“É preciso coragem para por mulheres à frente dos negócios”

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 17 Abril 2025

Fomos experimentar o menu de 12 momentos criado pela chef do momento, Marlene Vieira. O Marlene entrou diretamente para o nosso top 3: é fora de série e merece cada estrela que ainda esteja por vir.

  • Este artigo integra a 14.ª edição do ECO magazine. Pode comprar AQUI.

Não foi fácil, mas conseguimos. Nas semanas que se seguiram à atribuição da primeira Estrela Michelin ao Marlene, a agenda de reservas do restaurante da chef Marlene Vieira – a primeira mulher portuguesa a receber a estrela do Guia francês em mais de 30 anos – estava mais cheia que as urgências hospitalares no pico do Inverno. Conseguir uma reserva ao balcão, para ver trabalhar (e conversar com) a chef de quem se fala, foi uma enorme sorte. O mediatismo é tanto que as reservas dispararam e preencheram a agenda até ao Verão. “Temos sido muito mimados”, diz a chef, do lado de lá do balcão, confessando, com a sua pronúncia do norte, que a estrela era muito desejada. “Foi algo que fui adiando ao longo do tempo por outras prioridades, mas que estava sempre ali, como um objetivo que nunca perdi de vista”.

A abertura do Marlene, em 2022, foi o cumprir de um sonho que levou tempo a construir. “Eu sabia exatamente o que queria. Precisava de um espaço amplo e elegante, com bom ambiente, onde pudesse escolher materiais de qualidade, que mostrassem a cultura portuguesa. Precisava de tempo para selecionar a equipa certa. Mas sobretudo precisava de juntar recursos. Eu e o João [o marido, João Sá, proprietário do SÁLA, também galardoado, em 2024, com uma Estrela Michelin] fomos gerindo a nossa empresa, fomos criando prioridades para termos uma base sólida financeira para avançar”.

O esforço compensa e o Marlene nasceu. O espaço de fine dining – que, para já, só serve jantares, de terça a sábado – fica no Terminal de Cruzeiros de Lisboa, mesmo em frente ao Tejo. Mas, ao contrário do que se possa esperar, o rio não tem aqui o protagonismo. O restaurante, de paredes negras que vão do teto até meio-metro do chão, está mergulhado numa semi-penumbra e os holofores estão voltados para os atores principais deste bailado cronometrado que decorre na ilha central da cozinha, no meio da sala. Um balcão em nogueira rodeia a cozinha aberta, como um palco, onde os comensais sentados à volta conseguem acompanhar a azáfama dos cozinheiros, entre pinças, facas, bisnagas e tenazes. Mais atrás, as mesas, também em nogueira, com suaves focos de luz para quem prefere um jantar mais intimista.

“Não é bem como se fosse a minha casa, porque eu separo muito bem o que é trabalho e o que é casa, mas o Marlene é como se fosse a sala onde eu gosto de receber as pessoas. Tinha que combinar comigo, com a minha maneira de ser, descontraída. Tinha de ter uma cozinha central, para poder estar conectada com as pessoas, com tudo exposto, como se fosse uma galeria. E tinha de refletir também o talento e a cultura portuguesa. Ser uma montra do que de tão bom se faz por cá, desde a arquitetura [desenvolvida pelo estúdio português ForStudio Architects], passando pelas madeiras e pelas cerâmicas, tudo materiais artesanais, que fazem parte da experiência sensorial que damos aos clientes. E acho que isso marca aqui a excelência”, frisa a chef no momento em que chega a nossa oshibori húmida para lavarmos as mãos e darmos o tiro de partida do menu de 12 momentos que vamos provar em seguida.

‘Huumm’ vezes 12
O primeiro momento deu o mote para o resto da noite. O choux de trufa e creme de queijo da serra da Estrela curado foi logo uma explosão de sabores e cremosidade, a fundir-se com a crocância, a desfazer-se na boca. Algures durante a nossa conversa, a chef referiu que para si, o mais importante era escutar as reações dos clientes. “Ouvir aquele ‘huumm’ que fazemos quando gostamos”, explicou. E, no nosso caso, prova superada: acabávamos de pronunciar o primeiro de vários ‘huumms’ da refeição.

Os elementos típicos da mesa portuguesa – onde, de acordo com a chef, “não faltam marisco, presunto e patés, mas com um twist, feitos à nossa maneira” –, continuaram a chegar à mesa. Seguiu-se uma espécie de presunto de atum, ou seja, uma fatia de barriga de atum rabilho, seca, curada e fumada, envolta num crocante de arroz tufado, acompanhada de um original gaspacho clarificado – que é um caldo fresco e incolor onde prevalecem os sabores e aromas do gaspacho tradicional. Nova interjeição de prazer, a anteceder a chegada dos dois snacks que constituem o terceiro momento: a estaladiça estrela do mar crocante de cenoura com recheio de ovas e carne de sapateira, creme de abacate e wasabi; e a deliciosa tartelete de couve-flor com gamba vermelha do Algarve, creme de camarão e caviar imperial. Impossível decidir qual deles o melhor. Os sabores. As texturas. O equilíbrio. Tudo a ligar na perfeição com a seleção de vinhos que ia acompanhando cada momento. Frescos, minerais, secos ou com mais doçura, consoante a iguaria.

A Estrela Michelin tem menos de um mês, mas Marlene Vieira confirma que o efeito já se faz sentir na agenda. “Temos mais procura internacional. Chegam-nos pessoas que vêm cá propositadamente, que acompanharam o nosso percurso e depois da Estrela quiseram cá vir prestar homenagem”. O casal de meia-idade que se senta ao nosso lado confirma. Vêm da Bélgica e contam que, depois de lerem um artigo, há uns meses, numa publicação do género da Fora de Série que dizia que Marlene seria a próxima chef-estrela de Portugal, decidiram que tinham de a vir conhecer. O storytelling envolvido deu ainda mais força à história. Uma mulher num mundo onde brilham os homens, onde as mulheres se encolhem na sombra dos chefs. Porque demorou tanto a Estrela a chegar a uma mulher portuguesa? Marlene lamenta que, infelizmente, o mundo da cozinha portuguesa ainda seja muito patriarcal. “Temos de mudar o chip das pessoas que investem neste segmento, que muitas vezes querem retorno rápido e acham que os homens – que são mais mediáticos – entregam mais e que o feminino não dá tantas garantias. Isso acontece porque o mundo não deixa as mulheres brilharem. É preciso ter coragem para por mulheres à frente dos negócios. Ainda há um grande caminho a percorrer nesta matéria”.

