Senhorios com rendas antigas esperam mais de sete meses por compensação, critica Provedoria da Justiça

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

A Provedoria da Justiça alerta que os pagamentos das compensações tem “um atraso que ascendia, em fevereiro de 2025, a mais de sete meses”, quando a lei aponta para 30 dias.

A Provedoria de Justiça alertou esta terça-feira para falhas no regime de compensação aos senhorios com contratos anteriores a 1990, como pagamentos com atraso superior a sete meses, e pediu ao Governo celeridade na sua correção.

“No que se refere ao acesso à compensação e morosidade no respetivo pagamento, foram identificadas quer falhas de conceção quer problemas no tratamento digital”, lê-se num ofício enviado pela Provedoria de Justiça à secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, enviado também à comunicação social.

No texto assinado pela provedora-adjunta, Estrela Chaby, a entidade alerta que têm vindo a ser efetuados pagamentos das compensações com “um atraso que ascendia, em fevereiro de 2025, a mais de sete meses”, sendo que, de acordo com a lei, o prazo de decisão é de 30 dias a contar da data da receção do pedido.

Entre as principais preocupações identificadas a partir de queixas, que a Provedoria de Justiça diz ter vindo a receber “num número crescente”, estão também as dificuldades de acesso a este regime, a natureza exclusivamente digital do procedimento, a ausência de canais eficazes de apoio aos candidatos e a inexistência de previsão legal para o pagamento de juros indemnizatórios pela demora no processamento das compensações.

“A Provedoria alerta para o facto de o acesso exclusivamente digital não decorrer da lei e constituir uma barreira real ao apoio, sobretudo para os senhorios mais idosos e com menores competências digitais”, destacou.

Assim, a entidade solicitou à secretária de Estado da Habitação uma intervenção célere que permita corrigir as falhas detetadas e propôs, em concreto, a criação urgente de alternativas ao acesso exclusivamente digital e a introdução de uma norma que garanta o pagamento de juros nos casos em que o Estado não cumpra os prazos legais por si estabelecidos.

No âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), em novembro, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, disse que o processo de atribuição de um apoio aos senhorios com rendas antigas ia ser alterado para o agilizar, considerando que o modelo em vigor era “dantesco e moroso”.

Segundo o ministro, até então tinham sido submetidas ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) cerca de quatro mil candidaturas, um número “risível” face às cerca de 120 mil rendas antigas. O ministro referiu ainda os cerca de 21 mil senhorios que pediram o comprovativo que permite atestar que se trata de um contrato antigo junto da AT “o que mostra que o processo afunila na AT”, equacionando-se, por isso, a eliminação deste comprovativo, até porque há outras formas de perceber se o contrato é anterior a 1990.

No ofício, a Provedoria de Justiça apontou que “não houve auscultação das entidades envolvidas – neste caso, o IHRU e a AT – previamente à aprovação da lei, designadamente para aquilatar da suficiência e adequação dos recursos existentes para a tarefa prevista”. A atribuição de uma compensação aos senhorios com rendas anteriores a 1990 e que não transitaram para o Novo Regime do Arrendamento Urbano está enquadrada no decreto-lei que entrou em vigor no final do ano passado.

As candidaturas a esta compensação arrancaram no início de julho – devendo as mesmas ser feitas no portal da Habitação -, tendo de ser acompanhadas de vários documentos, nomeadamente comprovativos do registo do contrato de arrendamento junto da Autoridade Tributária e Aduaneira, do pedido de isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) – cujo pedido é feito no Portal das Finanças -, do recibo de rendas eletrónico ou do Modelo 44 (para que não passa recibos eletrónicos) e ainda da caderneta predial urbana que ateste o VPT à data de 28 de dezembro de 2023.

O apoio aos senhorios corresponde a uma compensação equivalente à diferença entre o valor da renda e 1/15 do valor patrimonial tributário (VPT) da casa.

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Tarifas. Risco de recessão na economia dos EUA subiu de 25% para 40%

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

O FMI estima que "o crescimento nos Estados Unidos abrande para 1,8%", um valor 0,9 pontos percentuais inferior "ao projetado na atualização de janeiro de 2025", devido à maior incerteza política.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou esta terça-feira que o risco de recessão para a economia dos EUA subiu dos 25% previstos em outubro para 40% neste momento, devido à guerra comercial lançada pelo Presidente Donald Trump.

