Mourinho Félix: “Portugal tem de entender as fintech como uma oportunidade”
Mourinho Félix reconhece diversas vantagens nas fintech, mas deixa um apelo à criação de um novo quadro regulatório que impeça a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
Rapidez e simplicidade. São essas as características que Mourinho Félix aponta como vantagens nas empresas que aplicam a tecnologia ao setor financeiro. “Portugal tem de entender as fintech como uma oportunidade”, sublinhou, esta segunda-feira, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças.
Na conferência da Associação de Instituições de Crédito Especializado, Mourinho Félix deixou claro que o setor bancário — agora “estabilizado e em melhores condições” — deve também tirar partido desse espírito de inovação. Além disto, para o secretário de Estado, cabe à banca encontrar uma solução para o crédito mal parado e promover uma análise de risco que beneficie das novas tecnologias da informação.
“As fintech representam uma oportunidade de cooperação e de acrescentar valor a uma atividade fundamental nas nossas vidas [a financeira]”, assinalou o responsável, mencionando a redução dos custos de transação, a facilidade de acesso a serviços e a customização como fatores positivos.
O secretário de Estado deixou, por outro lado, o aviso de que é preciso estar atento aos riscos. Mourinho Félix apelou à criação de novas políticas regulatórias que promovam não só a inovação e estabilidade do setor financeiro como a proteção do consumidor (ao nível dos dados e da identidade dos clientes) e impeçam a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. A estimulação da literacia financeira foi apontada, igualmente, como vital, neste novo quadro.
No que diz respeito às autoridades de supervisão, Mourinho Félix avançou que aquilo que se lhes exige é que “assegurem uma correta avaliação da evolução do risco do crédito e que adotem as medidas necessárias para evitar uma afetação ineficiente dos recursos financeiros”. O secretário de Estado fez também um alerta: “o crescimento excessivo do crédito ao consumo (…) gera um crescimento insustentável”, dessa forma, “desvia recursos do setor produtivo” e “Portugal não pode correr esse risco”.
A poucas semanas da Web Summit, o responsável referiu ainda que esta conferência sobre tecnologia (a maior do mundo) deve ser um “momento de reflexão para o setor” e que deve ser aproveitado o seu espírito, tal como o capital humano e investigativo presente nas universidades portuguesas.
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