Entretanto, sobre a mesa, coloca outra ode à perfeição: um Chawanmushi de presunto, que é um pudim salgado japonês com uma glace de tomate, com ervilhas-lágrima e um óleo de alho-francês, diferente de tudo o que já provámos, com as ervilhas a provocarem sensações estaladiças no palato. Terminados os snacks de entrada, chega então o couvert típico português, com pão de massa de fermentação lenta, broa de milho branco, manteiga da ilha do Pico e um azeite biológico da zona de Mirandela. Uma espécie de pausa dramática que antecede a chegada dos pratos principais. Deste primeiro mergulho no ADN gastronómico da chef, destacamos a suavidade das texturas, que são sem dúvida o seu grande talento. E que, segundo a própria, tem uma explicação muito simples. “Costumo dizer que sou tinhosa com as texturas. Sou muito exigente em relação às coisas estarem no ponto certo: o ponto da carne, do peixe, do arroz. Fui sempre assim… Se tiver grumos, se estiver muito líquido, já não gosto. Por isso tenho muita dificuldade em comer arroz fora de casa”, confessa a chef, cujo prato favorito da vida é Arroz de Cabidela. “É um prato que até em criança comia sem esforço e onde ainda hoje vou buscar inspiração, pela sua simplicidade. É um prato perfeito e tão simples na composição e na construção. No fundo eu procuro esse prazer que tinha em criança. Foi isso que me puxou para a cozinha”, revela.

Rainha das texturas
Longe vão os tempos em que, ainda criança, fazia entregas de carne do talho do pai, aos restaurantes da Maia. Um, em específico, despertou-lhe a curiosidade. Era diferente de tudo o que conhecia, praticava cozinha francesa. Daí a um estágio nas férias de verão, foi um passo. “O que me apaixonou ali foram os cheiros, as técnicas. Era tudo diferente do que eu via em casa”, conta. Terá sido aí que lançou as bases da chef que é hoje, rigorosa, sem margem para erros técnicos, dona de uma cozinha surpreendente e impactante. Aos 16 anos apostou na sua formação, na Escola de Hotelaria de Santa Maria da Feira. Em 2001, dias depois do 11 de Setembro, rumaria a Nova Iorque, onde alargou os seus horizontes gastronómicos. De volta a Portugal, passou por vários hotéis e restaurantes, até chegar, em 2012, ao Avenue, restaurante que a marcou. “Porque já na altura trabalhávamos neste nível de exigência. Os tempos eram diferentes e as estrelas não tinham muito impacto cá. Mas o Avenue foi restaurante para ter Estrela Michelin. Acabou por fechar ao fim de três anos, na altura em que fui mãe”, conta.

Para a mesa, ainda estariam por vir alguns dos pratos mais show-stopper da chef. O Escabeche desconstruído com lírio dos Açores; a abrir espaço para outro dos nossos preferidos do menu, as cocochas de bacalhau (que são as queixadas, junto à boca), cozinhadas em azeite e alho e servidas com um molho muito guloso e três diferentes texturas de alho: puré de alho negro, folha de alho selvagem e flor de alho; a ganhar fôlego ainda para os aveludados cogumelos morilles recheados com avelã. Isto antes de chegar a Feijoada de Lula – que é, segundo Marlene Vieira, o ex-libris que não pode sair da carta, “o nosso maior cartão-de-visita –, que se inspira na feijoada de choco de Setúbal, mas que é feita com a lula gigante dos Açores cortada finamente como um tagliatelle, com o feijão em puré, tudo regado com um aromático caldo feito com a gordura do chouriço preto alentejano. À prova de inspetor Michelin.

Por falar nisso, não queremos deixar de perguntar à chef o que acha que falta a Portugal para ter um restaurante com três estrelas? “Não sei exatamente. Percebo que haja desilusão, se pensarmos que a Áustria, este ano, ganhou 53 estrelas de uma assentada. E alguns logo com três estrelas, à primeira. O que é que isto diz? Diz que nós temos uma cozinha tradicional muito boa e a verdade é que não precisamos das estrelas para nos afirmarmos. A estrela está num certo segmento de luxo, de excelência, de qualidade, não vamos aqui ser hipócritas. O luxo está nos produtos. Portugal nunca foi um país de luxo e exuberância gastronómica. Só de há dez anos para cá é que estamos a desenvolver esta arte. O que é bom para nós, mas é um caminho”.

Continua o bailado na cozinha e as surpresas a chegar à mesa. O incrível Salmonete do Algarve grelhado com sal com um molho de cabeças e fígados do peixe. Por baixo, uma cama de arroz de algas e tudo polvilhado com yuzu desidratado. Um prato com muita personalidade, sabor e autenticidade nos ingredientes. E, claro, um arroz perfeito, al-dente. Segue-se a surpreendente Cebola recheada com puré de castanha com enguia grelhada e mandioca frita, num delicado balanço de texturas que ligam com o travo adocicado-caramelizado da cebola. Antes de chegarmos ao último prato, trazem-nos um estojo de facas artesanais, desenhadas por Paulo Tuna, um artista das Caldas da Rainha, para escolhermos a nossa. Está para chegar o único prato de carne do menu, um Wagyu beef grelhado com couve kimchi ligeiramente picante, alho negro e um ultra-cremoso puré de topinambur. O ponto da carne? Obviamente perfeito.

A azáfama da cozinha está a acalmar. Arrumam-se os tachos, limpam-se os balcões com a sensação de dever cumprido. Preparam-se as sobremesas. Ou melhor, a pré-sobremesa limpa-palato e a sobremesa propriamente dita. A primeira, uma fresca combinação de texturas de framboesa – em crumble, em gel e cristalizada – acompanhada de um gelado de pimenta rosa e pétalas de rosa. Terminamos em beleza, com uma gulosa esfera de chocolate com ganache e chocolate líquido por dentro, avelãs panizadas em cacau, gelado de avelã e mousse de kirsh. No topo, a cereja: uma colher de chá de caviar, para dar o travo salgado no bouquet de sabores. Tudo tão genial que nos sobra a pergunta: como é que esta estrela só chegou agora? Pedimos à chef que deixe um conselho a outras chefs que trilham o mesmo caminho em direção à glória. “Sejam persistentes. Não se deixem cair por terra aos primeiros desafios, porque eles vão existir sempre. Ignorem o ruído à volta, confiem no que sabem, no que conhecem. Se acreditarem, vai acontecer. Mais cedo que tarde”.