“Não vemos uma recessão na nossa previsão, mas a probabilidade de uma recessão aumentou de 25% em outubro para cerca de 40%”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, no lançamento do World Economic Outlook (WEO), citado pela Efe.

O FMI estima que “o crescimento nos Estados Unidos abrande para 1,8%”, um valor 0,9 pontos percentuais inferior “ao projetado na atualização de janeiro de 2025 do WEO, devido à maior incerteza política, às tensões comerciais e à menor dinâmica da procura”, de acordo com o WEO.

“Não se trata de uma recessão”, garantiu, justificando que há uma economia norte-americana que, na opinião da entidade, “está a vir de uma posição de força”, disse Gourinchas, não sem antes advertir que tanto os gastos dos consumidores como a confiança dos consumidores estão em baixa no país.

Este WEO é o primeiro a incorporar o potencial impacto das tarifas de Trump nos parceiros comerciais, e na sua apresentação ficou claro que todos os países foram afetados negativamente. O FMI reviu em baixa as suas previsões para o crescimento da economia mundial, para 2,8% este ano, face aos 3,3% que apontou em janeiro. Para 2026, o FMI estima um crescimento de 3%, inferior aos 3,3% que também estimava em janeiro.

“As perspetivas de crescimento poderiam melhorar imediatamente se os países abrandassem a sua atual posição comercial e promovessem um novo ambiente comercial, claro e estável. A economia mundial precisa de um ambiente comercial claro, estável e previsível”, concluiu o economista.

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Riscos para a estabilidade financeira mundial “aumentaram significativamente”, afirma FMI

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

FMI identifica “três vulnerabilidades”, entre as quais a possibilidade de algumas instituições financeiras poderem ficar “sob pressão em mercados voláteis, especialmente as altamente alavancadas”.

Os riscos para a estabilidade financeira mundial “aumentaram significativamente” com a “elevada volatilidade” que se seguiu ao anúncio de tarifas pelo Presidente dos EUA, disse esta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No Relatório sobre a Estabilidade Financeira Mundial, a instituição alertou para a “forte reavaliação dos ativos de risco” que se seguiu a “uma série de anúncios de tarifas por parte dos Estados Unidos desde fevereiro e acelerou após a divulgação, em 2 de abril, de planos para tarifas mais elevadas do que o previsto”.

Segundo o Fundo, “a volatilidade dos mercados financeiros nos mercados de ações, divisas e obrigações aumentou acentuadamente”, sendo que a “reação de outros países aumentou ainda mais as incertezas”.

Assim, e “face à elevada volatilidade dos preços dos ativos, o presente Relatório sobre a Estabilidade Financeira Mundial avalia que os riscos para a estabilidade financeira mundial aumentaram significativamente, principalmente devido a uma maior restritividade das condições financeiras mundiais”. O FMI justifica esta avaliação com a identificação de “três vulnerabilidades” futuras que considera “chave”.

Primeiro, alertou, “apesar da recente turbulência nos mercados, as valorizações permanecem elevadas em alguns segmentos chave dos mercados de ações e obrigações de empresas, o que significa que os reajustamentos das valorizações poderão ir mais longe se as perspetivas se deteriorarem”.

O Fundo acrescentou que “as oscilações negativas dos preços dos ativos podem ter um impacto significativo nos mercados emergentes”. A segunda vulnerabilidade passa pela possibilidade de algumas instituições financeiras poderem ficar “sob pressão em mercados voláteis, especialmente as altamente alavancadas”.

Por fim, avisou o FMI, poderá haver ainda mais turbulência “sobre os mercados de obrigações soberanas, especialmente em jurisdições onde os níveis de dívida pública são elevados”, acrescentando que “de um modo geral, as preocupações dos investidores com a sustentabilidade da dívida pública e outras fragilidades do setor financeiro podem agravar-se”.

O Fundo disse ainda que “o aumento da incerteza política pode também afetar as empresas e as famílias”.

O FMI recomendou ainda políticas para gerir este contexto, apontando um “conjunto de instrumentos para atenuar os riscos para a estabilidade financeira” que “inclui políticas para as infraestruturas de mercado e as bolsas que asseguram o funcionamento do mercado, a supervisão prudencial e a regulamentação das instituições financeiras, bem como a liquidez de emergência e os instrumentos de resolução de crises”.

Para a organização, a “atenuação das vulnerabilidades financeiras e a preparação para a gestão de crises são fundamentais para conter o potencial impacto negativo da evolução do setor financeiro nos resultados macroeconómicos”, lembrando que “a história tem demonstrado repetidamente que as crises financeiras acarretam custos macroeconómicos negativos significativos e persistentes”.

