OPEP chega a acordo para cortar produção de petróleo
O cartel chegou a acordo para cortar a produção de petróleo. Vai produzir menos 1,2 milhões de barris por dia, no que é o primeiro corte em oito anos. O Brent dispara quase 8%, acima dos 50 dólares.
Finalmente fumo branco dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O cartel conseguiu chegar hoje a acordo para reduzir a produção de petróleo, visando reequilibrar o mercado e impulsionar os preços da matéria-prima. Trata-se do primeiro corte de produção em oito anos. O mercado está a reagir positivamente a esta decisão, com o Brent a disparar quase 8% e já acima da fasquia dos 50 dólares.
Após várias semanas de negociações tensas, os três principais produtores do cartel — Arábia Saudita, Iraque e Irão — resolveram as diferenças em relação a este corte de produção. O cartel reduziu a produção em 1,2 milhões de barris por dia para 32,5 milhões por dia, segundo confirmou um delegado, citado pela Bloomberg, em Viena. O objetivo que a OPEP tinha estabelecido na reunião de setembro, na Argélia, previa um corte da produção para um intervalo entre os 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia.
“Isto deverá ser uma chamada de atenção para os céticos que apostavam na morte da OPEP“, diz Amrita Sen, analista de petróleo da Energy Aspects, à Bloomberg.
O mercado está satisfeito com esta decisão. O Brent, negociado em Londres, dispara 7,85% para 50,02 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, segue em alta de 7,05% para 48,42 dólares. O Brent londrino já chegou a superar a referência dos 50 dólares durante esta manhã.
Aparentemente, os sauditas terão aceitado que o Irão, num caso excecional, possa aumentar a produção para cerca de 3,9 milhões de barris por dia. O acordo deverá também incluir uma redução de cerca de 600 mil barris por dia por parte dos países fora da OPEP, como a Rússia. A Rússia, que se tem mostrado reticente em aderir a este acordo, disse que apenas iria cooperar depois de a OPEP chegar a um consenso sobre as quotas individuais de produção.
A Morgan Stanley diz que um acordo da OPEP pode impulsionar os preços do petróleo em 5 dólares ou mais. Embora o acordo não deve anular totalmente que o excesso que há no mercado, abre caminho para a participação dos países fora do cartel.
(Notícia atualizada às 14h06 com a reação do petróleo.)
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