Marlene
Avenida Infante D. Henrique, Doca do Jardim do Tabaco, Terminal de Cruzeiros
Lisboa
De terça a sábado, das 19h30 às 23h30
Reservas: [email protected] ou 912 626 761

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Ovos e carne de novilho lideram subidas de preços até à semana da Páscoa

Do cabaz de 63 produtos alimentares da Deco Proteste, os ovos e a carne de novilho para cozer foram os bens que registraram as maiores subidas de preços entre 1 de janeiro e 16 de abril de 2025.

Os preços de alguns produtos do cabaz alimentar típico da Páscoa subiram substancialmente desde o início do ano. Entre os maiores aumentos estão o dos ovos, que subiram 27% entre 1 de janeiro e 16 de abril, com a carne de novilho para cozer e o tomate chucha a fecharem o pódio dos maiores agravamentos, revela a Deco Proteste.

A análise ao cabaz de produtos alimentares essenciais indica que a 1 de janeiro de 2025 os portugueses pagavam 1,61 euros por uma dúzia de ovos. Três meses e meio depois, o mesmo produto custa agora 2,05 euros, o que corresponde a um aumento de 0,44 cêntimos.

No caso da carne de novilho para cozer, o preço subiu 2,45 euros no mesmo período, passando de 10,50 para 12,95 euros. A fechar as três maiores subidas está o tomate chucha, cujo preço subiu de 2,25 para 2,68 euros, uma diferença de 43 cêntimos.

Fonte: Deco Proteste

Continuando a análise, entre os cinco produtos com maiores variações de preços no período entre 1 de janeiro e 16 de abril estão também as salsinhas Frankfurt e a polpa de tomate, a custarem, em termos absolutos, mais 43 e 27 cêntimos, respetivamente, o que correspondem a aumentos de 19% e 16%.

Feitas as contas, neste período, o cabaz de produtos aumentou, no total, 70 cêntimos (0,3%), de 236,17 para 236,87 euros.

“Desde o início da análise realizada pela Deco Proteste, a 5 de janeiro de 2022, alguns produtos alimentares relacionados com a comemoração da Páscoa subiram consideravelmente: a carne de novilho aumentou 123%; os ovos 79%; o azeite 52% e a farinha para bolos 46%”, lê-se no estudo. Em três anos, o mesmo cabaz passou a custar mais 49,17 euros.

Na variação semanal, de 9 de abril a 16 de abril, os produtos que registaram a maior variação de preço foram os douradinhos de peixe, que passaram a custar mais 64 cêntimos (11%); a carne de novilho para cozer, que aumentou 1,31 euros (11%); e as salsinhas Frankfurt, que custam agora mais 15 cêntimos (8%). Neste período, o cabaz total baixou 1,29 euros.

Quanto aos produtos com maiores variações de preço em relação ao período homólogo (16 de abril de 2025 vs. 17 de abril de 2024) destacam-se a carne de novilho para cozer, que ficou quatro euros mais cara (46%); os ovos, que encareceram 0,56 cêntimos (38%); e o peixe espada preto, que passou a custar mais 2,37 euros (31%).

Fonte: Deco Proteste

 

Preço dos ovos continua em alta

O preço dos ovos na União Europeia (UE) subiu 6,7% em março quando comparado com o período homólogo. Já em Portugal a subida foi menos expressiva ao fixar-se em 2,9%, segundo os dados do Eurostat publicados esta quinta-feira. Portugal ocupa a 12º posição entre os 27 países onde o preço mais subiu.

Fonte: Eurostat

Em Portugal, a taxa de inflação homóloga nos ovos acelerou em março face aos dois meses anteriores (2,8% em fevereiro e 2,7% em janeiro), de acordo com os dados do gabinete de estatístico europeu.

O líder da Associação Nacional dos Avicultores Produtores de Ovos (Anapo) disse ao ECO no início do mês que a crise aviária nos EUA é um dos principais culpados pela subida do preço dos ovos em Portugal, aliada ao “aumento dos custos de produção nos últimos anos” e ao “aumento do consumo”.

(Notícia atualizada às 14h20 com os dados do Eurostat)

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Taxa Euribor desce a três e seis meses para novos mínimos de mais de dois anos

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

Esta quinta-feira, a taxa Euribor desceu em todos os prazos: a três meses para 2,183%, a seis meses para 2,154% e a 12 meses para 2,104%.

A taxa Euribor desceu esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde janeiro de 2023 e outubro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,183%, ficou acima da taxa a seis meses (2,154%) e da taxa a 12 meses (2,104%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, caiu hoje, ao ser fixada em 2,154%, menos 0,040 pontos e um novo mínimo desde 31 de outubro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também desceu, ao ser fixada em 2,104%, menos 0,028 pontos que na quarta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, recuou, ao ser fixada em 2,183%, menos 0,053 pontos e um novo mínimo desde 5 de janeiro de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

A reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) termina esta quinta-feira e os mercados antecipam outro corte de um quarto de ponto da taxa diretora. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender em março que a instituição estava preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu na reunião de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente do que nos meses anteriores. A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Senna eterno: o Lotus 97T volta a acelerar no Estoril

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 17 Abril 2025

Bruno Senna conduz o icónico Lotus 97T no Estoril a 21 de abril, assinalando os 40 anos da primeira vitória de Ayrton Senna na F1 — um regresso carregado de emoção.

Há imagens que ficam gravadas na história, instantes em que o talento se transforma em lenda. A 21 de abril de 1985, sob uma chuva implacável e diante de um público rendido à mestria do jovem piloto brasileiro, Ayrton Senna conquistava no Estoril a sua primeira vitória na Fórmula 1. Quarenta anos depois, esse momento volta a ganhar vida: no próximo dia 21 de abril de 2025, o mítico Lotus 97T, com as cores da John Player Special, regressa ao traçado do Circuito do Estoril — desta vez com Bruno Senna, sobrinho do tricampeão, ao volante.

O carro original, chassi 97T/2, restaurado pela Classic Team Lotus, será protagonista de algumas voltas simbólicas no traçado onde Senna deu o primeiro passo de uma carreira que viria a marcar para sempre o desporto automóvel.

