Três adeptos do Valência CF são acusados de assediar o diretor-geral Javier Solis nas redes sociais

  • Servimedia
  • 9 Maio 2025

Realizou-se em Valência o julgamento de três adeptos do Valencia CF acusados de ameaças e coação nas redes sociais contra Javier Solís, diretor-geral do clube.

Além disso, um dos arguidos será também julgado por ter seguido o diretor numa atitude violenta, acompanhado por duas outras pessoas, à noite, à saída de um evento, em dezembro de 2023.

No seu depoimento ao juiz, Javier Solís reconheceu que, desde que foi vítima deste assédio constante, “há zonas que evito para minha segurança e da minha família”. Apesar de estar consciente de que o seu trabalho é alvo de críticas por parte dos adeptos do clube, as publicações feitas no X (antigo Twitter) foram longe demais e, por isso, decidiu denunciá-lo à Polícia Nacional em fevereiro do ano passado por incitação ao ódio e à violência contra ele.

Algumas dessas mensagens incluíam frases como: “Temos de colocar explosivos plásticos na casa de Corona e Solís”, “Corona e Solís nunca mais vão dormir em paz, filhos da puta”, “temos de os matar, tornar as suas vidas impossíveis e forçá-los a ir embora de vez”, “chega de cartazes, temos de os espancar até à morte”, embora nenhuma destas mensagens tenha sido atribuída às três pessoas sob investigação que foram julgadas ontem.

Neste processo, a acusação particular, exercida pelo advogado do dirigente do Valencia CF, pede uma multa de 360 euros pelos delitos menores de ameaça e coação, embora o objetivo principal deste processo seja o reconhecimento de que estas atitudes não devem ser toleradas em nenhuma circunstância e contra nenhuma pessoa. De facto, existem dois outros processos abertos por atos semelhantes contra Miguel Ángel Corona, diretor desportivo do mesmo clube.

Os arguidos alegam que estas mensagens não envolviam qualquer desejo de causar sofrimento a Solís, mas que “se tratava apenas de uma crítica à gestão desportiva do Valencia CF”. Quanto aos memes partilhados nestas plataformas, alegam ainda que foram em tom jocoso e contra toda a direção do Valencia CF, e não especificamente contra Solís.

Caberá agora ao juiz delimitar a fronteira entre a liberdade de expressão e as críticas dos adeptos à direção de um clube e o assédio e a intimidação dos próprios dirigentes.

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EDP rejeita pressões nos EUA por ter acionista chinês, mas diz estar “a monitorizar”

Num contexto de tensão crescente entre Estados Unidos e a China, a EDP, que tem a China Three Gorges como acionista, garante que não tem sentido pressões da administração Trump.

A EDP apresentou, esta sexta-feira, os resultados do primeiro trimestre do ano. Em declarações ao ECO/Capital Verde, o CEO, Miguel Stilwell, considera que os lucros de 428 milhões de euros são reflexo de que a empresa está “no bom caminho”. Já em relação às tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China, indica que estas não se têm refletido em pressões sobre a empresa, que tem do outro lado do Atlântico um dos seus principais mercados.

Sobre se a EDP tem sofrido algum tipo de pressão nos Estados Unidos já que o seu maior acionista individual é chinês, Miguel Stilwell rejeita: “Não. A China Three Gorges já é acionista há muitos anos, e temos tido este equilíbrio entre ter um acionista com 20% [do capital] e ao mesmo tempo continuar a crescer nos Estados Unidos. Não tem existido informação adicional ou que mostre aqui uma alteração da relação connosco“.

Confrontado com o agravar das tensões entre as duas maiores economias do mundo, e se isso não determina um risco acrescido para a EDP, Stilwell assume apenas que a empresa “continua a monitorizar a situação“.

Em relação aos resultados, o CEO vê-os como prova de que a empresa está “no bom caminho”, e que tem conseguido fazer um equilíbrio entre o crescimento e uma maior eficiência.

Acionistas podem ter novas surpresas

Em relação ao declínio em bolsa, Stilwell aponta que o preço da ação já subiu mais de 15% nas últimas semanas e que “não reflete necessariamente os resultados que a EDP tem a cada momento”, mas sim um sentimento e uma perceção de crescimento futuro e da incerteza, relacionada com o contexto nos EUA, em particular as tarifas impostas por Trump.

Na ótica de Stilwell, face aos receios, os investidores preferem vender. Contudo, mais clareza sobre os EUA e a redução de taxas de juro deverão contribuir positivamente para o preço da ação acredita.

