RASI publicado pelo Governo foi o “documento trabalhado”, diz ministra

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

A ministra Margarida Blasco afirmou que o documento que está à disposição no site do Governo foi o "trabalhado", tal como tinha já afirmado o Sistema de Segurança Interna.

A ministra da Administração Interna disse esta sexta-feira que a versão do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), publicada no site do Governo, foi “o documento trabalhado” e remeteu para a resposta dada pelo Sistema de Segurança Interna (SSI).

“Como a secretaria-geral do Sistema de Segurança Interna teve ocasião de informar a imprensa, não vou fazer mais qualquer comentário”, disse Margarida Blasco, após ter sido questionada sobre o facto de ter desaparecido da versão final do RASI o capítulo dedicado a organizações extremistas.

A ministra afirmou que o documento que está à disposição no site do Governo desde terça-feira foi aquele que foi trabalhado, tal como tinha já afirmado o SSI. Após o documento ter sido enviado para a Assembleia da República e publicado no site do Governo, o Bloco de Esquerda pediu esclarecimentos ao Governo sobre o desaparecimento da versão final do RASI do capítulo dedicado a organizações extremistas.

Numa resposta enviada à Lusa, o SSI admitiu que existiu uma “versão de trabalho” do Relatório Anual de Segurança Interna que incluía informação sobre organizações extremistas, diferente da “versão oficial” apresentada na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, realizada na segunda-feira.

“Qualquer outra versão a que a comunicação social possa ter tido acesso, respeita a uma versão de trabalho sujeita a discussão e reformulações no Gabinete Coordenador de Segurança e no Conselho Superior de Segurança Interna”, referiu o SSI, responsável pela elaboração do RASI.

O SSI esclareceu ainda que a versão publicada no site do Governo na terça-feira corresponde à versão apresentada na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna e à versão enviada aos deputados do parlamento, não tendo esclarecido o motivo pelo qual foi retirada a informação sobre organizações extremistas da versão de trabalho.

No documento do RASI enviado esta terça-feira para o parlamento, e disponível online na página do Governo, não constam as páginas 35 a 39 que estavam na versão inicial, referentes ao capítulo “extremismos e ameaças híbridas”, e que alertavam para a existência de uma representação de uma organização extremista internacional em Portugal, classificada em vários países como organização terrorista.

De acordo com a versão preliminar, não existe em Portugal nenhuma organização de extrema-direita classificada como terrorista, apesar de existir um braço de uma organização extremista internacional que é classificada como terrorista noutros países. Sem especificar qual é a organização em questão, esta versão do RASI apontava para a existência deste ramo de uma organização extremista em Portugal, que já foi alvo de sanções financeiras em vários países por financiamento de terrorismo.

Esta organização, acrescentava o relatório preliminar, promove encontros através de eventos musicais, incluindo em território nacional, e que funcionam como método de recrutamento de militantes e como forma de financiamento para produção de material de propaganda, por exemplo.

Esta informação não está na versão final e o Bloco de Esquerda considera que a alteração “suscita dúvidas fundadas sobre a razão por detrás desta alteração, pelo que se impõe um cabal esclarecimento”. O partido quer saber “quem ordenou a eliminação” desta parte do RASI e se o Governo considera enviar ao parlamento uma nova versão em que seja incluída a informação presente no documento preliminar.

Habitualmente, o RASI é apresentado depois da reunião do Conselho Superior de Segurança Interna pelo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, juntamente com os ministros da Administração Interna e da Justiça, o que não aconteceu este ano. Esta segunda-feira, foi o primeiro-ministro, Luís Montenegro, quem falou durante a conferência de imprensa, sem revelar o documento final e tendo respondido apenas a uma pergunta dos jornalistas.

Questionada sobre não ter existido este ano esta apresentação, Margarida Blasco justificou com o facto de o Governo estar em gestão, mas destacou as declarações do primeiro-ministro no final da reunião do Conselho Superior de Segurança Interna.

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Trump dá mais 75 dias para a venda do TikTok e evitar a suspensão da rede social nos EUA

OS EUA exigem que a rede social chinesa seja vendida a uma empresa norte-americana, caso contrário ficará proibida no país. O prazo para o negócio terminaria este sábado, dia 5 de abril.

O presidente norte-americano deu mais 75 dias à chinesa ByteDance, empresa-mãe do TikTok, para encontrar um comprador antes que a popular plataforma de partilha de vídeos seja sujeita a uma proibição permanente nos EUA.

Os EUA, ainda no tempo de Joe Biden, exigiram que a ByteDance vende-se a rede social no mercado norte-americana, por razões de segurança interna, caso contrário ficaria proibida nos EUA. O prazo para o negócio terminaria este sábado, dia 5 de abril.