O dia em que tudo começou
21 de abril de 1985. Estoril. Uma pista encharcada. Um jovem piloto de 25 anos, ainda pouco conhecido fora do paddock, conquistava a sua primeira pole position com o Lotus 97T. No dia seguinte, num verdadeiro desafio aos elementos, Ayrton Senna liderou do início ao fim, abrindo 1 minuto sobre o segundo classificado e dobrando quase toda a grelha. Foi o início da lenda. Uma corrida que o próprio Senna viria a considerar a melhor da sua carreira.

“Foi um grande momento para ele, para a equipa Lotus e para a Fórmula 1”, recorda Clive Chapman, diretor da Classic Team Lotus e filho de Colin Chapman. “Nas suas próprias palavras, foi a sua melhor corrida.”

Um reencontro carregado de simbolismo
Quarenta anos depois, será Bruno Senna a guiar o mesmo carro. “Pilotar o chassi 97T/2 no Estoril para celebrar o 40º aniversário da primeira vitória de Ayrton será um momento muito emocionante para mim”, afirma. “É sempre um privilégio guiar os carros do Ayrton, mas este tem um lugar especial no meu coração e no da nossa família.”

O circuito do Estoril, que mantém muito do seu traçado original, prepara-se para receber entusiastas e fãs de todas as gerações num evento gratuito e aberto ao público. A festa divide-se em dois dias: no domingo, dia 20, o carro estará em exposição na reta da meta entre as 09h30 e as 12h30. Já na segunda-feira, dia 21, entre as 14h00 e as 18h00, o Lotus 97T regressa à pista — sem hora marcada, como se o tempo parasse para lhe dar passagem.

A entrada será gratuita, com acesso à bancada A tanto no domingo como na segunda-feira. O paddock permanecerá encerrado ao público, preservando a logística da homenagem.

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Banco de Fomento reduz resultado líquido em 4,2 milhões em 2024

Atrasos no lançamento das linhas InvestEU e menores níveis de concessão de crédito 'on lending' explicam redução. Margem financeira foi de 17 milhões, em linha com o orçamentado.

O Banco de Fomento teve um resultado líquido de 18,3 milhões de euros em 2024, menos 4,2 milhões face ao ano anterior. Os atrasos no lançamento das linhas InvestEU e menores níveis de concessão de crédito on lending explicam esta quebra, revelou Bruno Rodrigues, Chief Financial Officer (CFO) da instituição, numa conferência de imprensa para assinalar os 100 dias de mandato.

A redução dos lucros em 2024, ano cuja gestão é da responsabilidade da administração anterior de Ana Carvalho e Celeste Hagatong, deve-se “a evoluções desfavoráveis no BPF em cerca de 4,2 milhões de euros e na Portugal Ventures (PV) em 3,6 milhões”, detalhou Bruno Rodrigues. “Na PV, a variação é essencialmente explicada pela excelente performance que tinha sido obtida em 2023 na avaliação das carteiras de ativos de capital de risco em cerca de 5,9 milhões e que, em 2024, essa avaliação resultou apenas num aumento de 550 mil euros, daí a variação desfavorável, ainda assim positiva”, explicou.

Em termos de resultados consolidados, a penalização foi maior. Os 20,2 milhões de euros de lucro registados em 2024 representam uma redução em 7,6 milhões face ao ano anterior.

O presidente executivo do BPF sublinhou que a instituição não tem como objetivo gerar lucro para o acionista Estado: “Não queremos ser banco multimilionário nos resultados, mas sim um banco de impacto na economia”, disse Regalado. “Não nos medimos por milhões, mas por valor no PIB”, acrescentou. Por isso, uma das decisões da nova administração foi ajustar o modelo de pricing, para o tornar “mais competitivo”.

Apesar da redução dos lucros, o banco acabou por ter um resultado melhor face ao que estava previsto no orçamento em cerca de quatro milhões de euros. Este desvio positivo deve-se à evolução das taxas de juros que permitiram um melhor desempenho nas aplicações de curto prazo, e que “acabaram por compensar a falta de operações on lending que estavam previstas no orçamento que “deviam ter dado um incremento de 222,5 milhões de crédito concedido que acabou por não acontecer”.

Já o lançamento do programa de garantias BPF InvestEU permitiu aumentar as receitas com comissões e assim como o reforço das realizações de capital no fundo de Capitalização e Resiliência e no Fundo de Capitalização de empresas nos Açores. As comissões aumentaram um milhão de euros face a 2023, mas ficaram dez milhões aquém do que estava no orçamento. Uma redução explicada pela decisão de reduzir em 50 pontos base as comissões de gestão do FdCR e pela menor execução face ao esperado do próprio fundo, explicou o CFO.

A “disponibilização tardia das linhas de garantia em 2024” também teve um impacto negativo ao nível das receitas com a prestação de serviços para as sociedades de garantia mútua que “ficou aquém do projetado” e da performance das próprias sociedades de garantia mútua.

Os custos com pessoal aumentaram cinco milhões de euros face ao ano anterior para um total de 18 milhões de euros, sendo que em causa está um aumento de 2,6 milhões para reforçar as equipas de controlo interno e o restante com gastos administrativos (1,8 milhões) para reforço do modelo de governance do banco.

O Banco de Fomento “esperava uma maior exposição a crédito e, portanto, um maior nível de imparidade”, mas acabou por correr tudo melhor do que o esperado e o nível de imparidades desceu em um milhão de euros face ao ano anterior, quando no orçamento estavam previstos quatro milhões. Recorde-se que foram feitas várias auditorias no mandato de Ana Carvalho, que viu as contas de 2023 serem impactadas negativamente pela obrigação de registar provisões para tapar buracos do passado, anteriores mesmo à criação do BPF. O receio de, em exercícios futuros, serem identificados mais problemas levou à cautela de fazer provisões mais significativas no orçamento de 2024.

Cortar custos é a missão de 2025

Gonçalo Regalado deixou na conferência de imprensa a garantia de que os resultados de 2025 “serão melhores” face ao ano anterior, desde logo porque o banco está apostado numa forte redução de custos, ainda que o objetivo último seja “entregar impacto para fazer PIB”. “O nosso acionista é o país, não é um acionista que quer dividendo o que quer é PIB”, explicou.

