O que é o Apple Pay? E como e onde o pode usar?
- Flávio Nunes
- 27 Junho 2019
O Apple Pay chegou finalmente a Portugal. Resposta a resposta, o ECO explica-lhe o que é este serviço, como funciona e em que lojas já pode pagar com o iPhone.
Ver DescodificadorO que é o Apple Pay? E como e onde o pode usar?
- Flávio Nunes
- 27 Junho 2019
-
O que é o Apple Pay?
O Apple Pay é o serviço de pagamentos digitais da Apple. Foi a forma encontrada pela tecnológica em 2014 para dar início ao fim das moedas, das notas e dos cartões nas nossas já volumosas carteiras, passando tudo para o mundo digital.
O serviço de pagamentos digitais da Apple tem evoluído desde então. Ficou, agora, finalmente disponível para os utilizadores em Portugal, algo que já era reclamado há algum tempo pelos fãs portugueses da marca.
Mas nem toda a gente poderá usufruir dele. O Apple Pay só vai estar disponível para quem tenha um dispositivo da marca, como um iPhone, um iPad, um Apple Watch ou um computador Mac.
Na verdade, mesmo estes poderão não conseguir pagar com Apple Pay em Portugal. Isto porque, nesta fase inicial, o serviço suporta um número muito limitado de bancos. Veremos quais mais à frente, neste descodificador.
Proxima Pergunta: Para que serve o serviço?
-
Para que serve o serviço?
O Apple Pay permite, em linhas gerais, pagar produtos e serviços. O dinheiro é automaticamente debitado da conta associada pelo cliente, ou ao cartão de crédito, se for o caso. Mas é possível dividir a utilidade do Apple Pay em duas grandes categorias:
- Compras online. Os portugueses ainda compram pouco na internet, em comparação com o que acontece noutros países da União Europeia. Nesta vertente, o Apple Pay representa mais um serviço de fácil utilização, à disposição dos portugueses que queiram pagar compras em lojas virtuais.
- Pagamentos em loja. O Apple Pay também permite fazer pagamentos em lojas físicas, mas com um twist: se muitos comerciantes ainda evitam ao máximo os pagamentos com Multibanco, devido às taxas elevadas que têm de pagar aos bancos, pagar com Apple Pay só é possível nos estabelecimentos que tenham terminal de pagamentos digitais com o contactless, daqueles em que basta aproximar o cartão do leitor para fazer o pagamento. Neste caso, basta aproximar o iPhone do leitor.
Também vale a pena explicar para que não serve este serviço. O Apple Pay não permite transferir dinheiro entre indivíduos, como acontece com outras aplicações, como a Revolut ou o popular MB Way.
Proxima Pergunta: Que bancos o suportam?
-
Que bancos o suportam?
Vimos no início que, para usar o Apple Pay, é preciso ter um dispositivo da marca Apple, como um iPhone. Mas não é tudo. Nesta primeira fase, este serviço de pagamentos digitais também só estará disponível em quatro bancos com presença em Portugal:
- Crédito Agrícola (banco tradicional)
- Revolut (banco digital)
- N26 (banco digital)
- Monese (banco digital)
A rede MasterCard dá suporte a todos estes bancos, sendo que só um deles, o Crédito Agrícola, faz parte da chamada banca tradicional. Todos os restantes são bancos digitais, sem balcões em Portugal, mas que têm conquistado cada vez mais portugueses.
A boa notícia é que a abertura de conta nestes bancos digitais é muito acessível. Por exemplo, a Revolut cobra cinco euros pelo envio do cartão físico, que pode ser depois associado ao Apple Pay, mas é relativamente fácil contornar este custo, se o registo for feito com a referência de um amigo ou amiga que já use o serviço. No caso da rede Visa, só é mesmo suportada a aplicação Revolut.
Em relação aos restantes bancos de maior dimensão em Portugal, não há muito a fazer do que esperar. Quando o Crédito Agrícola anunciou que iria suportar o Apple Pay, em abril, o ECO questionou os principais bancos sobre se iriam suportar também o Apple Pay. Nenhum aceitou comentar.
Proxima Pergunta: Como aderir e usar?
-
Como aderir e usar?
Se tem um iPhone com as aplicações devidamente atualizadas e é cliente de um dos bancos que suportam o Apple Pay, a adesão ao serviço é gratuita e relativamente simples:
- Passo 1: Abra a aplicação Wallet.
