Ucranianos da MHP ‘pilham’ frangos espanhóis à Lusiaves

Empresa fundada pelo empresário ucraniano Yuriy Kosyuk comprou 41% do capital da produtora avícola Uvesa, com sede em Navarra. Portugueses da Lusiaves subiram preço proposto, mas perderam a corrida.

A empresa agroalimentar ucraniana MHP ganhou a corrida à compra da concorrente espanhola Uvesa, que a Lusiaves também estava a tentar vencer ao oferecer 380 milhões de euros. A Uvesa confirmou que assinou com a MHP um acordo de compra de 41% do capital social da produtora avícola de Navarra.

O acordo (SPA – Share Purchase Agreement) prevê que a MHP adquira títulos da Uvesa a 225 euros cada com uma contrapartida contingente adicional de até 21,43 euros cada.

“Para a MHP, expandir-se na Europa significa construir parcerias fortes, impulsionar a inovação e causar um impacto duradouro. A Uvesa, com a sua forte reputação e raízes profundas em Espanha, enquadra-se naturalmente na visão da MHP de crescimento sustentável”, afirmou John Rich, CEO da MHP, que foi fundada pelo empresário ucraniano Yuriy Kosyuk.

O grupo Lusiaves, um dos maiores produtores avícolas portugueses, estava a fazer frente à MHP para ficar com a Uvesa e até aumentou o valor da proposta de aquisição, como avançou esta semana o jornal Expansión.

No entanto, havia uma diferença importante entre os interessados neste negócio, além dos valores envolvidos: a MHP tinha ‘luz verde’ do Governo espanhol para o mecanismo de controlo do investimento estrangeiro. Atrás da Lusiaves só ficou a proposta mais baixa, da El Pozo (grupo Fuertes), no valor de 312 milhões de euros.

A empresa de Leiria, que pertence à família Gaspar, tinha apresentado uma proposta inicial de 340 milhões de euros à concorrente de Navarra, que estava em processo de venda pelo menos desde o início do ano, e com mais interessados. O aumento de quase 12% desafiou a MHP, que em dezembro sugeriu pagar 200 milhões de euros e acabou por, mais tarde, também aumentou a oferta para os 360 milhões.

Fundado em 1986 pelo empresário Avelino Gaspar, o grupo Lusiaves tem sede em Leiria e é um dos gigantes das carnes brancas em Portugal, especialmente de frango. A holding conta com várias outras empresas, como a Meigal Alimentação, Triperu, Perugal, Lusifrota ou Campo Aberto.

Já a Uvesa está na indústria alimentar há mais de 60 anos, sobretudo no segmento das aves e dos suínos, emprega cerca de duas mil pessoas e apresentou um volume de negócios de 600 milhões de euros e lucros de 27 milhões de euros em 2023. A sede é em Tudela (Navarra), mas tem unidades também em Burgos.

“A parceria com a MHP marca um novo capítulo significativo para a Uvesa. Este acordo procura fortalecer as nossas bases, abrir novas oportunidades e expandir o nosso alcance. Com a vasta experiência da MHP em inovação e excelência operacional, estamos preparados para crescer de forma sustentável sem perder as nossas raízes locais”, comentou o presidente da Uvesa, Antonio Sanchez, na mensagem divulgada no site oficial da empresa.

No final de janeiro, o El Economista noticiou que o grupo Valouro – liderado pelos gémeos José e António Santos e composto por 39 empresas onde trabalham mais de 2.100 colaboradores – também estaria a estudar apresentar uma proposta. A dona da Avibom fatura mais de 360 milhões de euros por ano.

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EMEL vai fiscalizar cumprimento do Código da Estrada em Lisboa com brigada para ‘tuk-tuk’ e TVDE

  • Lusa
  • 21 Março 2025

A nova brigada da EMEL, com 61 fiscais, iniciará funções a 1 de abril, dia em que entrará em vigor a proibição de circulação dos 'tuk-tuk' em 337 ruas de sete freguesias da capital.

Turistas passeiam pela Praça do Comércio, em Lisboa, 06 de agosto de 2024. Baixa. Turismo. Tuk-tuk. Terreiro do Paço. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

A EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa vai passar a fiscalizar o cumprimento do Código da Estrada, com uma brigada vocacionada para ‘tuk-tuk’ e TVDE, a partir de 1 de abril, anunciou esta sexta-feira a câmara.

Atualmente, a atuação da EMEL circunscreve-se ao estacionamento e, com o alargamento de competências, passa a incluir a fiscalização do cumprimento do Código da Estrada por parte de todos os veículos que circulem na cidade de Lisboa, com capacidade para autuar, conforme o modelo de contraordenações em vigor, indicou à Lusa fonte oficial da câmara.

