Fuga de depósitos leva Santander a injetar 13 mil milhões no Popular
O banco liderado por Ana Botín teve de injetar 13 mil milhões no Popular para evitar a derrocada do banco resolvido. Uma injeção que acabou por ser superior ao que estava previsto inicialmente.
Na noite de 6 para 7 de junho, o Popular foi intervencionado pelo Banco Central Europeu, liquidado e comprado pelo Santander. Vinte dias depois, começam a ser revelados alguns pormenores sobre os acontecimentos que precipitaram a queda do banco. O Popular observou uma fuga de depósitos. E, por causa dessa pressão de liquidez, o Santander teve de injetar 13.000 milhões de euros para evitar a derrocada do banco resolvido.
Fonte próxima do assunto afirmou ao El País (conteúdo em espanhol) que o Popular percebeu que a partir de dia 7 de junho não seria capaz de responder aos pedidos de resgate de depósitos que estavam a receber nos escritórios, nos balcões e através da internet. Os problemas do banco foram agravados pelo facto de, entre os depositantes, estarem investidores institucionais, que retiraram montantes elevados.
Entre 2 e 5 de junho, a fuga de depósitos estava na ordem dos 2.000 milhões de euros por dia. E aumentou ainda mais no dia seguinte. O BCE acabou por intervir e o banco foi vendido ao Santander por apenas um euro depois de sete dias em queda na bolsa e do ultimato de Bruxelas, no âmbito de uma medida de resolução.
O banco liderado por Ana Botín acabou por ter de injetar 13 mil milhões para responder a todos os pedidos e limitar a saída de dinheiro. É, sem margem de dúvida, uma das maiores transferências de dinheiro em Espanha num período tão curto de tempo, de acordo com fontes próximas do processo de venda. Inicialmente, estava previsto que este montante fosse inferior. Quando o Banco Santander avançou com a compra, assumiu ainda a intenção de avançar com um aumento de capital de cerca de sete mil milhões de euros, com vista a fazer face ao impacto desta aquisição.
Esta fuga de capital só parou mesmo no dia 12 do mesmo mês, avançam fontes do setor. Entre abril e a sua intervenção, o banco liderado por Emilio Saracho, entregou perto de 18 mil milhões de euros aos clientes, de acordo com estimativas a que o El País teve acesso.
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