem como a sua resposta.

Na última semana, recorde-se, a administração da Trust In News anunciou que vai avançar para a apresentação de um plano de insolvência com recuperação, depois de ter falhado a aprovação do Plano Especial de Revitalização (PER) na semana anterior.

Na sequência da reprovação do PER, a TIN vai comunicar formalmente ao AJP [administrador judicial provisório], que nada tem a opor ao parecer de insolvência que venha a sugerir, na convicção de que a empresa continua a operar, e manifestando, desde já, a sua intenção de apresentar um Plano de Insolvência, requerendo-se, desde logo, a convocação de uma Assembleia de Credores para apresentação e fundamentação do Plano de Recuperação da empresa”, lia-se num email enviado aos colaboradores da empresa, ao qual o +M teve acesso.

Luís Delgado avançou assim para um processo de insolvência com restruturação. “A Trust In News sempre acreditou que o caminho da sua reestruturação e viabilização seria o mais consistente e positivo para todos os credores, e para todos os nossos colaboradores, que sempre contribuíram para uma comunicação social livre, independente e isenta, cumprindo com rigor os seus desígnios constitucionais”, prosseguia o email.

O passo seguinte é então o administrador judicial provisório comunicar ao tribunal e aos credores que a empresa está insolvente, mas que pretende apresentar um plano de reestruturação. Se o parecer for favorável, será então nomeado pelo tribunal um administrador de insolvência.

A Trust in News submeteu o plano de recuperação no tribunal de Sintra a meio do mês de outubro. A proposta não previa qualquer perdão na dívida que ascende a mais de 32 milhões de euros, mas pedia mais de uma década para pagar ao seu maior credor, o Estado.

Em concreto, a empresa de media – que em 2018 comprou o negócio das revistas ao grupo Impresa por mais de dez milhões – deve 8,98 milhões de euros à Segurança Social e 8,13 milhões à Autoridade Tributária, dívidas que se propôs a pagar em 150 prestações mensais, ou seja, ao longo dos próximos 12 anos e meio, de acordo com o plano que o ECO consultou no portal Citius.

(notícia atualizada às 20h30 com posição da administração)

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Madureira e mais três arguidos expulsos do FC Porto

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

Fernando Madureira, Sandra Madureira, Vítor Catão e Vítor Oliveira, todos arguidos na Operação Pretoriano, foram expulsos de associado do FC Porto pelo Conselho Fiscal e Disciplinar do clube.

Fernando Madureira, Sandra Madureira, Vítor Catão e Vítor Oliveira, todos arguidos na Operação Pretoriano, foram expulsos de associado do FC Porto pelo Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) do clube, disse esta segunda-feira à agência Lusa fonte ligada ao processo.

A decisão foi proferida mais de três meses depois de a direção ‘azul e branca’, liderada por André Villas-Boas, ter participado formalmente dos sócios acusados naquele processo judicial, com vista à instauração de processos disciplinares por parte do órgão presidido por Angelino Ferreira, na sequência dos incidentes e agressões verificados durante uma Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube, em 13 de novembro de 2023.

Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, é o único arguido em prisão preventiva na designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa daquela claque afeta ao FC Porto em “criar um clima de intimidação e medo” numa reunião magna ‘azul e branca’ para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, então liderado por Pinto da Costa.

Além de Fernando Madureira, foram expulsos do FC Porto Sandra Madureira, sua esposa e antiga vice-presidente dos Super Dragões, Vítor Catão, adepto do clube e antigo presidente do São Pedro da Cova, que está em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, e Vítor Oliveira.

Já Carlos Nunes, outro dos arguidos da Operação Pretoriano, foi suspenso por 12 meses, recebendo o dobro da pena aplicada a Fernando Saul, ex-oficial de ligação aos adeptos do FC Porto e também envolvido na acusação, José Dias, Paulo Moura, Manuel Barros e Sérgio Ferreira. De acordo com os estatutos do clube, os sócios visados dispõem agora de 30 dias para recorrerem do parecer do CFD em sede de AG, que poderá ter efeito devolutivo, se for agendada com caráter ordinário, ou suspensivo, caso aconteça de forma extraordinária.

