Passos: “Não tenho nenhuma dificuldade em pedir desculpa”
O líder da oposição pediu desculpa aos portugueses, depois de ter veiculado informações erradas sobre alegados suicídios que tinham ocorrido na zona afetada pelos incêndios da semana passada.
Passos Coelho afirmou ao início da tarde que tinha conhecimento de casos de suicídio posteriores ao incêndio em Pedrógão Grande, numa visita ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera, apontando o dedo pela falta de apoio, nomeadamente psicológico. Momentos depois, foram várias as autoridades a rejeitar essa tese, negando a existência de qualquer suicídio. Ao final da tarde, o provedor local da Santa Casa de Pedrógão Grande admitiu que deu informação não confirmada ao líder do PSD. Passos Coelho já veio pedir desculpa aos portugueses, em declarações transmitidas pela RTP3.
“Devia ter pesado melhor a informação“, admitiu o líder da oposição, assumindo a responsabilidade por ter usado um dado que não estava confirmado. “Se esse erro servir para que haja uma atenção pública maior para que o apoio possa chegar mais rapidamente a quem precisa dele, ainda bem”, disse ainda, em declarações feitas à margem da apresentação da candidatura de Fernando Seara à Câmara Municipal de Odivelas. Passos Coelho insistiu que há uma “responsabilidade objetiva” do Estado, cuja atuação continua a falhar dez dias depois do incidente.
Pedro Passos Coelho recusou ainda a ideia de que usou esta informação como “arma de arremesso político”, uma crítica feita pela secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes: “Surpreendentemente, aparece o doutor Passos Coelho a fazer um discurso que mais não é do que um aproveitamento emocional desta tragédia“, afirmou, citada pela Lusa. Em resposta, o líder do PSD diz que não pode haver “branqueamento político” sobre esta situação: “Temos sido muito sóbrios na forma como usamos referências a estas matérias, mas outra coisa diferente é fecharmos os olhos”.
Além disso, o líder social-democrata fez questão de dizer que a responsabilidade era sua. “A responsabilidade por tê-la usado cabe-me apenas a mim“, afirmou. Durante a tarde, o candidato do PSD a presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande e atual provedor da Santa Casa local, João Marques, admitiu a sua culpa por ter induzido em erro. “Fui eu que dei ao Dr. Passos Coelho uma informação errada. Julguei que a informação era fidedigna, e afinal não era. Felizmente não se confirma nenhum suicídio, ao contrário do que eu disse ao Dr. Passos Coelho. Peço-lhe desculpas públicas por isso”, disse ao Expresso.
(Atualizado às 19h59)
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