Perder as autárquicas? “Nunca será uma derrota do secretário-geral do PS. Mas vamos ter uma vitória”

Ao ECO, o secretário-geral do PS rejeita responsabilidades pessoais em caso de derrota nas autárquicas e admite que os candidatos independentes terão um papel importante para a maioria da ANMP.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acredita que o PS vai vencer as eleições autárquicas de 12 de outubro, mas num cenário de eventual derrota rejeita responsabilidades pessoais. “Será, naturalmente, uma derrota de valores e de princípios que defendemos”, considera.

A cerca de duas semanas da entrega do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), o ECO entrevistou o líder socialista sobre esta matéria, mas José Luís Carneiro não fugiu à atualidade e admite que os candidatos independentes terão um papel importante para definir uma maioria na Associação Nacional de Municípios Portuguesas (ANMP).

“Este momento das eleições autárquicas é um momento muito decisivo, porque é um grande momento de diálogo com o conjunto de cidadãos e em que as nossas prioridades políticas são também calibradas, afinadas porque os autarcas são os grandes executores do investimento público e têm de ser mais valorizados por parte dos atores políticos da Administração Central“, defende.

José Luís Carneiro, Secretário-Geral do Partido Socialista, em entrevista ao ECOHugo Amaral/ECO

Uma derrota do PS nestas autárquicas é uma derrota também para José Luís Carneiro?

Se o PS não lograsse vencer as eleições, seria uma derrota da qualidade da nossa democracia e da qualidade do futuro das nossas comunidades locais. Nós temos provas dadas nas políticas públicas. Quando digo nós, os autarcas que servem o PS desde 76 até hoje nas infraestruturas de água, de saneamento, na eletrificação, nos equipamentos coletivos, nas primeiras políticas de habitação, mas também na criação de emprego, na atração de investimento. Portanto, nunca será, como é evidente, uma derrota do secretário-geral do PS. Será, naturalmente, uma derrota de valores e de princípios que defendemos. Mas entendo pelos dados que possuo que vamos ter uma vitória nas eleições autárquicas. Vamos ser capazes de ganhar mais câmaras, de ganharmos mais Assembleias Municipais e de ganharmos mais autarquias e freguesias. Essa é a minha firme expectativa, a de quem já foi a mais de 120 conselhos em três meses de liderança.

Nunca será uma derrota do secretário-geral do PS. Será, naturalmente, uma derrota de valores e de princípios que defendemos. Mas entendo que vamos ter uma vitória nas eleições autárquicas.

E a Associação Nacional de Municípios (ANMP) também.

Se ganharmos o maior número de câmaras municipais…

Não necessariamente. Pode haver circunstâncias em que independentes vençam e mais tarde possam fazer coligações com o PSD e, por essa via, ser o PSD a ganhar.

Sim, pode acontecer. Mas aí pode acontecer para um lado como pode acontecer para o outro. Esse grupo de candidatos independentes podem depois ajudar a definir uma maioria na ANMP. Julgo que todos reconhecem que tem havido um grande equilíbrio na forma como se tem gerido a ANMP com a presidente Luísa Salgueiro, que é um exemplo de entrega e dedicação. O mesmo aconteceu na Associação Nacional de Freguesias, porque foi neste mandato autárquico em que assistimos a um dos maiores movimentos de transferência de competências para os municípios.

Há matérias que exigem…

Há matérias que exigem agora um aperfeiçoamento. Já assumi um compromisso de que se vier a ser primeiro-ministro bater-me-ei por uma nova lei das finanças locais que seja capaz de contribuir para uma maior coesão territorial, económica e social. Que também contribua para a valorização económica dos recursos locais e que garanta que os municípios participam mais na receita do Estado. Já me comprometi também em trabalhar e estar disponível para uma reforma do modelo de eleição para as autarquias locais. Isto mostra a nossa vontade reformista na liderança do PS. Para nós as eleições autárquicas são muito importantes para a qualidade da nossa vida democrática, para o nosso bem-estar e para a nossa qualidade de vida. Sem falsas modéstias, para aqueles que nos veem e que nos ouvem, o meu apelo é um apelo para que confiem nas candidaturas do PS.

Há mais de 63 mil candidatas e candidatos do PS em todo o país. É evidente que há falhas, com certeza, mas aquilo que queria garantir é que são candidaturas que dão garantias de confiança às pessoas, pela experiência de vida, pela experiência profissional. Não estou com uma atitude de sobranceria, não. É pedir um voto de confiança para essas candidatas e para esses candidatos que nos representarão a partir do dia 12 de outubro.

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