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Matosinhos leva informação em tempo real a 50 paragens de transportes

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Passageiros de transportes públicos poderão saber horários e quanto tempo falta para chegada do próximo veículo.

A Câmara de Matosinhos lançou nesta terça-feira um concurso público de 292,5 mil euros para instalar informação digital em 50 paragens de transporte público, incluindo horários em tempo real. De acordo com um anúncio publicado em Diário da República (DR), em causa está um concurso público de 292,5 mil euros para a instalação de “informação digital nas paragens de transporte público”. Os concorrentes podem submeter propostas até dia 2 de maio.

Segundo o caderno de encargos do procedimento, consultado pela Lusa, o concurso “tem por objeto a dotação de 50 paragens de transporte público com painéis de informação digital dos horários e capacitados para a indicação do tempo de chegada estimada, vulgo, informação em tempo real”.

“O prazo de execução do presente contrato é de 36 meses, sendo que o fornecimento dos bens deverá estar concluído no prazo de seis meses após a respetiva outorga”, refere o documento, clarificando que estes três anos se devem à duração “e todas as licenças aplicáveis, designadamente de IT [tecnologias de informação], visando o acesso e operação da plataforma, serviço técnico e manutenção”.

De acordo com os requisitos do concurso, o vencedor do mesmo “obriga-se à execução física, de, pelo menos, 30% do fornecimento dos bens até 31 de agosto de 2025, compreendendo, no mínimo, 15 painéis de paragem instalados”.

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Governo espanhol anuncia investimento de 10,5 mil milhões de euros em Defesa

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Espanha é o país da NATO que está mais longe de alcançar o objetivo da NATO de investir 2% do PIB em Defesa até 2029. De acordo com a organização, Madrid investiu 1,2% do PIB em Defesa em 2023.

O primeiro-ministro espanhol anunciou esta terça-feira um investimento de 10,47 mil milhões de euros no âmbito do plano de segurança e defesa, aprovado no Conselho de Ministros.

O objetivo é destinar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para esta área, meta que o Governo espanhol tinha proposto alcançar em 2029.

Pedro Sánchez disse que o plano de indústria e tecnológico, agora aprovado, vai ser enviado para Bruxelas para avaliação pela União Europeia (UE) e pela NATO.

O objetivo é garantir a segurança do país e “consolidar Espanha” como um membro “central e fiável”, afirmou o também secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), num encontro com jornalistas.

Espanha é o país da NATO que está mais longe de alcançar o objetivo dos 2% até 2029. De acordo com a organização, Madrid investiu 1,2% do PIB em Defesa em 2023.

Sánchez garantiu que o investimento adicional será feito sem comprometer os gastos sociais ou ambientais, sem aumentar impostos nem o défice ou a dívida, como já tinha avançado no mês passado.

Indicou que este plano vai criar perto de 100 mil empregos no país, dos quais 36 mil diretos e 60 mil indiretos, na maioria “com níveis de qualificação e salários superiores à média” espanhola.

O primeiro-ministro espanhol apontou que o plano vai resultar no aumento do PIB entre 0,4 e 0,7 pontos percentuais.

O montante adicional de 10,47 mil milhões de euros vai juntar-se ao investimento feito ao longo dos últimos anos até chegar a um valor total de 33,123 mil milhões de euros em Segurança e Defesa, o que pressupõe 2% do PIB.

O primeiro pilar do plano vai concentrar 35% dos gastos para aumentar o número de efetivos das Forças Armadas, melhorar condições laborais e equipamento.

O plano inclui também elaboração, fabrico e aquisição de novas capacidades de telecomunicações e cibersegurança, fabrico e compra de novos equipamentos de defesa e dissuasão — capítulo que vai absorver 19% do investimento –, e o reforço das capacidades militares na resposta a emergências e desastres naturais (17%).

O quinto capítulo do plano será destinado a melhorar as condições de segurança de quase três mil efetivos que integram as 16 missões de paz espanholas no estrangeiro.

Sánchez disse que vai apresentar, durante o dia, o plano aos deputados, mas, de acordo com a Constituição, não precisa da aprovação do Congresso dos Deputados (câmara baixa) por o plano não implicar maior esforço orçamental.