Paralelamente ao alargamento de competências atribuídas à EMEL, será criada uma unidade de fiscalização especialmente vocacionada para ‘tuk-tuk’ e TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica), informou a autarquia, indicando que essa nova brigada da EMEL, com 61 fiscais, iniciará funções em 1 de abril, dia em que entrará em vigor a proibição de circulação dos ‘tuk-tuk’ em 337 ruas de sete freguesias da capital.

De acordo com a Câmara Municipal de Lisboa, a EMEL dispõe de um total de 280 fiscais, que ficarão habilitados a poderem atuar no respeito pelo cumprimento do Código da Estrada.

A criação desta brigada reforça a EMEL como empresa ao lado dos lisboetas e não contra os lisboetas, como por vezes, injustamente, é percecionada.

Filipe Anacoreta Correia

Vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Subscrita pela liderança PSD/CDS-PP no município de Lisboa, a proposta de delegar na EMEL as competências de fiscalização do Código da Estrada, assim como do Regulamento de Sinalização de Trânsito, da demais legislação rodoviária e dos normativos regulamentares municipais relativos ao condicionamento à circulação de veículos, foi aprovada na quarta-feira, em reunião privada, com os votos contra do PCP.

Além de ser votada pela câmara, a proposta tem de ser submetida a votação na Assembleia Municipal de Lisboa.

Destacando a fiscalização do cumprimento das regras relativas aos veículos de animação turística não pesados, conhecidos como ‘tuk-tuk’, a câmara refere que os fiscais da EMEL vão reforçar a atividade da Polícia Municipal e fiscalizar a utilização do espaço público por parte dos ‘tuk-tuk’ nas ruas de Lisboa, “quer em relação à paragem e estacionamento, quer à proibição de circulação em 337 artérias da cidade, como decretado pelo executivo”, e que entrará em vigor a 1 de abril.

“Além de fiscalizar o cumprimento do Código da Estrada e das novas regras que entrarão em vigor a 1 de abril, a EMEL passará também a supervisionar o cumprimento do novo regulamento que deverá entrar em vigor até ao verão e que deverá atribuir 400 dísticos a condutores de ‘tuk-tuk’ que poderão estacionar nos 251 lugares afetos a estes veículos”, adianta a autarquia.

Filipe Anacoreta Correia, Vice-Presidente da Câmara de LisboaHugo Amaral/ECO

Citado em comunicado, o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade, afirma que “a criação desta brigada reforça a EMEL como empresa ao lado dos lisboetas e não contra os lisboetas, como por vezes, injustamente, é percecionada”.

“A intervenção, que lhe conhecemos na gestão do estacionamento, deve ser igualmente eficaz e determinada em outras áreas que afetam a mobilidade, como é o caso dos ‘tuk-tuk’ ou TVDE”, declara Anacoreta Correia, referindo-se ao trabalho da EMEL.

Sobre o reforço de competências da EMEL, a câmara considera que “serão mais olhos na cidade” a fiscalizar, porque “não basta ter regras, é preciso assegurar que são cumpridas”.

“Estas normas não são contra os ‘tuk-tuk’ ou TVDE, mas pretendem precisamente o contrário. Se reforçarmos a penalização dos que não cumprem, estaremos a proteger a maioria dos que cumprem e também o futuro da sua própria atividade”, ressalva a autarquia.

Esta medida integra o trabalho da câmara de Lisboa de impor regras e exigir o seu cumprimento nesta área, em que a Polícia Municipal tem também vindo a aumentar o número de ações de fiscalização e “tem já um histórico importante nas infrações detetadas em 2024, que mais do que duplicaram face a 2023, com 3.821 ocorrências”.

Além da brigada da EMEL, os operacionais da Polícia Municipal vão estar nas ruas de Lisboa, diariamente, a impor o cumprimento das novas regras relativamente aos ‘tuk-tuk’, reforça a câmara.

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Megasa pede urgência nos apoios aos eletrointensivos. “O setor produtivo nacional não pode esperar mais”

"O setor eletrointensivo nacional está estrangulado pelo escalar dos preços da energia", afirma a empresa de siderurgia.

A Megasa-Siderurgia Nacional pede ao atual Governo para acelerar a implementação de medidas de apoio às indústrias eletrointensivas, de forma a evitar reduzir a produção ou perder competitividade. “O setor produtivo nacional não pode esperar mais”, afirma.

O setor eletrointensivo nacional está estrangulado pelo escalar dos preços da energia e necessita da aplicação urgente das medidas já anunciadas pelo Executivo”, escreve a Megasa-Siderurgia Nacional, em comunicado.