“Os resultados de 2025 serão de impacto e densidade na economia: garantias emitidas, capital executado, capacidade de deployment de financiamento, comissões cobradas, margens financeiras melhores, mas esse não é o nosso fim último”, sublinhou o CEO. “Os resultados do BPF serão sempre o espelho do que os empresários vão pagar e não podemos, nem devemos, ser um banco caro que afaste pelo preço os empresários. Claro que também não podemos ser um banco deficitário nos resultados“, acrescentou.

Estamos a reduzir estruturalmente custos, particularmente externos, fazendo com a prata da casa e garantindo que temos uma governance mais rigorosa nos custos”, anunciou. “Estamos a ultimar a aprovação do comité de custo e investimentos onde todas as propostas para custos no grupo terão de ser avaliadas por dois administradores e depois ratificadas pela comissão executiva”, explicou.

“Encontrámos muitas parcerias e outscourcing que hoje é feito internamente”, criticou Gonçalo Regalado. “Encontrámos muitas empresas de consultoria, muitos escritórios de advogados, auditores, revisores e opinadores que hoje é feito com braço da casa. A regra da casa é fazer com quem sabe fazer. Hoje há um grande espírito de solidariedade nas oito empresas do grupo, fazemos equipas mistas para todas as dimensões”, garantiu.

O responsável deu o exemplo da task force criada para tratar da reconversão de parte das linhas Covid em subvenção como um bom exemplo do trabalho interno que está agora a ser desenvolvido. “Tínhamos uma decisão executiva de contratar mais uma consultora para fazer isto. Tomámos a decisão de o fazer com braço da cada”, rematou.

“Contratámos zero pessoas desde que a administração entrou em funções”, revelou. Mas o CEO não exclui a possibilidade de recrutar pessoas para as áreas novas. “Não invalida que para áreas novas não tenhamos de contratar e recrutar pessoas e lideranças específicas, como a da tecnologia, digital e operações. Mas também para áreas de negócio novas como os seguros de crédito e da dimensão de internacionalização, para a banca de investimento e os projetos estratégicos em Portugal”, detalhou.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Pedro Nuno Santos já publicou documentação sobre casas de Lisboa e Montemor-o-Novo

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

“As denúncias são anónimas, mas a verdade é pública”, disse o secretário-geral do PS, depois de se saber que está a ser alvo de uma averiguação preventiva do Ministério Público.

A documentação prometida pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, sobre a compra das suas duas casas foi publicada esta quinta-feira no site da campanha, estando disponíveis escrituras, contratos, cadernetas prediais ou notificações sobre IMI.

Na quarta-feira, na sequência da notícia de que o Ministério Público abriu uma averiguação preventiva sobre compra de duas casas em Lisboa e em Montemor-o-Novo, Pedro Nuno Santos prometeu publicar estes documentos esta quinta-feira, pediu para ser ouvido pelo Ministério Público e disse que “quem não deve não teme, quem não teme não foge”.

No topo do site da campanha para as legislativas — https://ofuturoeja.pt/ — e sob o lema “quem não deve não teme”, são disponibilizados nove documentos sobre este património, assim como notícias e respostas à comunicação social que foram dadas na altura em que este caso veio a público, em 2023.

Usando outra das frases ditas na véspera pelo líder do PS de que “as denúncias são anónimas, mas a verdade é pública”, entre os documentos disponibilizados estão as escrituras das duas casas, contratos de compra e venda, contratos de promessa de compra e venda, notificação da AT sobre o novo IMI da Casa de Montemor-o-Novo, cadernetas prediais ou um contrato de doação de ações da Tecmacal, empresa do pai do líder socialista.

Pedro Nuno Santos afirmou na quarta-feira à noite aos jornalistas que foi com “surpresa que soube pela imprensa” desta questão e disse estranhar a coincidência e o momento da divulgação da notícia. O líder socialista assegurou que não foge ao escrutínio e que está disponível para o mesmo, ao contrário do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que acusou de não o fazer.

O Ministério Público (MP) abriu uma averiguação preventiva na qual é visado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, confirmou à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR). “Na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos, o Ministério Público determinou a abertura de uma averiguação preventiva”, referiu fonte oficial da PGR, sem adiantar mais detalhes sobre o caso.

Segundo o jornal Observador, que avançou a notícia, em causa estão suspeitas relacionadas com a aquisição de um imóvel em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo. A averiguação preventiva “corre termos” no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual é investigada a criminalidade económico-financeira mais complexa.

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Só 13% das entidades cobram aos consumidores consoante os resíduos que produzem

A tarifa dos resíduos é na maior parte do país indexada à água que se consome. Quer-se que as pessoas e empresas passem a pagar pelos resíduos que produzem, mas poucas entidades o aplicam.

Apenas 31 entidades gestoras, num universo de 237, tinham alguma modalidade de sistema Pay as You Throw (PAYT), que foi implementado em 2024, indica a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), num relatório sobre o tema publicado esta quinta-feira.

O PAYT pressupõe que a componente variável dos tarifários para a gestão de resíduos passa a ser calculada em função da quantidade de resíduos produzidos pelos consumidores. Algo que, a partir de 1 de janeiro de 2030, será obrigatório por lei para todos os consumidores domésticos.

Entre as 31 entidades gestoras que estão a implementar este sistema, cerca de metade (17) estão a fazê-lo junto dos utilizadores domésticos. Contudo, apenas quatro entidades o fazem em toda a sua área de intervenção, com as restantes 13 a aplicarem o PAYT apenas em determinados bairros ou freguesias. A estas somam-se 48 que têm planos para o fazer até 2030, o que elevaria o âmbito de aplicação para 11% dos alojamentos existentes em Portugal, ao invés dos atuais 2%.

No que diz respeito aos utilizadores não domésticos, são 26 as entidades que aplicavam, em 2024, os sistemas PAYT. Neste universo contam-se contratos com o setor de hotelaria, restauração, cafés, comércio, serviços, indústrias, instituições particulares de solidariedade social e escolas. São 12 as entidades que aplicam os sistemas PAYT em simultâneo junto de domésticos e não domésticos.

A efetiva implementação deste tipo de mecanismos continua a ser residual em Portugal“, nota a ERSAR no texto do relatório, apesar de reconhecer “uma ligeira melhoria” em 2024. É notória a larga distância destes registos à meta que está inscrita no PERSU 2030, de 50% de municípios aderentes até 2025 — no ano passado, a fasquia dos municípios que tinham avançado para a implementação estava ainda nos 20%.

