Desemprego desce em Portugal, mas está acima da média da União Europeia

Taxa de desemprego fixou-se em 6,3% em Portugal em abril. Na UE, a média foi de 5,9%, enquanto na Zona Euro foi de 6,2%, mostram os dados do Eurostat.

Ainda que tenha recuado em abril, a taxa de desemprego registada em Portugal continuou acima tanto da média da União Europeia (UE), como da Zona Euro. Os dados foram divulgados esta terça-feira pelo Eurostat, que indica que é em Espanha que se verifica a taxa de desemprego mais elevada do bloco comunitário.

“Em abril de 2025, a taxa de desemprego na Zona Euro foi de 6,2%, abaixo dos 6,3% registados em março de 2025 e dos 6,4% de abril de 2024. A taxa de desemprego da UE foi de 5,9% em abril de 2025, estável face a março de 2025 e abaixo dos 6,0% registados em abril”, informa o gabinete de estatísticas europeu, num destaque publicado esta manhã.

Entre os vários Estados-membros, foi Espanha a registar a taxa de desemprego mais expressiva: 10,9%, estável face ao mês anterior, mas abaixo dos 11,6% verificados em abril de 2024.

Destaque ainda para a Finlândia e para a Suécia que registaram também das taxas mais elevadas do bloco comunitário (9,1% e 8,6%, respetivamente).

Por outro lado, Malta e a Chéquia verificaram as taxas de desemprego mais baixas (ambas 2,7%). Na base da tabela, estão ainda a Polónia e a Bulgária (ambas 3,3%).

E Portugal? Por cá, a taxa de desemprego fixou-se em 6,3% em abril, abaixo dos 6,4% registados em março e dos 6,4% verificados no mesmo mês do ano passado. Apesar do recuo em cadeia e em termos homólogos, o desemprego português manteve-se, assim, acima da média comunitária, de acordo com os dados divulgados esta manhã.

Portugal é o sexto país com pior taxa de desemprego jovem

No que diz respeito ao desemprego jovem, o Eurostat indica que a taxa da União Europeia situou-se em 14,8% em abril, abaixo dos 15% de março, mas acima dos 14,6% verificados há um ano. Já na Zona Euro, a taxa foi de 14,4% em abril, abaixo dos 14,8% registados no mês anterior e estável face ao período homólogo.

Entre os vários Estados-membros, Espanha (25,6%), Suécia (21,7%) e Finlândia (21,5%) verificaram as piores taxas de desemprego jovem do bloco comunitário em abril.

Mais abaixo nessa tabela, em sexto lugar, aparece Portugal, com uma taxa de desemprego jovem de 19,7%. Ainda assim, recuou em cadeia e em termos homólogos.

Já a Alemanha (6,8%), Malta (7,2%) e os Países Baixos (8,8%) contabilizaram as taxas de desemprego jovem mais baixas da União Europeia, no quarto mês do ano.

(Notícia atualizada às 11h00)

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Inflação na Zona Euro abrandou para 1,9% em maio, abaixo da meta do BCE

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Junho 2025

No mês passado, a subida dos preços na área da moeda única ficou abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu. Face a abril, a inflação desacelerou em três décimas.

A taxa de inflação homóloga da Zona Euro cifrou-se em 1,9% em maio, abrandando 0,3 pontos percentuais face ao mês anterior, devido à queda dos preços da energia e a uma descida acentuada da inflação no setor dos serviços, segundo a estimativa rápida divulgada esta terça-feira pelo Eurostat.

O boletim do serviço estatístico europeu mostra que a inflação ficou abaixo da projeção compilada pela Bloomberg que apontava para 2,1%, além de ter ficado abaixo da meta de 2% fixada pelo Banco Central Europeu (BCE).

A inflação subjacente — que exclui energia e alimentos não transformados — terá desacelerado três décimas, para os 2,4%.

Analisando as principais componentes da inflação da área do euro, estima-se que os produtos alimentares, o álcool e o tabaco apresentem a taxa anual mais elevada em maio (3,3% versus 3,0% em abril), seguidos dos serviços (3,2% versus 4,0% em abril), dos produtos industriais não energéticos (0,6%, estável em comparação com abril) e da energia (-3,6%, estável face a abril).

Entre os Estados-membros, as taxas anuais mais baixas medidas pelo Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor (IHPC) foram registadas em Chipre (0,4%), França (0,6%) e Irlanda (1,4%). Já os valores mais altos foram observados na Estónia (4,6%), na Eslováquia e na Croácia (ambas 4,3%).

Portugal registou, em maio, uma inflação medida pelo IHPC de 1,7%, abaixo da de 3,8% do mês homólogo e da de 2,1% registada em abril.

Em comparação com abril de 2025, o Eurostat estima que a inflação anual desceu em 13 Estados-membros, manteve-se estável em um e subiu em seis.

Desde junho passado, o BCE reduziu as taxas de juro sete vezes, sendo que estes dados apoiam um novo corte na reunião de 5 e 6 de junho, mesmo com as tensões comerciais globais a alimentarem as pressões sobre os preços a longo prazo.

(Notícia atualizada às 11h03)

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NLP lança novo projeto “IntellectuALL” com recurso a Inteligência Artificial

O novo projeto pretende promover a literacia em Propriedade Intelectual, numa altura em que a NLP assinala o seu primeiro ano de atividade.

A sociedade de advogados NLP lança novo projeto “IntellectuALL” com recurso a Inteligência Artificial. O novo projeto pretende promover a literacia em Propriedade Intelectual, numa altura em que a NLP assinala o seu primeiro ano de atividade. Este projeto conta uma avatar ultrarrealista desenvolvida com recurso a inteligência artificial, criada pela equipa da Lexstream.

“Uma iniciativa pensada para promover a literacia nesta área e torná-la mais acessível a todos os que fazem crescer ideias e negócios, recorrendo a ferramentas de inteligência artificial, segundo comunicado do escritório.

