Wall Street abre misto. Inflação desilude

A reforma fiscal de Trump animou os investidores, mas os dados económicos revelados esta sexta-feira desapontaram e levaram os mercados a abrirem em terreno misto.

Wall Street abriu sem rumo definido num dia marcado pelos dados económicos menos positivos. Contudo, o efeito positivo da reforma fiscal de Trump ainda se mantém. Apesar da evolução tímida dos preços, os investidores continuam confiantes de que a Fed vai aumentar a taxa de juro.

O Dow Jones abriu a cair 0,16% para os 22.346,32 pontos. Já o S&P 500 e o Nasdaq iniciaram a sessão em terreno positivo: 0,03% para os 2.510,86 pontos e 0,22% para os 6.467,94 pontos, respetivamente.

A inflação nos Estados Unidos desapontou face às expectativas dos investidores: a variação anual está no pior nível desde o final de 2015. Os dados revelados esta sexta-feira podem ser um travão para que o aumento da taxa de juro pela Reserva Federal. Além disso, os números da inflação arrefeceram o otimismo que a reforma fiscal de Donald Trump causou nos mercados financeiros.

Acresce que o consumo privado — que representam dois terços da economia norte-americana — subiu ligeiramente, mas abaixo do esperado. O Executivo norte-americano afirmou, segundo a Reuters, que os dados refletem os efeitos do Furacão Harvey. Este pode ser um indicador de que a economia dos EUA pode ter desacelerado no terceiro trimestre, depois de uma aceleração significativa no primeiro semestre.

Apesar dos dados menos animadores, os investidores continuam a acreditar que Janet Yellen vai subir a taxa de juro outra vez até ao final do ano. Os mercados financeiros colocam em 71,4% a probabilidade de um aumento de dezembro, superior aos 32,5% há um mês, de acordo com a ferramenta ‘FedWatch’ do CME Group.

Além disso, os empresários estão agradados com a reforma fiscal que o presidente dos Estados Unidos apresentou na quarta-feira. Contudo, mantêm-se as dúvidas sobre a capacidade de Donald Trump fazer aprovar o congresso. O plano passa por uma descida do IRC para 20%, o fim do imposto de sucessão e a redução para três escalões no IRS. Trump propõe ainda aumentar as deduções fiscais para as famílias com filhos e criar uma nova dedução para os adultos dependentes, como pessoas idosas ou doentes.

Para o mercado, a coisa mais importante é o corte nos impostos para as empresas“, considera Peter Cardillo, economista-chefe da First Standard Financial, à Reuters. Contudo, o mesmo analista considera que se Trump não for capaz de levar a reforma em frente, desapontando os mercados, então o efeito nas ações vai dissipar-se.

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