Bruxelas sublinha que “este não é o momento” para a “incerteza económica”

  • Lusa
  • 16 Junho 2025

"Todos temos de evitar medidas protecionistas. Esta é uma mensagem importante que o G7 precisa de enviar aos mercados mundiais", afirmou Von der Leyen à chegada à reunião do G7.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmaram no domingo que “este não é o momento para criar incerteza económica” e que devem ser evitadas “medidas protecionistas”.

As declarações dos dois líderes europeus foram produzidas pouco depois de chegarem à cidade canadiana de Kananaskis, nas Montanhas Rochosas, onde se realiza a 51ª Cimeira do G7, e pouco antes de se reunirem com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que também já se encontra naquela pequena localidade no Canadá.

“Todos temos de evitar medidas protecionistas. Esta é uma mensagem importante que o G7 precisa de enviar aos mercados mundiais”, afirmou Von der Leyen, em conferência de imprensa, numa referência clara aos Estados Unidos.

“Antes de mais, temos de abordar a profunda incerteza e volatilidade da economia mundial”, insistiu a Presidente da Comissão Europeia, para quem “hoje, as tensões comerciais persistem e os riscos já não são abstratos”.

As palavras de Von der Leyen surgem no momento em que a UE e Washington estão a negociar com o ultimato declarado por Trump para impor tarifas de 50% sobre as importações europeias a 9 de julho, se não for alcançado um acordo comercial antes dessa data.

A União Europeia está confiante num acordo de princípio até essa data, mas acredita que serão necessárias mais negociações sobre os pormenores para além de 9 de julho.

Costa associou o aumento das despesas militares europeias, uma das exigências de Trump, à estabilidade comercial e económica, que tem sido perturbada pelos Estados Unidos com a sua guerra tarifária.

“O que temos de falar com os EUA é sobre a forma como podemos assumir maiores responsabilidades”, explicou Costa, acrescentando que “a importância dissuasora do artigo 5º do Tratado da NATO (que estabelece a defesa coletiva) deve ser protegida e preservada”.

“Uma vez que esta é a questão principal, devemos evitar levantar outras questões que comprometam a nossa capacidade económica de assumir maiores responsabilidades pela nossa defesa. Não é altura de criar problemas comerciais porque precisamos de reforçar as nossas economias. Estamos a falar da relação comercial mais importante do mundo”, afirmou o presidente do Conselho Europeu.

“Somos aliados, somos parceiros e somos amigos dos Estados Unidos e entre aliados, parceiros e amigos, quando surgem problemas, o que é preciso fazer é falar. E estamos aqui, neste momento crucial, para falar; não só com os Estados Unidos, mas também com outros parceiros”, declarou Costa, em resposta a questões colocadas pela agência EFE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundação DomusVi e a Universidade CEU San Pablo debatem a importância do respeito e da dignidade no cuidado dos idosos

  • Servimedia
  • 16 Junho 2025

A Fundação DomusVi e a Universidade CEU San Pablo organizaram a primeira jornada da Cátedra “Tratamento correto dos idosos”, com o objetivo de dar visibilidade a este grupo.

As boas-vindas institucionais foram dadas por Agustín Probanza Lobo, vice-reitor de Investigação da Universidade CEU San Pablo e José María Pena, CEO da DomusVi Espanha, presidente da Fundação DomusVi e co-diretor da Cátedra de Bons Tratos. “Falar de bons tratos é falar de dignidade, de relações significativas e de como construir uma sociedade que não marginalize os idosos. Esta Cátedra foi criada para gerar reflexão e evidência, mas também para nos questionarmos – como profissionais e como cidadãos – sobre como cuidamos e como queremos ser cuidados”, afirmou José María Pena.

O principal objetivo da Cátedra é gerar conhecimento e sensibilizar para o respeito e o cuidado das pessoas idosas. As suas principais linhas de ação incluem a promoção de projetos de investigação centrados no bom tratamento das pessoas idosas, promovendo os avanços científicos e sociais neste domínio; a criação de um espaço de encontro e debate para os profissionais do setor, organizando conferências científicas e reuniões de peritos que fomentem o intercâmbio de ideias e a criação de redes de colaboração; a disponibilização de informação científica relevante, elaborando publicações, documentos e monografias que divulguem conhecimentos e boas práticas; e a participação ativa na formação de profissionais, desenvolvendo atividades que reforcem as suas competências.

Com o objetivo de gerar um espaço de encontro e debate para os profissionais do setor, foram organizadas duas mesas redondas: a primeira centrou-se em gerar uma reflexão sobre o bom tratamento nos lares e a desconstrução do estigma social e mediático de cuidar de idosos, e a segunda aprofundou o desafio da excelência nas relações interpessoais como elemento-chave do bom tratamento. Em ambas as mesas redondas, assistentes sociais e auxiliares das residências, centros de dia e serviços de apoio domiciliário da DomusVi, bem como residentes e familiares, puderam partilhar os seus conhecimentos e experiências.

“Quebrar o estigma dos cuidados domiciliários começa por tornar visível o essencial: cada lar é um universo e cada pessoa idosa uma história única. O nosso desafio diário é acompanhar com respeito, não impor; ouvir, não assumir. Um bom tratamento é precisamente isso: reconhecer o outro na sua singularidade e oferecer-lhe cuidados sem invadir a sua autonomia”, diz Yoana Grande, coordenadora do Serviço de Ajuda ao Domicílio no Distrito Central de Madrid.

