Chineses da TAP fazem marcha atrás nas compras de 33 mil milhões
HNA Group vai reverter o plano de compra de ativos em todo o mundo, que totaliza já os 34 mil milhões de euros, isto depois das restrições impostas pelas autoridades chinesas.
Os acionistas chineses da TAP vão inverter a marcha no seu plano de aquisição de ativos em todo o mundo que ascende já a 34 mil milhões de euros. Esta reversão surge depois de as autoridades de Pequim terem colocado várias companhias chinesas sob investigação, incluindo o HNA Group, e de terem colocado restrições severas no investimento das empresas chinesas fora do país.
Adam Tan, diretor executivo da empresa chinesa, declarou pela primeira vez em público que o grupo está a considerar desinvestir em alguns ativos que adquiriu nos últimos anos.
“Farei o meu melhor para abandonar investimentos que foram permitidos no passado mas que não são agora permitidos”, referiu Tan em Pequim esta terça-feira, citado pelo jornal britânico Financial Times (conteúdo em inglês/acesso pago).
O HNA Group detém uma posição indireta no capital da TAP, através de uma participação na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a consórcio Atlantic Gateway) e de uma participação de 5,6% na Atlantic Gateway.
Nos meses mais recentes, o HNA Group assim como outros conglomerados como a Fosun ou a Dalian Wandan entraram no radar das autoridades chineses devido às suas políticas de expansão internacional bastante agressivas. Por causa do elevado investimento fora de portas, o Governo de Pequim proibiu recentemente investimentos em setores como o desporto e entretimento.
"Farei o meu melhor para abandonar investimentos que foram permitidos no passado mas que não são agora permitidos.”
A suíça Gategroup, que o HNA comprou no ano passado por 1,4 mil milhões de dólares, informou na passada terça-feira que está a explorar uma eventual dispersão de capital em bolsa. Já antes, no início do mês, os chineses chegaram a acordo para vender a sua posição no grupo hoteleiro espanhol para melhorar a sua situação de liquidez.
Além do escrutínio apertado das autoridades chinesas, vários analistas sublinharam receios em relação à situação financeira do HNA, colocando algumas dúvidas quanto ao acesso a financiamento a uma custo baixo. Notaram que recentemente o grupo teve de pagar uma taxa de perto de 9% para vender obrigações a 363 dias.
A dívida de longo prazo do HNA ascendia a 58 mil milhões de dólares, segundo a S&P Global Market Intelligence, com a dívida líquida a situar-se 6,5 vezes acima do EBITDA.
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