A empresa aponta três “questões-chave” a que o atual Governo já havia dado o seu aval e que espera ver executadas. A primeira é o Estatuto Eletrointensivo, do qual espera que o Governo garanta a aprovação formal de Bruxelas “e a sua imediata aplicação”; a segunda é a autorização orçamental para aumentar a compensação dos custos indiretos do dióxido de carbono e, por fim, a eliminação do custo com a tarifa social para consumidores eletrointensivos.

“Esta medida já foi acolhida pelo Governo, mas ainda não foi executada”, queixa-se a empresa. “A situação política atual não pode atrasar a aplicação destas medidas no curto prazo. Um novo executivo já não chegará a tempo de as implementar. (…) Incitamos o atual executivo a avançar de imediato com elas. O setor produtivo nacional não pode esperar mais”, considera Álvaro Alvarez, administrador da empresa, citado no comunicado.

A empresa afirma que estas medidas “são essenciais” para evitar reduzir a produção da Megasa e perder competitividade relativamente ao exterior, já que as concorrentes, em alguns países, já beneficiam do estatuto de eletrointensivas e de medidas de apoio “muito mais ambiciosas do que as existentes em Portugal”.

A Megasa é a maior indústria eletrointensiva em Portugal, com 700 empregos diretos, 3.500 indiretos e uma exportação equivalente a 1.000 milhões de euros anuais.

A mesma entidade tem procurado implementar, através de investimento próprio, projetos de autoconsumo, que lhe garantam a redução da sua dependência da rede elétrica nacional e a capacidade para melhor enfrentar os elevados preços da energia, como é o caso da criação de um parque fotovoltaico na fábrica da Maia.

“No entanto, os projetos para a fábrica do Seixal carecem ainda da conclusão do processo junto das respetivas autoridades”, assinala ainda a empresa. A Megasa reafirma que estes são projetos estratégico, de futuro e necessários para a empresa e, consequentemente, para a economia local e nacional.

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O que sabe sobre o incêndio que paralisou o aeroporto de Heathrow?

  • Lusa
  • 21 Março 2025

O aeroporto de Lisboa cancelou 18 das 22 partidas e chegadas de voos de e para o aeroporto londrino de Heathrow. Espera-se que as perturbações durem dias.

Os voos de e para o aeroporto de Heathrow, em Londres, foram cancelados esta sexta-feira após um incêndio numa subestação elétrica localizada nas imediações ter cortado a energia no aeroporto e interrompido os planos de viagem de milhares de pessoas.

Seis perguntas e respostas sobre o que se está a passar no aeroporto de Heathrow, o maior da Europa em termos de tráfego de passageiros, e o impacto do encerramento:

O que aconteceu?

Um incêndio numa subestação elétrica no oeste de Londres, a cerca de três quilómetros do aeroporto de Heathrow, cortou a energia no aeroporto pouco antes da meia-noite de quinta-feira. O “corte de energia significativo” obrigou as autoridades a encerrar o aeroporto até pelo menos às 23:59 de hoje (horário local e a mesma hora em Lisboa) “para manter a segurança” de passageiros e funcionários.

Os bombeiros londrinos indicaram que 10 camiões e 70 operacionais estiveram envolvidos no combate ao incêndio na subestação elétrica que foi reportado às 23:23 de quinta-feira. O incêndio foi controlado, mas os bombeiros vão permanecer no local durante o dia de hoje, informou a corporação de bombeiros da capital britânica.

O secretário de Energia britânico, Ed Miliband, disse que o incêndio “catastrófico” parece ter destruído um gerador de reserva, bem como a subestação elétrica que fornece energia ao aeroporto de Heathrow.

A National Grid, responsável pela manutenção das infraestruturas energéticas britânicas, disse que o incêndio danificou equipamentos na subestação e que as equipas estão a trabalhar para restaurar o fornecimento de energia o mais rapidamente possível. A energia elétrica foi restabelecida a 62.000 clientes às 06:00 desta sexta, mas 4.900 ainda estavam sem eletricidade.

O que terá provocado o incêndio?

As causas do incêndio ainda estão a ser investigadas, com as autoridades a afirmarem que até ao momento não havia “nenhuma sugestão” que apontasse para um ato criminoso.

Entretanto, a Polícia Metropolitana informou que detetives da unidade de contraterrorismo estavam a liderar a investigação sobre as causas, devido ao impacto do incêndio numa infraestrutura nacional e classificada como crucial.

“Não sabemos a causa deste incêndio. É obviamente um acontecimento sem precedentes”, disse Miliband, acrescentando que o incêndio e o subsequente encerramento de Heathrow levantam questões sobre a resiliência das principais infraestruturas do país.

Como o aeroporto de Heathrow foi afetado?