Por seu lado, Mercedes Alonso, assistente do centro residencial DomusVi Magán, sublinha que “não cuidamos de corpos, cuidamos de histórias de vida. O bom tratamento nasce de pequenos gestos: um sorriso sincero, lembrar-se de como uma pessoa gosta do seu café ou acompanhá-la sem pressas. Humanizar os cuidados significa sair do piloto automático e olhar nos olhos, porque só a partir daí se pode cuidar com alma”.

Além disso, Karl Pillemer, sociólogo e gerontólogo, uma referência mundial em matéria de bons tratos, deu uma conferência-mestra em linha intitulada “Promover os bons tratos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas quer reduzir adiantamentos de fundos europeus a Portugal

Reprogramação do PT2030 voltou para trás. Esta semana a Comissão está em Portugal para reunir com programas mais atrasados na execução. Restrições de liquidez estão na origem das novas exigências.

A Comissão Europeia aterra de armas e bagagens esta semana em Portugal. O objetivo é reunir com os programas do Portugal 2030 que estão mais atrasados na execução e que podem estar em risco de ter de devolver verbas, este ano, se a reprogramação não for aprovada. Portugal entregou a sua proposta de reprogramação no final de março, mas o exercício voltou para trás tendo em conta as novas prioridades – onde se inclui apostar obrigatoriamente em defesa – e a necessidade de reduzir as pressões de tesouraria, apurou o ECO.

Fonte oficial da Agência para o Desenvolvimento & Coesão confirmou ao ECO a realização das reuniões esta semana, mas desvaloriza a importância das mesmas. “Todas as semanas temos reuniões com os nossos interlocutores na DGRegio e na DGEmprego”. Contudo, esta semana semana “as reuniões vão estender-se a algumas Autoridades de Gestão precisamente para analisarmos em conjunto a situação processual das respetivas reprogramações (submetidas a 31 de março de 2025) no contexto do pacote legislativo da revisão intercalar apresentado a 1 de abril”.

A Comissão Europeia quer reduzir o montante dos adiantamentos pagos aos Estados-membros. Presentemente, o montante é de 30%, mas Bruxelas quer descer para 20% e assim reduzir a pressão sobre o orçamento comunitário. Os pré-financiamentos são as verbas que Bruxelas adianta a cada Estado-membro para ajudar a executar os fundos comunitários.

Por outro lado, o Executivo comunitário quer reduzir o adicional pago aos países que colam 10% do programa nas novas prioridades. Até aqui, era possível ter um adicional de 4,5% no adiantamento, mas esse valor deverá passar para 1,5%.

Mas as outras vantagens deverão manter-se como a possibilidade de pagar a 100% e, se colocar 10% do programa nas novas prioridades, encerrar o programa N+3.

Bruxelas também não vê com bons olhos que os Estados-membros tenham muita flexibilidade nos exercícios de reprogramação, a ponto de acabar com programas completamente diferentes face aos aprovados inicialmente.

Contudo, foi a própria Comissão que definiu novas prioridades para os fundos – defesa, água, habitação, transição energética e específicas para os países de fronteira com a Ucrânia –, o que obriga a refazer os exercícios de reprogramação já enviados.

Se a habitação e água apenas vêm reforçar os objetivos do Executivo de garantir financiamento no PT2030 de projetos que caíram do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) por impossibilidade de os cumprir a tempo, a defesa não é bem assim. Até por que a definição dos grandes projetos de investimento tem de ser feita a nível central.

A barragem do Pisão, a tomada de Água do Pomarão, a dessalinizadora do Algarve são alguns dos investimentos que o Governo já tinha dito que seriam financiados pelo atual quadro comunitário de apoio, mas também com verbas do Fundo Ambiental e do Orçamento do Estado.

Esta opção resolvia automaticamente o problema de fraca execução de alguns programas, nomeadamente o Sustentável 2030, que apresentava os maiores riscos de devolver verbas a Bruxelas em virtude da aplicação da regra da guilhotina. Um risco que decorria do facto de o PT2030 ter começado com um atraso adicional face aos quadros comunitários anteriores, mas também pelos atrasos na Justiça do concurso das carruagens de comboios que foi impugnado.

Este ano todos os programas – temáticos ou regionais – têm de cumprir a regra da guilhotina, ou seja, os programas têm de gastar o correspondente ao orçamento de cada ano nos três anos seguintes. Se não o fizerem, o montante remanescente tem de ser devolvido a Bruxelas. Isto significa que, em cada programa operacional, é necessário dividir a dotação por sete (correspondente ao número de anos do quadro) e é esse o valor que é necessário executar três anos depois (é a regra do N+3).

Mas ciente que o risco de devolução de verbas a Bruxelas aumenta ainda mais se os pré-financiamentos forem reduzidos (a execução pode ser mais lenta) há opções em aberto em cima da mesa.

Portugal está a tentar negociar uma redução do N+3 proporcional, para que o esforço financeiro da Comissão não seja tão grande, mas os objetivos ainda assim sejam cumpridos.

Já no que diz respeito à habitação, o objetivo é tentar inscrever as casas a custo acessível, mas também habitação para áreas funcionais, como construir residências para profissionais de saúdes. Ao nível da habitação é também possível financiar projetos para colmatar a pobreza energética (OP2). De acordo com a gaveta utilizada para financiar a habitação esta será da responsabilidade dos municípios, sendo necessário um instrumento territorial, ou das CCDR.

Estas negociações com a Comissão Europeia podem atrasar o exercício de reprogramação do PT2030.