“O acordo [de venda] requer mais trabalho para garantir que todas as aprovações necessárias sejam assinadas, e é por isso que assinei uma ordem executiva para manter o TikTok a funcionar por mais 75 dias. Esperamos a trabalhar de boa fé com a China, que eu sei que não está muito feliz com nossas tarifas recíprocas (necessárias para um comércio justo e equilibrado entre a China e os EUA)”, escreveu Donald Trump numa publicação nas redes sociais.

O processo arrasta-se há meses estando em risco a suspensão da rede social nos Estados Unidos, onde tem 170 milhões de utilizadores, a qual foi assim adiada com esta decisão de Donald Trump.

Esta semana também se ficou a saber que o fundo de capital de risco Andreessen Horowitz, liderado pelo “todo-poderoso” das Big Tech norte-americanas Marc Andreessen, estará em negociações para investir no TikTok com outros grupos interessados em afastar a chinesa ByteDance da rede social dos vídeos.

Donald Trump também propôs esta semana um desconto nas tarifas sobre as importações chinesas caso a China desse o braço a torcer no acordo relacionado com a rede social de vídeos, o que Pequim depressa rejeitou.

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Ex-CEO da Caixa António Domingues entra na administração da Jerónimo Martins

Com percurso na banca, incluindo passagens pelo BPI e pela Caixa, António Domingues vai entrar na administração da dona do Pingo Doce. Ex-embaixador João Vale de Almeida é outra novidade.

António Domingues vai integrar o novo conselho de administração da Jerónimo Martins JMT 0,48% , dona do Pingo Doce, de acordo com a proposta que a família Soares dos Santos vai levar à assembleia geral de 24 de abril.

Com um percurso de quatro décadas no setor financeiro, António Domingues conta com passagens pelo BPI, onde foi administrador financeiro e vice-presidente, e pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), onde foi CEO durante cerca de três meses em 2016, tendo saído após a polémica relacionada com a declaração de património junto do Tribunal Constitucional.

Enquanto administrador, António Domingues será um dos vogais da comissão de auditoria, que será liderada por Elizabeth Ann Bastoni.

Outra novidade na próxima administração da Jerónimo Martins para o triénio 2025-2027 é João Vale de Almeida, antigo embaixador da União Europeia nos EUA e no Reino Unido, contando com uma experiência de quatro décadas de diplomacia a nível europeu.

Embora a liderança do conselho se mantenha com Pedro Soares dos Santos (também se manterá como administrador-delegado), a administração de 11 membros sofrerá seis alterações.

Entre os nomes que estão de saída encontra-se o do embaixador Francisco Seixas da Costa.

Em Portugal, a Jerónimo Martins opera as insígnias Pingo Doce (vendas de 5,1 mil milhões de euros em 2024) e Recheio, mas é lá fora que tem a sua maior atividade. Designadamente na Polónia com a Biedronka, cuja faturação atingiu os 23,6 mil milhões de euros, e com a cadeia especializada em saúde e beleza Hebe (583 milhões). A marca da joaninha acaba de se expandir para a Eslováquia. Também conta com operação na Colômbia através da Ara (2,7 mil milhões).

O lucro do grupo retalhista atingiu os 599 milhões de euros no ano passado, baixando mais de 20% em relação a 2023.

A Jerónimo Martins é detida pela família Soares dos Santos através da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, que detém 56,14% do capital, enquanto os restantes 43,86% estão dispersos na bolsa.

(Notícia atualizada às 19h16)

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Lucros e preço das ações da Galp pressionados pela quebra do petróleo

O impacto nos resultados da Galp e no setor de energia poderá ser "significativo", sobretudo se os preços do crude se mantiverem abaixo dos 70 dólares durante um período prolongado.

Recentemente, a Galp indicou que estava aberta a considerar novos mercados caso as respetivas exportações para os Estados Unidos – para onde viaja 60% da sua produção de gasolina – fossem afetadas com a imposição de tarifas.

Para já, o petróleo, gás e produtos refinados foram “poupados” às tarifas de Trump, mas a instabilidade criada pelas suas decisões, em conjugação com um aumento da oferta, ditado pelo cartel que controla a produção de petróleo a nível global, estão a ameaçar o preço das ações e resultados da petrolífera portuguesa.

“O impacto direto destas tarifas na empresa será limitado, uma vez que os produtos energéticos foram excluídos destas medidas”, esclarece Henrique Tomé, analista na XTB. Contudo, “já estamos a ver as ações da empresa a reagirem ao facto de o petróleo ter entrado em sell-off, após o anúncio das tarifas dos EUA e também do anúncio da OPEP [Organização de Países Produtores de Petróleo]”, ressalva, assinalando a correlação que existe entre a evolução dos preços da empresa e dos preços do barril de Brent, referência europeia no que toca esta matéria-prima.