O corte de energia no aeroporto interrompeu os planos de viagem de cerca de 200 mil pessoas que deveriam passar esta sexta por Heathrow. A administração do aeroporto aconselhou os passageiros a não se deslocarem até ao aeroporto e a contactarem as companhias aéreas para remarcarem os respetivos voos.

Com todas as descolagens e aterragens canceladas, o primeiro impacto foi em dezenas de voos de longo curso procedentes da América do Norte e da Ásia que estavam no ar quando o aeroporto foi encerrado. Alguns foram obrigados a regressar, enquanto outros foram desviados para outros aeroportos britânicos, por exemplo Gatwick, e na Europa.

Por exemplo, várias aeronaves foram desviadas para aeroportos alemães, neerlandeses, franceses ou irlandeses. Pelo menos 1.350 voos de e para Heathrow já foram afetados, incluindo vários voos de cidades dos Estados Unidos que foram cancelados, informou o serviço de rastreamento de voos FlightRadar 24.

O impacto nos voos de curta distância ainda está por avaliar, uma vez que as operações de voo em Heathrow estão severamente limitadas entre às 23:00 e às 06:00 todos os dias para minimizar o ruído noturno nas comunidades vizinhas. Ainda assim, é espetável que milhares de pessoas sejam afetadas.

O aeroporto de Lisboa cancelou 18 das 22 partidas e chegadas de voos de e para o aeroporto londrino de Heathrow previstas para hoje, de acordo com o portal da operadora do aeroporto na Internet. Cerca de 4.000 toneladas de carga também ficaram retidas devido ao encerramento, segundo Anita Mendiratta, consultora de aviação.

A eletricidade foi restabelecida no aeroporto de Heathrow, por volta das 15h, hora de Lisboa. “Esta é uma solução provisória enquanto realizamos mais intervenções em North Hyde para que a subestação e a nossa rede voltem a funcionar normalmente”, anunciou a organização National Grid.

Quanto tempo vai durar as perturbações?

O aeroporto londrino de Heathrow vai reabrir parcialmente ainda esta sexta e deverá estar a funcionar em pleno no sábado, anunciou a administração. No entanto, espera-se espera-se que as perturbações durem dias, enquanto as companhias aéreas reposicionam as aeronaves e respetivas tripulações de voo e trabalham para acomodar os passageiros cujos voos foram cancelados.

A consultora Anita Mendiratta estimou que seriam necessários dois a quatro dias para tratar de todos os atrasos. “Esta é uma situação extrema em que todo o ecossistema da aviação é impactado”, disse.

Qual o peso de Heathrow?

Heathrow foi o aeroporto mais movimentado da Europa no ano passado, com 83,6 milhões de passageiros. O seu encerramento terá um impacto de longo alcance porque é um importante centro de ligação de voos para cidades em todo o Reino Unido e para todo o mundo.

Londres tem outros aeroportos?

Sim. Cinco outros centros aéreos no sudeste de Inglaterra são identificados como aeroportos de Londres, mas são muito mais pequenos do que Heathrow. Gatwick, o segundo maior aeroporto do Reino Unido, movimentou 43,2 milhões de passageiros no ano passado. Fica na cidade de Crawley, a 45 quilómetros a sul de Londres.

(atualizado às 17h)

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“Já que temos o 18 de maio, aproveitemos”. Pedro Reis pede “clarificação política”

Ministro da Economia defende que apenas uma "solução clarificadora na política" permitirá que "a política dê espaço à economia". E deixou uma receita com três prioridades para "quem for Governo".

Apenas uma “solução clarificadora na política” irá permitir a “profundidade estratégica” necessária para fazer avançar a economia. Foi este o argumento defendido pelo ministro da Economia, Pedro Reis, esta sexta-feira num almoço-debate em Lisboa, onde deixou uma receita para “quem for Governo”.

Já que temos o 18 de maio, aproveitemos o 18 de maio. Isto quer dizer, e é o que os portugueses esperam, as empresas esperam, os estrangeiros observam, é se vai sair uma solução clarificadora na política, para que a política dê espaço à economia“, afirmou o governante numa intervenção num debate organizado pelo International Club Portugal, num hotel em Lisboa.

Perante uma plateia que contava também com o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, Pedro Reis – que assume preferir ser um “ministro das empresas do que ministro da Economia – considerou que “a economia não é macro, não é relatórios, é execução, é decisão” para sustentar que “este é o momento de olhar para a frente” e “ir à profundidade da competitividade portuguesa“.

O que vem com clarificação? Profundidade estratégica“, disse. Minutos antes, Pedro Reis elencou três prioridades para “a economia portuguesa e quem for Governo considerar“: trabalhar na agilização de licenciamentos (o Executivo estava a trabalhar nesta matéria a nível industrial e queria avançar para o comércio e turismo), avançar na desburocratização e nos incentivos e rever o processo de compras públicas.