O ECO questionou a Comissão Europeia e o Ministério da Economia e Coesão, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de junho

  • ECO
  • 16 Junho 2025

Ao longo desta segunda-feira, 16 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Real Betis apresenta seis projetos internacionais de desporto, ciência e sustentabilidade na sua 3ª Gala Forever Green

  • Servimedia
  • 16 Junho 2025

O evento, apoiado pela Junta da Andaluzia e pelas Nações Unidas, reuniu executivos, especialistas e representantes institucionais para apresentar soluções para as alterações climáticas.

O Real Betis Balompié apresentou seis projetos de referência internacional em desporto, ciência e sustentabilidade a mais de 270 profissionais na III Gala Forever Green, realizada a 10 de junho de 2025 no CaixaForum Sevilha.

A gala, presidida pela antiga ginasta rítmica Almudena Cid, começou com os discursos de Sergio Arjona, Vice-Ministro da Sustentabilidade e do Ambiente da Junta da Andaluzia, e de Lindita Xhaferi-Salihu, responsável pelo Desporto para a Ação Climática da ONU. Entre os participantes encontravam-se Joaquín Sánchez, embaixador do clube, Rafael Gordillo, presidente da Fundação Real Betis Balompié, e Moisés Roiz, diretor do CaixaForum Sevilla.

Hugo Berenguer, diretor-geral do atelier Rafael de La-Hoz, apresentou o projeto do novo estádio Benito Villamarín, centrado na eficiência energética, na gestão responsável dos recursos e na integração urbana. No âmbito aeroespacial, Alberto Águeda, da GMV, apresentou um projeto de tratamento e utilização de lixo espacial para preservar o meio ambiente fora da Terra.

No domínio da reflorestação, Javier Torres, da Repsol Impacto Social, apresentou “Motor Verde”, uma iniciativa conjunta com o Grupo Sylvestris que promove a compensação da pegada de carbono através da reflorestação em Espanha e Portugal, recuperando a biodiversidade e gerando emprego rural.

A dimensão internacional foi sublinhada por Verónica Ruiz, da UICN, que apresentou “Sports for Nature”, uma iniciativa da ONU para promover ações a favor da natureza através do desporto, e por Marcela Arboleda, da Pyratex, que revelou a “Forever Green T-shirt”, um têxtil feito de algas marinhas para sensibilizar para as invasões costeiras.

Lloyd Owers, diretor técnico da seleção nacional das Ilhas Marshall, encerrou as apresentações com “No Home Jersey”, uma campanha que torna visível a ameaça que as alterações climáticas representam para os países insulares através do símbolo universal do futebol: a camisola.

AMBIENTE

Durante o evento, foram entregues os prémios Forever Green 2025, que reconhecem o compromisso ambiental de organizações e profissionais. Os vencedores foram o FC Porto (“Liderança Ambiental no Desporto”); o Aquário de Sevilha e o Ministério da Agricultura, Pescas e Ambiente Natural das Ilhas Baleares (“Conservação da Biodiversidade”); o publicitário Javier Peña (“Projeto de Divulgação Ambiental”); o explorador Nacho Dean (“Ativismo Climático”); e a National Geographic (“Meios de Comunicação com Compromisso Ambiental”).

O evento terminou com os agradecimentos de Rafael Muela, diretor da Fundação Real Betis Balompié, que reafirmou o compromisso do clube com um modelo desportivo de excelência dentro e fora do campo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 16 Junho 2025

Enquanto prosseguem vários julgamentos, o BdP mostra a evolução dos novos créditos ao consumo. Conheça alguns dos destaques desta segunda-feira.

O Banco de Portugal (BdP) divulga os dados sobre a evolução dos novos créditos ao consumo e prosseguem vários julgamentos, do BES/GES à Operação Pretoriano. Lá fora, o Tribunal de Contas Europeu (TCE) publica o documento sobre próximo orçamento da União Europeia para sete anos. Conheça alguns dos destaques desta segunda-feira.

Banco de Portugal divulga evolução do crédito ao consumo

O Banco de Portugal divulgará a evolução dos novos créditos aos consumidores referentes a abril deste ano. Em março, os bancos e entidades financeiras concederam 777 milhões de euros em novas operações de crédito junto dos consumidores.

Combustíveis voltam a ficar mais caros

Os combustíveis vão ficar mais caros esta semana. O preço do gasóleo, o tipo de combustível mais utilizado em Portugal, deve subir 1,5 cêntimos por litro, enquanto o da gasolina terá uma subida de um cêntimo por litro a partir desta segunda-feira, avançou fonte do mercado ao ECO. Quando se dirigir aos postos de abastecimento, deverá passar a pagar 1,533 euros por litro de gasóleo simples e 1,689 euros por litro de gasolina simples 95.

Prosseguem julgamentos

Esta segunda-feira continua o julgamento da Operação Pretoriano, no Tribunal Judicial da Comarca do Porto, que tem como arguidos Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, Sandra Madureira, Vítor Catão e ainda mais nove arguidos. Prossegue ainda o julgamento do processo “Saco Azul”, Tribunal Central Criminal, às 09:30, que tem como arguidos a SAD do Benfica, Benfica Estádio, Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira. Da parte da tarde prossegue ainda o julgamento do segundo processo contra o criador do Football Leaks, Rui Pinto, no Juízo Central Criminal de Lisboa. Continua o julgamento do processo BES/GES no Tribunal Central Criminal, Campus de Justiça, Parque das Nações.

Terminam prazos para concorrer ao programa renda acessível em Lisboa

Termina esta segunda-feira o prazo para concorrer ao 29º e 30º concursos do programa de renda acessível da Câmara de Lisboa. O 29º concurso vai atribuir 133 habitações municipais através de concurso por sorteio, enquanto o 30º vai sortear 17 habitações destinadas a pessoas com mobilidade condicionada.