O primeiro-ministro espanhol, que lidera um Governo de coligação dividido sobre este tema, reconheceu a existência de divergências nesta questão. “Existem, mas creio honestamente, creio firmemente que esta é uma questão do país para a qual todos devemos contribuir, afastar diferenças por estar em jogo algo tão sério como a segurança da Europa e de Espanha”, sublinhou Pedro Sánchez.

Em março, Sánchez tinha defendido a criação de uma “política de Segurança e Defesa comum”, com instrumentos financeiros únicos e “compras conjuntas”, tal como aconteceu com as vacinas da Covid-19, assim como indústrias pan-europeias de defesa e a formação de um exército europeu.

O Executivo, formado pelo Partido Socialista (PSOE) e pela plataforma de esquerda Somar, governa sem maioria absoluta e depende de uma ‘geringonça’ de oito partidos de sensibilidades diferentes representados no Parlamento para viabilizar leis como o Orçamento do Estado.

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FMI prevê menos crescimento na Zona Euro e estagnação da Alemanha com tarifas dos EUA

Fundo mais pessimista com crescimento dos países da Zona Euro, devido à incerteza internacional e à guerra comercial. Entre as principais economias, só as previsões para Espanha são revistas em alta.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a previsão de crescimento da Zona Euro este ano para 0,8%, menos duas décimas do que projetava em janeiro, com revisões em baixa para as principais economias, à exceção de Espanha. Em causa está, sobretudo, a elevada incerteza internacional e a guerra comercial, com a instituição liderada por Kristalina Georgieva a esperar agora uma estagnação na Alemanha.

Na atualização das projeções económicas mundiais, divulgada esta terça-feira, o FMI prevê que a economia dos países do euro avance 0,8% este ano e 1,2% em 2026, menos duas décimas do que esperava em janeiro e menos quatro décimas para este ano do que previa em outubro.

A crescente incerteza e as tarifas são os principais impulsionadores do crescimento contido em 2025. As forças compensatórias que apoiam a modesta recuperação em 2026 incluem o consumo mais forte, devido ao aumento dos salários reais e à flexibilização orçamental esperada na Alemanha, após grandes alterações na sua regra orçamental (o ‘travão da dívida’)”, explica a instituição.

Entre as grandes economias da Zona Euro, o FMI prevê que, após uma recessão de 0,2% em 2024, a Alemanha estagne neste ano de 2025. Um cenário mais pessimista do que o esperado em janeiro, quando o FMI acreditava numa taxa de crescimento alemã de 0,3%. Para 2026, a projeção é de uma recuperação, para 0,9% — ainda assim, menos duas décimas do que no último relatório.

Fonte: World Economic Outlook, FMI, abril de 2025

A instituição de Bretton Woods projeta ainda que o crescimento da economia francesa desacelere dos 1,1% registados em 2024 para 0,6% este ano, voltando a acelerar em 2026 para 1%. Um corte de duas décimas e uma décima, respetivamente, face a janeiro. Para Itália, a expectativa é também de desaceleração face aos 0,7% registados em 2024. A instituição antevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,4% este ano e 0,8% em 2026, menos três décimas e uma décima, respetivamente, face a janeiro.

Em contraciclo, Espanha continua a ‘brilhar’, com o FMI a rever em alta de duas décimas a projeção para este ano e a manter inalterada a do próximo. Os técnicos de Washington apontam para uma taxa de 2,5% em 2025 e 1,8% em 2026, após um crescimento de 3,2% em 2024, refletindo o efeito de um desempenho melhor do que o esperado no ano passado e a atividade de reconstrução após as cheias.

Incerteza desacelera crescimento mundial

A rápida escalada das tensões comerciais e os elevadas níveis de incerteza irão ter um impacto significativo na atividade económica global. O alerta é do FMI no mesmo relatório, onde também revê em baixa as previsões de crescimento mundial para 2,8% este ano e 3% em 2026, menos cinco décimas e três décimas do que o projetado em janeiro.

O cenário significa uma desaceleração este ano quando comparado com a taxa de 3,3% registada em 2024. Entre as economias avançadas o maior corte tem lugar na projeção para os Estados Unidos. A instituição com sede em Washington prevê um crescimento de 1,8% este ano e de 1,7% em 2026, menos nove décimas e quatro décimas, respetivamente, do que no relatório anterior.

A revisão em baixa para a economia americana é resultado de maior incerteza política, tensões comerciais e uma perspetiva de procura mais fraca, dado o crescimento do consumo mais lento do que o previsto, explica o FMI. Destaca ainda que as tarifas também devem pesar sobre o crescimento em 2026, com um consumo privado moderado.

