Diretor do BdP recomenda propostas que fez enquanto consultor
Banco de Portugal diz que não há conflito de interesses e indica que decisão estava tomada antes de Luís Costa Ferreira ter regressado ao supervisor.
O Banco de Portugal recomendou ao Haitong, numa carta enviada em março, que o antigo BES Investimento desenvolvesse medidas para implementar as recomendações da PricewaterhouseCoopers (PwC) relativas à avaliação do sistema de governo interno. E quem assina a carta? Luís Costa Ferreira, o responsável por essas mesmas recomendações em 2016.
A notícia é avançada hoje pelo Expresso [acesso pago], que cita o documento onde o Banco de Portugal (BdP) indica que o relatório da PwC identifica “insuficiências relevantes” sobretudo “ao nível da estrutura e organização interna, dos órgãos de administração e fiscalização” e que estas falhas “reforçam as preocupações já transmitidas ao grupo, através da carta do BdP datada de 18 de abril de 2016”.
A carta é assinada por Luís Costa Ferreira, atualmente diretor do departamento de supervisão prudencial do BdP que, em 2014, saiu para a PwC, tendo regressado ao supervisor em fevereiro deste ano sob polémica, indica o semanário. Enquanto liderou a área de serviços financeiros, risco e regulação da PwC, Luís Costa Ferreira foi o responsável pelo relatório agora recomendado pelo BdP.
Em resposta, o BdP argumenta que não há conflito de interesses nesta situação e esclarece que “o processo anual de supervisão (SREP) da instituição em causa foi desenvolvido pelo Departamento de Supervisão Bancária, apreciado e decidido pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal em momento precedente à admissão do dr. Luís Costa Ferreira“. Portanto, de acordo com o BdP, Luís Costa Ferreira “não esteve envolvido no desenho de qualquer determinação ou recomendação”, limitando-se a assinar uma decisão do conselho de administração.
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