Qual o orçamento da UE para os próximos sete ano?

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) publica esta segunda-feira a revisão do próximo orçamento da União Europeia pós 2027. O orçamento define as prioridades e os limites de despesa da União Europeia para um período de sete anos. Em fevereiro de 2025, a Comissão emitiu uma comunicação sobre “o caminho para o próximo quadro financeiro plurianual” onde descreve os atuais desafios e prioridades políticas pós-2027.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AstraZeneca reforça a sua presença na China com uma potencial parceria estratégica de 5,3 mil milhões de dólares

  • Servimedia
  • 16 Junho 2025

AstraZeneca estabeleceu uma colaboração de investigação com a empresa chinesa CSPC Pharmaceuticals Group Limited, centrada na descoberta e desenvolvimento de terapias orais para doenças crónicas.

Este acordo consolida a expansão da empresa britânica no país asiático, depois de ter anunciado um investimento de 2,5 mil milhões de dólares em Pequim no início deste ano e múltiplas colaborações que trabalham para acelerar o desenvolvimento de novas soluções com a IA como chave.

Como explicou a empresa, o projeto conjunto centrar-se-á no desenvolvimento de soluções pré-clínicas multi-alvo com potencial para tratar doenças em todas as indicações crónicas, incluindo uma terapia pré-clínica oral de pequenas moléculas para doenças imunitárias. A investigação será conduzida pela CSPC e será apoiada pela sua plataforma de desenvolvimento de medicamentos baseada na inteligência artificial, que permite a análise de padrões de ligação às proteínas e a otimização de compostos para selecionar candidatos com elevado potencial de desenvolvimento.

Nos termos do acordo, a AstraZeneca efetuará um pagamento inicial de 110 milhões de dólares e a CSPC poderá receber até 1,62 mil milhões de dólares em marcos de desenvolvimento e até 3,6 mil milhões de dólares adicionais com base em objetivos comerciais, além de potenciais receitas de vendas. A AstraZeneca também se reserva o direito de obter licenças exclusivas para o desenvolvimento e comercialização global dos compostos identificados.

Sharon Barr, Vice-Presidente Executiva e Diretora de I&D de Biofarmacêuticos, afirmou: “Esta colaboração estratégica em matéria de investigação reforça a nossa vontade de inovar para combater as doenças crónicas, que afetam mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo. O estabelecimento de parcerias sólidas permite-nos combinar as nossas competências científicas complementares e acelerar o desenvolvimento de novas moléculas terapêuticas de elevada qualidade que conduzirão à próxima geração de tratamentos.

Esta aliança faz parte do compromisso crescente da AstraZeneca com a inteligência artificial como uma alavanca fundamental para aumentar a produtividade e acelerar a inovação em I&D. De facto, é um dos maiores investimentos da empresa nesta área até à data. De facto, trata-se de um dos maiores investimentos realizados até à data pela empresa neste domínio. A este respeito, Pascal Soriot, CEO da AstraZeneca, sublinhou recentemente que “a IA está a transformar completamente os cuidados de saúde. Na AstraZeneca, estamos a aplicar a IA em múltiplos campos para nos ajudar a desenvolver novos medicamentos e acelerar a otimização de moléculas, entre outros.

As iniciativas recentes em matéria de IA incluem um investimento de 200 milhões de dólares com a Tempus e a Pathos para desenvolver um modelo de IA em oncologia, uma colaboração de 18 milhões de dólares com a Immunai para melhorar os ensaios clínicos no domínio do cancro e um trabalho conjunto com a Qure.ai para otimizar o rastreio precoce do cancro do pulmão.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Da reserva ao ‘review’, o papel central da tecnologia nos hotéis. Oiça o podcast ‘À Prova de Futuro’

Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, e Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, são convidados neste episódio do podcast do ECO sobre tecnologia.

Da reserva à avaliação final, passando pelo entretenimento no quarto, a tecnologia tem um papel cada vez mais central na experiência dos hóspedes de hotel. Além disso, a cloud e a inteligência artificial são agora peças-chave nos sistemas de gestão e atendimento dos hotéis, sejam eles boutique ou parte de grupos grandes.

Neste episódio, a primeira entrevista é com Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal e administrador do Grupo PortoBay Hotels & Resorts.

Logo a seguir teremos a rubrica ‘Está a dar que falar’ e depois vamos conversar com Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, o segundo maior da hotelaria em Portugal.

O podcast ‘À Prova de Futuro’ é patrocinado pela Meo Empresas.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Filho de Patrick Drahi deixa administração da Meo

David Drahi era membro do Conselho de Administração da operadora desde 2021, tendo renunciado à função no final de maio. Mas mantém-se nos 'boards' da Altice Labs e da Altice USA.

Quase quatro anos depois, David Drahi deixou de ser vogal do Conselho de Administração da Meo. De acordo com os registos societários da holding Meo SGPS (antiga PT Portugal), o gestor renunciou ao cargo a 30 de maio de 2025.

David Drahi é um dos filhos gémeos de Patrick Drahi, o multimilionário que fundou o grupo Altice e que controla a Altice International, dona da Altice Portugal, que recentemente voltou a adotar a designação Meo. Tinha assumido esta função em meados de 2021.

Contactada, a Meo não esclareceu o motivo da renúncia. Mas esta deu-se em simultâneo com a nomeação de toda a atual comissão executiva da operadora para o Conselho de Administração, presidido por Ana Figueiredo, com um mandato até 2026.

Apesar de deixar a administração da Meo, David Drahi continua a exercer funções no grupo Altice, mantendo-se na administração da Altice Labs, antiga PT Inovação, onde tem um mandato até 2026, segundo os atos societários consultados pelo ECO.

