Cibercrime? Bancos admitem estar pouco preparados

  • ECO
  • 28 Junho 2017

Um estudo da Deloitte revela que as instituições financeiras estão pouco confiantes na eficácia da sua cibersegurança. Isto depois de várias empresas terem sido novamente alvo de um novo ciberataque.

A maioria das instituição financeiras não está confiante na eficácia da sua capacidade de se defenderem de ataques informáticos. A conclusão é revelada no estudo “Risk Management Survey” da Deloitte. Isto depois de se ter registado um novo ataque de ransomware a larga escala, que afetou empresas e serviços governamentais em diversos países, como Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Ucrânia e Índia.

O estudo da Deloitte destaca a menor eficácia a nível da cibersegurança. “No que diz respeito a novos tipos de risco, em particular não financeiros — que geralmente apresentam mais desafios — os inquiridos consideraram a sua instituição menos eficaz, sobretudo em áreas como a cibersegurança (42%), modelo de risco (40%), risco associado a contratos de fornecimento, outsourcing ou licenciamentos (37%), integridade de dados (32%) e riscos geopolíticos (28%)”, revela a Deloitte.

Mas esta posição muda quando se fala na gestão de riscos financeiros tradicionais. Segundo a auditora, “80% ou mais dos inquiridos classificaram a sua instituição como extremamente ou muito eficaz na gestão de riscos financeiros clássicos, como o risco de crédito, mercado, liquidez ou subscrição”.

"A gestão de risco é cada vez mais importante sobretudo devido aos desafios que as instituições financeiras enfrentam atualmente e uma grande incerteza quanto ao futuro do seu modelo de negócio e quadro regulamentar.”

Miguel Morais

Partner de Risk Advisory, da Deloitte

“A gestão de risco é cada vez mais importante sobretudo devido aos desafios que as instituições financeiras enfrentam atualmente e uma grande incerteza quanto ao futuro do seu modelo de negócio e quadro regulamentar”, afirmou Miguel Morais, partner de Risk Advisory, da Deloitte. “Os programas de gestão de risco devem ser mais eficazes mas ao mesmo tempo mais eficientes pelo que existe uma necessidade de ser ágil e flexível para responder ao próximo conjunto de necessidades. Acredito que é para aqui que a nova era de gestão de risco terá de evoluir”, realça.

Aumentar o investimento na gestão de risco

A Deloitte refere ainda que, embora os bancos estejam a ser pressionados para reduzir os custos, “44% dos inquiridos esperam que o investimento anual da sua instituição em gestão de risco aumente 10% ou mais nos dois anos seguintes”. Miguel Morais explica que “uma parte destes orçamentos de investimento será direcionada para investimentos em novas tecnologias”.

Mas mais de metade dos inquiridos manifestou-se extremamente ou muito preocupado quanto à capacidade de a tecnologia se adaptar ao contexto de contínuas mudanças regulamentares dos últimos anos. “Existe uma grande incerteza sobre se e quando o ritmo das alterações regulamentares irá abrandar”, refere.

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