O impacto nos resultados da Galp e no setor de energia poderá ser significativo, sobretudo, se os preços do crude se mantiverem abaixo dos 70 dólares por barril durante um prolongado período“, defende o responsável de trading do Banco Carregosa, João Queiroz.

O barril de Brent afundou 6,6% para os 65,54 dólares esta sexta-feira, colocando-se em mínimos de agosto de 2021. Do outro lado do oceano, o West Texas Intermediate WTI, negociado em Nova Iorque, segue a afundar 7,86% para os 61,69 dólares, marcando mínimos de agosto de 2021. A ação da Galp deslizou, esta sexta-feira, 5,23% para os 14,40 euros, um mínimo de fevereiro de 2024.

A favor da cotada está “o seu crescente foco em transição energética e projetos renováveis, que oferecem alguma resiliência e diversificação”, assim como a diversificação geográfica e “gestão prudente” do balanço financeiro.

Embora a Galp não exporte petróleo bruto para os Estados Unidos em larga escala, “a empresa é exposta ao mercado global de petróleo, e a queda nos preços tem impacto direto na rentabilidade das suas operações upstream (exploração e produção)”, explica o Banco Carregosa. Com pressão nos preços da matéria-prima, ditada pela imposição de tarifas assim como pela incerteza económica, “a margem da Galp tende a estreitar-se, o que poderá penalizar tanto a geração de resultados como o desempenho das suas ações em bolsa“, afirma João Queiroz.

Ao mesmo tempo, a paragem técnica de duas unidades na refinaria de Sines no final do ano poderá reduzir temporariamente a capacidade de refinação da Galp, limitando receitas na área “downstream” (refinação e distribuição).

A decisão da Organização de Países Produtores de Petróleo e Aliados (OPEP+) de aumentar a produção a partir de maio em 411.000 barris por dia, acima da estimativa do mercado de 140.000 barris por dia. Isto sinaliza uma “oferta excessiva” numa altura em que a procura já estava ameaçada por receios de abrandamento económico. “Isto poderá agravar ainda mais a pressão sobre os preços”, defende Queiroz.

Em reação, Queiroz espera que a Galp reforce a disciplina de capital, focando-se em projetos de maior retorno. “A empresa pode procurar reforçar a sua posição financeira, caso queira tranquilizar os investidores e mitigar parte do impacto”, reforça Henrique Tomé.

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Leasing cresce 19,9% em 2024

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

O leasing representa mais de 3.000 milhões de euros financiados e foi, segundo a associação do setor, “o produto que mais cresceu em 2024”.

O financiamento especializado subiu nos três segmentos em Portugal, “consolidando a importância do leasing, factoring e renting” junto de empresas e particulares, anunciou esta sexta-feira a associação do setor.

Em comunicado, a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) registou que os três segmentos tiveram ganhos em 2024, destacando-se o leasing com 19,9%, o renting de viaturas em 13,6% e o factoring com ganhos de valor de créditos de 3,4%.

O leasing mobiliário teve um crescimento de 15,2% e ultrapassou, pela primeira vez, os dois mil milhões de euros, com 2,15 mil milhões de euros. Deste valor, a maioria foi alocado a viaturas ligeiras (32.417 viaturas) e pesadas (5.395 viaturas), que se traduziu, respetivamente, em financiamentos de 948 e 579 milhões de euros.

Já no leasing de equipamentos, a subida foi de 32,8%, para 911 milhões de euros. Em termos globais, o leasing representa mais de 3.000 milhões de euros financiados e foi, segundo a ALF, “o produto que mais cresceu em 2024”.

Por sua vez, o renting “consolidou-se como uma solução preferencial para a gestão de frotas de empresas e particulares”, tendo contribuído para a entrada em circulação de mais 7,2% de viaturas e para o aumento de 13,6% dos novos contratos, resultantes de 38.634 ligeiros e 1,2 mil milhões de euros.

A frota gerida através de renting subiu 13,4% face a 2023 para 2,82 mil milhões de euros, fruto das 136.965 viaturas em circulação que correspondem a estes critérios. Junto de empresas, na gestão da tesouraria, o factoring “manteve a sua trajetória ascendente” e cresceu 3,4%, para 45,7 mil milhões de euros.

O maior crescimento foi atingido na modalidade de gestão de pagamentos das empresas junto dos seus fornecedores (confirming), que aumentou 6,2% ou 1.240 milhões de euros, para mais de 21 mil milhões de euros. Com um crescimento de 2,1% em 2024, o factoring internacional representou 5,8 mil milhões de euros, dos quais 5,3 mil milhões de euros são respeitantes a exportações nacionais.

