
Investir na diversidade e inclusão das empresas
A diversidade tem de ser integrada no crescimento das empresas, incluindo no ecossistema empreendedor, onde as culturas organizacionais do futuro estão numa fase introdutória.
Os gestores de ativos têm um papel fundamental na promoção da diversidade e inclusão, uma vez que incentivam as empresas a adotarem práticas que garantem um ambiente empresarial mais representativo. O papel de envolvimento dos gestores com organizações que valorizam a diversidade nas suas equipas, contribuem para um impacto social positivo, mas também para a criação de valor a longo prazo. Desta forma, para que seja possível uma visão duradoura, acredito que a diversidade tem de ser integrada no crescimento das empresas, incluindo no ecossistema empreendedor, onde as culturas organizacionais do futuro estão numa fase introdutória.
Nesta ótica, os investidores estão cada vez mais conscientes do valor da igualdade de género e da diversidade na obtenção de melhores retornos, enquanto geram impacto social. Várias investigações demonstram que as empresas com uma abordagem inovadora à diversidade, especialmente nos conselhos de administração e cargos de liderança sénior, tendem a superar os seus concorrentes.
Entretanto, as entidades reguladoras estão a pressionar as organizações para melhorarem a igualdade de género nas equipas de gestão. Na Europa, a Diretiva sobre o Equilíbrio de Género nos Conselhos de Administração, em vigor desde 2024, estabelece que as empresas cotadas em bolsa devem garantir pelo menos 40% de representação feminina entre os administradores não executivos, ou um mínimo de 33% entre administradores executivos e não executivos, até meados de 2026.
Acreditamos que, ao expandir o universo de investimento para incluir empresas que ainda estão a progredir nestes campos, estamos realmente a investir nos líderes da diversidade do futuro, aumentando assim o potencial impacto social.
Atualmente estão a ser feitos progressos, especialmente nas maiores empresas europeias. Dados publicados em fevereiro de 2025 revelam que, no ano transato, as mulheres ocupavam 43,4% dos cargos nos conselhos de administração das 350 maiores empresas cotadas no Reino Unido. Entre os países do G7, apenas a França, com 45,4%, apresenta um nível superior de representação feminina.
Nesta lógica, já em 2019, a Nordea Asset Management lançava a Estratégia Global de Envolvimento em Diversidade para alavancar a crescente consciencialização da diversidade e da inclusão. A estratégia tem como objetivo o investimento em empresas que lideram em igualdade de género e diversidade, ao mesmo tempo que nos envolvemos com organizações que se encontram a fazer progresso nessa área.
O modelo avalia as empresas através de uma pontuação com base em quatro critérios: diversidade na liderança, reserva de talentos, esforços de inclusão e evolução na diversidade. As empresas são então classificadas como: Diversity Leaders (com avançadas métricas), Fast Movers (a necessitar de apoio adicional), Moderate Improvers (com potencial de crescimento) e Diversity Laggards (com poucos progressos). Para serem elegíveis para investimento, as empresas devem cumprir determinados critérios, como uma representação de género minoritário superior a 30% na gestão de topo ou a presença de um CEO/presidente do conselho de administração de género minoritário. Para as empresas classificadas como fast movers e moderate improvers, consideramos o envolvimento um elemento essencial do papel do gestor de ativos. Este processo permite-nos apoiar as empresas no desenvolvimento e implementação de políticas de diversidade, partilhando as melhores práticas e identificando desafios-chave.
Por exemplo, em agosto de 2023, começámos a trabalhar com a Torex Gold, uma empresa mineira canadiana de média dimensão, cujo progresso na diversidade tem sido impulsionado pelo CEO, demonstrando a importância do compromisso da liderança para uma mudança bem-sucedida. O nosso envolvimento focou-se em garantir que estes valores de diversidade se mantêm e continuam a evoluir, independentemente de futuras mudanças na liderança. A Torex Gold demonstrou um forte compromisso ao formalizar responsabilidades, divulgar disparidades salariais de género e políticas de igualdade salarial. Embora esta transparência não seja uma norma no setor, ajudou a atrair mais talento feminino. Também entre os líderes em diversidade na Global Diversity Engagement Strategy da Nordea AM está a Taylor Morrison Home Corporation, uma empresa norte-americana do setor da construção habitacional. Apesar de operar numa indústria tradicionalmente dominada por homens, a empresa alcançou um equilíbrio de género em todos os níveis, incluindo no conselho de administração, na equipa executiva, na gestão intermédia e na força de trabalho.
É nesta ótica que acreditamos que, ao expandir o universo de investimento para incluir empresas que ainda estão a progredir nestes campos, estamos realmente a investir nos líderes da diversidade do futuro, aumentando assim o potencial impacto social.
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