O papel da gestão, para Stilwell, no meio da “euforia” e “depressão” dos mercados, é “ir entregando resultados reais”. Confrontado com a possibilidade de aumentar a remuneração acionista, Stilwell aponta que a empresa já antecipou o dividendo que estava previsto para 2026 – entregando este ano 20 cêntimos, mais 3% que o previsto – e lançou um programa de recompra de ações de 100 milhões, que “são formas de acelerar a remuneração dos acionistas”, para depois pontuar: “Iremos tomando decisões desse género, ou outras que se revelem criadoras de valor para o acionista“.

Questionado em relação às redes, que voltaram a ser um pilar importante nos resultados da cotada (28% do EBITDA), Stilwell prefere não avançar o impacto que teria nos resultados uma decisão no sentido de não participar no concurso para a rede de distribuição em Portugal, como chegou a admitir.

Afirma apenas que a elétrica “vai esperar para ver” em que moldes será lançado o concurso, e que no caso de não apresentar “viabilidade económica, financeira ou mesmo técnica”, a EDP tem reservado o direito de não concorrer. Contudo, reitera que o investimento feito na rede até ao momento exige que a empresa seja compensada caso não mantenha a concessão.

Adicionalmente, atira que ter a rede de baixa tensão separada da média e alta é caso único em Portugal e “do ponto de vista técnico e de sistema, não tem qualquer sentido” nem é “particularmente do interesse do consumidor”.

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Atual abordagem europeia à simplificação regulamentar ameaça o compromisso das empresas com a sustentabilidade

  • Servimedia
  • 9 Maio 2025

De acordo com o III Congresso Catalão de Sustentabilidade realizado esta semana e organizado pela Associação de Economistas da Catalunha e pela Associação de Revisores Oficiais de Contas da Catalunha.

O pacote legislativo “omnibus”, adotado pela Comissão Europeia no final de fevereiro de 2025 e recentemente aprovado pelo Conselho Europeu, para simplificar a legislação da UE no domínio da sustentabilidade, vai afetar o âmbito de aplicação da CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive) para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, como foi destacado no 3º Congresso Catalão de Sustentabilidade, realizado esta semana e organizado pela Associação de Economistas da Catalunha e pela Associação de Revisores Oficiais de Contas da Catalunha.

Com esta alteração legislativa, 99% das empresas passam a não ser obrigadas a comunicar as suas práticas de sustentabilidade: as PME estão excluídas e apenas as empresas com mais de 1000 trabalhadores e um volume de negócios de 50 milhões de euros ou um balanço superior a 25 milhões de euros estarão sujeitas ao regulamento (o calendário de implementação para estas empresas sujeitas ao regulamento é adiado até 2028).

Trata-se, sem dúvida, de uma mudança importante em relação ao cenário com o qual as empresas e os profissionais de informação e verificação têm trabalhado até agora. No entanto, a mensagem que foi transmitida no 3º Congresso Catalão de Sustentabilidade, realizado esta semana e organizado pela Associação de Economistas da Catalunha e pela Associação de Revisores Oficiais de Contas da Catalunha, é que a simplificação da regulamentação não deve significar um retrocesso no compromisso com a sustentabilidade nas empresas, porque a sociedade não abandonará este princípio.

Os órgãos colegiais consideram que este adiamento é uma oportunidade para as empresas repensarem os seus modelos de negócio e a forma como a sustentabilidade é incorporada no seu plano estratégico empresarial e comunicativo, para além do mero cumprimento da regulamentação. Por outro lado, os peritos salientam que é necessário encontrar um meio-termo entre o alívio administrativo (estima-se que a simplificação do pacote Omnibus reduzirá os encargos para as empresas em 25-35%) e uma regulamentação suficiente das normas básicas de sustentabilidade, especialmente para as PME.

Carlos Puig de Travy, decano da Associação de Economistas da Catalunha, afirmou: “A simplificação administrativa é fundamental para a competitividade da economia e o bem-estar dos cidadãos, mas não pode ser contraposta à sustentabilidade, porque esta é um eixo fundamental para o progresso do país. Por esta razão, há que trabalhar para alinhar ambas as questões. Exigimos que os políticos espanhóis não permitam o retrocesso regulamentar em detrimento da sustentabilidade e que protejam todo o trabalho realizado até agora pelo setor empresarial neste domínio”.

Por seu lado, Joan Vall, presidente da Associação de Revisores Oficiais de Contas da Catalunha, salientou que a verificação da informação de sustentabilidade é um elemento chave que dá confiança à sociedade em relação à verificação da informação não financeira: “O setor deve continuar a preparar-se para responder à verificação destes relatórios de sustentabilidade e os profissionais especializados devem continuar a ser formados”.