O FMI destaca que as tarifas por si só já são “um grande choque negativo para o crescimento”. Acresce que a esse cenário soma-se a “imprevisibilidade” com que as medidas têm sido levadas a cabo, com um “impacto negativo na atividade económica e nas perspetivas e, ao mesmo tempo, torna mais difícil do que o habitual fazer suposições”.

Neste sentido, adverte que “a intensificação de uma guerra comercial, juntamente com uma incerteza ainda maior na política comercial, pode reduzir ainda mais o crescimento a curto e longo prazo, enquanto a erosão das reservas políticas enfraquece a resiliência a choques futuros”.

(Notícia atualizada às 14h29)

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FMI corta previsão de crescimento de Portugal para 2% este ano

Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa para 2% este ano e 1,7% no próximo, menos três décimas do que em outubro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista em relação a Portugal, tendo revisto em baixa o crescimento da economia portuguesa para este ano e o próximo. A instituição aponta agora para uma taxa de 2% e 1,7%, respetivamente, ambas abaixo do previsto pelo Governo e das previsões mais recentes do Banco de Portugal e do Conselho das Finanças Públicas (CFP).

Na atualização das projeções económicas mundiais divulgadas esta terça-feira, o FMI corta em três décimas a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), quer para este ano quer para o próximo, face ao relatório de outubro.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva, cujo perfil de previsões é tradicionalmente mais conservador, revela-se assim menos otimista do que o Governo português. A previsão oficial do Ministério das Finanças é de que, após um crescimento de 1,9% em 2024, a economia avance 2,1% em 2025.

Porém, no programa eleitoral da AD, a coligação que junta PSD e CDS aponta para uma expansão do PIB de 2,4% este ano, acelerando para 2,6% em 2026. Já o PS espera um crescimento de 2,3% este ano, com a economia a desacelerar ligeiramente para 2,1% no ano seguinte.

Entre as restantes instituições económicas, depois da Comissão Europeia — cuja projeção de 1,9% remonta a novembro –, o FMI e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) esperam a menor taxa de crescimento em 2025, enquanto o Banco de Portugal antevê a maior (2,3%). Enquanto isso, o Conselho das Finanças Públicas aponta para um crescimento de 2,2%.

Para 2026, a previsão do FMI torna-se a mais baixa entre as restantes instituições, que variam entre os 2% esperados pela Conselho das Finanças Públicas e pela OCDE e os 2,2% previstos pelo Ministério das Finanças.

A posição mais pessimista da instituição de Bretton Woods é transversal à generalidade das economias. Na semana passada, no tradicional discurso que antecede o início das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Washington, Georgieva já tinha adiantado que as novas projeções de crescimento iriam “incluir reduções significativas, mas não recessão”, refletindo já os riscos da guerra comercial desencadeada pelos EUA.

Assim, o FMI reviu esta terça-feira em baixa o crescimento do PIB mundial para 2,8% em 2025, menos cinco décimas do que em janeiro, e o da Zona Euro para 0,8%, menos duas décimas do que anteriormente.

O FMI prevê ainda que a taxa de de inflação em Portugal, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), desacelere de 2,7% em 2024 para 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026. Já para a taxa de desemprego aponta para uma redução gradual, passando dos 6,5% registados no ano passado para 6,4% este ano e 6,3% em 2025.

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Bright Pixel investe na VanishID para ajudar a proteger digitalmente CEO

O braço de investimento da Sonae participa na ronda de 8,7 milhões de euros da empresa de cibersegurança que criou solução IA para proteger digitalmente CEO e as suas famílias.

A Bright Pixel reforçou o investimento na VanishID (antiga Picnic Corporation) ao participar como coinvestidora na ronda de investimento de 10 milhões de dólares (cerca de 8,7 milhões de euros) levantada pela tecnológica de cibersegurança. Com esta injeção de capital, a tecnológica vai apostar no desenvolvimento de uma solução de proteção digital para presidentes executivos (CEO) e as suas famílias através de inteligência artificial (IA).