O gestor também exerce funções no grupo noutra geografia: integra desde 2019 o Board of Directors da Altice USA, onde também ainda se mantém, de acordo com o site da empresa.

Segundo noticiou o Público em 2021, David Drahi tinha entrado no board da Meo para substituir Alain Weill, que também abandonou a Altice France/SFR e outras empresas do universo Altice. Nesse mesmo ano, esteve em Aveiro com o pai a visitar a Altice Labs, para conhecer “os últimos desenvolvimentos de produtos e soluções” exportados pelo grupo.

De acordo com a nota biográfica disponível no site da Altice nos EUA, David Drahi licenciou-se em Física na École Polytechnique de Lausanne, na Suíça, obteve um mestrado em Ótica e Fotónica pelo Imperial College of London e tem um doutoramento em Física Atómica e Laser pela Universidade de Oxford.

Em Portugal, chegou a trabalhar também na antiga Cabovisão quando esta era detida pela Altice, a empresa que veio a dar origem à Nowo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apagão foi ‘prova de fogo’ às baterias do megacentro de dados em Sines

Relação entre Start Campus e Schneider Electric teve um teste decisivo a 28 de abril. Com a construção do segundo edifício a aproximar-se, novo contrato entre as empresas é cada vez mais uma hipótese.

Se for bem-sucedido, o centro de dados que está a ser construído em Sines será o maior da Europa. Mais do que um “armazém” de servidores informáticos, é um campus composto por um edifício – futuramente, seis – que precisam de energia durante 24 horas nos sete dias da semana, sob pena de as grandes tecnológicas perderem informação das empresas e dos cidadãos. Então, como se garante que estas bases de dados continuam ativas, refrigeradas e, ao mesmo tempo, sustentáveis? Uma tríade composta por baterias, geradores e (em breve) água do mar.

No histórico dia 28 de abril de 2025, quando Portugal e Espanha ficaram às escuras, a resiliência da tecnologia e das fontes de alimentação elétrica do megacentro de dados foram testadas ao limite e, como nenhum sistema ficou comprometido, o apagão pode mesmo ter sido a garantia da extensão do contrato entre a Start Campus e a francesa Schneider Electric, que fornece os painéis elétricos de baixa e média tensão e as baterias ao data center. Sem confirmar se irá voltar a pagar por mais equipamentos elétricos da marca, nos próximos cinco edifícios, o CEO da Start Campus admite ao ECO que o incidente ibérico “foi uma boa prova”.

A Schneider Electric vai voltar a jogo? “Potencialmente”, diz Robert Dunn, em entrevista a partir de Sines. A pouco tempo de lançar a primeira pedra do segundo edifício, a Start Campus está a finalizar o concurso para empreiteiros e fornecedores de equipamentos e espera tomar uma decisão até ao início do terceiro trimestre.

“Nesta primeira fase, forneceram-nos a maioria do equipamento elétrico. Também já estamos a trabalhar com eles em contratos de energia renovável para as futuras fases e a encontrar parceiros de energia renovável para, pelo menos, 100MW de solar e eólica de forma a corresponder ao que antecipamos que os clientes utilizem”, começa por contar.

“Continuaremos a trabalhar com eles nisso, porque são produtos bastante exclusivos que estão no mercado e têm expertise no mercado energético. Em relação ao que farão nos projetos SIN02, 3, 4, 5 e 6… Estão a licitar uma vasta gama de equipamentos de energia e refrigeração, mas ainda não fizemos qualquer adjudicação”, esclarece Robert Dunn.

Certo é que a multinacional gaulesa está um passo à frente, porque tem garantias dadas. Apesar de a Start Campus e a Schneider Electric terem simulado um apagão em 2024, antes de abrir portas em Sines, o derradeiro teste ocorreu quando as luzes se apagaram (mesmo). “Em outubro já tínhamos feito uma série de testes para garantir que tudo funcionava, mas eles controlam os testes, portanto com este apagão foi interessante ver como o sistema realmente reagiu e também a equipa e a cadeia de abastecimento. Funcionou como esperávamos”, afirma o CEO, acrescentando que o staff é experiente nesta indústria e “já viu coisas assim antes”. Nessa cadeia de valor entram, por exemplo, a Galp e a Repsol enquanto fornecedores de combustível, que enviaram à empresa todo o diesel verde (HVO – Hydrotreated Vegetable Oil) que alimenta os geradores.

Para se perceber melhor a dinâmica de como os geradores mantiveram os sistemas operacionais no fatídico dia, o que aconteceu foi o seguinte: assim que ocorre o apagão, os geradores movidos a HVO entraram em ação, mas durante o tempo até arrancarem – e quem tem um em casa sabe que não é um processo verdadeiramente automático – são as baterias que ‘aguentam’ os servidores. As máquinas UPS (Uninterruptible Power Supply) da Schneider Electric suportam a rede naqueles segundos de que o gerador precisa para começar a fazer o seu trabalho.

Temos feito muitos investimentos no mercado dos data centers. E quando cheguei [à liderança da filial portuguesa] e descobri este projeto, apaixonei-me por completo, porque o que a Start Campus está a desenvolver em Portugal, com toda a parte sustentável, é muito importante. Quanto às outras fases, não posso comentar, porque são projetos em curso

Aroa Ruzo

Country manager da Schneider Electric em Portugal

Mesmo sem saber se terá prorrogação, este contrato com a Start Campus torna-a num dos maiores clientes da empresa francesa em Portugal. “Os clientes mais importantes também são os que acompanham as nossas estratégias, como a de sustentabilidade, que faz parte dos nossos valores”, ressalvou a gestora galega, lembrando que a companhia com sede em Rueil-Malmaison foi eleita a mais sustentável do mundo pela revista Time.