“O ponto de partida é simples: um conjunto de perguntas e respostas rápidas e baseadas em situações reais, enfrentadas por muitas empresas. O objetivo é claro: descomplicar. Queremos desconstruir conceitos, ajudar a esclarecer dúvidas frequentes, alertar para riscos inesperados e ajudar as empresas a identificar oportunidades em áreas fundamentais da propriedade intelectual”, segundo as advogadas fundadoras do escritório.

Este projeto conta também com Hedy – uma avatar ultrarrealista, desenvolvida com recurso a inteligência artificial. A Hedy é uma avatar advogada, inventora, criada para ajudar a explicar conceitos e traduzir temas jurídicos e técnicos para uma linguagem mais próxima, clara e envolvente.

Este projeto foi desenvolvido com a Lexstream como parceiro tecnológico e integra o website da NLP, construído pela Softway. Nas palavras de Francisco de Abreu Duarte, CEO da Lexstream, “Este projeto foi um desafio particularmente especial para a Lexstream. O IntellectuALL representa também a nossa visão para o futuro da educação jurídica: mais acessível, dinâmica, sempre disponível, utilizando ferramentas de IA que melhoram o acesso à educação, mas que nunca destroem ou substituem verdadeiramente o conhecimento humano.”

A NLP é uma sociedade de advogados portuguesa, especializada em propriedade intelectual, com sede em Lisboa. Fundada em maio de 2024 por Sara Nazaré, Beatriz Lima e Joana Piriquito Santos, conta com uma equipa de advogados focados na assessoria jurídica a clientes nacionais e internacionais na inovação, proteção, negociação e defesa dos vários direitos de propriedade intelectual, nos diferentes setores de atividade.

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Desacordo sobre nova lei de imigração derruba Governo neerlandês

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Junho 2025

Geert Wilders, figura de proa da extrema-direita dos Países Baixos, anunciou esta manhã que o seu partido vai abandonar a coligação governamental por divergências em matéria de imigração.

A extrema-direita neerlandesa liderada por Geert Wilders anunciou na manhã desta terça-feira que vai abandonar o Governo de coligação que tem Dick Schoof como primeiro-ministro, o que, na prática, significa o colapso do Executivo.

Wilders, que lidera o Partido para a Liberdade (PVV), o mais votado nas últimas eleições legislativas, afirmou que os três parceiros que também compõem a coligação governamental não estavam dispostos a adotar as suas propostas de acabar com a migração de asilo, para as quais tinha exigido apoio imediato na semana passada.

Não há assinatura dos nossos planos de asilo. O PVV abandona a coligação“, escreveu Wilders, numa publicação na rede social X.

Além do PVV, o Governo dos Países Baixos é composto pelo Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD), o partido democrata-cristão Novo Contrato Social (NSC) e o Movimento Agricultor-Cidadão (BBB). O primeiro-ministro, Dick Schoof, é especialista em segurança e asilo.

De acordo com o Politico, os quatro parceiros que formam o Governo de coligação nos Países Baixos tinham agendado uma reunião para esta manhã para discutir as exigências de Geert Wilders de medidas de asilo mais rigorosas.

O líder do PVV queria que os seus parceiros de coligação se comprometessem imediatamente com o seu “plano de dez pontos” em matéria de asilo. Tanto ele como os restantes partidos duvidavam que houvesse um acordo na reunião — e assim foi.

“O PVV prometeu aos eleitores a política de asilo mais rigorosa de sempre”, incluindo uma proposta para “fechar as fronteiras aos requerentes de asilo”, afirmou Wilders aos jornalistas na manhã desta terça-feira. Mas, como os seus parceiros de coligação se recusaram a subscrever os planos, diz que “não [teve] outra alternativa senão dizer: ‘Rescindimos o apoio a este Governo’“.

Wilders revelou já ter comunicado ao primeiro-ministro, Dick Schoof, que iria retirar os cinco ministros do PVV do Governo. “Eu comprometi-me com a mais rigorosa política de asilo, não com a queda dos Países Baixos“, acrescentou.

O atual Executivo neerlandês, o primeiro a incluir o PVV de Wilders, foi constituído há menos de um ano, após meses de negociações para a sua formação, na sequência da vitória da extrema-direita nas eleições de novembro de 2023.

Schoof, que vem da Função Pública, já vinha a enfrentar críticas e ataques de Wilders, sobretudo no que toca ao apoio do Governo à Ucrânia e ao pedido do ministro dos Negócios Estrangeiros, Caspar Veldkamp, para que a União Europeia reveja o seu acordo de associação com Israel.

“Se não tivesse acontecido hoje, teria acontecido algures nas próximas semanas”, considera Rob Jetten, presidente do partido liberal D66, argumentando que os outros partidos da coligação foram feitos “reféns” de Wilders.

(Notícia atualizada às 9h57)

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O ciberseguro é uma prioridade para as empresas portuguesas

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  • 3 Junho 2025

Cibersegurança é prioridade para 80% das empresas em Portugal, mas poucas têm seguros contra ataques, revelando fragilidades na proteção digital.

A cibersegurança está cada vez mais no topo das prioridades de empresas privadas e entidades públicas, até se tornar uma das principais preocupações para a maioria das organizações, que devem enfrentar uma maior exposição às ameaças cibernéticas, consequência do aumento inevitável da digitalização. De acordo com o Relatório de Cibersegurança do Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal, em 2024, 80% das empresas em Portugal consideram a cibersegurança como uma prioridade alta ou muito alta.

Os ciberataques têm vindo a ganhar cada vez mais importância, tornando a cibersegurança uma prioridade crescente nesta sociedade cada vez mais digitalizada. Em 2021, 11,5% das empresas portuguesas registaram incidentes de segurança relacionados com as tecnologias de informação e comunicação (TIC), com impactos como a interrupção de serviços, a perda ou alteração de dados, ou ainda a exposição de informação confidencial, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), com base nos resultados do Inquérito à Utilização de TIC nas Empresas (IUTICE), edição de 2022. As empresas portuguesas que já foram alvo de ciberataques têm vindo a reconhecer, de forma crescente, a importância da proteção digital. Esta maior consciencialização tem-se refletido na adoção de medidas concretas para reforçar a segurança informática: em 2022, 89,7% das empresas em Portugal implementaram pelo menos uma medida para garantir a integridade, a disponibilidade e a confidencialidade dos seus dados e sistemas de TIC.