“Em 2024, apesar dos desafios económicos de grandes países europeus, como a França e a Alemanha, e da incerteza global, registámos um crescimento sustentado e contínuo nos setores que representamos”, disse o presidente da ALF, Luís Augusto, citado no documento.

A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting conta com 25 associados que atuam no mercado do financiamento especializado.

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Data center da Altice? “Estamos a olhar para outras oportunidades”, diz CEO da Start Campus

À margem da inauguração do primeiro edifício no megacentro de dados em Sines, Robert Dunn afirma ao ECO que os eventuais investimentos ainda se encontram numa fase de 'due diligence'.

O CEO da Start Campus admitiu esta sexta-feira que a empresa está a explorar mais oportunidades de investimento em Portugal além de Sines, onde está em construção um megacentro de dados que traz para o país mais de 30 mil milhões de euros.

“Estamos a olhar para algumas outras oportunidades tanto em Portugal como lá fora. Neste momento, não posso relevar nenhuma porque ainda está em due diligence [diligência prévia]”, afirmou Robert Dunn quando questionado pelo ECO sobre o interesse na compra do data center Altice na Covilhã.

O ECO sabe que a Start Campus tentou adquirir o data center da Covilhã no ano passado, que se encontra no mercado há alguns anos, mas o processo acabou por cair. Fonte oficial desmentiu ter estado envolvida nestas negociações.

Os especialistas contactados defendem que este ativo tem uma série de vantagens, entre as quais o facto de estar perto da Serra da Estrela, que é uma zona de refrigeração natural (recursos para cooling são essenciais nestes projetos), pouca atividade sísmica – logo, menor risco para a estabilidade das infraestruturas – e proximidade à universidade (Universidade da Beira Interior).

Porém, existe uma inconveniência relevante neste mercado: falta de conectividade por estar longe das zonas de amarração dos cabos submarinos.

A Altice retomou a venda do centro de processamento de dados que se localiza no distrito de Castelo Branco, na Beira Baixa, segundo o Jornal Económico. Criado em 2013, este espaço está organizado por quatro blocos principais e um de suporte, perfazendo uma área total de 75.500 metros quadrados.

A infraestrutura é composta por 24 salas com capacidade para instalar mais de 50 mil servidores ligados à rede de fibra ótica. O valor base estará entre os 100 e os 200 milhões de euros.

Sem Governo A ou B, campus de Sines é “obra de Portugal”

Perante os representantes da embaixada dos Estados Unidos, que serviram de “chapéu” para o investimento da norte-americana Davidson Kempner (DK), o Governo deixou no Mercado do Bolhão o tom de campanha eleitoral e apressou-se a deixar uma palavra de apreço ao anterior Executivo, de onde partiu o projeto multimilionário em Sines.

“Estamos aqui com humildade. Esta perenidade [projetos que ultrapassam ciclos políticos] começou no anterior Governo e acaba neste. Esta não é uma obra do XXIV Governo nem do XXIII. É uma obra de Portugal”, afirmou o ministro das Infraestruturas. Miguel Pinto Luz fez mesmo referência ao trabalho desenvolvido pelos ex-ministros João Galamba, que “voltou a colocar a política portuária no centro da ação política”, e António Costa e Silva, apesar das “divergências”.

“Esta é a visão neste momento: apostar na economia e nos empresários, remunerando o risco desses empresários que arriscam. É assim que os convidamos a fazer mais investimento”, assinalou Miguel Pinto Luz. Por sua vez, o ministro da Economia, Pedro Reis, considerou que o facto de o investimento atravessar várias legislaturas mostra “continuidade” e, consequentemente, “futuro”.

A Start Campus esteve envolvida na Operação Influencer, que ditou a queda do Governo de António Costa por alegadas diligências com políticos para agilizar o licenciamento do centro de dados na zona industrial e logística de Sines.

Robert Dunn está na liderança da empresa desde então, na sequência da saída dos ex-administradores Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, ambos constituídos arguidos na operação do Ministério Público que levou à demissão do antigo primeiro-ministro.

Inauguração do data center Start Campus em Sines - 04ABR25

O primeiro edifício do maior centro de dados em Portugal foi inaugurado esta sexta-feira num evento que contou com a presença do Governo, da embaixada dos Estados Unidos, de agências públicas ligadas ao investimento externo e ambiente, da nova administração do Porto de Sines e personalidades como o engenheiro João Talone.

O espaço, com 26 megawatts (MW) de capacidade, é o primeiro de seis no campus em Sines que terá até 1,2 gigawatts (GW). Este edifício (SIN01) está preparado para tecnologias cloud (nuvem), Inteligência Artificial e elevada performance de computação. Segue-se um outro edifício, cuja construção começa em maio ou junho e terá 180 MW.