A intervenção de Pedro Reis ocorre uma semana depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter anunciado eleições antecipadas para 18 de maio, na sequência da queda do Governo após o chumbo da moção de confiança no Parlamento.

Ministério da Economia e Defesa rastreiam empresas para o cluster da indústria da defesa

O ministro da Economia adiantou ainda que o Ministério que tutela e o Ministério da Defesa estão a trabalhar em conjunto para desenvolver a indústria da defesa, numa altura em que o investimento no setor está a ser exigido aos Estados-Membros da União Europeia (UE).

Pedro Reis explicou que, neste âmbito, está a ser feito o “rastreamento de todas as empresas capacitadas para entrar neste cluster”, a “identificação do procurement europeu, da NATO” e das Forças Armadas portuguesas, a “compilação dos instrumentos financeiros europeus e portugueses que possam funcionar como, e em articulação com o Banco de Fomento, como instrumentos de facilitação desse mesmo clauster” e um “fast track de compras públicas”.

De acordo com o governante, o país tem “oportunidades” na indústria, nomeadamente na “área de componentes, plataformas de operação, de satélites”, de software espacial e do fardamento“. Ademais, sinalizou que o Governo está a trabalhar para “encontrar parcerias com países que estão muito avançados nessa matéria”.

(Notícia atualizada às 15h28 com mais informação)

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Alemanha aprova nova ajuda militar de 3 mil milhões a Kiev

  • Lusa
  • 21 Março 2025

“Estamos a fazer isto para que a Ucrânia possa defender a sua independência e soberania”, explicou esta semana o ainda chanceler Olaf Scholz.

A Alemanha aprovou esta sexta-feira um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de três mil milhões de euros, poucos dias antes das negociações mediadas pelos EUA para uma trégua na guerra entre Moscovo e Kiev.

O comité orçamental do Bundestag, a câmara baixa do parlamento, autorizou a atribuição destes fundos, que estavam suspensos há meses, devido à relutância do chanceler cessante, Olaf Scholz, relativamente à situação orçamental do país. Mas a adoção final pelo parlamento alemão da reforma do “travão da dívida”, que flexibiliza as regras orçamentais para as despesas de Defesa, deu ao Governo uma nova margem de manobra.

Esta medida, impulsionada pelo futuro chanceler Friedrich Merz, foi votada a um ritmo acelerado devido à aproximação entre Moscovo e Washington. “Estamos a fazer isto para que a Ucrânia possa defender a sua independência e soberania”, explicou esta semana Olaf Scholz.

Desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, dando início à guerra, que a Alemanha é o maior fornecedor de ajuda militar a Kiev entre os países europeus. Estes três mil milhões de euros agora libertados somam-se aos quatro mil milhões de euros de ajuda militar já previstos no orçamento para 2025, totalizando sete mil milhões de euros.

Isto permitirá a Kiev ter munições imediatamente disponíveis e outras armas que poderão ser entregues dentro de um ou dois anos, uma vez que ainda têm de ser produzidas. O comité orçamental do Bundestag aprovou também uma ajuda militar à Ucrânia no valor de 8,25 mil milhões de euros para o período de 2026 a 2029.

Desde o início da invasão russa, a Alemanha forneceu mais de 28 mil milhões de euros em equipamento militar à Ucrânia, segundo o Governo. Para Berlim, é importante que a Ucrânia melhore a sua posição negocial com a Rússia. Olaf Scholz voltou a insistir esta semana que as condições para a paz com Moscovo não devem ser ditadas a Kiev, pelo que a Ucrânia deve “ter um exército forte”.

Esta semana, os Presidentes dos EUA e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, acordaram uma trégua limitada apenas aos ataques às infraestruturas energéticas. Mas a Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente de continuarem os ataques contra estes locais, devendo as negociações sobre esta questão, mediadas pelos Estados Unidos, deverão ser retomadas na segunda-feira, na Arábia Saudita.

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Governo “fez tudo para impedir crise política”, mas “oposição queria fritá-lo em lume brando”, diz Pedro Duarte

Ministro dos Assuntos Parlamentares está em "fase final" de avaliação sobre se será o candidato do PSD à Câmara do Porto. Decisão será tomada antes das legislativas antecipadas de 18 de maio.

O ministro dos Assuntos Parlamentares considera que a crise política que o país está a enfrentar é “desnecessária e inútil, e não ajuda o país”, salvaguardando que o Executivo “fez tudo para a impedir”. Pedro Duarte garantiu ainda que, antes das eleições antecipadas marcadas para 18 de maio, vai tomar uma decisão sobre uma eventual candidatura à Câmara Municipal do Porto.