Entre as dificuldades e constrangimentos apontados pelas entidades gestoras, resume o relatório, encontram-se a falta de apoio financeiro e de recursos humanos, a existência de outras prioridades, a falta de conhecimento prático e a indefinição das soluções técnicas e do modelo tarifário. Do lado do utilizador, regista-se a deposição ilícita dos resíduos na via pública e em contentores de terceiros, os resíduos associados ao turismo, a contestação por parte da população e a fraca adesão à separação dos resíduos.

Mas como funciona um sistema assim?

Guimarães já tem implementado um sistema PAYT desde 2016, afirmando-se como a primeira cidade a implementá-lo. “O nosso sistema é de sacos pré-comprados“, introduz Dalila Sepúlveda, diretora do departamento de Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Municipal de Guimarães.

Os sacos usados para os cidadãos colocarem o lixo nas suas casas têm de ser adquiridos ou num espaço municipal ou solicitados através de um e-mail e pagos online, sendo que neste caso serão entregues na hora da recolha, ou em casa dos munícipes ou na respetiva caixa de correio. Os que contêm biorresíduos são biodegradáveis, enquanto os que se destinam a recicláveis são translúcidos, para ser desde logo visível se existe contaminação de resíduos.

São vendidos sacos de 15, 30 e 100 litros. O cidadão paga na fatura um valor fixo, correspondente a externalidades do serviço, e o resto da conta é pago através do valor de cada saco. Por exemplo, um saco de 100 litros custa 1,95 euros. Estes sacos são colocados em contentores próprios de cada utilizador, que este tem a responsabilidade de colocar à sua porta para que se faça a recolha. Caso o saco não seja adquirido junto da câmara, não há lugar à recolha.

Questionada sobre se se verificaram despejos de resíduos onde não é suposto, de forma a “fugir” ao sistema, Sepúlveda assume que no início sim, que se registavam mais dessas situações. Contudo, à medida que a população foi interiorizando o sistema e percebendo que compensava face ao anterior, estas situações foram-se tornando residuais.

Recolha seletiva aumenta. E fatura pode baixar

A implementação de sistemas de faturação e cobrança em função da produção e separação de resíduos “é um dos principais fatores de sucesso e de complementaridade para aumentar a recolha seletiva das várias frações de resíduos“, já que permite quantificar, separadamente, os resíduos resultantes da recolha seletiva e os resíduos indiferenciados e, assim, imputar-lhes uma tarifa que penalize a recolha indiferenciada em detrimento da seletiva, explica o regulador, em resposta ao ECO/Capital Verde.

No relatório, lê-se que, tanto na implementação junto de utilizadores domésticos como não domésticos, nota-se um aumento da recolha seletiva entre 5% a 150% e uma redução da produção de resíduos indiferenciados entre 3% a 30%.

No caso prático de Guimarães, em 2016 registava-se uma recolha seletiva de apenas 13% dos resíduos, sendo os restantes 87% recolhidos como indiferenciados. “Logo no primeiro ano, os resíduos indiferenciados passaram a 71% e os recicláveis atingiram os 29%“, recorda Dalila Sepúlveda.

Atualmente, a situação já se inverteu: 19% dos resíduos recolhidos são indiferenciados e os 81% dizem respeito aos recicláveis. E a quantidade de resíduos recolhidos também se reduziu, indica a responsável. Guimarães recolhe 288 quilos de lixo por habitante, a cada ano, que compara com uma média de 400 quilos em Portugal.

A maioria destes sistemas começou como projetos-piloto incentivados por fundos públicos. “A sua implementação implica um acréscimo de gastos de investimento e operacionais para as entidades gestoras“, continua o regulador. Isto porque é necessário que estas adaptem os seus sistemas de deposição e de faturação, e que adequem os mecanismos para apurar a produção de resíduos por cada consumidor.

Em Guimarães, por exemplo, é aplicado apenas na zona centro da cidade, a 12.000 utilizadores, entre domésticos e não domésticos, deixando para já de parte as restantes 47 freguesias que constituem o município.

É fundamental que as entidades gestoras iniciem este processo o mais cedo possível“, alerta ainda a ERSAR, olhando não só ao cumprimento dos prazos legais definidos para a implementação deste tipo de recolha, como também ao cumprimento das metas nacionais para o setor dos resíduos urbanos.

Já no que diz respeito ao consumidor, os incentivos decorrem da implementação do sistema: “Numa fase em que se antecipa um aumento dos custos da recolha e tratamento de resíduos em virtude das novas exigências ambientais, isso é, por si, um incentivo que a ERSAR considera relevante para que o consumidor tenha maior controlo sobre o valor final da sua fatura”.

Sobre o impacto na fatura dos consumidores, a ERSAR indica que dependerá do comportamento dos mesmos, isto é, se estes minimizam a produção e fazem a separação adequada dos resíduos, tirando partido, ou não. Em paralelo, para uma comparação justa com a situação atual, na qual os tarifários tomam como referência o consumo de água de cada um para a cobrança no que diz respeito aos resíduos, é necessário que os tarifários vigentes reflitam antes os custos efetivos do serviço.

Contudo, no caso prático de Guimarães, já é visível uma diferença neste caso positiva. Se, em média, uma família de quatro pessoas com a tarifa indexada à água, nesta cidade, pagaria cerca de seis euros pelos serviços de resíduos a cada mês, fazendo a separação de resíduos deverá descer os custos para cinco euros ou menos, aponta Dalila Sepúlveda.

Além disso, “se a taxa seletiva aumentar, podemos baixar ainda mais a tarifa“, indica a mesma responsável. Isto porque os municípios pagam pelo tratamento de resíduos. Enquanto os resíduos indiferenciados têm um custo de tratamento “alto”, o dos orgânicos é “baixo” e dos recicláveis “não têm custo, têm receita”.

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CEO da Nvidia voa para Pequim para discutir novas restrições dos EUA

Jensen Huang deslocou-se à capital chinesa a convite de uma organização afiliada do regime, no rescaldo da decisão de Trump de restringir a venda de certos processadores de IA para a China.

O CEO da Nvidia visitou Pequim esta quinta-feira, um dia depois de a empresa ter revelado que os EUA proibiram a empresa de vender os chips H20 na China, um tipo de processador vocacionado para inteligência artificial (IA) desenvolvido precisamente para ir ao encontro das restrições anteriores.