A Start Campus, sociedade conjunta detida pela DK e pela Pioneer Point Partners, tem em mãos o maior investimento em data centers em Portugal, no valor total de 8,5 mil milhões de euros. O projeto Sines DC localiza-se junto à central termoelétrica da EDP que foi desativada em 2021, será movido 100% a energia renovável, mas só ficará concluído em 2030.

Os próximos edifícios (mais cinco) tornarão este campus no maior do setor na Europa.

Notícia atualizada a 05-04-2024 com retificação de MW e comentário da empresa

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MFA Legal faz documento com propostas legislativas para reforma do contencioso fiscal

A equipa de Fiscal da MFA Legal elaborou o documento de propostas legislativas para a reforma do contencioso tributário, nomeadamente, do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

A equipa de Fiscal da MFA Legal elaborou o documento de propostas legislativas para a reforma do contencioso tributário, nomeadamente, do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

No âmbito do Despacho n.º 8340/2024, de 25 de julho, foi constituída a Comissão para a Revisão do Processo e Procedimento Tributário e das Garantias dos Contribuintes com o objetivo de promover a celeridade, a simplicidade e melhorar a eficácia do processo e procedimento tributário. No exercício do mandato que lhe foi conferido, a Comissão deve proceder a uma avaliação profunda e abrangente do Código do Procedimento e Processo Tributário, propondo as alterações legislativas necessárias, tendo em vista a prossecução dos objetivos acima enunciados. Neste contexto, procedeu à audição de vários especialistas, entre os quais o sócio fundador da MFA Legal, Samuel Fernandes de Almeida.

Considerando o interesse público do debate, a equipa de Fiscal da MFA Legal decidiu redigir e tornar público um documento no qual partilha as propostas de alteração legislativa que, a seu ver, se impõem, e respetivos motivos. Trata-se, em bom rigor, do cumprimento de um dever de cidadania e um modesto contributo para um debate que se pretende plural, e que viabilize introduzir significativos aperfeiçoamentos na justiça tributária em Portugal.

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Miguel Relvas ouvido no DCIAP como testemunha no caso EDP

  • ADVOCATUS
  • 4 Abril 2025

Em causa, a campanha da coligação "Portugal à Frente". Os magistrados do Ministério Público estão no encalço de um "príncipe" que recebeu mais de quatro milhões de euros.

Antigo ministro do PSD, Miguel Relvas, foi ouvido no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Em causa a campanha da coligação “Portugal à Frente”. Segundo avança o NOW, os magistrados do Ministério Público estão no encalço de um “príncipe” que recebeu mais de quatro milhões de euros da construtora brasileira Odebrecht.

Miguel Relvas foi ouvido no âmbito do caso EDP. O antigo ministro prestou depoimento como testemunha num dos processos que nasceu da investigação principal e que diz respeito a suspeitas de corrupção na construção da Barragem do Baixo Sabor, em Torre de Moncorvo, pela empresa brasileira Odecrecht.

No início de 2024 — meses antes da dedução da acusação no processo EDP contra António Mexia e João Manso Neto, antigos responsáveis da EDP — os procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto separaram a parte relativa à Odebrecht do processo principal.

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Governo propõe seis pórticos à entrada da VCI no Porto para inibir pesados

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

O Governo propôs a colocação de seis pórticos à sua entrada para inibir a circulação de pesados, segundo publicação na rede social Instagram, entretanto apagada.

O Governo propôs como solução para mitigar o tráfego na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, a colocação de seis pórticos à sua entrada para inibir a circulação de pesados, segundo publicação na rede social Instagram entretanto apagada.

De acordo com uma publicação do Ministério das Infraestruturas de uma fotografia na rede social Instagram feita na quinta-feira, e que foi entretanto apagada após questões da Lusa, era visível um diapositivo de uma apresentação feita pelo ministro Miguel Pinto Luz aos autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) na reunião sobre o tema, que decorreu na sede da AMP.

No ‘slide’, com o título “solução proposta”, esta implica a instalação de “seis pórticos nas vias de acesso à VCI”, dos quais dois a sul, na “Ponte da Arrábida e Ponte do Freixo”, e quatro a norte: “[Autoestrada] A28, EN13 [Estrada Nacional 13], A3 E A43”.

De acordo com o mapa da apresentação, os pórticos a norte localizar-se-iam nas referidas vias ainda antes das saídas para a Estrada da Circunvalação, ou seja, ainda fora dos limites do município do Porto.

Era também possível ler que é sugerida, quanto à VCI, a “aplicação [de uma] taxa [de] atravessamento em determinados períodos + isenção [de] portagem [na] CREP [Circular Regional Exterior do Porto, também denominada A41] durante o mesmo período”.

A proposta também “não penaliza movimentos [com] origem/destino [na] cidade [do] Porto”.

