A função fiscal do futuro: Digital Tax Manager
É necessário definir uma nova estratégia digital para a função fiscal, que guie a transformação do atual modelo operativo para um contexto digital.
A digitalização e a inovação tecnológica têm vindo a criar um novo contexto repleto de desafios para a função fiscal.
Em primeiro lugar, pela digitalização das autoridades fiscais, que tendem a gerir o compliance fiscal através de plataformas digitais e usar tecnologia de big data e data analytics na deteção de fraude contributiva. E em segundo lugar pela digitalização das próprias empresas, que tem potenciado alterações nos modelos de negócio tradicionais, com operações e transações em diversas jurisdições, e introduzido novos modelos de trabalho, com base em novas tecnologias como por exemplo a robótica.
O modelo operativo atual, baseado em ERP (Enterprise Resource Planning) tipicamente com funcionalidades limitadas aplicáveis à área fiscal, em que a parte dos processos são executados manualmente recorrendo a folhas de cálculo, e os que não o são não são ainda fiáveis ou não endereçam as complexidades da informação fiscal, já não permite responder às exigências deste contexto.
Surge, desta forma, a necessidade de se definir uma nova estratégia digital para a função fiscal, que guie a transformação do atual modelo operativo para um contexto digital.
Esta estratégia deve, por um lado, identificar as capacidades requeridas para responder ao novo contexto digital das autoridades fiscais e das próprias empresas, e por outro identificar as novas tecnologias, que permitam inovar e criar uma função fiscal de elevada performance.
Apesar da implementação estratégica depender do nível de maturidade de gestão de dados e de utilização tecnológica na função fiscal de cada empresa, existe um modelo de referência que pode ser designado de Digital Tax Manager. Este modelo compreende um ecossistema de novas tecnologias e processos, que geram valor, reduzem custos, minimizam riscos, potenciam oportunidades e são a base da função fiscal do futuro.
Podemos compreender o Digital Tax Manager com base em 5 elementos distintos: 1. Repositório centralizado, integrado e sincronizado com os vários sistemas e departamentos da empresa, que consolida e harmoniza os dados (estruturados e não estruturados) relevantes para a função fiscal; 2. Soluções de Data Analytics e Dashboards sobre o repositório centralizado de dados, que apoiam nas decisões de negócio com impacto fiscal e garantem visibilidade em tempo real sobre os dados de reporte fiscal; 3. Como elemento fundamental, a Tax Engine, ou seja, solução que permite a deteção automática de exceções/ desvios ao compliance fiscal nos vários sistemas da empresa, permitindo de forma eficaz corrigir ou eliminar o risco fiscal / potenciar as oportunidades de otimização fiscal; 4. Aplicações automatizadas, que eliminam os processos manuais associados à gestão do compliance fiscal (incluindo a automatização da integração com as autoridades fiscais); 5. Plataforma de colaboração transversal aos restantes elementos, que agrega perfis internos e externos e realiza monitorização e controlo dos processos fiscais end-to-end.
O Digital Tax Manager potencia a função fiscal do futuro, permitindo que esta se torne uma peça ainda mais importante na tomada de decisões de negócio e geradora de valor para as organizações.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
A função fiscal do futuro: Digital Tax Manager
{{ noCommentsLabel }}