“Ficou muito claro, designadamente quando foi a votação da moção de confiança, que o Governo fez tudo o que podia para evitar uma crise política“, disse o ministro dos Assuntos Parlamentares, à margem da conferência “O Futuro da comunicação social”, organizada pelo ECO, que decorreu esta sexta-feira na Câmara Municipal do Porto.

No entanto, Pedro Duarte considera que “todos os portugueses compreendem que seria absolutamente impossível e negativo” manter em funcionamento um Governo que “a oposição queria manifestamente fritar em lume brando”. “Isso não era bom para o país”, acrescentou o governante.

“Mais vale, se calhar, esperarmos agora dois meses, numa pausa, para que depois o país possa continuar a olhar para o futuro e a trabalhar numa transformação de que todos precisamos”, completou Pedro Duarte.

Pedro Duarte, ministro dos Assuntos ParlamentaresRicardo Castelo

Em relação a uma possível candidatura à Câmara do Porto, o ministro Pedro Duarte disse aos jornalistas que “ainda não [tomou] uma decisão”, mas garantiu que está em “fase final do processo de decisão”. Que acontecerá antes das eleições legislativas, que estão marcadas para 18 de maio.

“Já disse que a minha ‘cadeira de sonho’ na política é a cadeira de presidente da Câmara Municipal do Porto. Porque sinto uma paixão especial, eu diria, por poder ajudar a minha cidade a ser uma cidade ainda melhor, onde as pessoas possam viver melhor”, concluiu o ministro dos Assuntos Parlamentares.

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Vila do Conde ganha centro de investigação com financiamento de 86 milhões

Sediada na antiga Quinta de Crasto e prestes a ser inaugurada, a superestrutura científica BIOPOLIS terá "o maior orçamento alguma vez dedicado a um centro de investigação nacional".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai inaugurar na segunda-feira, em Vila do Conde, a sede do BIOPOLIS, uma estrutura científica vocacionada para a investigação da diversidade biológica, dos ecossistemas e do meio ambiente. Tem “o maior orçamento alguma vez dedicado a um centro de investigação nacional: 86 milhões de euros para os primeiros sete anos de funcionamento”, calcula a Universidade do Porto.

Esta megaestrutura científica será constituída pelo CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, pela Universidade de Montpellier (França) e pela escola de negócios Porto Business School.

Em comunicado, a Universidade do Porto salienta que o BIOPOLIS será “uma superestrutura científica de referência internacional na área do desenvolvimento sustentável, dispondo de condições para realizar investigação de ponta na área do estudo e da conservação dos recursos biológicos”.

Este centro vai fazer a ponte entre a ciência e as empresas, nomeadamente através da promoção de cátedras convidadas, estando ainda vocacionado para a capacitação científica e tecnológica de instituições académicas de países em desenvolvimento de diversas geografias, onde serão criados twinlabs e estações biológicas internacionais.

Além da avaliação e monitorização ambiental, e da conservação e uso sustentável dos recursos naturais e dos ecossistemas, vai operar igualmente no domínio agroambiental, estudando os sistemas agroflorestais com o objetivo de proteger a biodiversidade dos solos e das espécies, e assegurar a sua preservação para o futuro.

Este centro de investigação já foi distinguido com o prémio Human Resources Strategy for Researchers (HRS4R) da União Europeia. E conta com financiamentos europeus Teaming e ERA-Chair, além da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Acresce ainda o apoio das empresas e laboratórios associados ao consórcio.

A dotação de 86 milhões de euros para os primeiros sete anos de funcionamento deste centro de investigação engloba o custo de nove milhões de euros referentes à obra realizada na antiga Quinta de Crasto, em Vairão, no concelho Vila do Conde.

Além de Luís Montenegro, a cerimónia de inauguração vai contar com a presença dos ministros da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e do Ambiente e Energia, Maria de Graça Carvalho. Participam ainda neste evento diversos representantes de diversas entidades nacionais e internacionais parceiras deste projeto.

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Leitão Amaro vê acordo sobre via verde para a imigração fechado “muito em breve”

Proposta de protocolo de cooperação para a migração laboral regulada está a ser afinada há duas semanas, estando para "muito breve" a assinatura do acordo. Previsão é de Leitão Amaro.

O ministro da Presidência adiantou esta sexta-feira que está para “muito breve” a assinatura do acordo que irá criar “canais tipo via verde” para a concessão de vistos a estrangeiros que sejam recrutados por empresas em Portugal. Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência sobre imigração, António Leitão Amaro esclareceu que o facto de o Governo estar em gestão não será um travão a esse entendimento.