As alterações regulamentares implicam a adaptação de processos e ferramentas para o cumprimento dos novos requisitos nos prazos a rever, a disponibilização dos recursos e conhecimentos necessários à correta interpretação e aplicação dos novos regulamentos e a garantia de que a desburocratização não se traduz numa menor qualidade da informação não financeira reportada. No entanto, agora, mais do que nunca, o valor social dos responsáveis pela verificação dos relatórios de sustentabilidade deve ser visto como um garante da transparência empresarial.

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Costa versus Costa. Julgamento de ex-primeiro ministro contra ex-governador do BdP adiado

Carlos Costa acusou o ex- primeiro-ministro de tentar proteger Isabel dos Santos. António Costa respondeu com processo e pretende que o ex-Governador do BdP se retrate das afirnações.

O julgamento – no âmbito de uma ação cível -interposta pelo ex-primeiro-ministro António Costa contra o antigo governador do Banco de Portugal (BdP) Carlos Costa foi adiado e não tem data marcada. O antigo primeiro-ministro socialista, agora presidente do Conselho Europeu, pede que Carlos Costa seja condenado “a retratar-se das afirmações” sobre pressões relativas a Isabel dos Santos, reveladas no livro “O Governador”.

Em causa as denúncias feitas pelo homem que esteve à frente do BdP durante dez anos (2010 a 2020), no livro “O Governador”, da autoria do jornalista Luís Rosa, que revelam que o primeiro-ministro António Costa terá feito pressão sobre Carlos Costa, para que Isabel dos Santos se pudesse manter na administração do Banco BIC.

António Costa terá dito: “não se pode tratar mal a filha do Presidente de um país amigo” referindo-se a Isabel dos Santos, filha do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos. António Costa diz que estas afirmações são falsas e pretende que o antigo governador se retrate e publique num jornal um texto em que assuma a falsidade das declarações.

Recorde-se que, em novembro de 2022, na apresentação do livro, o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa acusou o então primeiro-ministro de intromissão política junto do supervisor bancário no caso de Isabel dos Santos. “Esta semana, no mesmo dia em que anunciava um processo judicial, o senhor primeiro-ministro enviou-me uma mensagem escrita em que reconhece que me contactou para me transmitir a inoportunidade do afastamento da engenheira Isabel dos Santos. Ou seja, é o próprio primeiro-ministro a confirmar a tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”, disse o antecessor de Mário Centeno, numa intervenção na apresentação do livro O Governador, na Gulbenkian, em Lisboa, a 15 de novembro de 2022.

Carlos Costa disse ainda confirmar que António Costa o “contactou por chamada” para o telemóvel no dia 12 de abril de 2016 à tarde, depois de uma reunião que o antigo governador teve com Isabel dos Santos, com o sócio da empresária angolana Fernando Telles e com o diretor do departamento de supervisão Carlos Albuquerque. Segundo Carlos Costa, o primeiro-ministro terá comunicado nessa chamada telefónica que “não se pode tratar mal a filha do presidente de um país amigo”. “A partir de agora cabe a cada um fazer os seus juízos”, afirmou.

No dia seguinte, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, viria a defender publicamente António Costa das acusações do ex-governador, considerando que as autoridades portuguesas atuaram em nome do interesse nacional no caso que envolveu Isabel dos Santos. Durante apresentação, Carlos Costa justificou a decisão de concretizar o livro com “contribuir para o reforço de respeito que merece a instituição do Banco de Portugal”, no que diz ser uma “tarefa de interesse público”.

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Usar excedente da Segurança Social para pagar outras despesas “pode pôr em causa pensões”

O futuro da Segurança Social foi um dos temas da Conferência Anual do Trabalho, num painel que juntou um ex-ministro, um ex-diretor do Centro Nacional de Pensões e o diretor-geral da Ageas Pensões.

  • A Conferência Anual do Trabalho foi organizada pelo Trabalho by ECO e abordou os salários, a lei do trabalho, o futuro da Segurança Social, a formação e as migrações. Ao longo desta semana, serão publicadas peças relativas a cada um destes cinco painéis, sendo que pode rever já os principais destaques aqui.

O atual excedente da Segurança Social não deve ser usado para cobrir outro tipo de despesa que não aquele para que foi criado, isto é, para assegurar as pensões, em caso de défice do sistema.

Este foi um dos alertas deixados no painel “Segurança Social, da sustentabilidade ao futuro”, que levou ao palco da segunda edição da Conferência Anual do Trabalho o ex-ministro José António Vieira da Silva, Vítor Junqueira, ex-diretor do Centro Nacional de Pensões, e Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões.