O Financial Times menciona um post da imprensa estatal chinesa na rede social Weibo, em que Jensen Huang surge em frente às câmaras depois de, alegadamente, se ter mostrado disposto a continuar a cooperar com a China, de acordo com a mesma publicação.

O gestor da empresa norte-americana ter-se-á deslocado àquele país asiático para discutir os impactos da decisão do Governo de Donald Trump de passar a exigir à Nvidia uma licença para exportar os seus chips para o mercado chinês, mas também para Hong Kong e Macau, indica o FT.

O convite partiu do Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China, uma organização afiliada do regime que se dedica a facilitar as relações comerciais sino-americanas, segundo o mesmo jornal.

Esta semana, um comunicado da Nvidia aos investidores revela que a empresa foi “informada pelo Governo dos EUA de que passou a ser necessário obter uma licença para poder exportar processadores H20 para a China. As autoridades temem que estes produtos “possam ser usados” ou sejam “desviados” para “um supercomputador” na China, explicou a tecnológica.

A Nvidia estimou um impacto de “cerca de 5,5 mil milhões de dólares” só nos resultados financeiros do primeiro trimestre devido a “produtos para inventário, compromissos de compra e reservas relacionadas”, que ficam agora, automaticamente, severamente condicionadas. Como tal, as suas ações afundaram 6,87% esta quarta-feira, para 104,49 dólares.

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Pilotos da Portugália fazem queixa da TAP à Concorrência

  • ECO
  • 17 Abril 2025

Sindicato considera que novo regulamento assinado entre a TAP e o SPAC "limita ilegalmente" o crescimento da Portugália no mercado e constitui uma "triste capitulação e cobardia empresarial".

O Sindicato Independente dos Pilotos de Linha Aérea (SIPLA) entregou uma denúncia junto da Autoridade da Concorrência (AdC), no dia 12 de março, em que considera que o novo Regulamento de Recurso a Contratação Externa (RRCE), assinado em 2023 entre a TAP e o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), viola as regras da concorrência da União Europeia, a lei da concorrência portuguesa e o código do trabalho.

É “o resultado de uma inaceitável e miserável extorsão dita sindical e de uma verdadeira e triste capitulação e cobardia empresarial às mãos de uma clique que pretende ser uma casta única”, acusa o sindicato dos pilotos da Portugália na queixa, noticiada pelo Jornal de Negócios (acesso pago). Para o SIPLA, existem cláusulas no regulamento que “devem ser consideradas nulas, inválidas, ineficazes e lesivas da empresa e da economia”.

Na denúncia, o sindicato dos pilotos da Portugália argumenta ainda que o novo RRCE, que entrou em vigor no ano passado, “limita ilegalmente” o crescimento da Portugália no mercado, uma vez que a sua frota só pode “crescer na proporção de uma aeronave por cada seis aeronaves adquiridas pela TAP” e “não podem ser usadas aeronaves Airbus nem Boeing”. Atualmente com uma frota composta por 12 Embraer 190 (106 passageiros) e sete Embraer 195 (118 passageiros), com capacidade máxima de 2.098 passageiros nas 19 aeronaves, o SIPLA diz que este impedimento “vai afetar os níveis de produção e, em última linha, os seus lucros e a sua sobrevivência a médio prazo”.

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Voto em mobilidade nas legislativas marcado para 11 de maio com inscrição prévia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Abril 2025

Os eleitores que prevejam não estar no local de residência no dia 18 de maio podem votar antecipadamente, em mobilidade, no dia 11. Mas terão de se inscrever previamente.

O voto em mobilidade volta a ser antecipado nas eleições legislativas de maio, avança o Expresso. Quem não estiver em Portugal ou no local de residência no dia das eleições (18 de maio) pode votar no dia 11 em qualquer lugar do país, mas será necessária inscrição prévia.

De acordo com as instruções publicadas esta quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a inscrição tem de ser feita entre 4 e 8 de maio para os eleitores em geral, através do portal do Voto Antecipado ou carta enviada para a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, de modo a que seja recebida até 8 de maio, comunicando o nome completo, a data de nascimento, o número de identificação civil, a morada, a mesa de voto onde pretende ir votar e o endereço de correio eletrónico e/ou o contacto telefónico.

No dia 11 de maio, o eleitor inscrito para o voto em mobilidade deve dirigir-se à mesa de voto no município escolhido, identificar-se — de preferência através do Cartão de Cidadão ou do Bilhete de Identidade — e indicar a freguesia onde está recenseado. Após votar, é-lhe entregue o duplicado da vinheta de segurança que serve de comprovativo do exercício do direito de voto.

A possibilidade de voto antecipado é permitida também para os cidadãos recenseados em Portugal que estejam presos e não estejam privados de direitos políticos e para os doentes que se encontrem internados ou presumivelmente internados em estabelecimento hospitalar e impossibilitados de se deslocar à assembleia de voto no dia da eleição. Em ambos os casos, a inscrição tem de ser feita até 28 de abril, também por meio eletrónico ou por carta.

“Entre 5 e 8 de maio, o presidente da câmara municipal da área do estabelecimento prisional/hospitalar ou vereador credenciado desloca-se ao estabelecimento em que se encontre para recolher o seu voto”, indica a CNE.

Quanto ao voto antecipado de cidadãos recenseados no território nacional, mas deslocados no estrangeiro, este decorre nos dias 6, 7 e 8 de maio. Não implica inscrição prévia, mas é preciso consultar a lista de embaixadas ou consulados previamente definidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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Sara Coelho, Diretora-Geral da Choice Car é a convidada do sétimo episódio do podcast ECO Auto

  • ECO
  • 17 Abril 2025

A Diretora- geral da Choice Car, Sara Coelho, passou pela área de corporate finance e turismo, antes de integrar a unidade de mobilidade e transição energética do Grupo Salvador Caetano.

Neste episódio Sara Coelho sublinha a mudança de comportamento em relação ao automóvel com várias soluções flexíveis de mobilidade, que alteram o sentimento de propriedade ainda bastante arreigado em alguns segmentos de mercado mas verifica-se uma tendência crescente para procurar soluções de mobilidade que não obriguem à propriedade. “A lógica da utilização de um veículo sem obrigar à sua posse é hoje uma tendência que se consolida perante as várias soluções existentes no mercado desde aluguer flexível, renting ou rent a car entre outras” e garante que a eletrificação das frotas é já uma realidade e um importante contributo para a descarbonização e redução das emissões de CO2. Os construtores estão sob pressão para reduzir os atuais indicadores e no caso de Portugal onde o parque automóvel elétrico ainda é inferior a 2%, a trajetória para atingir os objetivos da descarbonização é muito exigente.