Aroa Ruzo destacou também a qualidade dos profissionais de engenharia. “Temos mais de 200 colaboradores em Portugal. É um país realmente incrível em termos de profissionais”, realçou, em declarações ao ECO.

Além do talento, na opinião do responsável de Conectividade da Start Campus, Portugal tem capacidade de competir com os países nórdicos nos preços da energia e até pode juntar um “L” (Lisboa) – ou um “S” de Sines – ao ‘Tier 1’ dos data centers: a FLAPD-X (Frankfurt, Londres, Amesterdão, Paris, Estocolmo e Dublin).

“Portugal está muito bem posicionado no mercado dos data centers, seja do ponto de vista de conectividade ao nível das telecomunicações seja da disponibilidade que têm de energia verde. Antes, não fazia parte do Tier 1”, referiu Fernando Azevedo, constatando que em quase todos esses países, da Alemanha à Irlanda, há uma falta de energia que está a travar a aprovação dos novos projetos, o que não se verifica em terras lusas.

Porém, é necessário investir em mais infraestruturas (e amigas do ambiente) e acelerar os licenciamentos, que são dois dos principais desafios do mercado, alertou o vice-presidente sénior de Secure Power & Data Center na Europa da Schneider Electric, Pablo Ruiz-Escribano, defendendo a colaboração público-privada para obtenção de licenças de exploração.

“A Start Campus foi uma ideia revolucionária no mercado e a Europa apresenta um mercado dinâmico de data centers, que se tornará um player-chave na economia digital, mas precisamos de enfrentar coletivamente os desafios para atrair mais. A menor taxa de espaços livres de sempre exige construção e só 45% das PME adotaram cloud”, advertiu o especialista numa sessão com a imprensa.

Água do mar para ‘refrescar’ servidores

Tipicamente barulhentos e quentes, os servidores requerem arrefecimento, que em Sines far-se-á com água fria salgada. Embora ainda não esteja 100% pronto, o sistema de refrigeração a partir do Oceano Atlântico é a característica mais disruptiva do data center da Start Campus no litoral alentejano, até porque não existem muitos assim no mundo.

Na Europa, há o da Interxion em Estocolmo e havia um completamente submerso, no fundo do Mar do Norte, ao largo de um arquipélago da Escócia, instalado pela Microsoft em 2018. No âmbito de um projeto chamado Natick, esse data center tinha o tamanho de um contentor de carga, foi retirado das águas em 2020 e os seus resultados estão sob análise. No porto norte-americano de Stockton, na Califórnia, encontra-se o da Nautilus Data Technologies a flutuar.

O projeto Sines DC localiza-se junto à central termoelétrica da EDP que foi desativada em 2021, será movido a energia renovável, mas só ficará concluído em 2030.

 

Em Sines, o sistema irá funcionar através de canos de água (os azuis ao fundo da imagem) e três etapas de filtragem para remover detritos. Naturalmente, a água nunca entra em contacto com a parte elétrica e funciona como os radiadores dos carros, cuja missão é dissipar o calor gerado pelo motor. Para tal, entram em cena umas placas de titânio que separam a água filtrada.

Elétrica paga 850 milhões para resfriar centros de dados

A Schneider Electric assinou recentemente um negócio transatlântico chorudo a pensar nos centros de dados: adquiriu 75% da norte-americana Motivair, especializada em refrigeração líquida e gestão térmica para sistemas de computação, pela qual pagou 850 milhões de dólares (cerca de 743 milhões de euros) em fevereiro. Em 2028, vai comprar a restante participação de 25%.

“A Motivair estava nesta indústria há bastante tempo, até porque a refrigeração líquida, enquanto conceito, não é nova, mas nos últimos anos, como o ChatGPT apareceu, o mundo mudou e a tecnologia evoluiu”, explicou Andrew Bradner, gestor de Cooling Business. Foi no âmbito desta aquisição que a empresa francesa começou a trabalhar com o segundo supercomputador mais rápido do mundo, cujo sistema de refrigeração é desta nova subsidiária da Schneider Electric.

Em causa está o Hewlett Packard Enterprise Frontier (ou OLCF-5), um supercomputador norte-americano capaz de chegar aos 1,35 quintilhão de cálculos por segundo, o que o tornou no primeiro exascala de sempre, e que está instalado num dos laboratórios do Departamento de Energia no Tennessee desde 2022 – precisamente o ano em que o chatbot da OpenAI apareceu nos nossos ecrãs de forma gratuita e que a energética se começou a preparar para crescer inorganicamente.

 

Inauguração do data center Start Campus em Sines - 04ABR25
Na cerimónia de inauguração do primeiro de seis edifícios do centro de dados, em abril, o CEO da Start Campus anunciou que o projeto vai trazer um investimento de mais 30 mil milhões de euros para Portugal nos próximos cinco anos, além dos 8,5 mil milhões que a Davidson Kempner e a Pioneer Point Partners estão a investir. © HUGO AMARALHugo Amaral/ECO

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Que medidas querem fundos e empreendedores do novo Governo?

Fundos de investimento e empreendedores apontam que medidas prioritárias deveriam ser implementadas pelo Executivo para dinamizar o ecossistema e posicionar o país como hub de inovação.

Com um novo Governo acabado de assumir funções e uma nova estratégia europeia para atrair e fixar startups e scaleups, que prioridades deveriam estar na lista do Executivo para dinamizar o ecossistema de empreendedorismo?

