Regresso ao centro

  • Mariana de Araújo Barbosa
  • 10 Setembro 2019

Espaços amplos mas que tenham em conta, claro, os trabalhadores remotos. Chuveiros para os que vêm a correr. Com ringue de boxe para os que querem fazer desporto. São assim os escritórios de sonho.

O El Dorado dos negócios voltou ao ponto de partida em matéria de atração: tudo porque o talento quer estar no centro das cidades. E isso faz com que, ainda que o valor das rendas não pare de aumentar – nas zonas prime, o metro quadrado já chega aos 22 euros -, as empresas façam o esforço de criar espaços modernos, amplos e que, além de mais próximos e acessíveis aos clientes, sejam cada vez mais adaptados às necessidades de cada um dos seus colaboradores.

Vinte anos depois, a Ericsson decidiu trocar a Quinta da Fonte, em Oeiras, pelo Parque das Nações, em Lisboa. Uma das novidades – pedido expresso dos trabalhadores – foi a adaptação de uma das casas de banho de maneira a ter um duche: a ideia é que, aproveitando a localização do escritório, as pessoas pudessem deslocar-se de trotineta, bicicleta ou até a correr e que, depois, chegados ao local de trabalho, tomar um banho antes do trabalho. Já a startup Landing.jobs prepara a migração do escritório onde está para outro, também no centro da cidade, com uma premissa: o aumento da dimensão do novo espaço contempla já um alargamento da equipa que deverá permitir que 30% dos trabalhadores possam fazê-lo de forma remote, ou seja, sem estarem fisicamente no local de trabalho.

Estes são apenas dois exemplos de uma tendência que se tem manifestado, nos últimos tempos, no mercado imobiliário e, a nível empresarial: o regresso ao centro, mais do que uma posição estratégica de localização, é um sinal de que o caminho é no sentido dos recursos fundamentais para as empresas: as pessoas que nelas trabalham.

Cada vez mais, estes são os estímulos quase invisíveis mas que contam na hora de atrair e reter talento. As empresas aterram nos centros das cidades “à procura da atmosfera certa para serem mais assertivas, eficazes e produtivas”, explica André Almada, da CBRE. E esse é apenas um dos argumentos: serviço de transportes, redução do tempo de deslocação entre casa e trabalho e o acesso a mais valências estão entre os fatores de diferenciação na hora de “ser o preferido” na “guerra do talento”. E, com sorte, o escolhido dos candidatos na hora de dizer o “sim, quero”.

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  • Mariana de Araújo Barbosa

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