"Memórias do Mar", da artista Cristina Rodrigues, acompanha a reabertura do Vila do Conde Porto Fashion Outlet. "Acreditamos que estamos a valorizar os nossos centros", diz Catarina Tomaz.
A instalação artística de Cristina Rodrigues foi pensada e criada especialmente para o Vila do Conde Porto Fashion Outlet. “Memórias do Mar” é um projeto com a curadoria da agência State of the Art, que homenageia o concelho de Vila do Conde e as suas atividades marítimas, constituído por três obras criadas com fitas de cetim e luzes LED.
“Estaleiro”, “Sob o Mar” e “Medusas” concretizam a visão poética do olhar do Homem sobre o mar num total de 43 esculturas que estarão integralmente suspensas no teto.
Em entrevista ao Ecoolhunter, Catarina Tomaz, diretora de marketing dos espaços Via Outlet, fala sobre como está a ser vivida a reabertura dos espaços comerciais, do consumidor que gosta de uma “smartbuy” e claro, da forma como a arte valoriza a experiência de compra.
Como está a ser o regresso dos consumidores aos vossos espaços que agora reabriram?
A reabertura dos centros comerciais no dia 19 correu muito bem e confirma que a compra física na loja continua a ser a mais importante. As pessoas estavam e estão com vontade de voltar aos hábitos “normais” e sentimos até que há uma necessidade crescente desta experiência, de ir aos espaços e de ver e comprar os produtos ao vivo.
Ainda antes de reabrirmos e, logo a seguir à Pascoa, chegámos a responder a 500 telefonemas por dia com perguntas relacionadas com a reabertura. No caso do Freeport Lisboa Fashion Outlet, por ser ao ar livre, existe sempre a dúvida de se as lojas estão abertas por terem “porta aberta para a rua”.
Como estão em termos de resultados? Já há números?
Os resultados destas duas primeiras semanas foram muito positivos, em linha com 2019, o que poderemos considerar um excelente resultado, se pensarmos que em 2019 não existiam restrições e que houve dois feriados a dias de semana (25 abril e 1 de maio), o que tem sempre um peso muito grande no retalho, sobretudo de centros comerciais. O que verificamos é que estes resultados são fruto de um grande crescimento ao nível da compra media, o que também já tínhamos registado no ano passado.
Neste regresso, o que procura mais o consumidor?
Normalmente nos primeiros dias, e à semelhança do período de reabertura em 2020, são as marcas de desporto/athleisure e os segmentos de criança que mais procura têm. Mas rapidamente normaliza e as pessoas procuram preencher necessidades mais alargadas, também relacionado com a perspetiva de regresso ao trabalho físico, ou ainda segmentos mais hedonistas, uma compra ligada à componente afetiva.
Como lê o comportamento do consumidor que sai desta pandemia? Alteraram-se comportamentos (mais consciente na compra) ou com vontade de gastar o que não gastou em casa?
Há de facto muitas teorias sobre este novo consumidor, mas precisamos de tempo para as confirmar. Na minha opinião, teremos vários consumidores, como já tínhamos. Os grupos de pessoas que já estavam a desenvolver uma consciência maior relacionada com o consumo, quer por questões económicas ou racionais (smartbuy), quer por questões de sustentabilidade, sairão ainda mais reforçados depois desta fase.
Por outro lado, também é verdade que há pessoas que não perderam poder de compra, e até pouparam, e que agora têm vontade de se mimar e até de investir em produtos de qualidade superior. Nós, enquanto Outlet, e sobretudo desde a crise de 2008 – 2013, sentimos um crescimento da procura por parte de pessoas que procuram qualidade, normalmente associada a marcas mais premium e com preços acessíveis (affordable luxury). O nosso trabalho tem sido essencialmente neste sentido, reforçar a nossa resposta a esta procura. Estamos a viver momentos empolgantes porque trazem muitas novidades, o que para nós marketeers é sempre um (bom) desafio.
Uma das vossas estratégias passa por associar a arte/animação/entretenimento, como agora o projeto com a Cristina Rodrigues. É uma aposta que está a correr bem, o consumidor sai de casa com vontade de comprar mas também de “consumir” cultura, arte…
É de alguma forma inesperada a presença de arte num espaço comercial. A nossa aposta na arte começou em 2018 com a reformulação do Freeport Lisboa Fashion Outlet e agora também no Porto com a reformulação do Vila do Conde Porto Fashion Outlet. Acreditamos que estamos a valorizar os nossos centros e, assim, a valorizar e elevar a experiência de quem nos visita.
Mas com isto queremos que as pessoas se sintam bem connosco e que levem uma boa recordação e sobretudo queiram voltar. São as boas experiencias que marcam e provocam também a recomendação. O trabalho da artista Cristina Rodrigues é o mais recente exemplo disso. É uma peça de arte permanente, pensada e criada especialmente para fazer parte do centro, e que nasceu de um desafio que lançámos à artista de interpretar e homenagear a cidade de Vila do Conde através da sua arte.
É um projeto que teve a curadoria da State of The Art, que levou quase dois anos a ser concluído, e cujo resultado nos deixa muito orgulhosos. Temos estado a fazer um inquérito a quem nos visita, para saber se a presença de arte no centro inspira a visita e as compras e, apesar de ainda não o termos concluído, revelo já, que até agora, a larga maioria das pessoas dizem que sim. Um indicador que reforça a nossa aposta na arte enquanto fator diferenciador na visita e na experiência de compra.
Também no Freeport vamos ter, muito em breve, novidades neste campo da arte que é, sem dúvida nenhuma, uma área na qual vamos continuar a apostar. Mais do que nunca queremos trazer beleza para os centros e para a vida das pessoas. É uma forma de agradecermos por nos escolherem.
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“A arte é um fator diferenciador na visita e na experiência de compra”
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