Uma das formas de gerir estes riscos associados a incidentes de segurança é através da contratação de seguros específicos para este fim, como os disponibilizados por seguradoras especializadas neste setor, como é o caso da Hiscox. No entanto, apesar de muitas empresas já estarem a elaborar planos de cibersegurança, apenas uma em cada dez empresas portuguesas dispõe de seguros com coberturas contra riscos cibernéticos — uma proporção bastante inferior à média da União Europeia, onde, em cerca de metade dos países, uma em cada cinco empresas possui este tipo de proteção, de acordo com os dados apresentados no Relatório de Cibersegurança em Portugal, disponibilizado pelo Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal, de 2022.

Ana Silva, Underwriter & Head of Profesional & Financial Lines na Hiscox

A situação torna-se particularmente alarmante no caso das empresas que não tencionam contratar qualquer tipo de cobertura, mesmo estando altamente expostas a potenciais ataques. Só em Portugal, fomos testemunhas de numerosos ataques, como o ciberataque à Vodafone em 2022, ou ao grupo de media Impresa, detentor de títulos como a SIC e o Expresso, ou um dos maiores ataques alguma vez feitos a nível mundial, o famoso WannaCry, que afetou mais de 10 mil computadores em Portugal.

Para prevenir ou minimizar os impactos dos ciberataques, é essencial, em primeira instância, investir na formação em cibersegurança. Ter as infraestruturas tecnológicas por si só, não protege se os colaboradores continuarem vulneráveis a ameaças como o phishing.

Este investimento em formação é especialmente relevante no contexto português, onde ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito à maturidade cibernética das empresas. Enquanto muitas se encontram numa fase inicial, com estratégias pouco desenvolvidas, apenas uma minoria está verdadeiramente preparada para responder de forma eficaz e rápida a um ciberataque, com o mínimo de impacto possível.

Assim, na era digital que vivemos e face ao crescente destaque da cibersegurança em 2025, é essencial desde já investir no desenvolvimento de estratégias e ferramentas eficazes, complementando a formação e a prevenção com mecanismos de proteção mais amplos como os seguros cibernéticos disponibilizados por entidades especializadas como a Hiscox — que garantam uma abordagem verdadeiramente integrada.

Ana Silva, Underwriter & Head of Profesional & Financial Lines na Hiscox

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Hoje nas notícias: contratos públicos, franchising e turismo

  • ECO
  • 3 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Autoridade da Concorrência (AdC) defende que o valor do preço-base na contratação pública deve ser mantido em segredo até à abertura das propostas. Os tribunais da Relação e o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) têm decidido pela anulação de cláusulas abusivas em contratos de franchising. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

AdC quer preço-base dos contratos públicos em “segredo” até abertura de propostas

A Autoridade da Concorrência (AdC) defende que o valor do preço-base na contratação pública deve ser mantido em segredo até à abertura das propostas por entender que a divulgação “pode ter um impacto negativo nas condições de concorrência”. Na posição formulada numa resposta a um pedido de contributo para a avaliação e revisão das Diretivas de Contratação Pública da União Europeia (UE), propõe que “seja estatuída uma disposição que assegure a obrigatoriedade dos Estados-membros garantirem, nas suas legislações nacionais, a não divulgação do preço base, assim como a não divulgação da possibilidade de adjudicar a um preço superior ao preço base, nas peças do procedimento, sendo mantida a confidencialidade desses valores até ao momento da abertura das propostas”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Cláusulas abusivas em contratos de franchising anuladas em tribunal

As decisões judiciais dos tribunais da Relação e do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) têm sido unânimes no que toca à fixação de um período de “não concorrência” no fim de um contrato de franchising, considerando que só é válida se houver “uma compensação”; caso contrário, a cláusula imposta pelo franchisador é nula. Esta é uma das cláusulas penais que muitas vezes está incluída na assinatura de um contrato para a abertura de negócios, muitas vezes apenas um estabelecimento, associados a grandes marcas de franchising. As cláusulas penais não estão lá por acaso e, em abstrato, são válidas, embora possam ser desproporcionais. Mas depois há a interpretação de doutrina, ou seja, saber se se aplicam a casos concretos, cabendo aos tribunais a sua anulação ou redução.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Procura de viagens para o verão bate novo recorde

Com o verão à porta, os pacotes de férias no estrangeiro para a época alta estão praticamente esgotados. O presidente da Associação Nacional de Agências de Viagens (ANAV), Miguel Quintas, refere que este “está a ser um ano fantástico” para as agências, com as transações a crescerem cerca de 15% face a 2024, o que se traduzirá num novo máximo histórico de vendas. “Mais houvesse, em termos de soluções de destinos turísticos ou de quantidade de oferta para os clientes, e mais seria vendido. Não vendemos mais porque não há oferta”, assegura. Os portugueses procuram “o bom, o bonito e o barato”, com as Caraíbas no top das preferências do mercado doméstico.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Reembolsos de IRS encolhem mais de 200 milhões no primeiro mês

O volume de acertos do Estado com os contribuintes no primeiro mês de campanha para as liquidações do IRS ficou, até abril, muito abaixo do valor do ano passado. De acordo com a mais recente execução orçamental das administrações públicas, que abrange já o primeiro mês de campanha de IRS deste ano, o valor de reembolsos deste imposto atingiu 402,2 milhões de euros até abril, menos 35% (ou seja, menos 215,8 milhões de euros) face aos valores que tinham sido devolvidos aos contribuintes até ao mesmo mês de 2024 por conta dos rendimentos do ano anterior. Este valor é o mais baixo para um primeiro mês de campanha de IRS desde 2020 (160,5 milhões de euros).

