Ajudas aos bancos custaram mais de 9% do PIB desde 2007

As ajudas aos bancos tiveram um impacto acumulado de 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no défice entre 2007 e 2017, diz o Banco de Portugal. Dívida pública voltou a subir em fevereiro.

As ajudas aos bancos tiveram um impacto acumulado de 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no défice e de 12,3% na dívida pública entre 2007 e 2017, revela o Banco de Portugal. Em fevereiro, o endividamento público voltou a subir pelo segundo mês para máximos de cinco meses.

“O Banco de Portugal divulgou o impacto no défice e na dívida das medidas governamentais de apoio ao sistema financeiro entre 2007 e 2017. Em Portugal, estas medidas tiveram um impacto acumulado neste período de 9,1% do PIB no défice e de 12,3% do PIB na dívida pública“, adianta o banco central esta segunda-feira.

Já o impacto no défice de 2017 foi de cerca de 4,5 mil milhões de euros (2,4% do PIB), essencialmente por via da operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, explica ainda o Banco de Portugal. Por causa desta operação, o Eurostat calculou que o défice português situou-se nos 3% no ano passado e não nos 0,91%.

O Diário de Notícias tinha indicado que a fatura total dos portugueses com a crise a estabilização do sistema financeiro ascendia já a 17,1 mil milhões de euros na última década que ficou marcada pelos resgates a vários bancos — BPN, BES e Banif — e pela recapitalização do banco público que representou uma injeção de 3,9 mil milhões de dinheiro público.

Dívida pública sobe 2,4 mil milhões em fevereiro

Na nota de informação estatística divulgada esta segunda-feira, o Banco de Portugal informou ainda que a dívida pública aumentou em fevereiro pelo segundo mês consecutivo. Quanto? O endividamento público aumentou em 2,4 mil milhões de euros para um total de 246 mil milhões, o nível mais elevado desde setembro do ano passado.

“Para este aumento contribuiu essencialmente o acréscimo dos títulos de dívida pública (2,2 mil milhões de euros)”, contextualiza a instituição. Nesse mês, o Tesouro português levantou 1.250 milhões de euros em obrigações e 1.100 milhões em bilhetes.

Por outro lado, a dívida pública líquida de depósitos registou um aumento de 200 milhões de euros, ascendendo a 223,3 mil milhões de euros.

Fonte: Banco de Portugal

Esta evolução acontece depois de o ano de 2017 ter terminado com o endividamento público em queda acentuada face ao máximo atingido em agosto, numa trajetória acompanhada pela aceleração da atividade económica, o que permitiu que o rácio da dívida face à riqueza do país fechasse o ano passado nos 125,6% do PIB na ótica de Maastricht — a que importa para as regras comunitárias e um indicador acompanhado de perto pelos mercados. Tratou-se do nível mais baixo desde 2011, ficando abaixo daquilo que era o objetivo do Governo.

(Notícia atualizada às 11h29)

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