Há sete anos que o desemprego em Portugal não divergia tão pouco da média europeia
Desemprego em Portugal continua a alinhar com média europeia. Desde o primeiro Governo de Sócrates que essa diferença nunca esteve tão curta.
Há sete anos que a taxa de desemprego em Portugal não se aproximava tanto da média europeia. A Zona Euro registou uma taxa de desemprego de 10% em setembro, 0,6 pontos abaixo do mesmo período do ano passado, revelou esta quinta-feira o Eurostat. Em Portugal, a taxa fixou-se nos 10,8%. Contas feitas, nunca esta diferença face à média da região única esteve tão curta desde março de 2009, quando José Sócrates ia a caminho dos últimos meses do seu primeiro mandato.
Com a economia a crescer aquém do esperado, a evolução favorável do desemprego tem apanhado toda a gente de surpresa. Governo incluído. Para o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, esta descida “é um mistério”. “Aprendi nos livros que a economia tinha de crescer a 2,5% para que aumentasse o emprego”, disse o ministro recentemente. Já Mário Centeno, ministro das Finanças, considerou esta quarta-feira na Assembleia da República que se trata de uma “recuperação do mercado de trabalho com aumento da população ativa, coisa que não aconteceu um único mês com o anterior Governo”.
A evolução surpreendentemente positiva do mercado de trabalho forçou o Governo a rever as previsões para o desemprego. Se no Orçamento do Estado para 2016 (apresentado em 2015), o Executivo liderado por António Costa projetava uma taxa de desemprego de 11,3% para este ano, já a proposta orçamental para 2017 antecipa uma taxa de 11,2%. Em relação ao PIB, a mesma proposta aponta para um crescimento económico de 1,2% este ano e 1,6% no próximo.
Desemprego em Portugal alinha-se com média do Euro
Em setembro, a diferença entre as taxas portuguesa e europeia (Zona Euro, leia-se) fixou-se nos 0,8 pontos. É preciso recuar até março de 2009, poucos meses antes das eleições governativas, em setembro de 2009, que Sócrates voltaria a vencer, para observar um gap mais curto: a diferença nesse mês foi de 0,7 pontos.
Pelo meio, há uma história terrível para contar: crise da dívida soberana, ajuda financeira internacional, troika, programa de ajustamento económico e consequências sociais sérias com o desemprego em Portugal a registar níveis recorde.
"É uma recuperação do mercado de trabalho com aumento da população ativa, coisa que não aconteceu um único mês com o anterior Governo.”
Em janeiro de 2013, quando a taxa de desemprego nacional atingiu um máximo histórico nos 17,4%, Portugal nunca viu a Europa tão longe no que diz respeito à saúde do mercado laboral — a diferença face à taxa de desemprego da Zona Euro foi de 5,4 pontos.
Apesar da descida acentuada, Portugal continua entre os países da moeda única com desemprego mais elevado. Só Grécia (23,2%), Espanha (19,3%), Croácia (12,6%) e Itália (11,7%) registavam taxas mais altas que a portuguesa.
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