“Vamos assegurar que Portugal é um país que regula a imigração. Quem vem para trabalhar vem cumprindo regras e havendo responsabilização dos empregadores pela sua integração“, sublinhou o governante, questionado pelos jornalistas sobre o protocolo que está a ser negociado entre o Executivo de Luís Montenegro e as confederações empresariais.

A criação destes canais foi anunciada no verão do ano passado, quando o Governo decidiu apertar as regras de entrada no país, acabando, nomeadamente, com as manifestações de interesse.

Entretanto, houve duas reuniões entre os representantes dos empresários e o Executivo, tendo sido apresentada, no início deste mês, uma proposta de protocolo, que tem estado, desde então, a ser afinada pelas partes.

“Temos feito um trabalho muito construtivo com as confederações empresariais”, notou, assim, Leitão Amaro esta sexta-feira.

O essencial da intervenção política do Governo constava de definir as condições. Deve haver acesso a vistos de trabalho, quando os empregadores se comprometam com contratos de trabalho, oportunidades de formação e acesso a habitação adequada. Este percurso foi feito. A celebração do acordo é independente do Governo estar em gestão“, acrescentou o ministro.

O governante antecipou que a assinatura “vai acontecer nos próximos dias [ou] semana, seguramente”. O acordo será fechado entre a Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP), a Agência para a Integração Migrações e Asilo, a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros do Sistema de Segurança Interna (UCFE/SSI), o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e as confederações empresariais.

Por outro lado, em declarações aos jornalistas, o ministro da Presidência rejeitou que este acordo pode ser visto como eleitoralista, uma vez que já estava a ser preparado antes de o Governo perceber que iria cair e que o país iria, novamente, a eleições, somente um ano após a última ida às urnas.

De acordo com a proposta a que o ECO teve acesso, ao abrigo destes canais, as empresas vão conseguir uma decisão final sobre a concessão dos vistos em 20 dias, mas, em contrapartida, terão de cumprir uma série de obrigações, como dar formação aos recrutados e garantir acesso a alojamento adequado.

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O futuro é agora: Cartier apresenta Pavilhão Feminino na Expo 2025

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 21 Março 2025

A Cartier anuncia o Pavilhão Feminino na Expo 2025 Osaka, uma plataforma global que celebra o papel das mulheres na inovação, equidade e progresso, promovendo diálogos e ações transformadoras.

Na Cartier, as mulheres sempre foram uma fonte de inspiração infinita e uma pedra basilar da criatividade e dos valores da maison. Guiada pela crença de que quando as mulheres prosperam, a humanidade prospera, a Cartier defende há muito a igualdade de género unindo forças com partes interessadas empenhadas, ansiosas por colaborar e agir para enfrentar alguns dos desafios mais urgentes do mundo. Com a sua ligação ao Pavilhão Feminino na Expo 2025 Osaka, a Cartier reforça o seu compromisso com a igualdade de género e o empoderamento feminino, proporcionando um espaço dedicado à reflexão, colaboração e partilha de ideias. O Pavilhão Feminino, que será uma das atrações de destaque na exposição universal, reunirá vozes influentes de diversas áreas para discutir soluções para um futuro mais inclusivo e sustentável, entre 13 de Abril e 13 de Outubro.

A Expo 2025 Osaka terá como tema “Conceber a Sociedade do Futuro para as Nossas Vidas” e contará com a participação de várias nações e organizações. A Cartier, através do seu envolvimento, reafirma a importância de dar visibilidade às contribuições femininas na construção de um mundo mais equitativo.

No centro do Pavilhão das Mulheres encontra-se um poderoso manifesto que clama por um futuro mais risonho, no qual todos os indivíduos, independentemente do género, coexistam em verdadeira igualdade e harmonia. É um mundo onde o respeito mútuo prospera e onde cada indivíduo tem a oportunidade de atingir o seu potencial máximo. “O Pavilhão das Mulheres celebrará todas as mulheres e o papel que podem desempenhar, juntamente com homens empenhados, na construção do nosso futuro comum”. Afirmou Cyrille Vigneron, presidente da Cartier Cultura e Filantropia. “Através desta extraordinária plataforma, a Cartier e a Expo 2025 Osaka convidam os visitantes a fazer parte de uma viagem transformadora, igualmente pessoal e através da ação coletiva”.

Entre as atividades programadas no Pavilhão Feminino, destacam-se painéis de discussão com líderes globais, workshops interativos sobre inovação e equidade, exposições artísticas que refletem a criatividade feminina e mentorias dedicadas a jovens talentos. Além disso, serão promovidas experiências imersivas que mostram o impacto das mulheres em diversas indústrias, desde a ciência e tecnologia até à moda e sustentabilidade.