Em resposta à Lusa, o ministério respondeu que “neste momento” é “precoce definir qualquer proposta como definitiva”.

“Como foi referido após a reunião, será criado um Grupo de Trabalho, coordenado pelo secretário de Estado das Infraestruturas e que contará com representantes do IMT e da Infraestruturas de Portugal, para avaliar várias propostas apresentadas pela tutela e pelos próprios municípios com vista a melhorar a circulação da VCI”, disse fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação à Lusa.

Na quinta-feira, Miguel Pinto Luz já tinha dito aos jornalistas que o grupo de trabalho também iria “começar a definir todas as medidas mitigadoras” que podem ser tomadas para “dissuadir o tráfego de passagem por dentro da VCI e por dentro da cidade do Porto”, de sul para norte e de norte para sul.

O ministro disse ainda que atualmente as medidas “ainda não estão consensualizadas nem fechadas”, dando seis meses ao grupo de trabalho “paritário” para tomar decisões acordadas entre o ministério e os municípios.

Na mesma ocasião, Miguel Pinto Luz e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disseram que a autoestrada A41/CREP deverá ser “tendencialmente gratuita” para pesados, nomeadamente de mercadorias, para tentar reduzir o tráfego na VCI.

“O Governo irá encetar todos os esforços para, no prazo de quatro ou cinco meses, implementar uma redução das tarifas das portagens na CREP, tendencialmente gratuitas para todos os veículos pesados”, disse Pinto Luz aos jornalistas.

Questionado sobre quando poderia entrar em vigor a redução do tarifário, Miguel Pinto Luz afirmou que o objetivo era que entrasse em vigor “em janeiro do próximo ano”.

Já Rui Moreira explicou que o conceito de “tendencialmente gratuito” se refere quer à diferenciação entre pesados de mercadorias e de passageiros, quer à passagem em certas horas do dia.

Rui Moreira entende que “se calhar não” vale a pena aplicar uma isenção “para um veículo que passa entre as 03:00 e 04:00” na VCI, vincando que “não faz sentido fazer gratuito” tal tráfego na via interna do Porto.

Miguel Pinto Luz estima que esta alteração “poderá reduzir de 16% a 20% o tráfego de veículos pesados na VCI“, falando ainda “na dissuasão de tráfego na VCI durante alguns períodos do dia”, algo que “será implementado nos próximos meses”.

Ao jornal Público, o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, admitiu a instalação de portagens na VCI para aplicar a camiões ou uma proibição de circulação nas horas de ponta, quatro horas de manhã e outras quatro de tarde.

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Benfica SAD paga 4,5% por empréstimo obrigacionista de 40 milhões de euros a quatro anos

Os 40 milhões captados com esta operação serão utilizados principalmente para refinanciar parte das obrigações "Benfica SAD 2022-2025" que vencem em junho e têm um saldo-vivo de 60 milhões de euros.

A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD (Benfica SAD) prepara-se para realizar uma nova emissão obrigacionista no valor de até 40 milhões de euros, através de uma oferta pública de subscrição (OPS) das obrigações “Benfica SAD 2025-2029” e de uma oferta pública de troca (OPT) com as obrigações “Benfica SAD 2022-2025”.

Este movimento surge num momento em que a SAD enfrenta o reembolso de 60 milhões de euros das obrigações emitidas em 2022, com vencimento agendado para junho deste ano.

A emissão das novas obrigações terá início a 9 de abril e decorrerá até 24 de abril de 2025, segundo o prospeto publicado esta sexta-feira na CMVM. A taxa de cupão destas obrigações é fixa em 4,5% ao ano, com pagamento semestral dos juros em abril e outubro.

O prazo do investimento será de quatro anos, com vencimento a 30 de abril de 2029, e cada obrigação terá um valor nominal unitário de cinco euros. O montante mínimo para subscrição será de 500 obrigações, equivalentes a um investimento inicial mínimo de 2.500 euros.

Enquanto a OPS será destinada ao público em geral, com um montante global inicial até 40 milhões de euros, a OPT será direcionada aos titulares das obrigações “Benfica SAD 2022-2025”, permitindo a troca pelas novas obrigações com vencimento em 2029, com cada obrigação antiga a ser trocada por uma nova, acrescida dos juros corridos até à data da emissão.

De acordo com o prospeto da operação, os fundos captados por via da OPS serão utilizados principalmente para refinanciar parte do empréstimo obrigacionista “Benfica SAD 2022-2025”, cujo montante total é de 60 milhões de euros. O remanescente será aplicado no desenvolvimento da atividade corrente da Benfica SAD, diversificação das fontes de financiamento e reforço da liquidez, refere a SAD benfiquista em comunicado.

Já a OPT “visa permitir à Benfica SAD substituir parte da sua dívida com vencimento em 2025 por dívida com vencimento em 2029”, permitindo à SAD liderada por Rui Costa gerir melhor os seus compromissos financeiros futuros.