A fase de instrução da Operação Pretoriano começou em 28 de outubro, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, que terá de decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento até 07 de dezembro, quando se completarem 10 meses desde a aplicação do regime de prisão preventiva a Fernando Madureira.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e três de atentado à liberdade de informação. Hugo Carneiro, igualmente com ligações aos Super Dragões, também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos para os arguidos entre um e cinco anos.

O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional ‘azul e branco’ constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada em 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na AG extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.

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Privado formou 500 mil alunos e quer mais autonomia para atrair mais alunos

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

As instituições do ensino Superior privado querem mais autonomia para tomar algumas medidas, como por exemplo, na gestão de vagas.

Meio milhão de portugueses formou-se em instituições privadas nos últimos 30 anos, segundo a Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP), que teme a redução de alunos e pede mais autonomia para tentar aumentar o número de estudantes. Um em cada quatro diplomados do ensino superior formou-se numa instituição particular ou cooperativa entre os anos letivos de 1996/1997 e 2023/2024, segundo dados do Observatório da APESP, que será lançado terça-feira.

“Sem o ensino superior privado, boa parte da população não teria tido oportunidades de estudar e hoje estaríamos com anos de atraso no que toca à formação”, disse o presidente da APESP, referindo-se à década de 80, quando os privados começaram a abrir escolas onde não havia qualquer oferta educativa. Em meados dos anos 90, “passou a haver estabelecimentos por todo o país, nomeadamente no interior”, recordou António Almeida Silva, sublinhando que o Estado “só conseguiu chegar a muitas zonas do país muitos anos mais tarde”.

A inauguração de novas escolas públicas, nomeadamente de institutos politécnicos no interior do país, traduziu-se numa transferência de alunos do ensino privado para o público, um fenómeno que foi agravado pela crise financeira. Entre 2010 e 2014, muitas famílias deixaram de conseguir pagar as propinas e isso sentiu-se nas instituições privadas, quando os privados voltaram a ver o número de alunos diminuir.

Nos últimos cinco anos, diz António Almeida Silva, as escolas têm vindo a recuperar paulatinamente o número de alunos (“um aumento de 6% ao ano”), mas tendo em conta a diminuição da natalidade em Portugal, em breve voltarão a ser menos se não forem tomadas medidas.

Por isso, o presidente da APESD gostaria que as instituições tivessem mais autonomia, para tomar algumas medidas, como por exemplo a gestão de vagas: “Se quiser ter um curso só com estrangeiros, entendo que deveria ter autonomia para escolher e gerir as nossas vagas. Deveríamos ter essa liberdade. Temos conseguido captar alunos estrangeiros, mas gostaríamos de ter mais liberdade e autonomia para decidir”, defendeu.

Dos cerca de 500 mil estudantes de escolas privadas que obtiveram um grau ou diploma superior foram poucos os que não conseguiram um emprego: Do total de diplomados desde o início do século até 2021, 97,4% estão a trabalhar, segundo dados do Observatório. Dos formados no setor particular e cooperativo, quase um terço (32%) diplomou-se nas áreas das ciências empresariais, administração e direito, seguindo-se as áreas da saúde e proteção social (17%), ciências sociais, jornalismo e informação (16%), segundo o Observatório, que irá analisar dados estatísticos e fazer investigação nesta área.

Atualmente, a rede do ensino superior privado é constituída por 62 instituições, vinte de ensino superior universitário e 42 de ensino superior politécnico, oferecendo 1.262 cursos conferentes de grau ou diploma, segundo dados divulgados na véspera da APESP celebrar 30 anos. No passado ano letivo, estas instituições tinham 8.612 professores, dos quais 5% eram estrangeiros. A média de idades era de 49 anos, havendo 51% de homens para 49% de mulheres. No total, 57% dos docentes já são doutorados.

Em termos de rácio, havia 10,3 estudantes por docente.

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Imposto sobre os super-ricos? “Não estamos em condições de assumir uma decisão”, diz Montenegro

Luís Montenegro garante que o Governo mantém abertura para discutir o tema que marca a agenda da reunião dos G20, no Rio de Janeiro, mas rejeita para já comprometer-se em concretizar a iniciativa.

