Consumo é a única modalidade de crédito a crescer
Em Agosto, o total de empréstimos ao consumo subiu em 230 milhões, para 12,9 mil milhões de euros, revelam dados do BCE. Trata-se do nível mais alto dos últimos três anos e meio.
O crédito ao consumo não pára de aumentar. Dados divulgados hoje pelo BCE mostram que o total do crédito ao consumo subiu, em agosto, para o patamar mais elevado dos últimos três anos e meio. Nesse mês, o montante global dos empréstimos com esta finalidade aumentou 28 milhões de euros, para 12,9 mil milhões, o que corresponde ao valor mais alto desde fevereiro de 2013.
Evolução do crédito a particulares
Entre as diferentes categorias de crédito, destinadas tanto às famílias como às empresas, o consumo foi a única a sinalizar um crescimento naquele mês. No caso dos empréstimos para a compra de casa, o saldo recuou em 230 milhões de euros, para 96,8 mil milhões de euros. Já o bolo global da categoria de outros empréstimos aos particulares decresceu 37 milhões de euros, para se fixar em agosto nos 9,3 mil milhões de euros. Já entre as empresas, a quebra do saldo foi de 540 milhões de euros, para 79,7 mil milhões de euros.
O movimento em contraciclo observado no total de crédito a consumo observado em agosto acontece há cinco meses consecutivos e deve-se sobretudo ao forte aumento da nova concessão que mais do que supera as amortizações que vão sendo realizadas neste segmento.
Grande parte do crescimento dos empréstimos ao consumo resulta sobretudo do aumento da concessão de crédito automóvel. Os dados mais recentes do Banco de Portugal mostram que os empréstimos para a compra de carro cresceram 27% no acumulado do ano face ao período homólogo.
Regista-se um desagravamento dos volumes de crédito concedido, que registam taxas de variação cada vez menos negativas, indiciando recuperação.
Nas restantes finalidades de crédito, o aumento da nova concessão não está a conseguir ultrapassar as amortizações. “O comportamento do crédito em agosto está em linha com a tendência observada nos meses anteriores: regista-se um desagravamento dos volumes de crédito concedido, que registam taxas de variação cada vez menos negativas, indiciando recuperação”, refere a este propósito Paula Gonçalves Carvalho, economista-chefe do BPI.
“Essa recuperação é evidente quando se analisam, por exemplo, os novos créditos à habitação, que têm vindo a registar uma evolução cada vez mais positiva. Mas o segmento que regista uma evolução mais pujante tem sido sem dúvida o crédito ao consumo, pois o próprio saldo já observa variações positivas, tendência que resultará quer da melhoria das condições de oferta quer do aumento da procura”, esclarece a economista.
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