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Falta de habi­ta­ção aces­sí­vel empurra por­tu­gue­ses para par­ques de cam­pismo

Os parques de campismo estão a ser usados como alternativa por pessoas que não conseguem encontrar habitação digna a preços acessíveis. É difícil perceber a dimensão da situação, mas tanto os grupos que acompanham os problemas da habitação em Portugal como vários campismos confirmam este cenário. “É uma realidade com a qual nos vamos deparando, pessoas a procurarem alternativas cujo custo seja inferior às habitações”, diz André Escoval, do movimento Porta a Porta, explicando que tem conhecimento de pessoas “em parques de campismo, autocaravanas, garagens ou lojas devolutas”. Segundo o responsável, é na periferia das grandes áreas metropolitanas que a incidência é maior, mas também há relatos disto no distrito de Faro, Aveiro, Coimbra e até Leiria.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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Lucros do grupo RAR caem 4% para 33,2 milhões de euros em 2024

Dono da Colep, Vitacress ou RAR Açúcar, o grupo empresarial do Porto liderado por Nuno Macedo Silva alcançou vendas consolidadas acima de mil milhões de euros e investiu 70 milhões no ano passado.

Num ano marcado pela “consolidação do desempenho num contexto internacional volátil” e pela “concretização de investimentos estratégicos significativos”, o grupo RAR registou lucros de 33,2 milhões de euros em 2024, o que representa uma descida de 4% face ao registado no ano anterior.

“Apesar do cenário incerto, muito relacionado com ruturas ocasionais no fornecimento de matérias-primas e com taxas de juro ainda elevadas”, o volume de negócios consolidado ultrapassou os mil milhões de euros (vs. 987 milhões em 2023), enquanto o EBITDA aproximou-se dos 81 milhões de euros, abaixo dos 85,4 milhões no período homólogo.

Os investimentos das empresas do Grupo RAR superaram os 70 milhões de euros durante o ano passado, tendo sido direcionados para a expansão das atividades e melhorias na Colep Packaging, na Colep Consumer Products, na RAR Açúcar e na RAR Imobiliária.

No relatório e contas de 2024, Nuno Macedo Silva, presidente do conglomerado empresarial sediado no Porto, salienta que “apesar dos desafios económicos e geopolíticos”, o grupo RAR conseguiu “manter o desempenho e avançar com projetos importantes que vão sustentar o crescimento no futuro”.

Para 2025, antecipa uma “conjuntura assinalada pela incerteza geopolítica, nomeadamente com a nova administração nos EUA, mas também com a expectativa de um ambiente favorável para negócios e investimentos, impulsionado pela descida da inflação e das taxas de juro”. “O foco continuará a estar na adaptação estratégica, no reforço da disciplina operacional e financeira e na procura de novas oportunidades de diversificação”, acrescenta o grupo.

Como evoluíram os negócios do grupo RAR?

O maior negócio do grupo RAR é a Colep Consumer Products (CCP), que emprega 1.012 pessoas e em 2024 aumentou as vendas para 335 milhões de euros e atingiu um EBITDA de 38,3 milhões. Uma performance impulsionada pela “gestão atenta de custos e por um mix de produtos mais rentável, resultado da focalização em negócios de maior valor acrescentado e de inovação”.

Depois de ter encerrado as operações no Brasil e na Alemanha, como o ECO noticiou, a fabricante de produtos de cosmética, de cuidado pessoal e para o setor wellbeing diz ter “otimizado a presença industrial na Europa” – tem fábricas em Portugal (Vale de Cambra) e na Polónia (Kleszczów) – enquanto a unidade do México (Santiago de Querétar) “cresceu de forma robusta”.

Já a Colep Packaging Portugal, um dos principais players europeus na indústria de embalagens metálicas e plásticas, atingiu vendas de 149 milhões de euros, com destaque para os segmentos de aerossóis e general line. Com 799 trabalhadores, completou no ano passado a aquisição da totalidade do capital da espanhola ALM (agora Colep Packaging Barcelona) e iniciou as operações da joint-venture no México, onde está a construir uma fábrica de aerossóis metálicos avaliada em 28 milhões de euros, num investimento dividido (50/50) com o argentino Envases Group.

Reportagem na Colep Packaging - 09FEV24
Paulo Sousa, CEO da Colep PackagingRicardo Castelo/ECO

A empresa do grupo com mais trabalhadores (1.318) é a Vitacress Limited, que tocou vendas de 220 milhões de euros e obteve uma “melhoria significativa da rentabilidade”, com um EBITDA de 13 milhões. No relatório e contas, o grupo descreve que o negócio de saladas no Reino Unido teve uma “recuperação muito relevante dos resultados”, o setor de ervas aromáticas frescas no mesmo país reforçou a “posição de liderança” e a joint-venture dos Países Baixos subiu as vendas, mas foi “afetada na rentabilidade” pela pressão sobre os preços no segmento discount na Alemanha e Benelux.

Fundado há 63 anos, o Grupo RAR tem origem no açúcar, um negócio que ainda mantém com 237 colaboradores e “resultados de exploração positivos”, mas que em 2024 viu as vendas tropeçarem para 101 milhões de euros (vs. 129 milhões no ano anterior). A operar num mercado regulamentado e desafiada pela “forte concorrência dos produtores de açúcar de beterraba”, a RAR – Refinarias de Açúcar Reunidas teve um ano “marcado pela volatilidade dos custos das matérias-primas e pela pressão nos preços de venda”.

Por outro lado, a Acembex movimentou perto de 800 mil toneladas de matérias-primas para a indústria agroalimentar em 2024, mantendo a liderança do mercado nacional de importação de cereais e coprodutos com uma quota de 22%. Com vendas de 198 milhões de euros e 14 funcionários, a empresa expandiu a área de atuação para incluir o comércio de cereais biológicos e outras matérias-primas não agroalimentares.

Finalmente, a operar num “cenário de escassez de oferta e de poder aquisitivo limitado, em que os preços de venda se mantiveram elevados”, com 17 colaboradores, a RAR Imobiliária “prosseguiu projetos como o “Boavista 5205” e o “Novo Parque”, iniciou a comercialização do “Montebelo Villas” e avançou com planos para um terreno adquirido em Nevogilde.

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Libax Automate — Tudo ligado a trabalhar para o seu negócio!

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  • 3 Junho 2025

A equipa Libax lançou o Libax Automate, uma solução de automação em modelo SaaS para automatizar tarefas operacionais, notificações e reforçar a interação com os clientes.