Incentivos fiscais para investidores, plano nacional para escalar startups, novos fundos de capital de risco com vocação regional ou setorial ou uma “Autoridade Única para a Inovação” são algumas das medidas propostas por investidores e empreendedores ouvidos pelo ECO.

André Martins, head of research na Unbabel

“É fundamental investir em políticas de atração de talento que não sejam apenas simbólicas, criar condições para aumentar o número de spin-offs e reduzir drasticamente a burocracia no sistema científico.”

André Martins, head of research Unbabel.

Diogo Mónica, cofundador da Anchorage Digital

Simplificação administrativa. Muito já se fez, e muito mais ainda se discutiu sobre isto. Mas o facto é que continua a haver coisas tão anacrónicas como o imposto de selo, 365 anos depois da sua criação; que se continua a permitir que entidades públicas e privadas requeiram assinaturas em papel, recusando a validade de assinaturas eletrónicas em certos processos; e por aí adiante.

Para além disso, tem de haver prazo máximos estabelecidos e respeitados nas interações com o Governo, sejam elas pedidos de visto ou quaisquer outras. Só com confiança e eficiência na máquina governamental se consegue fomentar e criar capacidade e eficiência na maquinaria privada.”

Conferência "New Money" - 19MAR22
Diogo Mónica, cofundador da Anchorage Digital.Hugo Amaral/ECO

Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa

Que assuma a inovação como prioridade nacional. A inovação tem que ter um papel mais relevante dentro do governo, à semelhança de outros países. É também essencial desenhar um plano que seja estruturante e não uma soma de medidas táticas. Temos de avançar muito rapidamente na criação de condições para que Portugal seja um verdadeiro país de inovação: com menos burocracia, mais talento, mais investimento, maior escala internacional. A Unicorn Factory Lisboa está empenhada em contribuir ativamente e decisivamente para este objetivo.”

Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa.Hugo Amaral/ECO

Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal

“Enquanto associação agregadora do setor de investimento em early-stage no país, acreditamos que o fator mais relevante para o desenvolvimento e sucesso deste ecossistema é a criação de um ambiente de estabilidade e previsibilidade. Neste contexto, esperamos que o Governo tenha a capacidade de conceber e implementar políticas públicas consistentes e duradouras, com especial enfoque no estabelecimento de incentivos fiscais eficazes no longo prazo para investidores, alinhados com as melhores práticas europeias.

Para tal, é crucial que o novo Executivo desenvolva uma estratégia clara e estruturada para o setor, que seja consensual entre os principais partidos representados na Assembleia da República. Só assim será viável assegurar que as medidas adotadas têm continuidade no tempo e resistem à alternância política, promovendo a consistência e a confiança necessárias para atrair e manter investimento e contribuir para a evolução do setor.”

Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal.

Luís Rodrigues, Diretor da Startup Braga

“Gostaria de ver na agenda do novo Governo um programa nacional ambicioso de valorização e transferência de conhecimento, com foco na transição de ciência para o mercado. Isso passaria por criar um instrumento dedicado à aceleração de spin-offs universitárias e tecnológicas, com financiamento direto, apoio legal e de propriedade intelectual, mentoria especializada e uma forte ligação ao tecido empresarial.

Este tipo de programa permitiria transformar capital intelectual em valor económico real, criar empregos qualificados e posicionar Portugal como um país que não apenas gera conhecimento, mas que também o transforma em inovação com impacto global.

Paralelamente, é urgente reforçar os instrumentos de financiamento do ecossistema de inovação. O novo Governo deverá trabalhar em estreita articulação com o Banco Português de Fomento, promovendo a criação de novos fundos de capital de risco com vocação regional ou setorial, que permitam uma maior proximidade aos empreendedores e aos contextos locais.

Importa também garantir a continuidade e reforço de iniciativas bem-sucedidas como a Call INNOV-ID, promovida pela Portugal Ventures, cuja regularidade e dotação orçamental devem ser ampliadas. Esta call tem-se revelado absolutamente instrumental para o arranque de muitas startups de base tecnológica e científica, sendo um verdadeiro ponto de inflexão para projetos com elevado potencial, mas ainda em fases muito iniciais.”

Luís Rodrigues, diretor da Startup Braga.

Márcia Pereira, fundadora e CEO da Bandora

“A proposta eleitoral do novo Governo apresentava medidas promissoras para dinamizar o ecossistema empreendedor. Destaco a redução gradual do IRC — a proposta de baixar a taxa de IRC para 17% (e para 15% nas PME) pode tornar Portugal mais atrativo para investimentos e fixação de empresas tecnológicas; o compromisso com pagamentos públicos em 30 dias — esta medida pode melhorar significativamente a liquidez das startups que colaboram com o Estado; a simplificação fiscal e aceleração da justiça tributária — estas ações podem reduzir a burocracia e facilitar o crescimento das empresas inovadoras.

No entanto, gostaria de ver uma aposta mais concreta na criação de um programa nacional de ‘primeiros clientes públicos’, permitindo que startups testem e validem soluções em ambientes reais. Além disso, a implementação de incentivos fiscais para stock options seria crucial para atrair e reter talento qualificado.

Em suma, é essencial que o Governo vá além das intenções e implemente medidas concretas que posicionem Portugal como um verdadeiro hub de inovação na Europa.”

Márcia Pereira, CEO da Bandora.

Pedro Ribeiro Santos, managing partner da Armilar

“Desde logo, será muito importante que Portugal adira a esta iniciativa [da estratégia europeia para atrair e fixar startups e scaleups] e se comprometa com a sua rápida e efetiva implementação, sob pena de ficarmos atrás no ecossistema europeu, e de, como até aqui, termos uma Europa a 2 (ou n) velocidades neste importante campo de desenvolvimento económico.”

