Conhecer Nuno Garoupa: um leitor de biografias admirador do bisavô que foi presidente do Conselho
As elites e as instituições continuam a ser o pior de Portugal para Nuno Garoupa que está agora de regresso aos Estados Unidos como professor.
Não tem um país modelo, pediria ao Génio de Aladino três almoços grátis porque é economista e sabe que eles não existem. A experiência que tem tido nos Estados Unidos é a que classifica como a melhor e a sua maior surpresa foi ter sido convidado para presidir à Fundação Francisco Manuel dos Santos onde esteve entre 2014 e 2016. Eis Nuno Garoupa nas suas perspetivas e preferências.
O melhor de Portugal, o que é?
Sem dúvida o convívio com a família e com os amigos.
E o pior?
O pior continua a ser as elites e as suas instituições.
Qual é para si o país modelo?
Vivi em vários países, EUA, Reino Unido e Espanha. Não tenho um país modelo. Acho que todos têm grandes coisas e coisas muito negativas. Não diria que há um modelo.
Nem quer enxertar uns nos outros?
Se eu acreditasse que conseguimos encontrar o mínimo denominador comum de tudo o que é bom seria o país ideal, mas aí estaríamos a falar do País das Maravilhas que não existe.
Qual a personalidade histórica que mais admira?
O meu bisavô. Foi presidente do Conselho entre 1930 e 32, general Domingos de Oliveira. Por razões familiares é a personalidade histórica que mais admiro. Personalidades da história contemporânea recente são o General Spínola e o Professor Adriano Moreira.
E qual é que é a pessoa que mais o marcou profissionalmente?
Os meus orientadores académicos. O meu orientador do doutoramento, o Hugh Gravelle (Universidade de York), até os meus orientadores nos EUA, o Steven Shavell (Harvard) e o Mitchell Polinsky (Stanford).
A sua melhor experiência profissional?
A experiência nos EUA é toda ela muito interessante.
O acontecimento mais inesperado da sua vida?
A presidência da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
O que é que gosta de fazer nos seus tempos livres?
Fundamentalmente ler. Ler biografias e livros históricos.
Qual a qualidade que mais aprecia numa pessoa?
A honestidade intelectual.
E o defeito?
Desonestidade intelectual.
O seu livro de sonho?
Como gosto muito de biografias, diria que a melhor biografia que li foi de Winston Churchill de Martin Gilbert, os seis volumes escritos por ele com os dois escritos pelo filho. A melhor autobiografia foi a de Margaret Tatcher, nomeadamente o segundo volume, “The Path to Power”. De facto, é um grande livro para se entender o que são os meandros da vida política, do que é uma pessoa na vida política.
O seu filme?
Sou bastante eclético, vou desde os clássicos até às produções mais recentes, mas diria que gosto bastante do “Midnight in Paris” do Woody Allen.
A sua música?
Aí também sou bastante eclético, diria música clássica provavelmente Mendelssohn.
E a obra que mais admira? Uma obra de arquitetura, de pintura.
Como tenho uma grande admiração por Filipe II, o Escorial é a minha obra arquitetónica preferida.
Há um incêndio na sua casa, está sozinho, o que é que salva?
Todos os livros que conseguir levar.
O Génio do Aladino oferece-lhe três desejos, quais são?
Eu sou economista. Pedia três almoços grátis porque eu sei que isso não existe.
E o seu lema de vida é?
Ceder no acessório para vencer no fundamental.
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