O Libax Automate é a mais recente inovação da equipa Libax, uma ferramenta SaaS de automação desenvolvida para transformar a operação de agentes e corretores que atuam na distribuição de seguros. Com uma história de mais de 15 anos a criar soluções tecnológicas para o setor, o Libax volta a inovar, colocando à disposição uma plataforma poderosa para automatizar tarefas, notificações e fluxos de trabalho.

Esta solução foi pensada para evoluir constantemente e acompanhar as necessidades do mercado, garantindo uma operação cada vez mais fluida, escalável e orientada para resultados. Com o Libax Automate, o seu negócio poupa tempo e recursos em tarefas administrativas repetitivas, reforça a interação com os clientes e eleva a imagem da sua marca — tudo através de processos bem definidos, ágeis e automáticos.

Uma das grandes mais-valias do Libax Automate é a sua capacidade de execução em tempo real. É possível, por exemplo, enviar automaticamente uma notificação ao cliente com a data da peritagem de um sinistro, assim que essa informação fica disponível. Ou então dar as boas-vindas a um novo cliente assim que ele fecha uma nova apólice, criando uma experiência imediata, personalizada e profissional. Tudo sem intervenção humana, mas com total controlo e rastreabilidade.

Além disso, é possível agendar o envio automático de avisos de pagamento com referências multibanco, garantindo que os clientes são lembrados atempadamente das suas obrigações, o que contribui para uma melhor gestão de cobranças e uma redução significativa de pagamentos em atraso.

Segundo Hugo Gonçalves, CEO do Libax, “a disponibilização do Libax Automate demonstra o nosso compromisso em evoluir o Libax, de acordo com as necessidades do mercado e agregar valor a cada etapa do processo para a distribuição de seguros. Com o Libax Automate, fica garantida a eficiência operacional.”

Quer seja para processos internos ou comunicação externa, o Libax Automate coloca tudo a trabalhar de forma integrada: desde o envio de emails, notificações ou SMS, até à atualização automática de dados em sistemas e plataformas, permitindo que cada ação aconteça no momento certo e de forma totalmente adaptada ao seu negócio. Além disso, existem ainda modelos de automação interessantes, como por exemplo o modelo de segmentação de clientes, notificação de tarefas e de parceiros, aniversários, pedido de RGPD, entre muitos outros.

O Libax, como principal fornecedor de sistemas para a distribuição de seguros, continua a inovar, ajudando os agentes e corretores a minimizar a complexidade e os custos operacionais. O Libax é o parceiro de confiança da maior parte do mercado distribuidor de seguros”, disse.

Com uma interface intuitiva, funcionalidades flexíveis e integração nativa com o ecossistema Libax, o Automate é mais do que uma ferramenta — é um aliado estratégico para quem quer focar-se no que realmente importa: crescer, servir melhor e liderar com inovação.

Para saber mais sobre o Libax, entre em Libax.com e para saber mais sobre o Libax Automate, entre em hs.libax.com/automate

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Guerra comercial leva OCDE a cortar crescimento mundial para 2,9% este ano

A OCDE alerta que a economia global está presa entre tarifas, inflação e dívida, e aponta para que o investimento seja peça essencial para os países contornarem o abrandamento económico.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa as suas previsões para a economia mundial, antecipando um crescimento do PIB global de apenas 2,9% em 2025 e 2026, uma quebra face aos 3,3% registados em 2024. Mas também abaixo das projeções publicadas em março, que apontavam para um crescimento do PIB de 3,1% em 2025 e de 3% em 2026.

O cenário traçado pelos analistas da organização sediada em Paris é marcado pelo aumento das barreiras comerciais, pela incerteza política e por condições financeiras mais restritivas que ameaçam travar o crescimento e alimentar a inflação.

“Nos últimos meses, assistimos a um aumento significativo das barreiras comerciais, bem como da incerteza das políticas económicas e comerciais. Este forte aumento da incerteza teve um impacto negativo na confiança das empresas e dos consumidores e vai travar o comércio e o investimento”, alerta Álvaro Pereira, economista-chefe da OCDE, no editorial do relatório Economic Outlook divulgado esta terça-feira.

O principal fator por trás desta revisão em baixa reside no aumento substancial das tarifas comerciais, especialmente por parte dos EUA. Para os analistas da OCDE, a escalada das tensões comerciais estende-se agora para lá da rivalidade sino-americana, com Washington a impor uma tarifa adicional de 10 pontos percentuais a todos os outros parceiros comerciais.

“As novas tarifas introduzidas pelos EUA elevaram a taxa tarifária efetiva sobre as importações americanas para 15,4%, comparando com pouco mais de 2% em 2024”, refere a OCDE, sublinhando que isso levou inclusive a atingir-se o nível mais alto desde 1938.

Embora a inflação tenha diminuído na maioria dos países, a OCDE alerta que “a inflação dos preços dos serviços mantém-se persistentemente rígida, e a inflação dos preços dos bens aumentou ligeiramente em muitos países devido ao aumento dos preços dos alimentos”.

“O comércio equivalente a mais de 2% do PIB mundial está agora diretamente sujeito a tarifas mais elevadas”, referem os analistas da OCDE, apontando ainda para uma disrupção muito maior do que a verificada durante as tensões comerciais EUA-China de 2018-19.

Para Álvaro Santos Pereira, este ambiente comercial hostil provocou um enfraquecimento das perspetivas económicas da OCDE que “são sentidas em todo o mundo, quase sem exceção”, por via de um menor crescimento e de menos comércio a afetarem os rendimentos e a abrandarem a criação de emprego.

“Os riscos também aumentaram significativamente”, adverte ainda o ex-ministro de Economia, identificando três grandes ameaças: o risco de o protecionismo e a incerteza das políticas comerciais aumentarem ainda mais; a possibilidade de pressões orçamentais crescentes em países com níveis de dívida já elevados; e as avaliações historicamente elevadas dos mercados acionistas que aumentam a vulnerabilidade a choques negativos nos mercados financeiros.