“Como parceiros da VanishID, desde 2023, quando ainda se chamava Picnic Corporation, e tendo coliderado a ronda de investimento série A, estamos orgulhosos em reforçar o nosso apoio com este novo investimento e em continuar a contribuir para a evolução da VanishID. Através deste financiamento, a VanishID irá reforçar a sua oferta, com o desenvolvimento de novas soluções de cibersegurança, baseadas em inteligência artificial, para continuar a proteger as empresas e executivos de ataques de engenharia social”, diz Carlos Neto, manager na Bright Pixel, o braço de investimento da Sonae, citado em comunicado.

Liderada pela Dell Technologies Capital, além da Bright Pixel, a ronda contou com a participação de Mark D. McLaughlin, antigo CEO e presidente da Palo Alto Networks, bem como da Crosslink Capital, da Rally Ventures, da Energy Impact Partners e da LockStep Ventures.

Com este financiamento, a tecnológica irá desenvolver a nova solução de proteção digital para CEO com base em IA autónoma (Agentic AI), “concebido especificamente para proteger os executivos e as suas famílias contra os riscos de privacidade e segurança digital que enfrentam“.

A solução promete proteger “contra usurpação de identidade em dispositivos pessoais e redes sociais, estendendo essa proteção a até 25 familiares ou pessoas próximas”. A exposição de dados públicos, contendo informação pessoal identificável, possibilita ciberataques, fraudes e ameaças físicas a executivos.

Mais de 93% dos executivos de topo (C Suite) tem o seu endereço de residência exposto, e 99,97% já esteve envolvido numa violação de dados, pode ler-se em comunicado.

“As pessoas representam a maior superfície de ataque não protegida em qualquer organização. A distância entre a cibersegurança e a segurança física dos colaboradores está a diminuir, e os líderes empresariais estão a reagir”, refere Raman Khanna.

“Num mercado tradicionalmente dominado por soluções de consumo, baseadas em trabalho manual offshore, a VanishID criou a primeira solução empresarial baseada em IA autónoma (Agentic AI) que resolve este problema à escala”, acrescenta o managing director da Dell Technologies Capital, citado em comunicado.

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Estudantes da Faculdade de Ciências do Porto à “caça” de vagas em 60 empresas

Leica, Sonae MC, Millennium BCP e Adidas entre as quase 60 empresas que marcam esta quarta-feira presença na terceira edição da Job(a)Fair - Feira de Emprego, no Porto.

Fazer a ‘ponte’ entre estudantes e recrutadores do mercado de trabalho é o grande objetivo da feira de emprego da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) que acontece esta quarta-feira, dia 23, e que já vai na terceira edição. A Job(a)Fair conta com a participação de cerca de 60 empresas, entre as quais a Leica, a Sonae MC, o Millennium BCP e a Adidas.

Numa iniciativa do Núcleo de Empregabilidade dos Serviços de Formação e Cooperação, em conjunto com os Serviços de Imagem e Comunicação e a Associação de Estudantes da FCUP, esta feira de emprego aposta na área do networking e proporciona ainda aconselhamento aos estudantes sobre empreendedorismo e criação de empresas.

Job(a)Fair de 2024 da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto22 abril, 2025

Segundo a organização, a consultora ambiental Ecosativa é a empresa premium deste ano, encontrando-se a recrutar talento nas áreas de Biologia e Ambiente. A empresa dinamiza a mesa-redonda “Da teoria à prática: transformar conhecimento em profissão”, para abordar temas como as saídas profissionais e os primeiros passos no mundo do trabalho.

Entre as empresas participantes constam ainda a Leica, a Sonae MC, o Millennium BCP, a Adidas, a Viamapa, a Sea Eight.

Nesta iniciativa, que acontece entre as 10h00 e as 18h00, os alunos e diplomados da FCUP têm ainda a possibilidade de tirar gratuitamente uma fotografia profissional para atualizar o Curriculum Vitae ou perfil do Linkedin, assim contar com apoio na escolha do outfit ideal para uma entrevista, com charriot, provador e aconselhamento especializado.

A Faculdade de Ciências da Universidade do Porto dispõe de uma vasta oferta formativa com 17 licenciaturas, 36 mestrados e 19 doutoramentos.

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Energética Moeve à procura de startups para programa de aceleração

A empresa de energia procura startups nas áreas de deep science, clean tech e deep tech. Vencedores terão oportunidade de desenvolver projetos-piloto com a companhia.

A Moeve, a antiga Cepsa, está à procura de startups na área de deep science, clean tech e deep tech para o seu programa de aceleração. As candidaturas para o Movie Light Up decorrem até meados de maio. Os vencedores terão oportunidade de desenvolver pilotos com a empresa de energia.

