Ao fim de dez anos de parceria, FCB integra a Eversheds Sutherland

Os co-managing partners, Gonçalo da Cunha e Rodrigo Almeida Dias, garantiram que com esta integração a FCB passa a ter “acesso privilegiado” a um universo alargado de grandes clientes.

Após cerca de 30 anos de existência, a FCB deu um novo passo na sua internacionalização e passou a integrar a Eversheds Sutherland (Europe), começando a operar no mercado como Eversheds Sutherland FCB.

Com esta mudança, também os escritórios associados da FCB em Angola e Moçambique farão parte da rede internacional da Eversheds Sutherland. Em Angola, a EVC Advogados passará a ser Eversheds Sutherland EVC. Já em Moçambique, a AG Advogados manterá o nome original, incluindo a marca Eversheds Sutherland nos seus suportes e comunicações.

À Advocatus, Gonçalo da Cunha, co-managing partner, explicou que a Eversheds Sutherland e a FCB já mantinham uma sólida parceria há mais de dez anos.

Rodrigo Almeida Dias e Gonçalo Cunha, co-managing partners da Eversheds Sutherland FCBHugo Amaral/ECO

“O passo agora dado é o corolário natural dessa relação. É uma integração muito facilitada pelo facto de ambas as sociedades terem uma cultura alinhada, múltiplos clientes em comum e um extenso rol de referenciação de clientes. Assim, temos a certeza de que a integração contribuirá para que ambas fortaleçam o seu posicionamento a nível internacional, em benefício dos respetivos clientes”, referiu.

Também o co-managing partner Rodrigo Almeida Dias sublinhou que com esta integração, a FCB passa a ter “acesso privilegiado” a um universo alargado de grandes clientes, uma vez que a Eversheds Sutherland trabalha para a maioria das empresas da FTSE 100, da Fortune 100 e da Fortune 200.

A Eversheds Sutherland passa a contar com 74 escritórios em 35 jurisdições em África, Ásia, EUA, Europa e Médio Oriente. Além disso, mantém uma rede de mais de 200 sociedades de advogados associadas, incluindo parcerias na América Latina, Ásia/Pacífico e África.

"Consideramos que a mudança é mais em termos de tática, com a FCB a apostar na Eversheds Sutherland, como esta apostou na FCB. ”

Gonçalo da Cunha

Co-managing partner

“Acreditamos, no entanto, que as mais-valias serão sobretudo para os nossos clientes, visto que a FCB, que sempre teve uma matriz internacional, poderá agora dar uma resposta ainda mais global às necessidades dos mesmos, trabalhando em conjunto com as equipas da Eversheds Sutherland”, acrescentou Rodrigo Almeida Dias.

Já no que concerne à colaboração entre as duas sociedades, o essencial é reforçar “fortemente” a colaboração que já existia, mas agora de forma mais “coordenada” e “institucionalizada”.

“Em termos práticos, isso traduzir-se-á – aliás, já se está a traduzir – no reforço da integração das equipas por setores e áreas de prática, apresentações recíprocas, identificação de oportunidades conjuntas, etc. Aqui, importa ter presente que a Eversheds Sutherland tem dezenas de escritórios em dezenas de países, onde colaboram milhares de advogados”, explicou Rodrigo Almeida Dias.

Escritório em LisboaHugo Amaral/ECO

Anteriormente à integração, as duas firmas de advogados já possuíam vários projetos conjuntos. Ainda assim, o co-managing partner sublinha que existe uma “enorme diferença” entre ter a sua equipa de Corporate/M&A a “conhecer as equipas congéneres de dois ou três escritórios da Eversheds Sutherland – aqueles onde surgiram no passado projetos envolvendo Portugal – e a fase em que entrámos agora, em que cada uma das nossas equipas passa a conhecer todas as equipas congéneres a nível internacional”.

“Mudança é mais em termos de tática”

Dos 30 anos a operar a título individual ficam as equipas, a base de clientes e a estratégia, que segundo Gonçalo da Cunha, mantém-se inalterada, uma vez que a FCB sempre teve uma matriz internacional.

“Consideramos que a mudança é mais em termos de tática, com a FCB a apostar na Eversheds Sutherland, como esta apostou na FCB. Temos a noção de que isso pode determinar perdas pontuais junto de outros escritórios com os quais a FCB também colaborava mas temos a certeza de que essas eventuais perdas serão largamente compensadas pelas vantagens decorrentes do fortalecimento das nossas relações com os nossos novos colegas a nível global e a possibilidade de apoiar atuais e futuros clientes em todas as suas atividades, nas múltiplas jurisdições em que o universo Eversheds Sutherland opera”, explicou o co-managing partner.

Gonçalo Cunha e Rodrigo Almeida Dias, co-managing partners da Eversheds Sutherland FCBHugo Amaral/ECO

Para os próximos 30 anos o objetivo é reforçar a presença num mercado cada vez mais globalizado.

“Fazer projeções a 30 anos é sempre complicado mas claro que o objetivo é reforçar a nossa presença num mercado cada vez mais globalizado e, com isto, tornar a Eversheds Sutherland cada vez mais uma sociedade de referência também nas novas jurisdições agora aportadas – ou seja, Portugal mas também Angola e Moçambique”, referiu Rodrigo Almeida Dias.

Em ano de pandemia, FCB cresceu

O ano de 2020 foi um ano atípico para todos os setores, incluindo o da advocacia, devido à pandemia e 2021 não foi exceção também. Ainda assim, Gonçalo da Cunha assegurou que “felizmente” o setor da advocacia foi o dos menos afetados.

Claro que houve clientes que adiaram e nalguns casos desistiram de determinados projetos mas, por outro lado, surgiu o que denominamos de “trabalho Covid”, por exemplo, relacionado com mecanismos de lay-off e apoio à retoma, para dar apenas exemplos em matéria laboral, e temos ainda todas as demais matérias – maioritariamente reorganizações, aquisições e litígios – inerentes aos períodos de crise e pós-crise”, acrescentou.

Escritório em LisboaHugo Amaral/ECO

Aquando da entrevista, a sociedade encontrava-se em regime de teletrabalho, mas a curto prazo a situação iria ser reavaliada. Sobre as medidas de segurança implementadas pela firma, Rodrigo Almeida Dias sublinhou que têm corrido exatamente como o previsto, “sem quaisquer sobressaltos”.

Com a pandemia, tanto ao nível da faturação como do volume de trabalho cresceram. “Felizmente temos crescido todos os anos, 2020 não foi exceção e 2021 não o será certamente”, notou Gonçalo da Cunha.

Questionado sobre qual era o principal desafio que enfrentam atualmente, Rodrigo Almeida Dias sublinhou que a pergunta teria de ser encarada numa dupla vertente: considerando a pandemia e a integração na Eversheds Sutherland.

“Relativamente à pandemia, queremos continuar a apoiar os nossos clientes, incluindo aqueles que operam nos setores mais sacrificados, e ajudá-los a aproveitar as oportunidades que se perspetivam, como por exemplo as emergentes do Plano de Recuperação e Resiliência. Na vertente Eversheds Sutherland, queremos prosseguir o caminho da integração, para que esta se torne uma realidade com efeitos práticos e concretos no imediato, com os evidentes benefícios daí decorrentes para os nossos clientes”, conclui.

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