Terceiro painel da segunda edição da Conferência Anual do Trabalho debruçou-se sobre a sustentabilidade da Segurança Social.Henrique Casinhas/ECO

Na visão de Vieira da Silva, usar o excedente atual da Segurança Social “seria pôr em causa o sistema de pensões“. Em dezembro, num outro painel, o ex-ministro tinha defendido, na mesma linha, que não se deve usar a folga da Segurança Social para outros fins, nomeadamente para cobrir as despesas da Caixa Geral de Aposentações. “Não vamos pensar que vai ser o esforço contributivo do sistema previdencial que vai financiar uma responsabilidade que o Estado assumiu, com a sua própria escolha”, alertou, na altura.

Na Conferência Anual do Trabalho, Vieira da Silva aproveitou também para refletir sobre o impacto da imigração na Segurança Social. Reconheceu o contributo positivo que tem sido registado, através de contribuições, mas avisou que esses imigrantes estão também a ganhar direitos, isto é, mais tarde poderão pedir, por exemplo, pensões de velhice relativas a estes descontos.

A melhor garantia para a sustentabilidade da Segurança Social é que a economia funcione bem.

José António Vieira da Silva

Ex-ministro do Trabalho

Sobre a sustentabilidade da Segurança Social, o ex-ministro atirou ainda que “a melhor garantia é que a economia funcione bem“. E assinalou que a atribuição de aumentos extraordinários aos pensionistas devia ser acompanhada sempre de uma reflexão dos Governos sobre o impacto dessa medida no futuro.

Já Valdemar Duarte, da Ageas Pensões, fez questão de salientar que o facto de os funcionários públicos terem passado a ter pensões “iguais a todos os outros cidadãos” foi uma medida positiva para a equidade dos reformados em Portugal.

E deixou um apelo: “os níveis de pensões mais altos não podem ficar congelados, [embora seja] natural que a atualização seja mais baixa”. Como está, a lei prevê que as pensões mais altas não sejam atualizadas de modo automático em reflexo da inflação e do crescimento económico, ao contrário do que acontece com as pensões mais baixas e intermédias.

Por outro lado, o responsável lembrou que desde 2014 que se “mataram os benefícios para a reforma com um limite de dedução para o conjunto de todos os benefícios” em sede de IRS, pelo que “individualmente, não há quem invista para a reforma”. Neste cenário, instou a que se olhe para a falta de complementaridade em Portugal. “Não há complementaridade. Temos de contar apenas com as pensões públicas. Tem de se olhar para o problema”, disse.

Taxa de substituição vai mesmo afundar?

Painel da segunda edição da Conferência Anual do Trabalho contou com (da esquerda para a direita) Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões, Vítor Junqueira, ex-diretor do Centro Nacional de Pensões, e o ex-ministro José António Vieira da Silva. A moderação coube a Luís Leitão, editor do ECO.Henrique Casinhas/ECO

No painel “Segurança Social, da sustentabilidade ao futuro”, Vítor Junqueira, ex-diretor do Centro Nacional de Pensões, alertou para erros no relatório da Comissão Europeia sobre as reformas, especificamente no que diz respeito à taxa de substituição (a fatia do último salário que corresponde à pensão).

Segundo Bruxelas, as pensões arriscam cair para 38,5% do último salário em 2050. “Não entendo como os comités técnicos deixaram sair aqueles números. Se alguém se der ao trabalho de ler aquilo”, vê que o diferencial entre 2045 e 2050 é demasiado significativo para corresponder à verdade, salientou.

Vítor Junqueira esclareceu que a justificação apontada pela Comissão Europeia é que deixa de haver novos pensionistas da CGA. “Não faz sentido. Há aqui um erro de desenho disto, porque não deixa de haver novos pensionistas do setor público, que estão na Segurança Social”, argumentou. Atualmente, a CGA é um sistema fechado, sendo os novos funcionários públicos inscritos, em alternativa, na Segurança Social.

Não faz sentido. Há aqui um erro de desenho [do ‘Ageing Report’], porque não deixa de haver novos pensionistas do setor público, que estão na Segurança Social.

Vítor Junqueira

Ex-diretor do Centro Nacional de Pensões

Segundo Vítor Junqueira, as “histórias contributivas têm de ser vistas isoladamente e, depois, chega-se a um olhar global” para evitar erros como os que estão no relatório do “Ageing Report” de Bruxelas.

Também o ex-ministro do Trabalho José António Vieira da Silva considerou que os números recentes do “Ageing Report” não estão corretos. O antigo governante explicou que cada ano de trabalho valia 2% e que agora vale 2,3%, no cálculo das pensões. “Ou seja, esse risco de diminuição foi compensado parcialmente com o peso da sua importância“, disse.