Pedro Ribeiro Santos, partner da Armilar Venture Partners, em entrevista ao ECO - 18FEV19
Pedro Ribeiro Santos, managing partner da Armilar Venture Partners.Hugo Amaral/ECO

Stephan Morais, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI)

“Gostaria que o novo Governo tomasse como prioridade a promoção de incentivos para que os Institucionais privados invistam em fundos de capital de risco nacionais.”

Stephan Morais, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI).Hugo Amaral/ECO

 

Vasco Pereira Coutinho, CEO da Lince Capital

“Acreditamos que, com a ajuda dos atuais intervenientes de mercado, seria possível a criação de um plano nacional para escalar startups, com medidas concretas em áreas como fiscalidade, acesso a financiamento, simplificação administrativa e contratação de talento internacional.

Seria também estratégico implementar uma política de Estado para a ciência e inovação, que assegure continuidade e estabilidade, independentemente dos ciclos políticos. O novo Governo tem aqui a oportunidade de posicionar Portugal como uma plataforma europeia de inovação.”

Vasco Pereira Coutinho, CEO da Lince Capital.

Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria

Uma ‘Autoridade Única para a Inovação’ — com poderes transversais para harmonizar fiscalidade de stock-options, simplificar vistos, certificar sandboxes regulatórias e gerir o braço português do Scaleup Fund. Seria o nosso DARPA (sem armas) ou, no mínimo, um ‘Simplex’ turbo para a economia intangível.”

Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cinco mestrados portugueses em Finanças entre os melhores do mundo

Nova SBE destaca-se na 6ª posição do ranking do ‘Financial Times’ de 2025. Católica Porto Business School é a entrada na tabela deste ano.

Portugal está representado por cinco faculdades na lista das 70 melhores do mundo para se tirar um mestrado em Finanças. A Nova School of Business and Economics (Nova SBE), a Católica Lisbon School of Business and Economics, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) e a Católica Porto Business School estão no ranking do Financial Times de 2025.

Entre as cinco, destaca-se a entrada de mais uma escola da Universidade Católica Portuguesa – a Católica Porto Business School – e a posição da Nova SBE, que conquistou o lugar mais alto da tabela e subiu em relação ao ano passado, de 7º para 6º. Aliás, a Nova SBE subiu cinco posições desde 2023 e arrecadou o melhor resultado de sempre de uma escola portuguesa.

O dean da Nova SBE diz que indicadores como a mobilidade profissional internacional dos graduados “comprovam a experiência verdadeiramente internacional” que os alunos têm ao estudar no campus em Carcavelos, “com um corpo docente diverso e um foco claro na empregabilidade global e de qualidade”.

“Além disso, a qualidade dos métodos pedagógicos torna o nosso ensino mais eficiente, preparando os nossos graduados para a realidade corporativa contemporânea e para responder de forma prática aos desafios das empresas que os contratam”, assinala Pedro Oliveira.

A Católica Lisbon School of Business and Economics ficou em 23º lugar, mas caiu a pique em relação ao 16º que teve em 2024.

Pouco abaixo surge o ISEG (27º), que aumentou três lugares de um ano para o outro. O ISEG integra o ranking global dos melhores mestrados em Finanças pela sexta vez consecutiva, sendo que há três anos que se classifica no top 30. Para o ISEG – Lisbon School of Economics & Management, que faz parte do ensino superior público, a presença contínua no ranking do jornal britânico é a confirmação da projeção internacional que tem e do “compromisso com a qualidade” do ensino, do “apoio à carreira dos estudantes e da criação de impacto positivo na sociedade”.

“Este reconhecimento internacional mostra que o ISEG está na linha da frente da formação em Finanças, não só em Portugal, mas a nível global. Estamos orgulhosos de subir neste ranking tão competitivo, o que reforça a nossa missão de formar profissionais de excelência, preparados para os desafios de um mundo em constante mudança”, afirmou o presidente do ISEG, João Duque.

Boas notícias também para a FEP, que passou para o 41º lugar do anterior 55º e obteve assim a sua melhor posição de sempre devido sobretudo aos indicadores que avaliam a relação entre o investimento académico e o retorno profissional, a progressão de carreira, a sustentabilidade e a promoção da diversidade.

O diretor da FEP disse que este resultado representa “um marco de elevada importância para toda a comunidade académica” e aproveitou para agradecer “a todos os que, diariamente, contribuem para o reforço da qualidade e reputação da faculdade – estudantes, alumni, corpo docente e não docente, parceiros institucionais e empregadores”.

Segundo Óscar Afonso, “a presença da FEP neste ranking tão exigente é, mais do que um reconhecimento, um estímulo para continuar a investir num ensino de excelência, internacionalmente relevante e socialmente responsável”.

Na 63ª posição ficou a Católica Porto Business School, uma estreante nesta tabela do Financial Times referente aos melhores mestrados em finanças mundiais.

O ranking “Masters in Finance 2025” avalia 19 indicadores, organizados em categorias como progresso na carreira dos diplomados, diversidade, experiência internacional, investigação e critérios ESG (Environmental, Social e Governance).

A análise baseia-se em dois inquéritos distintos, dirigidos às escolas de economia e gestão e aos antigos alunos que concluíram o mestrado em 2022. Para serem elegíveis, as instituições de ensino superior têm de cumprir vários critérios de qualidade, incluindo ter acreditações internacionais, entre as quais a AACSB – Association to Advance Collegiate Schools of Business.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.