“CTT vão ter de investir mais no correio” por causa da Anacom, diz CaixaBI

Maiores exigências do regulador são negativas para os CTT, considera o CaixaBI. Isto porque vai obrigar o operador postal a investir mais no segmento Correio para evitar queda dos preços.

Os critérios mais ambiciosos da Anacom para a prestação do serviço postal universal vão exigir um maior investimento dos CTT CTT 1,10% no segmento de Correio, ou obrigar a empresa a realocar mais recursos a esta área de negócio, “sob pena de o não cumprimento da qualidade ter impacto na fixação de preços”, dizem os analistas do CaixaBI, que consideram que as novas exigências do regulador são negativas para o operador postal.

“Em matéria de indicadores de qualidade, numa primeira leitura salienta-se que o grau de exigência deverá ser agora maior, exigindo-se uma maior celeridade nos prazos de entrega e um maior grau de compliance com os mesmos”, nota o CaixaBI numa análise publicado esta segunda-feira.

Tal poderá significar que os CTT terão que investir mais no segmento de Correio, ou realocar mais recursos a esta área de negócio, sob pena de o não cumprimento da qualidade ter impacto na fixação dos preços a implementar em cada ano”, frisa ainda.

De acordo com o Sentido Provável de Decisão do regulador para o triénio 2018-2020, os CTT terão de cumprir 24 indicadores de qualidade de serviço, face aos atuais 11 indicadores que tem de cumprir. Já os preços do serviço postal universal deverá ser definida com base na inflação deduzida de 1,28 pontos percentuais, “tendo ainda em consideração fatores de correção para inflação e tráfego”.

Para o banco de investimento, são más notícias que vêm complicar o atual momento da cotada liderada por Francisco Lacerda, que viu o lucro cair 56% nos primeiros nove meses do ano, perante o impacto da queda da entrega de cartas e do aumento dos custos. Por causa disto, já apresentou um plano de reestruturação que vai levar à saída de 1.000 trabalhadores até 2020 e ao fecho de 22 lojas, conforme avançou o ECO em primeira mão.

"Tal poderá significar que os CTT terão que investir mais no segmento de Correio, ou realocar mais recursos a esta área de negócio, sob pena de o não cumprimento da qualidade ter impacto na fixação dos preços a implementar em cada ano.”

CaixaBI

Nota de research

As ações cedem esta segunda-feira 0,8% para 3,466 euros, depois do tombo de 9% observado na sessão da passada sexta-feira. Os analistas do Caixa BI mantiveram a recomendação de compra para o título, atribuindo-lhe um preço alvo de 4,7 euros. Ou seja, há um potencial de valorização de 35%.

Nas estimativas do banco, o tráfego postal deverá cair 7% ao ano entre 2018 e 2020, enquanto o preço subirá 1%, 2% e 2% nos respetivos anos.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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