Recorde abaixo o painel na íntegra:

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A medida de Miguel Pina Martins para o próximo Governo

  • ECO
  • 9 Maio 2025

O ECO pediu a várias personalidades uma medida essencial para o próximo Governo. A proposta de Miguel Pina Martins, fundador e chairman da Science4you, é reforçar o ensino das soft-skills.

Portugal precisa urgentemente de uma geração mais empreendedora, criativa e com confiança para enfrentar os desafios do futuro. E isso começa nas escolas. Propomos que o próximo Governo integre, de forma estruturada, o desenvolvimento de soft skills nos currículos desde os primeiros anos de ensino — não como atividades extracurriculares, mas como parte formal da avaliação dos alunos.

Três propostas concretas que poderiam ser implementadas em todas as escolas portuguesas:

  • Feiras de Ciência e Tecnologia obrigatórias — onde os alunos têm de apresentar um projeto prático, desenvolvendo pensamento crítico, criatividade, trabalho em equipa e capacidade de comunicação.
  • “Show and Tell” mensal — momentos em que cada aluno apresenta algo à turma (um livro, um objeto, uma experiência), treinando a oralidade, empatia, escuta ativa e confiança em público.
  • Bancas de Limonada e projetos de venda escolar — pequenas iniciativas empreendedoras onde as crianças aprendem noções básicas de custo, preço, comunicação, marketing e gestão financeira.

Estas atividades devem contar formalmente para a nota dos alunos, integradas nas disciplinas existentes, valorizando a componente comportamental, colaborativa e criativa.

Se queremos mais inovação, mais empresas e mais confiança no futuro, temos de formar jovens com autonomia, iniciativa e capacidade de resolver problemas — competências que não se ensinam apenas com manuais, mas sim com experiências reais e práticas em contexto escolar.

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Arábia Saudita aumenta a produção interna para atrair investimento e colaboração internacionais

  • Servimedia
  • 9 Maio 2025

Vários projetos sauditas visam diversificar a economia do país para o tornar um dos principais mercados mundiais.

A Arábia Saudita afirmou que está a avançar de acordo com a sua estratégia Visão 2030 para uma economia mais diversificada, menos dependente do petróleo e com uma posição de liderança no mercado internacional. Entre as muitas iniciativas que o país lançou nos últimos anos, destacam-se projetos como o “Made in Saudi”, um programa centrado na promoção da produção local saudita.

O “Made in Saudi” começou em 2021 como uma iniciativa do Programa Nacional de Desenvolvimento Industrial e Logística e da Autoridade Saudita para o Desenvolvimento das Exportações e, desde então, tem ajudado as empresas locais sauditas a aumentar a sua visibilidade no mercado e a promover os seus produtos junto de um público mais vasto.

Ao apoiar as empresas locais, o programa não só impulsiona a economia nacional, como também incentiva a inovação em diferentes áreas e premeia a criatividade no mercado saudita. Através do projeto, as empresas associadas têm também a oportunidade de utilizar oficialmente o logótipo Saudi Made, representando a imagem do país no mundo. Desde o início do projeto, mais de 7.600 produtos foram considerados Saudi Made, abrangendo mais de 16 setores diferentes.

A promoção dos produtos nacionais sauditas visa também incentivar o consumo não só na Arábia Saudita, mas também impulsionar as exportações e o comércio internacional. O Made in Saudi promove o país como um destino industrial chave no mundo, a fim de atrair mais investimento estrangeiro e com o objetivo claro de levar as exportações não petrolíferas a 50% do PIB não petrolífero até 2030. Atualmente, mais de 180 países importam produtos Made in Saudi.

MERCADO COM POTENCIAL

Em linha com o impulso da Arábia Saudita para o comércio internacional e as relações com os mercados estrangeiros, a Espanha posiciona-se como uma economia com grandes oportunidades de negócio. Neste contexto, o embaixador da Arábia Saudita em Espanha, Haifa Al Mogrin, realizou uma reunião com a Câmara de Comércio de Sevilha e com empresários espanhóis interessados no mercado saudita.

O embaixador salientou as grandes oportunidades existentes entre os dois países, destacando em particular o desenvolvimento das infra-estruturas e da conectividade, as energias renováveis e o setor do turismo. Haifa Al Mogrin destacou, em particular, as oportunidades geradas pela próxima Exposição Mundial em Riade, que terá lugar em 2030 e que implicará um forte investimento em infra-estruturas e ligações. Isto para além do Aeroporto Internacional Rei Salman, que está atualmente em construção.