Inflação resistente e políticas monetárias divergentes

Embora a inflação tenha diminuído na maioria dos países, a OCDE alerta que “a inflação dos preços dos serviços mantém-se persistentemente rígida, e a inflação dos preços dos bens aumentou ligeiramente em muitos países devido ao aumento dos preços dos alimentos”. O protecionismo está a adicionar pressões inflacionistas, com as expectativas de inflação a subirem substancialmente em vários países, alertam os analistas.

A organização internacional prevê que a inflação anual nos países do G20 modere de 6,2% para 3,6% em 2025 e 3,2% em 2026, mas os EUA constituem uma exceção importante, com a inflação anual esperada a subir para pouco menos de 4% no final de 2025 e a manter-se acima do objetivo em 2026.

Esta divergência inflacionista complica as decisões de política monetária por parte dos principais bancos centrais. Enquanto das instituições monetárias das economias avançadas deverá continuar a reduzir as taxas de juro, nos EUA, este movimento deverá ser mais moroso em virtude das pressões inflacionistas criadas pelas tarifas, refere a OCDE.

Restaurar a disciplina orçamental é fundamental para que os países evitem problemas de sustentabilidade fiscal e construam reservas para choques futuros.

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

Relatório Economic Outlook de junho de 2025

O relatório identifica também riscos orçamentais crescentes, com níveis de dívida pública já elevados em muitas economias avançadas e emergentes, e pressões de despesa em crescimento em áreas como defesa, transição verde e custos relacionados com o envelhecimento das sociedades.

“Num contexto de tensões geopolíticas acrescidas, muitos países estão a acelerar os investimentos na defesa para reforçar a segurança nacional”, lê-se no relatório, com os analistas da OCDE a sublinharem ainda que “estas despesas aumentarão o peso da dívida nalguns países na segunda metade da presente década.”

Os analistas alertam também para o contínuo aumento dos custos do serviço da dívida, intensificando ainda mais as pressões sobre as finanças públicas. Para a OCDE, “restaurar a disciplina orçamental é fundamental para que os países evitem problemas de sustentabilidade fiscal e construam reservas para choques futuros”.

É neste sentido que a equipa de analistas liderada por Álvaro Santos Pereira defende a necessidade de planos orçamentais credíveis de médio prazo que mostrem como os países pretendem enfrentar as pressões sobre as finanças públicas, reduzindo despesas não essenciais ou ineficientes e aumentando receitas através da reforma dos sistemas fiscais.

Investimento como motor de recuperação

Um dos aspetos centrais do relatório é o papel crucial do investimento para potenciar as economias. “Impulsionar o investimento será fundamental para revitalizar as nossas economias e melhorar as finanças públicas”, sublinha Álvaro Santos Pereira.

O economista-chefe da OCDE destaca que “o investimento tem sido demasiado baixo desde a crise financeira global” e que “o investimento lento reduziu o crescimento, a produtividade e os padrões de vida”.

O relatório dedica um capítulo especial a este tema, demonstrando que o investimento empresarial caiu não apenas devido à incerteza e ao enfraquecimento da procura, mas também devido a fatores estruturais, incluindo pressões competitivas em declínio e fricções de financiamento que se tornaram mais evidentes. Simultaneamente, o investimento habitacional tem sido demasiado fraco para evitar um declínio substancial na acessibilidade habitacional em muitos países, destaca o relatório da OCDE.

Perante este cenário desafiante, os analistas apresentam um conjunto abrangente de recomendações políticas. “Em primeiro lugar, e mais importante, é essencial evitar uma maior fragmentação comercial e barreiras comerciais”, defende Álvaro Pereira, considerando esta “de longe a prioridade política mais importante”.

Os governos devem trabalhar em conjunto para enfrentar a incerteza e prosseguir reformas para promover o crescimento e o emprego.

Álvaro Santos Pereira

Economis-chefe da OCDE

Para fomentar o investimento e o crescimento, a organização recomenda ainda reformas que reforcem a concorrência e reduzam os custos regulamentares, o aumento do investimento público em infraestruturas energéticas, digitais e críticas, a resolução da escassez e inadequação de competências, e a aceleração das autorizações e licenças de construção.

No setor habitacional, a OCDE defende a flexibilização das restrições de zonamento e planeamento, e dos regulamentos de arrendamento para estimular a oferta de habitação. “Todos estes são instrumentos políticos fundamentais para ajudar a garantir a sustentabilidade fiscal”, conclui o relatório.

Face aos desafios atuais, Álvaro Santos Pereira enfatiza que “os governos devem trabalhar em conjunto para enfrentar a incerteza e prosseguir reformas para promover o crescimento e o emprego”. Os acordos comerciais para resolver tensões existentes e reduzir ou eliminar barreiras devem ser acompanhados por mais esforços para melhorar a cooperação multilateral.

“A política tem um papel crucial a desempenhar nestes tempos desafiantes e incertos”, conclui o economista-chefe da OCDE, numa clara mensagem de que apenas através da coordenação internacional e de reformas domésticas ambiciosas será possível contrariar a atual trajetória de abrandamento económico global.

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OCDE corta crescimento de Portugal para 1,9% e antecipa regresso a contas negativas já em 2026

As novas previsões económicas da OCDE colocam Portugal a crescer 1,9% este ano e em 2026, e o regresso a uma situação de défice orçamental no próximo ano para um valor equivalente a 0,3% do PIB.

Portugal vai crescer menos este ano do que o previsto inicialmente pelos analistas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e voltar a uma situação de défice orçamental em 2026, tal como já antecipado pelo Banco de Portugal em dezembro e pelo Conselho de Finanças Públicas em abril.

Segundo o “OCDE Economic Outlook” publicado esta terça-feira, a equipa de analistas liderada por Álvaro Santos Pereira projeta que o PIB de Portugal cresça 1,9% este ano e no próximo — menos 0,1 pontos percentuais face às anteriores projeções publicadas há seis meses —, e fechar as contas do próximo ano com um défice orçamental equivalente a 0,3% do PIB.