No documento publicado no site do regulador, a Benfica SAD alerta ainda para vários riscos associados à emissão. Entre os principais estão:

  • Risco financeiro: O pagamento dos juros e reembolso do capital depende da capacidade económico-financeira da Benfica SAD. A SAD do clube da Luz refere que a empresa apresenta uma dívida financeira líquida que ascendia a 201,8 milhões de euros no final do exercício fiscal de junho de 2024, um aumento homólogo de 43,3%, e que, à data do prospeto, nem o património nem as receitas da SAD foram dados como garantia para este empréstimo.
  • Dependência desportiva: Os resultados financeiros estão fortemente ligados ao desempenho desportivo, particularmente à participação na UEFA Champions League. “Na eventualidade de o SL Benfica não poder aceder à UEFA Champions League na época 2025/2026, não terá direito às receitas inerentes à participação nessa prova, o que poderá ter um impacto financeiro adverso no Emitente e Oferente”, destaca a Benfica SAD.
  • Risco relacionado com transações de jogadores: As vendas de direitos desportivos representaram 49,6% dos rendimentos operacionais no primeiro semestre do exercício 2024/2025. “Uma eventual variação negativa dos rendimentos obtidos com transações de direitos de atletas poderá afetar significativamente a atividade da Benfica SAD”, lê-se no prospeto.
  • Liquidez reduzida no mercado secundário: Apesar da admissão à negociação na Euronext Lisbon, não há garantias quanto à liquidez das obrigações no mercado regulado, o que poderá dificultar a venda destes títulos.

Nos últimos resultados anuais (exercício encerrado a junho de 2024), a Benfica SAD apresentou um prejuízo líquido consolidado de 31,4 milhões de euros, contrastando com um lucro líquido no ano anterior. Já no primeiro semestre do exercício atual (até dezembro de 2024), registou-se uma recuperação significativa com lucros líquidos na ordem dos 40,3 milhões de euros.

As receitas operacionais (excluindo transações de jogadores) atingiram os 105,7 milhões no mesmo período, ligeiramente abaixo do período homólogo anterior (-0,7%). Contudo, o elevado peso das transações desportivas nas receitas totais continua a evidenciar a dependência deste segmento na operação da empresa.

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Continental em Famalicão garante que trabalhadores “afetados serão recolocados”

A fábrica de Lousado, em Famalicão, vai descontinuar o negócio dos pneus agrícolas até ao final do ano, mas garante que os trabalhadores serão recolocados.

A Continental Mabor, anunciou esta sexta-feira que vai deixar de produzir pneus agrícolas até ao final do ano na fábrica em Lousado, em Vila Nova de Famalicão, mas afasta despedimentos. A empresa liderada por Pedro Carreira garante que os trabalhadores vão ser recolados em outras áreas da empresa.

“Os colaboradores afetados serão recolocados noutras áreas da empresa em Lousado“, assegura Pedro Carreira, CEO da Continental Mabor, em declarações ao ECO.

A produção de pneus agrícolas em Lousado arrancou em 2017 com o objetivo de se dedicar ao segmento premium. No entanto, o líder da empresa justifica que a decisão “de descontinuar este negócio até final do ano” deve-se essencialmente a “um mercado em declínio acentuado e sem perspetivas de retoma”.

Produzimos mais de 18 milhões de pneus ligeiros, pelo que continuamos com o nosso papel importante dentro do Grupo Continental.

Pedro Carreira

CEO da Continental Mabor

Produzimos mais de 18 milhões de pneus ligeiros, pelo que continuamos com o nosso papel importante dentro do Grupo Continental”, refere Pedro Carreira, recordando que “foram feitos investimentos significativos nos últimos anos”, reforça.

A gigante alemã explica em comunicado que esta “decisão afeta principalmente a fábrica de Lousado” e que passará a concentrar o seu negócio na produção de pneus comerciais especiais para movimentação de materiais, terraplanagem e operações portuárias”.

Com mais de 2.700 empregados — grande parte dos 3.700 que a Continental tem em Portugal –, a fábrica de Lousado tem intensificado o investimento em novas máquinas e na maior automatização. Fundada em 1871, a Continental tem atualmente cerca de 200 mil trabalhadores em 56 países e gerou vendas de 41,4 mil milhões de euros no ano fiscal de 2023.

(Notícia atualizada às 17h56 com mais informação)

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Grande Reserva 2019 da Quinta da Vacaria. O brinde ao Schistó sob a mestria do chef Vítor Matos

A Quinta da Vacaria lança o Grande Reserva Tinto 2019 com brinde à abertura novo restaurante Schistó, sob a mestria do chef com mais estrelas Michelin de Portugal: Vítor Matos.