A Arábia Saudita indica que continua a abrir o seu comércio ao mundo, ao mesmo tempo que diversifica a sua economia, com o objetivo de promover uma economia forte alinhada com uma sociedade de oportunidades e bem-estar.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 9 de maio

  • ECO
  • 9 Maio 2025

Ao longo desta sexta-feira, 9 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Lucro da EDP sobe 21% para os 428 milhões de euros

O EBITDA subiu cerca de 6% para cerca de 1,4 mil milhões de euros, apoiado na maior capacidade instalada renovável, na expansão do ativo de redes e numa maior produção de eletricidade.

A EDP registou um lucro de 428 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, 21% acima do resultado líquido obtido no primeiro trimestre do ano passado.

As contas foram apresentadas num documento publicado na página da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta quinta-feira, antes da abertura da sessão na bolsa nacional.

O EBITDA subiu cerca de 6% para cerca de 1,4 mil milhões de euros. Para este número contribuiu um aumento de 13% na capacidade instalada renovável, um aumento de 5% na eletricidade produzida e um aumento de 2% na base de ativos das redes.

Em paralelo, “a subida de preços de eletricidade nos Estados Unidos e no mercado Ibérico mais do que compensou a ausência de ganhos com rotação de ativos” no primeiro trimestre, que comparam com ganhos de 134 milhões de euros que contribuíram para os resultados do período homólogo. As operações de rotação de ativos estão previstas sobretudo para a segunda metade de ano.

Estes resultados mostram que estamos no bom caminho, que temos uma boa estratégia, sólida e sustentável“, afirma Miguel Stilwell, em declarações ao ECO/Capital Verde, destacando a adaptação da empresa às dinâmicas do mercado, tanto ao nível do ritmo de investimento como do foco, “conseguindo fazer este equilíbrio entre crescer e sermos mais eficientes ao mesmo tempo”.

O investimento na expansão da operação cifrou-se em 755 milhões de euros, uma quebra de 23%, que reflete sobretudo uma contenção no segmento renovável, de 25% para 660 milhões, embora os 95 milhões de euros de investimento em redes também tenham reduzido em 3% face ao período homólogo. A maioria dos novos investimentos concentraram-se na América do Norte, que captou 42% do total, seguido do Brasil (18%) e Portugal (15%).

A dívida líquida está nos 16,1 mil milhões de euros, um aumento de 4%, refletindo o investimento no período e, mais uma vez, sem contributo de transações de rotação de ativos. A EDP continua com o seu compromisso com a manutenção de um rating de crédito de nível ‘BBB’, lê-se no comunicado.

A EDP pagou no dia 6 de maio o seu dividendo anual relativo ao exercício de 2024, no montante de 20 cêntimos por ação, um aumento de 2,6%, representando um dividend payout de 60% sobre o resultado líquido de 2024.

Em relação às perspetivas para 2025, a EDP mantém a fasquia para o EBITDA nos 4,8 mil milhões de euros e nos 1,2 mil milhões de euros para os lucros. No caso do EBITDA, há apenas pequenas alterações na composição: uma “melhoria no contexto de mercado” no que diz respeito à geração integrada na Península Ibérica permite uma subida na previsão do EBITDA para este segmento do intervalo de 1 a 1,1 mil milhões para 1,1 mil milhões a 1,2 mil milhões. Contudo, as perspetivas para o mercado cambial anulam este efeito positivo. O compromisso para a dívida também não se altera, ficando nos 16 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 07:51)

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Fundación Jiménez Díaz, o hospital de Madrid mais bem avaliado pelos pacientes

  • Servimedia
  • 9 Maio 2025

Obteve a melhor classificação no Serviço de Urgência e classificações muito elevadas em Internamento, Cirurgia de Ambulatório e Consultas Externas.

A Fundación Jiménez Díaz voltou a ser escolhida como o hospital mais bem avaliado da Comunidade de Madrid pelos cidadãos, de acordo com os resultados do Inquérito de Satisfação 2024 publicado pelo Ministério da Saúde Regional.

O centro madrileno gerido pela Quirónsalud lidera o Índice de Satisfação Global (ISG) do grupo de hospitais de alta complexidade, com 91,28 %, mantendo-se assim como líder indiscutível desde 2010 e consolidando a confiança que os pacientes depositaram no seu modelo de atendimento, na sua política de humanização e na redução dos tempos de espera.

A Fundación Jiménez Díaz tem sido o único hospital de alta complexidade de toda a rede pública de Madrid a manter consistentemente pontuações superiores a 91 % neste índice desde o início destas medições. Na edição de 2024, o centro está não só 2,5 pontos percentuais acima da média do conjunto dos hospitais SERMAS (88,7%), mas também 2,1 pontos acima da média do seu próprio grupo de complexidade (89,2%).