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“Em relação à média europeia precisamos de duplicar este ano a venda de veículos elétricos ou eletrificados para compensar os níveis de emissões de CO2 exigidos e o mercado deverá ter que aumentar os incentivos à aquisição de viaturas elétricas.”

Sara Coelho também alerta para as metas previstas para a descarbonização que vão obrigar as cidades a introduzir novas iniciativas. “As cidades têm um grande desafio para mudanças substanciais que permitam uma melhor circulação no centro das cidades, mais espaços verdes, maior mobilidade partilhada e o alagamento dos transportes públicos, realidade que as cidades vão ter que acolher”.

Sara Coelho, Diretora-Geral da Choice Car é a convidada do sétimo episódio do podcast ECO Auto

Cidades como Londres introduziram as “Low emission zone” que já abrangem 9 milhões de habitantes e Madrid já obriga a que no centro, as viaturas sejam híbridas ou elétricas e medidas para a limitação da circulação de veículos que não sejam “Low Emission” serão cada vez mais frequentes, enquanto Paris desenvolveu o conceito dos 15 minutos de distância no trajeto entre a casa a escola e o trabalho para que não ocupem tanto espaço na circulação e assim tornar as cidades mais agradáveis.

A Missão das 100 cidades europeias está a criar iniciativas entre si para atingirem os objetivos da neutralidade carbónica previsto para 2030. “Portugal tem 3 cidades que integram a “Missão das 100 cidades”: Lisboa, Porto e Guimarães, que representam 65% do País, estão a criar condições para aumentar a mobilidade partilhada, maior percentagem de viaturas mais verdes, zonas de “kiss and ride” junto às escolas para evitar o estacionamento e o alargamento da oferta de transportes públicos”, concluindo que estamos a viver um momento de grande transformação no setor da mobilidade.

Quanto ao futuro dos veículos autónomos considera que o “game changer” da mobilidade são os veículos e a condução autónoma que vão mudar o paradigma da mobilidade, dado que um veiculo autónomo não vai precisar de ser estacionado e será mais partilhado” e adianta que a legislação será porventura o maior problema para a introdução dos veículos autónomos na Europa porque como sabemos os americanos inventam e criam, os chineses copiam e a Europa legisla, mas é inevitável que aconteça e com o uso de inteligência artificial vão saber com mais precisão onde se devem posicionar e terão rotas mais otimizadas.

O Podcast ECO Auto resulta de uma parceria com o Mundo Automóvel e está disponível no Spotify e na Apple Podcasts.

Se preferir, assista aqui:

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Hoje nas notícias: Portugália, Haitong Bank e professores

  • ECO
  • 17 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A TAP e o Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) assinaram um regulamento em 2023 que, segundo o sindicato da Portugália, resulta numa “inconcebível castração económica” da operadora. A Guotai Haitong Securities está a equacionar vender o Haitong Bank, ex-BESI. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Pilotos da Portugália fazem queixa da TAP à Concorrência

O Sindicato Independente dos Pilotos de Linha Aérea (SIPLA) entregou uma denúncia junto da Autoridade da Concorrência (AdC) em que considera que o novo Regulamento de Recurso a Contratação Externa (RRCE), assinado entre a TAP e o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), viola as regras da concorrência da União Europeia, da lei da concorrência portuguesa e o código do trabalho. É “o resultado de uma inaceitável e miserável extorsão dita sindical e de uma verdadeira e triste capitulação e cobardia empresarial às mãos de uma clique que pretende ser uma casta única”, acusa o sindicato dos pilotos da Portugália.

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Guotai Securities quer vender Haitong Bank em Portugal

A Guotai Haitong Securities, que resultou da recente fusão entre a Guotai Junan Securities e a Haitong Securities, disse em Xangai que estava a equacionar vender o Haitong Bank, ex-BESI. Numa reunião com banqueiros realizada naquela cidade chinesa, os novos donos do Haitong Securites disseram que, para a nova estratégia, o perfil do Haitong Bank não se encaixava. A corretora quer concentrar-se exclusivamente em “chinese securities” e quer que as subsidiárias internacionais sejam distribuidoras desses títulos, focando no modelo de open wealth management e distribuindo ações, obrigações, fundos, forex (câmbios), futuros e outros derivativos financeiros.

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Já se reformaram 1.500 professores desde janeiro

Em maio, 171 pro­fes­so­res pre­en­chem os requi­si­tos para a reforma, de acordo com a lista men­sal da Caixa Geral de Apo­sen­ta­ções. Desde 1 de janeiro, são 1.488 e, desde setem­bro, 3.160. Ainda assim, desde o arran­que do ano letivo, 1.264 pro­fes­so­res acei­ta­ram adiar a apo­sen­ta­ção e estão a dar aulas e a acu­mu­lar salá­rio com o suple­mento. O Governo já ultra­pas­sou a meta de mil docen­tes defi­nida no plano “+Aulas, +Sucesso”.

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Há mais 6.000 professores nas escolas do que no ano letivo passado

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, disse que entre os professores que tinham saído do sistema e voltaram e os novos que nunca tinham dado aulas, o reforço de professores este ano foi de “mais de 6.000”. Apesar disso, para o próximo ano letivo, garante que serão precisas novas medidas, enquanto as que não funcionaram — em que inclui a que se destinava a trazer novamente para o sistema os aposentados — deverão “cair”. A formação exigida para dar aulas é a dimensão em que considera necessário atuar “com efeitos mais rápidos”, assinala, em entrevista ao Público e à Renascença.

Leia a entrevista completa no Público (acesso indisponível)

Nove casas vendidas pela diocese do Porto por 130 mil euros já são alojamento local

Em 2021, um total de nove casas localizadas na “Ilha das Oliveiras”, situada na Rua de Burgães, no Porto, foram vendidas pela diocese do Porto à empresa Mário Moreira & José Salgado por 130 mil euros. Atualmente, a zona está desabitada, mas duas das casas são alojamento local. Estas casas fazem parte de doações feitas há várias décadas à Igreja, algumas delas com indicações precisas de que deveriam servir os mais pobres e os mais necessitados.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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