“O crescimento está a abrandar”, alerta a organização, sinalizando que após um arranque “robusto” de 2,8% no quarto trimestre de 2024, a economia já mostrou sinais de arrefecimento no primeiro trimestre deste ano, com o PIB a expandir apenas 1,6%. As novas previsões da OCDE ficam assim abaixo das expectativas do Banco de Portugal, que apontam para um crescimento do PIB de 2,3% este ano e de 2,1% no próximo.

Previsões da OCDE

No plano das finanças públicas, as previsões da OCDE apontam para uma forte revisão em baixa, com os analistas a anteciparem um défice orçamental de 0,3% do PIB no próximo ano, depois de em dezembro a OCDE ter colocado as contas públicas com um excedente de 0,2% do PIB em 2026.

Apesar deste corte, as novas previsões da OCDE revelam-se mais otimistas do que as expectativas do Conselho de Finanças Públicas, que recentemente apontou para um défice de 1% do PIB no próximo ano, mas ligeiramente piores que as previsões do Banco de Portugal, que apontam para um défice de 0,1%. Mas todas estas previsões – OCDE, Banco de Portugal e Conselho de Finanças Públicas — esbatem no otimismo do governo que continua a vaticinar contar positivas tanto em 2025 como em 2026.

As novas estimativas da OCDE surgem num contexto de deterioração das perspetivas económicas mundiais, com a organização a prever que o crescimento global desacelere dos 3,3% registados em 2024 para uns “modestos 2,9%”, tanto em 2025 como em 2026.

Segundo os analistas da OCDE, o principal fator de preocupação para a economia nacional reside na evolução das exportações, que enfrentam ventos contrários tanto externos como internos. “Prevê-se que o crescimento das exportações continue a abrandar devido ao abrandamento da procura mundial, ao aumento das barreiras comerciais e a uma tarifa de 10% aplicada pelos EUA aos produtos portugueses, incluindo o aço e os automóveis”, escrevem os analistas no relatório.

Esta combinação de fatores – procura global em abrandamento, crescentes barreiras comerciais e tarifas americanas de 10% sobre produtos portugueses – representa um desafio significativo para a economia nacional, que é tradicionalmente dependente do comércio externo. Segundo as previsões da OCDE, as exportações passarão de um crescimento de 3,4% em 2024 para apenas 1,3% este ano e 2,6% em 2026. Já as importações deverão passar de um crescimento de 4,9% em 2024 para 2,3% este ano e 2,7% no próximo.

O relatório da OCDE destaca que, “a médio prazo, a revisão regular da despesa ajudaria a fazer face às crescentes pressões sobre as despesas decorrentes do envelhecimento da população e das fortes necessidades de investimento”.

Apesar destes constrangimentos, a OCDE sinaliza que a política orçamental portuguesa continuará a ser um fator de apoio ao crescimento, vaticinado que a “política orçamental irá manter-se expansionista”, destacando que a implementação acelerada do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) será fundamental para sustentar a atividade económica.

“A implementação mais rápida do PRR impulsionará o investimento e o consumo público sem afetar o saldo orçamental”, compensando parcialmente o abrandamento esperado nas exportações, referem os analistas, apontando para um crescimento de 3,2% do investimento este ano e 3,7% em 2026; e para um crescimento de 1,2% do consumo público em 2025 e de 1% em 2026

O cenário traçado pela OCDE para Portugal inclui elementos contraditórios que moldarão a evolução económica nos próximos dois anos:

  • Por um lado, aponta que “um mercado de trabalho mais restrito, aumentos do salário mínimo e a diminuição de poupanças historicamente elevadas farão aumentar o consumo privado”, o que representa um fator positivo para o crescimento. O mercado de trabalho robusto e os aumentos do salário mínimo deverão sustentar o consumo privado, enquanto a redução das históricas poupanças elevadas libertará recursos para gastos.
  • Por outro, a inflação permanecerá como um desafio persistente. A OCDE prevê que “com o aumento dos preços das importações e a manutenção de uma procura de mão de obra elevada, a inflação abrandará lentamente para 2,1% em 2026”. Esta moderação lenta dos preços reflete não apenas as pressões externas sobre os custos de importação, mas também a manutenção de uma procura laboral elevada que sustenta pressões salariais.

Reformas estruturais como imperativo

Face ao cenário de abrandamento económico, a OCDE sugere a adoção de políticas capazes de “suportar um crescimento mais forte e mais sustentável”. Entre as medidas preconizadas pela equipa de Álvaro Santos Pereira destaca-se a redução das barreiras à entrada no setor dos serviços, especialmente no retalho, a simplificação adicional das regulamentações e o melhoramento dos serviços de orientação para estudantes e trabalhadores.

Estas reformas estruturais são vistas pela OCDE como essenciais para compensar os ventos contrários externos e reforçar a competitividade da economia nacional.

A médio prazo, a OCDE identifica desafios estruturais para Portugal, que exigirão uma gestão cuidadosa das finanças públicas. O relatório destaca que, “a médio prazo, a revisão regular da despesa ajudaria a fazer face às crescentes pressões sobre as despesas decorrentes do envelhecimento da população e das fortes necessidades de investimento”.

O envelhecimento demográfico e as necessidades de investimento crescentes representam pressões orçamentais que terão de ser geridas com reformas que melhorem a eficiência da despesa pública, destacam os analistas.

A organização sublinha ainda a importância de Portugal ser capaz de alcançar um “crescimento sustentado da produtividade, aumentar o emprego e ter maior eficiência da despesa pública” para enfrentar estes desafios estruturais, mantendo simultaneamente uma “dívida pública numa trajetória firmemente descendente” até aos 89,8% do PIB em 2026.

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Metro do Porto aceitou alterações à segunda fase do metrobus da Boavista

  • Lusa
  • 3 Junho 2025

Em causa o trajeto entre o Liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo. Rui Moreira estima que alterações podem custar mais de 200 mil euros e critica "mentiras" da empresa sobre início da operação.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse na Assembleia Municipal que a Metro do Porto aceitou as alterações propostas pela autarquia para a segunda fase do metrobus, objeto de uma recente petição pública.