Situado entre as margens dos rios Douro e Corgo, e socalcos de vinhas, o boutique hotel de 5 estrelas — o Torel Quinta da Vacaria — já nos leva por uma viagem sensorial a par da beleza da paisagem com o rio Douro aos pés, como um retiro de excelência num edifício do século XVII que foi recuperado e manteve a traça original, no Peso da Régua, na região vinhateira. Acresce nesta experiência a estrela do dia: a apresentação do Quinta da Vacaria Grande Reserva Tinto 2019 que no nariz é uma descoberta pela fruta preta madura e notas balsâmicas; e no paladar ainda mais: encorpado e com bom final de boca com presença de tanino.

Tem tudo para ser um dos melhores vinhos e um dos grandes clássicos da Quinta da Vacaria”, começa por notar o enólogo João Menezes enquanto fazemos a prova do Grande Reserva 2019, produzido a partir das castas Touriga Nacional e Touriga Franca, em solo xistoso nas vinhas desta propriedade vinícola que é uma das mais antigas da Região Demarcada do Douro.

“É um vinho com uma autenticidade incrível, produzido apenas em anos vitivinícolas de excelência, e com um verdadeiro sentido de lugar. A influência do terroir é total”, detalha João Menezes. Apresenta-se com uma “matriz bastante sólida”; é elegante, complexo e de caráter único.

A nova referência acaba de chegar ao mercado, em vários formatos, a partir dos 100 euros; esteve 12 meses a estagiar em barricas novas de carvalho francês. A revelação é feita no novo restaurante da Quinta da Vacaria: o Schistó, um fine-dinning, elevado pela mestria do chef Vítor Matos; o mesmo espaço que se desvenda depois de corrida uma cortina aveludada, prestando homenagem à pedra tradicional desta região – o xisto.

A experiência sensorial continua neste espaço conduzido pelo engenho e astúcia do chef com mais estrelas Michelin em Portugal (cinco), apoiado nesta arte da alta cozinha pelo chef Vitor Gomes e da sous-chef Carolina Columbano. Embarcamos numa viagem de degustação a que não ficamos indiferentes, com um menu preparado com toda a delicadeza e pormenor, e combinado com o vinho revelação do dia, produzido a partir das “melhores uvas da colheita de 2019″, que combina tão bem com a alta gastronomia portuguesa. Acresce a prova dos mais recentes monocastas brancos: Rabigato, Gouveio e Viosinho.

O Schistó

Restaurante de fine dining, o Schistó conduz-nos a um ambiente intimista, sofisticado e com um toque q.b de glamour, com a assinatura da designer de interiores Joana Astolfi. É na antiga casa principal da Quinta da Vacaria, propriedade datada de 1616, no Peso da Régua, no Douro, que o Schistó se apresenta.

Com lugares distribuídos por pequenas mesas redondas que circundam as duas ilhas centrais, onde o mestre e a equipa dão asas à imaginação, somos depois surpreendidos nesta viagem gastronómica pelos ingredientes da região. Alguns deles são produzidos na horta da Quinta da Vacaria, que abastece o restaurante com frutas e ervas aromáticas; outros provenientes da Quinta da Gregoça, propriedade a poucos quilómetros de distância.

Neste ambiente tranquilo pretende-se que “as pessoas se sintam na sala da sua casa, onde têm a cozinha aberta”, começa por dizer o chef, natural de Trás-os-Montes, que promete “uma cozinha moderna portuguesa e delicada, sem perder o foco na horta, nos vegetais”.

Para degustação o Lúcio-Perca pescado no rio Douro ou o Borrego de Resende e a Truta do Rio Corgo, por exemplo, e todos eles harmonizados pelos vinhos da Quinta da Vacaria selecionados por Carlos Eduardo, o sommelier do Schistó.

O chef Vítor Matos soma 5 estrelas Michelin: duas pelo restaurante Antiqvvm, uma pelo 2Monkeys, outra estrela pelo Blind e mais uma pelo Oculto. E não esconde o desejo de levar mais uma para o Schistó. Em breve terá também a seu cargo um novo restaurante na quinta, o Fumus, no edifício que alberga a adega e o museu interativo. Será um restaurante de comida tradicional portuguesa, com capacidade para 125 pessoas, que tem igualmente as águas do rio como pano de fundo.

Em pleno Património Mundial da Unesco, este hotel 5 estrelas resulta de um investimento na ordem dos 10 milhões de euros do Grupo Marec, e que engloba ainda a construção da nova adega, embutida na encosta, do museu interativo, da icónica da sala vintage e do futuro restaurante Fumus que deverá abrir em breve.

Schistó
Hotel Torel Quinta da Vacaria, Peso da Régua
Tel.: 254 247 228

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