As alternativas presidenciais (a partir do Fábrica2030)
O ECO promoveu a conferência Fábrica2030 e desafiou os cinco principais candidatos a Belém a apresentarem as propotas para o país.
O ECO juntou os cinco principais candidatos à Presidência da República nas eleições de 18 de janeiro para um debate sobre país, que decorreu num auditório cheio em Serralves. André Ventura, António José Seguro, Luís Marques Mendes, João Cotrim Figueiredo e Henrique Gouveia e Melo (foi assim a ordem de intervenção e entrevista live) disseram ao que vêm e foi possível, a partir dali, traçar um perfil presidencial de cada um deles, em três grupos:
- André Ventura quer uma nova República, a IV, mudar o regime, e quer pôr os portugueses na ordem.
- Henrique Gouveia e Melo e (sobretudo) João Cotrim Figueiredo têm uma visão intervencionista a partir de Belém, e com mais exigências para o Governo em funções.
- António José Seguro e Luís Marques Mendes são mais institucionalistas, assentam a prioridade nos consensos e nos pactos e na força na palavra do Presidente.
Estes são cinco candidatos com perfis alternativos, um ponto de partida diferente, e isso dá opções aos leitores à esquerda, ao centro e à direita.
André Ventura (e que revelou que vai manter-se como militante do partido mesmo se chegar a Belém, assim como sócio do Benfica, acrescentou…) sabe a cada momento para quem está a falar, ajusta o discurso, não tem propriamente um programa político estruturado do que quer a partir de Belém, tem especialmente soundbites fortes sobre o que não quer e sobre as bandeiras de intervenção para um regime de pendor mais presidencial.
Gouveia e Melo será, se chegar a Belém, uma força de pressão sobre o Governo, permanente. Como o próprio diz, não se esconde nas “trincheiras”, nem em público, menos ainda e privado. Deixa perceber, por exemplo, que estará menos disponível para promulgar mudanças laborais que ponham em causa a coesão social e quaisquer ideias sobre a “privatização da Segurança Social”, se não discutidas em campanha, serão motivo para dissolução.
João Cotrim Figueiredo também está no limiar da intervenção presidencial, mas com um caráter diferente de Ventura e Gouveia e Melo. Quer ser uma espécie de ‘chairman executivo’ da Portugal SA. Mas quer sobretudo pôr o país, a partir de Belém, a discutir o futuro, as mudanças sociais e geopolíticos a longo prazo.
António José Seguro sabe exatamente o que deve ser um Presidente da República, tem um discurso e uma visão estruturada, mas refugia-se, vezes de mais, na utilidade do ‘tempo do Presidente’ para evitar posições mais definitivas e clarificadoras.
Luís Marques Mendes beneficia mesmo da experiência política e governativa, isso vê-se em cada intervenção, em cada palavra. Independentemente de outras considerações, desde logo a sua visão para o país, é o mais bem preparado para ser Presidente. E tirou da carteira o compromisso de uma mensagem ao Parlamento nos primeiros meses em funções se chegar a Belém.
A campanha para as presidências já está no terreno, vai acelerar, vai dominar as discussões sobre o país e o seu futuro. Mesmo tendo em conta que não são candidatos a primeiro-ministro, é uma oportunidade para discutir o país (e para expôr o que o Governo deveria fazer e não está a fazê-lo).
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