Entre as diferentes áreas avaliadas, destaca-se o Serviço de Urgência da Fundación Jiménez Díaz, que foi classificado pelos pacientes com 86,25%, a melhor pontuação no seu grupo de referência e quase 7 pontos acima da média do Sermas. Além disso, 93,13% dos utentes recomendariam este serviço. O Internamento (95 %) e a Cirurgia de Ambulatório (94,41 %) também obtiveram pontuações excelentes, sendo recomendados em 98,13 % e 100 % dos casos, respetivamente. Por seu lado, as Consultas Externas obtêm uma pontuação de 89,44 %, superando a média da Sermas, e têm uma taxa de recomendação de 91,88 %.

Da mesma forma, o Índice de Recomendação Global (IRG) da Fundação situa-se em 95,8%, 1,8 pontos acima da média do conjunto dos Sermas (94%), o que reforça a sua posição como centro de saúde de referência para os madrilenos.

Estes dados refletem não só a qualidade da assistência, mas também uma consistência na excelência: a Fundación Jiménez Díaz continua a destacar-se por ter uma das taxas de reclamação mais baixas do sistema e os tempos de espera mais curtos em listas cirúrgicas, consultas externas e exames de diagnóstico, dentro do seu grupo e também entre todos os hospitais públicos da região.

OUTROS HOSPITAIS

Os outros três hospitais públicos geridos pela Quirónsalud – Hospital Universitario General de Villalba, Hospital Universitario Rey Juan Carlos e Hospital Universitario Infanta Elena – também alcançaram as primeiras posições em termos de satisfação nos seus respectivos grupos de complexidade.

No grupo de média complexidade, o Hospital Universitário Geral de Villalba foi o melhor classificado de todo o SERMAS, com um ISG de 92,86%, superando em mais de 4 pontos a média do sistema de Madrid. Obteve também a melhor classificação do seu grupo em Assistência Ambulatória (91,9%), com um nível de recomendação de 97,48%. O seu serviço de Hospitalização recebe uma pontuação de 95,03 %, enquanto a Cirurgia de Ambulatório atinge 95,65 % e a Urgência, com 88,82 %, está 9,42 pontos acima da média do SERMAS.

O Hospital Universitário Rey Juan Carlos, também no grupo de média complexidade, ocupa o terceiro lugar com um ISG de 91,12%, muito acima da média regional. As avaliações dos pacientes destacam especialmente a Cirurgia de Ambulatório (95,03%), com uma recomendação de 99,36%, e as Consultas de Ambulatório, com 90,57% e recomendadas por 98,11% dos utilizadores. O Serviço de Urgência do hospital tem 83,85%, superando a média do SERMAS em mais de 4 pontos.

Por sua vez, o Hospital Universitário Infanta Elena, no grupo de baixa complexidade, mantém o segundo lugar com um ISG de 90,18 %, destacando-se na área de Internamento, onde é o melhor classificado do seu grupo com 94,41 %, 2,2 pontos acima da média. A Cirurgia de Ambulatório e a Consulta Externa também têm boas classificações (95,03 % e 86,79 %, respetivamente), e o Serviço de Urgência tem 84,47 %, todos eles com elevados níveis de recomendação dos utentes.

Os quatro hospitais públicos geridos pela Quirónsalud destacam-se nos inquéritos de satisfação da Sermas há mais de uma década, ocupando sistematicamente as primeiras posições dos seus respetivos grupos.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 9 Maio 2025

A EDP apresenta resultados, a Anacom faz balanço do 5G e a Galp propõe redução do capital social até 9%, por extinção de ações próprias.

Entre os destaques desta sexta-feira está a apresentação dos resultados da EDP, o balanço do 5G pela Anacom, assim como a proposta da Galp de redução do capital social até 9%, por extinção de ações próprias. A semana termina também com a divulgação de dados económicos pelo INE.

Galp propõe aos acionistas redução do capital social até 9% por extinção de ações

Nesta sexta-feira, a Galp propõe aos acionistas, em assembleia-geral, a redução do capital social até 9%, por extinção de ações próprias. No anúncio publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp dá conta que delega no “Conselho de Administração, pelo prazo de 18 meses, todos os poderes necessários”.

EDP apresenta resultados do 1.º trimestre de 2025

A EDP apresenta esta sexta-feira os resultados do 1.º trimestre de 2025. No ano passado, a empresa obteve um resultado líquido de 801 milhões de euros, 16% abaixo dos 952 milhões de euros registados em 2023, anunciou a EDP num comunicado publicado na página da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Anacom divulga balanço do 5G

A Anacom – Autoridade Nacional de Comunicações apresenta esta sexta-feira um balanço do 5G. O último relatório, de fevereiro deste ano, sobre o desenvolvimento do 5G em Portugal incluiu pela primeira vez dados da atividade da Digi com a operadora de origem romena a posicionar-se em terceiro lugar quanto ao número de estações de base 5G instaladas, com 2.130, à frente da MEO (1.562).

