
4º Fórum Nacional de Seguros: Mediação em peso, Liderança em falta
António Horta Salvo, partner da Bull Insurance e sempre ativo no setor, notou a ausência dos principais dirigentes das seguradoras nacionais no 4.º Fórum Nacional de Seguros. E não gostou!
Decorreu mais uma vez, com assinalável sucesso, o Fórum Nacional de Seguros, evento que já se impôs como o maior e mais relevante encontro do setor segurador em Portugal. Este ano, cerca de 2.500 profissionais ligados à mediação de seguros marcaram presença, dando um claro sinal da vitalidade, da união e da capacidade mobilizadora deste segmento crucial do setor.
Estes mediadores — corretores, agentes e representantes — são, na prática, o rosto visível das seguradoras junto do público, os verdadeiros motores do negócio, aqueles que diariamente estabelecem pontes entre os produtos e serviços das companhias e as reais necessidades dos clientes. São eles que garantem o aconselhamento personalizado, a confiança, o acompanhamento e, sobretudo, a proximidade. São eles que, com resiliência e competência, sustentam o crescimento do setor segurador português, mesmo em tempos de incerteza económica.
No entanto, este encontro nacional, que celebrou a excelência, o profissionalismo e a dedicação da mediação de seguros, ficou marcado por uma ausência notória e, para muitos, incompreensível: a ausência dos principais responsáveis das grandes seguradoras a operar em Portugal.
Num evento desta dimensão e relevância, esperava-se — e exigia-se — a presença dos decisores de topo, dos líderes institucionais, daqueles que representam o pensamento estratégico das companhias. Ao invés, o que se verificou foi o envio, por parte de muitas seguradoras, das suas segundas ou terceiras linhas hierárquicas, como se o evento fosse secundário, ou os participantes não merecessem mais do que um gesto protocolar. Esta opção transpareceu soberba, ou, no mínimo, uma lamentável falta de sensibilidade e consideração por quem diariamente defende, promove e representa essas mesmas seguradoras no terreno.
O contraste não podia ser mais gritante: de um lado, milhares de profissionais que investiram o seu tempo, a sua energia e os seus recursos para estar presentes e contribuir para a valorização do setor; do outro, uma elite dirigente que, em muitos casos, optou pela ausência, revelando desalinhamento estratégico e institucional com a mediação que lhes sustenta grande parte do negócio.
O Fórum Nacional de Seguros é, acima de tudo, um palco de reconhecimento mútuo, de partilha e de construção coletiva. Quem nele participa demonstra compromisso com o futuro do setor. Quem se demite de o fazer, ou o faz de forma tímida e distante, perde a oportunidade de ouvir, compreender e valorizar aqueles que todos os dias constroem a confiança no mercado segurador.
Fica o registo e o alerta: a mediação está presente, está forte e está unida. E continuará a desempenhar um papel determinante no ecossistema dos seguros. As seguradoras que souberem reconhecer esse valor e caminhar lado a lado com os seus mediadores terão, seguramente, uma vantagem competitiva no futuro. As que persistirem na distância, arriscam-se a perder o que de mais valioso têm: a confiança de quem lhes leva o negócio às mãos dos clientes.
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