“O Moeve Light Up é um projeto transversal a todas as áreas de negócio da Moeve, tendo a inovação e o empreendedorismo como pilares fundamentais. O seu objetivo é reforçar, de forma concreta, o nosso compromisso com a transição energética e a descarbonização da indústria. Esta iniciativa sublinha ainda o nosso apoio ao ecossistema inovador, tanto nacional como internacional, contribuindo para que a Europa avance rumo a uma maior autonomia estratégica e para que os setores energético e digital progridam no sentido da neutralidade carbónica”, diz Belén Linares, diretora de Inovação da Moeve, citada em comunicado.

A empresa de energia procura startups nas áreas de deep science, clean tech e deep tech que possam contribuir com “soluções para os principais desafios da empresa relacionados com a transição energética, nomeadamente nas áreas da produção de moléculas verdes, mobilidade sustentável e química orientada para a sustentabilidade.”

O programa não é específico para o mercado nacional, com as startups nacionais a concorrerem com as de outros mercados por uma oportunidade de desenvolver pilotos com a empresa espanhola de energia. “O programa de aceleração Moeve Light Up é de âmbito internacional e está aberto à participação de startups de todo o mundo que estejam a desenvolver soluções inovadoras nas áreas de deep science, clean tech e deep tech, com foco na transição energética e na sustentabilidade”, especifica fonte oficial da empresa ao ECO.

“Na edição do ano anterior não houve nenhuma startup portuguesa selecionada para desenvolvimento de piloto”, informa fonte oficial.

O programa de aceleração “não tem um número fixo de vagas para startups”, diz a mesma fonte. “A seleção é feita com base na qualidade e no alinhamento das propostas com os desafios estratégicos da Moeve”, acrescenta.

Os desafios lançados estão alinhados com as áreas de negócio da Moeve, nomeadamente hidrogénio verde e combustíveis derivados (e-fuels), novas matérias-primas sustentáveis, inclusão digital e inovação, gestão eficiente da água ao longo dos seus ciclos de vida, mobilidade sustentável e melhoria da experiência do cliente na transformação dos seus postos, elenca a companhia.

As candidaturas decorrem até meados de maio, com as startups pré-selecionadas a apresentar no início de junho os seus projetos perante um júri, que selecionará as que avançarão para a fase de aceleração, onde terão a possibilidade de trabalhar no desenvolvimento de projetos-piloto. Os mesmos terão uma duração de seis a 18 meses, para os pilotos digitais e pilotos industriais, respetivamente.

“As startups selecionadas colaborarão com equipas da Moeve no desenvolvimento e implementação dos projetos-piloto, beneficiando de mentoria, financiamento e acesso a infraestruturas como o Innolab do Centro de Inovação em Alcalá de Henares”, informa fonte oficial.

Ao longo de 2026, após a conclusão da fase de aceleração, as startups devem apresentar os resultados dos seus pilotos no Demo Day.

“Os projetos com maior potencial, em linha com a estratégia Positive Motion da empresa, continuarão a receber apoio financeiro e estrutural da empresa energética através do seu Centro de Inovação, para alcançar o seu objetivo de aplicação nos Parques Energéticos da empresa energética em Palos de la Frontera (Huelva) e San Roque (Cádiz), em Espanha, nas suas fábricas de produtos químicos ou nos seus Postos”, pode ler-se em comunicado.

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PS quer explicações sobre Spinumviva até às eleições. E deixa em aberto nova CPI

"Já sei o suficiente para fazer um juízo negativo sobre o primeiro-ministro", afirmou Pedro Nuno Santos. Em reação, Rui Rocha considera "indesculpável" este volte-face que teria poupado uma crise.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, já admite deixar cair um novo pedido de comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso Spinumviva, da empresa da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro, iniciativa que motivou precisamente a moção de confiança apresentada pelo Governo que levou à sua queda com o chumbo dos socialistas. “Espero não ser necessário. Tenho a expectativa que, até ao final da campanha, consigamos esclarecer o que falta esclarecer”, afirmou esta terça-feira o secretário-geral socialista, durante a 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa. Em reação, o líder da IL, Rui Rocha, considerou “indesculpável” o volte-face do PS face a uma exigência que desencadeou uma crise política.

“Espero não ser necessário. Tenho a expectativa que, até ao final da campanha, consigamos esclarecer o que falta”, sublinhou Pedro Nuno Santos, indicando que, neste momento, já tem a informação necessária para “retirar conclusões”.

