Estado apoia investimento de 20,5 milhões da ex-Qimonda
Despacho que determina a atribuição de incentivos financeiros ao investimento de 20,5 milhões da ex-Qimonda em Vila do Conde elogia projeto pelo seu “elevado grau de inovação”.
O Estado português vai atribuir incentivos financeiros a um investimento de 20,5 milhões de euros da ATEP-AMKOR Technology, antiga Nanium (ex-Qimonda), que prevê criar 102 empregos em Vila do Conde e gerar exportações de 23 milhões de euros.
“O projeto induz a criação de 102 postos de trabalho diretos e permanentes, 30 dos quais correspondem a postos de trabalho altamente qualificados”, prevendo-se “o alcance, no ano de 2026, de um volume de negócios de cerca de 580 milhões de euros e de um Valor Acrescentado Bruto de cerca de 335,1 milhões de euros, ambos em valores acumulados desde 01 de outubro de 2015”, lê-se no despacho, publicado, esta sexta-feira, em Diário da República.
O despacho aprova a minuta do contrato de investimento a celebrar pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a AMKOR Technology, INC., AMKOR Technology Holding B.V. e ATEP-AMKOR Technology Portugal.
Nos termos do despacho n.º 1196/2018, o projeto “tem um efeito de arrastamento em atividades a montante e a jusante, induzindo o aumento do volume de negócios dos fornecedores nacionais de matérias-primas e serviços da ATEP-AMKOR Technology Portugal e contribuindo para uma significativa criação líquida de emprego”.
Orçado em 20,5 milhões de euros, “visa o aumento da capacidade de produção da empresa para fornecer ‘Advanced Wafer Level Packaging’ ao mercado da ‘Internet of Things’”, prevendo-se que permita “um crescimento das exportações entre 2014 (ano pré-projeto) e 2018 (ano pós-projeto) de 23 milhões de euros, correspondente a um aumento do valor das exportações de 28 para 51 milhões de euros”.
No texto do despacho, assinado pelo ministro da Economia, Caldeira Cabral, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, é destacado o “elevado grau de inovação” que o projeto representa para o portfólio da ATEP-AMKOR Technology Portugal e para o setor e mercado onde atua, “dotando a empresa de soluções de ‘Wafer Level Packaging’ que apresentam características inovadoras a nível internacional”.
Entre estas novas soluções estão “‘Packages’ com linhas de metalização abaixo dos 10 (mi)m, valor inferior ao que é atualmente produzido; ‘Packages’ com elevada integração tanto em 2D como em 3D, podendo incluir mais de 50 componentes com diferentes origens e características; e ‘Wafers’ reconstruídas com espessura inferior a 200 (mi)m, na vanguarda do que é o estado da arte da indústria de semicondutores”.
“Com o aumento da capacidade produtiva e respetivo incremento no volume de negócios, a ATEP-AMKOR Technology Portugal prevê um crescimento do volume de compras e FSE [Fornecimentos e Serviços Externos] na ordem do 65%, o que irá criar oportunidades para as empresas nacionais, nomeadamente, para as PME que atuam na Região Norte”, lê-se no despacho.
Segundo sustenta, “estando a ATEP-AMKOR Technology Portugal direcionada para os mercados internacionais”, a capacidade competitiva adquirida com este investimento “permitir-lhe-á progredir na cadeia de valor do setor em que atua, reforçar a sua posição a nível internacional e aumentar o seu volume de negócios e valor acrescentado”.
Anteriormente denominada Nanium, e antes disso Qimonda, a ATEP-AMKOR Technology Portugal tem sede no concelho de Vila do Conde e dedica-se ao fornecimento de serviços de desenvolvimento, manufatura, teste e engenharia para a indústria de semicondutores, operando, nomeadamente, nas áreas de ‘Wafer Level Packaging’ e de montagem de ‘packages’ com substrato laminado e/ou ‘leadframe’ metálico.
O “impacto macroeconómico” do projeto e o “interesse estratégico para a economia nacional e para a região onde se localiza” tinha já justificado a obtenção, em 23 de junho de 2016, da pré-vinculação da Comissão Diretiva da Autoridade de Gestão do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) quanto ao incentivo máximo a conceder ao projeto, sendo agora aprovada a minuta do respetivo contrato de investimento.
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