Com esta abordagem multidisciplinar, o Pavilhão Feminino promete ser um marco na edição de 2025, destacando o talento, a resiliência e a liderança das mulheres a nível global. A organização da Expo espera cerca de 28,2 milhões de visitas.

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Economia portuguesa com excedente externo de 535 milhões de euros no arranque do ano

  • Lusa
  • 21 Março 2025

Diminuição homóloga de 397 milhões de euros resulta de aumentos dos défices das balanças de bens e de rendimento primário e do aumento do excedente da balança de serviços.

A economia portuguesa apresentou um excedente externo de 535 milhões de euros em janeiro, menos 397 milhões de euros que no mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados do banco central mostram que esta diminuição homóloga resulta de aumentos dos défices das balanças de bens e de rendimento primário e do aumento do excedente da balança de serviços.

Saldo acumulado das balanças corrente e de capital

Fonte: Banco de Portugal

No primeiro mês do ano, o défice da balança de bens aumentou 254 milhões de euros, sendo a variação provocada pelo crescimento das importações (302 milhões de euros) ter sido superior ao das exportações (49 milhões de euros).

Ao mesmo tempo, o défice da balança de rendimento primário agravou-se em 223 milhões de euros, “decorrente de uma menor atribuição de fundos da União Europeia a títulos de subsídios”.

Já o excedente da balança de serviços cresceu 322 milhões de euros, justificando-se principalmente com a “evolução do saldo das viagens e turismo (mais 108 milhões de euros) e dos outros serviços fornecidos por empresas”.

A balança financeira teve, em janeiro de 2025, um saldo de 29 milhões de euros, resultante da capacidade de financiamento da economia portuguesa.

Segundo o regulador, os bancos e as administrações públicas foram os setores que “mais contribuíram para este saldo” devido a investimento em títulos de dívida estrangeira e do aumento de depósitos no exterior. Em sentido inverso, o banco central foi o setor com a maior redução dos ativos líquidos sobre o exterior, depois de um aumento de passivos em depósitos.

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“Atraso substancial”. Parpública contratou escritório de advogados para evitar comprometer “robustez desejável”

Pela primeira vez, a Parpública recorreu a serviços externos de assessoria jurídica, tarefa que sempre coube à casa. Finanças explicam que foi temporário e já há um novo jurista interno.

A direção de Joaquim Cadete na Parpública, empresa pública que gere as participações do Estado, contratou serviços externos para redigir as atas da Comissão Executiva e do Conselho de Administração por ter identificado um “atraso substancial” nestes processos, o que, considera, comprometia a “robustez desejável” dos procedimentos internos.

A justificação consta de uma resposta do Ministério das Finanças a questões endereçadas pelo grupo parlamentar do Chega a propósito da notícia avançada pelo Expresso, em fevereiro, de que a empresa pública contratou o escritório de advogados Sérvulo & Associados, por uma avença mensal de cerca de três mil euros, para redigir as atas da Comissão Executiva uma vez por semana e do Conselho de Administração uma vez por mês.

Nos esclarecimentos remetidos aos deputados, o Ministério das Finanças adianta que “a atual Comissão Executiva (CE) da Parpública, quando iniciou funções, no início de setembro de 2024, identificou um atraso substancial no processo de elaboração, validação e assinatura das atas das reuniões da CE e do Conselho de Administração (CA)”.

Este atraso constituía uma fragilidade relevante, comprometendo a robustez desejável dos procedimentos internos da sociedade“, refere.

De acordo com o Ministério das Finanças, a atual CE decidiu fazer alterações na periodicidade das reuniões, passando de quinzenais para semanais — o que levou a mais trabalho. Paralelamente, “optou pela redistribuição dos recursos humanos até então dedicados ao apoio corporativo, alocando-os a outros projetos e tarefas de natureza jurídica que exigiam maior cadência no acompanhamento no âmbito das atividades da sociedade“.

A Parpública decidiu “no exercício das suas competências e autonomia de gestão”, recorrer temporariamente aos serviços de uma advogada externa. Esta foi a primeira vez que a Parpública recorreu a serviços externos de assessoria jurídica, numa tarefa que sempre coube a juristas da casa. No entanto, o Terreiro do Paço explica que a contratação ocorreu enquanto decorriam os procedimentos de contratação de um jurista sénior especializado em direito societário (entretanto concluída).

A profissional contratada “assegurou a elaboração, validação e transcrição tempestiva das atas para os respetivos livros oficiais das reuniões da CE e do CA realizadas até ao dia 20 de fevereiro de 2025“.

O Ministério das Finanças informa ainda que a Parpública conta atualmente com cinco juristas no seu quadro de pessoal.

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