O primeiro-ministro considera que Portugal ainda não está “em condições de assumir uma decisão” em relação à proposta de criação de imposto sobre os super-ricos. Ainda assim, e perante o facto de o tema estar “em cima da mesa” durante a cimeira do G20, no Brasil, a Governo mantém “abertura” em discutir a questão.

“A questão está em cima da mesa e encaramos, do ponto de vista conceptual, com abertura. Mas não estamos em condições, nem os nossos parceiros, para assumir uma decisão” sobre o assunto, afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP 3, à margem da cimeira, no Rio de Janeiro.

Aos olhos de Luís Montenegro, “o que está subjacente” é a necessidade de haver uma “maior solidariedade” entre os que têm mais ou menos recursos, argumentando ser “o princípio universal” de quem se preocupa com uma resolução de “conflitos efeitvos”.

As declarações do chefe de Governo surgem em linha com as de Joaquim Miranda Sarmento que, na semana passada, em resposta ao deputado Paulo Muacho, do Livre, também não se comprometeu em aplicar um imposto desta natureza em Portugal. Segundo o ministro das Finanças, a menos que haja uma “concertação a nível europeu” e um “consenso supra nacional” sobre a matéria “dificilmente” esta teria “sucesso” a nível nacional.

Por cá, o partido de Rui Tavares já lançou uma petição pública que desafia o Governo português a defender a “justa tributação” de grandes fortunas. No texto, intitulado “Por que é que os super hiper mega ricos pagam menos impostos que tu?”, o Livre defende que “está na hora de exigir que fortunas astronómicas contribuam de forma justa para a sociedade”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, participa como país convidado, até esta terça-feira, 19 de novembro, na reunião do G20, no Rio de Janeiro.

O Brasil assumiu a 1 de Dezembro de 2023 e até 30 de Novembro deste ano, pela primeira vez, a presidência do G20 sob o tema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, com inclusão social e combate à fome e à pobreza; transições energéticas e promoção do desenvolvimento sustentável nas suas dimensões económica, social e ambiental; e reforma das instituições de governação global como prioridades.

Além de Portugal, a presidência brasileira convidou Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização, assim como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Montenegro anuncia cimeira luso-brasileira em fevereiro

O primeiro-ministro português anunciou esta segunda-feira a realização de uma cimeira luso-brasileira em fevereiro do próximo ano, no Brasil, e uma nova visita sua ao país, em data a acertar.

“Com o Presidente Lula da Silva tive uma conversa inicial, ainda não tive a conversa mais densa que pretendo ter até amanhã para, entre outras coisas, prepararmos, com mais detalhe, a cimeira que vamos realizar precisamente aqui no Brasil no próximo mês de fevereiro e a visita de Estado do Presidente da República, que também será realizada nessa ocasião”, disse.

Além disso, o primeiro-ministro quer também conversar com Lula da Silva sobre uma deslocação sua ao Brasil, ainda não calendarizada, mas que “é também uma resposta positiva a um convite que o Presidente Lula” já lhe tinha dirigido.

“Isto no âmbito de um relacionamento bilateral que é muito rico e tem assuntos prementes e pertinentes todos os dias (…) numa interação que está mais viva do que nunca, e que para além de todas as nossas ligações culturais, históricas e também das parcerias económicas que estamos a desenvolver, hoje tem uma dimensão humana verdadeiramente notável: estaremos a falar, grosso modo, de 700 mil portugueses no Brasil e de 700 mil brasileiros em Portugal”, destacou Montenegro.

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Tecnológicas fora do grupo das “Sete Magníficas” estão no radar da Allianz GI para 2025

Apesar de considerar que as ações do setor tecnológico "não estão baratas", Stefan Hofrichter, economista global da Allianz GI, coloca as tecnológicas como uma das apostas para o próximo ano.

O próximo ano vislumbra-se positivo para a generalidade dos ativos financeiros. Numa apresentação do Outlook da gestora alemã Allianz GI, realizada esta segunda-feira junto de investidores e jornalistas, Stefan Hofrichter, economista global e diretor do departamento de research macro do AllianzGI, revelou um cenário favorável tanto para as ações como para as obrigações, e também para o ouro.