Começa o julgamento Costa versus Costa

Começa esta sexta-feira, pelas 9h30, o julgamento da ação cível interposta pelo ex-primeiro-ministro António Costa contra o antigo governador do Banco de Portugal Carlos Costa. O antigo primeiro-ministro pede que Carlos Costa seja condenado “a retratar-se das afirmações” sobre pressões relativas a Isabel dos Santos, reveladas no livro “O Governador”.

INE divulga dados económicos

Esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga o índice de custos de construção de habitação nova, assim como os dados sobre o volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas na indústria referentes março 2025. São ainda dadas a conhecer as estatísticas do comércio internacional relativas ao mesmo mês deste ano.

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Montenegro acusa Pedro Nuno de incoerência sobre alterações na lei da greve

  • Lusa
  • 8 Maio 2025

Líder da AD recordou declarações de Pedro Nuno em 2019: "‘Devemos com cautela, sem pôr em causa direitos constitucionalmente consagrados, refletir sobre a lei da greve, sobre a organização sindical".

O líder do PSD acusou esta quinta-feira o secretário-geral do PS de incoerência e leu declarações de Pedro Nuno Santos de 2019 em que o então ministro defendeu uma reflexão sobre a lei da greve e a organização sindical.

Num comício ao ar livre em Santarém, no final do quinto dia oficial de campanha da AD (coligação PSD/CDS-PP), Luís Montenegro voltou ao tema da greve da CP, dizendo que foi alvo de “um corrupio de comentários” por ter admitido alterações à lei para equilibrar o direito à greve com outros. “Eu até pensava que isto era relativamente consensual e que aqueles que comentaram a minha observação se lembravam do que diziam. Eu já dizia isto quando estava na oposição, foi talvez ingenuidade minha pensar que outros fariam o mesmo”, disse.

Em seguida, leu passagens de duas declarações de 2019 Pedro Nuno Santos – sem nunca dizer o seu nome mas o seu cargo à data, de ministro das Infraestruturas –, primeiro numa entrevista à TVI, em abril desse ano. “Vou ler-vos o seguinte: ‘Devemos com cautela, sem pôr em causa direitos constitucionalmente consagrados, refletir sobre a lei da greve, sobre a organização sindical e sobre o abastecimento das nossas infraestruturas críticas’”, citou, dizendo que ele próprio não foi tão longe.

Montenegro citou ainda outra declaração de Pedro Nuno Santos, em julho do mesmo ano à Lusa, em que manifestou preocupação com greves em períodos eleitorais, dizendo concordar com o que então defendia o ministro, lamentando que hoje o líder do PS o tenha acusado de insulto à democracia.

“Há aqui uma grande dose de incoerência. Eu não sei como é que se pode governar um país com dúvidas, com hesitações, com ziguezagues tão declarados”, acusou, questionando se se deve acreditar no que Pedro Nuno Santos dizia antes ou agora. Montenegro considerou que é “por estas e por outras” que só a AD garante estabilidade: “É preciso ter estabilidade política e na opinião política”, defendeu.

O também primeiro-ministro voltou a considerar a greve da CP “absolutamente injusta”, argumentando que o processo de negociações do Governo com os sindicatos permitiam tê-la evitado. “Havendo a greve, não tenho dúvidas que ela tem altíssima influência de interesses políticos e partidários”, disse. O líder do PSD questionou “se é justo e adequado” que centenas de pessoas possam “de forma fácil e direta colocar em causa os direitos de milhões de pessoas”, referindo-se aos que deixaram de ir trabalhar, estudar ou perderam consultas médicas.

No comício em Santarém, Montenegro afirmou que, na campanha de há um ano, assumiu neste distrito “um compromisso de honra” de fazer da agricultura portuguesa um setor estratégico do nosso desenvolvimento económico e social. “Este trabalho não está acabado, mas esta prioridade tem expressão no Governo e empenho transversal dos ministros”, assegurou.

Com o ministro da Educação, Fernando Alexandre, como cabeça de lista por Santarém, o líder do PSD defendeu a importância deste setor para “um país com efetiva igualdade de oportunidades”.

“Só se alcança se houver uma aposta acima de qualquer outra na educação. É na educação que nós somos todos iguais”, defendeu. Em 2024, a AD elegeu três dos oito deputados por este círculo, atrás do PS, também com três parlamentares, e à frente do Chega, com dois.

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