- Passo 2: Carregue no botão azul “+”.
- Passo 3: Escolha o seu banco.
- Passo 4: Siga as instruções que forem dadas.
Se tiver dúvidas, a página do Apple Pay tem alguns vídeos que explicam tudo o que precisa de saber sobre a adesão e o funcionamento do serviço. E em português.
Como pagar?
Para pagar com o Apple Pay numa loja online, só tem de, no momento de fazer o check out, escolher o método de pagamento “Apple Pay”. Receberá uma notificação para confirmar o pagamento, com todos os detalhes sobre a compra. Para confirmar, use o Touch ID (impressão digital) ou Face ID (reconhecimento do rosto).
No caso das lojas físicas, comece por verificar se o terminal de pagamentos tem um dos seguintes símbolos antes de pagar:
Se tiver, é porque suporta contactless. Contando que já aderiu ao Apple Pay, carregue duas vezes no botão de bloqueio do iPhone. Irá abrir o painel de pagamentos do serviço da marca. Se seguida, só tem de autorizar o pagamento, com Touch ID ou Face ID, e aproximar de seguida o iPhone do terminal de pagamentos, com o ecrã virado para cima. O pagamento deverá ser processado automaticamente e, se for concluído com sucesso, receberá uma confirmação.
O Apple Maps, a aplicação de mapas da marca da maçã, já mostra que estabelecimentos aceitam Apple Pay em Portugal. Experimente procurar “Apple Pay” na aplicação e verá os locais sinalizados como suportando a funcionalidade. Em cada um deles encontrará a indicação de que “suporta Apple Pay”.
Proxima Pergunta: Quais as vantagens?
-
Quais as vantagens?
O Apple Pay é semelhante a outros serviços de pagamentos digitais no mercado, mas a proposta de valor da Apple inclui alguns aspetos menos óbvios na oferta da concorrência. Desde logo, é desenhado de origem a pensar no iPhone e suporta ainda outros dispositivos menos populares entre o público, como o Apple Watch.
Depois, é vantajoso porque as compras online não requerem o preenchimento de formulários, como acontece quando paga diretamente com o cartão de crédito, ou com outro serviço que requer um login. “Quando fizer compras na internet com o Safari no iPhone, iPad ou Mac, pode usar o Apple Pay sem ter de criar contas nem preencher formulários”.
A privacidade e a segurança são outras das vantagens. Por um lado, uma vez que o Apple Pay está afeto a cada dispositivo, os dados são apenas guardados ao nível local e não na cloud. Mas nem o número de cartão de crédito é guardado no dispositivo, promete a Apple, nem são partilhados com os comerciantes. Isto porque cada Apple Pay usa “um número específico para o dispositivo e um código de transação único”.
Além disso, o Apple Pay “não mantém informações das transações que possam ser associadas a si” e evita o uso dos cada vez mais obsoletos PIN. Em vez disso, usa formas de autenticação biométricas, como a forma do rosto ou a impressão digital. Todas estas vantagens são gratuitas e livres de comissões, pelo menos para o utilizador final.
Proxima Pergunta: E as desvantagens?
-
E as desvantagens?
Uma das principais desvantagens é que o Apple Pay representa mais um intermediário na transação e o facto de ainda suportar um número muito limitado de bancos em Portugal. Outro problema é que o Apple Pay não permite enviar ou receber dinheiro, como o MB Way, a aplicação de pagamentos digitais da SIBS — que suporta todos os bancos e é a mais usada pelos portugueses.
Mas a maior desvantagem, para além de estar apenas disponível a um número restrito de utilizador, é o facto de muitos comerciantes ainda não aceitarem pagamentos digitais no mercado português. Na verdade, no interior do país, usar exclusivamente o Apple Pay não é uma boa ideia, pelo que é útil continuar a ter moedas e notas na carteira.
Outro problema muito apontado pelos críticos dos pagamentos digitais é que, se o utilizador tiver o azar de ficar sem bateria, não há Apple Pay ou outro serviço que lhe valha.
Nota de correção: Uma versão anterior referia que o Apple Pay necessitaria de uma ligação à internet para funcionar. Na verdade, o serviço usa apenas a tecnologia NFC do iPhone e funciona mesmo se o aparelho estiver desligado da internet.