“No dia 30 de maio, sexta-feira, recebi, ao fim da tarde, uma carta do senhor presidente da Metro do Porto [Tiago Braga], em que o que diz é que depois de há dois meses andarmos a insistir nisto também nas reuniões quinzenais, que a Metro do Porto concorda com esta solução”, disse hoje Rui Moreira numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal.

Em causa está o trajeto entre o Liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo, em que executivo municipal, segundo Rui Moreira, tem feito “um conjunto de exigências” à Metro do Porto, em interações sucessivas, relativamente à segunda fase do metrobus.

“A solução que nós defendemos para o metrobus é que há uma parte da Avenida da Boavista”, entre o liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo, implica que o metrobus “deve andar, tal como na [avenida] Marechal [Gomes da Costa], fora da faixa central”.

Rui Moreira defendeu que tal seria possível porque é um segmento onde “há pouca procura”, visando também “reduzir a velocidade” naquela zona da Avenida da Boavista, “que de outra maneira não seria reduzida”. “E depois também queremos salvaguardar aquela parte da ciclovia bem construída”, numa “zona da fruição da cidade, junto ao Parque da Cidade”, acrescentou.

O autarca independente frisou, no entanto, que ainda há “algumas coisas para discutir”, como se o “metrobus deve andar segregado ou banalizado”.

“A minha opinião deixo-a já aqui: é que deve ser banalizado, porque se nós insistimos que na Marechal Gomes da Costa deve ser banalizado, por maioria de razão deveria ser banalizado naquela parte da Avenida da Boavista, onde tem pouco trânsito”, disse.

Rui Moreira adiantou ainda que no âmbito da conceção do projeto, as alterações estimadas têm um custo de cerca de 210 mil euros.

O autarca defendeu ainda que a segunda fase do metrobus só deve arrancar depois de chegarem os autocarros e começar a operação da primeira, que ainda não aconteceu, falando em “mentiras” impingidas pela Metro do Porto relativamente a prazos.

“Em abril disseram-nos que o primeiro veículo experimental iria fazer experiências na Avenida da Boavista em maio deste ano. Disseram-nos isto em abril. Se tivessem dito no ano passado, eu percebia”, criticou.

Rui Moreira reiterou que a obra da primeira fase ainda não foi entregue à Câmara do Porto, e assinalou que “a população não sabe e desconfia de como é que o metrobus vai funcionar”.

O candidato do PSD/CDS à Câmara do Porto Pedro Duarte encabeça uma petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

No mesmo dia em que foi conhecida a petição (22 de maio), Rui Moreira afirmou concordar com a mesma, suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

O documento tem atualmente cerca de 3.353 assinaturas.

O metrobus ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

Os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional e construídos por 29,5 milhões de euros por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar, incluindo a infraestrutura de alimentação.

A obra do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.

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Trump tenta convencer republicanos investidores e Musk sobre cortes fiscais

  • Lusa
  • 3 Junho 2025

Resposta dos mercados financeiros ao corte avaliado em vários milhares de milhões de dólares tem sido marcada pelo ceticismo. Proposta aprovada na Câmara dos Representantes vai ser debatida no Senado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, procura atualmente convencer senadores republicanos, investidores internacionais, eleitores e até Elon Musk de que o seu pacote de cortes fiscais não vai afundar ainda mais a dívida pública federal.

A resposta dos mercados financeiros ao corte avaliado em vários milhares de milhões de dólares tem sido, até agora, marcada pelo ceticismo, uma vez que Trump parece incapaz de reduzir os défices orçamentais, ao contrário do que prometeu.

A Casa Branca tem reagido com agressividade a qualquer crítica sobre o agravamento da dívida pública sob a liderança de Trump, apesar de esta ter aumentado significativamente durante o seu primeiro mandato, após os cortes fiscais de 2017.

Uma porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, abriu a conferência de imprensa de quinta-feira afirmando que pretendia “desmentir algumas afirmações falsas” sobre os cortes fiscais de Trump.

Leavitt declarou que a “afirmação flagrantemente errada de que a ‘Grande e Bela Lei’ aumenta o défice assenta em previsões do Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO) e de outras entidades que utilizam pressupostos duvidosos e que, historicamente, têm sido péssimas a fazer projeções, quer sob administrações democratas, quer republicanas”.

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, criticou também o CBO, no domingo, dizendo ao programa Meet the Press, da NBC, que “por vezes, o CBO acerta nas projeções, mas falha sempre, sem exceção, quando se trata de prever o crescimento económico”.

Mas a maioria dos economistas considera o CBO como referência fundamental para avaliar políticas públicas, apesar de este não emitir estimativas de custo para ações unilaterais do executivo, como as tarifas impostas por Trump.

O empresário Elon Musk, que até recentemente fazia parte do círculo de confiança de Trump enquanto responsável pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), disse à CBS News que ficou “desiludido com o pacote de despesa massiva, que aumenta o défice em vez de o reduzir, e mina o trabalho que a equipa do DOGE está a fazer.”

Segundo o Comité para um Orçamento Federal Responsável, um grupo de vigilância fiscal, os cortes fiscais e de despesa aprovados pela Câmara dos Representantes no mês passado podem acrescentar mais de cinco mil milhões de dólares à dívida nacional ao longo da próxima década, caso todas as medidas se mantenham.

A maioria dos economistas independentes consideram que o aumento da dívida irá manter as taxas de juro elevadas e travará o crescimento económico, ao tornar mais caro o financiamento de casas, automóveis, empresas e estudos universitários.

A incapacidade da Casa Branca para acalmar as preocupações com o défice está a gerar resistência política a Trump, numa altura em que os cortes fiscais e de despesa aprovados na Câmara dos Representantes se preparam para ser debatidos no Senado.

Os senadores republicanos Ron Johnson (Wisconsin) e Rand Paul (Kentucky) já manifestaram preocupações com o impacto orçamental da proposta, com Paul a dizer, no domingo, que há votos suficientes no seu partido para travar o projeto enquanto os défices não forem abordados.

Quatro senadores republicanos são suficientes para travar o projeto no Senado, onde o partido detém uma maioria de três lugares.

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