“Os mercados acionistas deverão subir gradualmente em 2025”, suportados pelas expectativas de cortes de juros e pelo consenso de uma aterragem suave da economia, projetando “retornos positivos de um dígito dos dois lados do Atlântico”, destacou Hofrichter.

O Outlook para 2025 da gestora alemã aponta também para uma preferência por ações de crescimento (growth) e de qualidade. “As ações de crescimento poderão beneficiar das expectativas de cortes nas taxas de juro e de um menor momentum de crescimento económico. Por sua vez, as ações de qualidade têm maior probabilidade de se manterem resilientes em caso de aumento da volatilidade devido a receios sobre o crescimento ou incerteza política”, explicou Hofrichter.

Neste grupo de ações estão destacadamente os títulos de empresas tecnológicas para lá das “Sete magníficas”. “As ações do setor tecnológico não estão baratas, mas excluindo algumas empresas do grupo “Magnificent Seven”, as avaliações não são excessivas”, refere Hofrichter, sublinhando que “adicionamos ações tecnológicas em momentos de fraqueza em vez de as reduzir em períodos de força, e concentramo-nos em ações e subsetores com preços razoáveis e bom potencial de crescimento de lucros.”

Depois de este ano acumular até agora uma valorização de 26,6%, o metal dourado deverá continuar a valorizar nos próximos trimestres por conta dos esperados futuros cortes das taxas de juro.

Quanto às obrigações, a Allianz GI antecipa retornos positivos dos títulos de dívida soberana, particularmente nos EUA, beneficiando dos cortes de juros esperados por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed). “Prevemos retornos positivos e uma curva de rendimentos mais inclinada para as obrigações do Tesouro dos EUA”, indicou o estratega, notando que antecipa uma rendibilidade das Treasurys perto dos 4,5%, nível a que estão a negociar atualmente, e que o spread entre os títulos americanos e europeus continue a alargar-se no próximo ano.

Hofrichter antecipa que em 2025, em termos absolutos, as obrigações dos EUA deverão render mais que as europeias, e isso deverá ser fortemente sustentado por o Banco Central Europeu (BCE) fazer mais “cortes das taxas de juro do que a Fed”, apesar de “o mercado já está a descontar isso”, sublinha o responsável da Allianz IG, que espera que as taxas de referência do BCE baixem para os 2% no próximo ano.

A visão dos especialistas da Allianz GI para 2025 aponta também para uma mudança significativa na correlação entre ações e obrigações. Hofrichter antecipa que a correlação entre estas duas classes de ativos deverá diminuir nos próximos trimestres, à medida que a inflação subjacente recua gradualmente.

Esta expectativa baseia-se na observação histórica de que as obrigações e as ações tendem a estar positivamente correlacionadas quando a inflação subjacente é superior a cerca de 2,5% a 3% (e o crescimento do PIB nominal é superior a cerca de 5% a 6%). “Como esperamos que a inflação de base desça gradualmente nos próximos trimestres, esperamos também que as obrigações e as ações voltem a estar menos positivamente correlacionadas”, mas Hofrichter não antecipa que essa correlação volte já no próximo ano a terreno negativo, como sucedeu durante vários anos.

Com um desempenho igualmente positivo deverá estar o ouro. Segundo as previsões da Allianz GI, depois de este ano acumular até agora uma valorização de 26,6%, o metal dourado deverá continuar a valorizar nos próximos trimestres por conta dos esperados futuros cortes das taxas de juro, do aumento estrutural da procura por parte dos bancos centrais de mercados emergentes, dos elevados níveis de dívida pública, da incerteza política e do receio dos investidores ficarem de fora do desta tendência (conhecido como o efeito de “missing out“).

Para a Allianz GI, 2025 afigura-se assim como um ano de oportunidades no mercado financeiro, embora os investidores devam manter-se atentos às flutuações económicas e geopolíticas que possam influenciar as previsões positivas. A prudência e a diversificação continuam a ser estratégias fundamentais num cenário que, apesar de promissor, não está isento de desafios, conclui Hofrichter.

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