“Já sei o suficiente para fazer um juízo negativo sobre a seriedade do primeiro-ministro. Já sabemos o suficiente. Os portugueses já sabem. E, por isso, tudo o resto que ainda se pode vir a saber ou a esclarecer, será importante para fazermos uma avaliação mais completa”, continuou.

O pedido de uma CPI à exclusividade de funções do primeiro-ministro e ao cumprimento das obrigações declarativas de Luís Montenegro foi o que espoletou a moção de confiança do Governo que acabou por ser chumbada pelo PS. Durante o debate da moção, os socialistas insistiram que iriam voltar a solicitar uma comissão parlamentar de inquérito na próxima legislatura, saída eleições de 18 de maio. Mas, agora, Pedro Nuno Santos decidiu recuar.

“Afinal já não é preciso uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) com os mesmos dados que tínhamos ate agora?”, reagiu o líder da IL, Rui Rocha, no encerramento da 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa. De lembrar que os Liberais foram os únicos que votaram ao lado da AD a favor da moção de confiança.

E continuou: “A CPI , que era a o alfa e ómega da descoberta de toda a verdade, agora já não é? O que é que esta gente anda a fazer ao país? Alguém que insiste numa CPI e agora diz que afinal já está absolutamente esclarecido? Isso é indesculpável “.

E depois disparou contra Montenegro por confiar ao PS a continuidade da sua governação: “Como fazer uma moção de confiança que sabe que vai ser chumbada? Quem confia em irresponsáveis é também irresponsável”.

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Tarifas? “Aquilo que temos de fazer depende de nós”, diz administrador do Novobanco

O aumento das tarifas americanas representa uma "dificuldade" para as empresas, mas Portugal deve pensar nas variáveis que consegue controlar.

As tarifas anunciadas por Donald Trump representam uma “dificuldade”, mas Portugal deve concentrar-se nas “variáveis que consegue controlar” para ultrapassar a situação de maior incerteza em relação à economia global, admitiram o presidente da CIP, Armindo Monteiro, e o administrador do Novobanco, Luís Ribeiro.

“Temos uma tendência para sobrevalorizar as variáveis que não controlamos em vez de pensar nas variáveis que conseguimos controlar”, começou por referir Armindo Monteiro na 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa.

“Não desvalorizo a importância do mercado americano, mas não podemos concentrar nos EUA e a política errática todos os nossos problemas”, frisou logo a seguir no painel dedicado ao ‘Financiamento das Empresas.

Para o presidente da CIP, o aumento das tarifas é uma “dificuldade óbvia”, mas o país confronta-se com muitos mais obstáculos. “Temos impostos, legislação, licenciamento, uma administração pública que não está a o serviço das empresas e famílias”, referiu.

Ao seu lado, Luís Ribeiro seguiu a mesma bitola. Admitiu que há empresas que vão ser mais impactadas pelo aumento das tarifas, mas “há um outro mundo” para onde Portugal se deve virar. “Aquilo que temos de fazer depende de nós, perceber onde somos competitivos, manter uma economia aberta e aumentar o peso das exportações”, frisou.

Nesse sentido, destacou o papel dos bancos no apoio às empresas através de linhas de financiamento, operações de trade finance e apoio de tesouraria para ajudá-las a superar o atual momento de maior incerteza.

“Quase pedimos desculpa por falar em criar riqueza”

Armindo Monteiro instou ainda a uma mudança de mentalidade. “Quase pedimos desculpa por falar em empresas e criar riqueza. Falar na palavra lucro, margem, prosperidade é quase uma vergonha”, atirou o presidente da CIP

Sobre o dia a seguir às eleições, elencou três ideias principais – isto depois de criticar programas eleitorais com 300 páginas e que mais se parecem com “listas telefónicas”: “Criar condições para valorizar o salário. Mas isso não é possível sem fazer crescer a economia. E é preciso simplificar o Estado, que muitas vezes serve a sua própria função”, explanou.

O administrador do Novobanco lembrou que os bancos criam valor “não apenas nos juros que pagam nos depósitos”, isto em resposta a uma crítica do líder do PS, que na abertura da conferência questionou se os bancos iriam melhorar a remuneração aos depositantes com a baixa do IRC.

“A qualidade da banca portuguesa assegura o papel que tem no apoio aos portugueses nos seus projetos. Isso cria valor, não apenas nos juros que paga nos depósitos”, disse Luís Ribeiro.

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