BCP quer limpar 1,5 mil milhões de ativos tóxicos este ano. Dividendos devem chegar em 2019
O banco revelou que quer reduzir os ativos tóxicos em 1,5 mil milhões até ao final deste ano. Prevê ainda começar a distribuir dividendos no próximo ano com base nos lucros de 2018.
O BCP revelou uma nova meta para a redução dos ativos tóxicos: quer “limpar” 1,5 mil milhões até ao final do ano. Os esforços para diminuir este fardo, constituído sobretudo por crédito malparado, foram anunciados durante a conference call com analistas sobre os resultados dos primeiros três meses do ano. Neste período, a instituição financeira lucrou 85,6 milhões de euros.
“É muito difícil ser totalmente preciso sobre a previsão [para a exposição a ativos tóxicos]. Diria que a nossa estimativa em termos de redução de NPE [Non Performing Exposure] seria de 1,5 mil milhões de euros até ao final do ano”, afirmou Miguel Bragança, CFO do BCP, que deixa o valor final para um novo plano estratégico a apresentar em meados do ano. Deste valor, o crédito malparado é o que tem maior peso.
"É muito difícil ser totalmente preciso sobre a previsão [para o malparado]. Diria que a nossa estimativa em termos de redução de NPE seria de 1,5 mil milhões de euros até ao final do ano.”
De acordo com os resultados do primeiro trimestre, o banco reduziu os NPE em cerca de 500 milhões durante esse período, para 6,3 mil milhões em Portugal, “com o reforço da cobertura por imparidades para 46% (48% para o Grupo), 105% incluindo garantias”.
Com estes 500 milhões, o BCP superou a meta que tinha para este ano, que era de 3.000 milhões, elevando para 3.500 milhões o valor de ativos tóxicos retirados do balanço desde janeiro de 2016.
O BCP tem feito um esforço no sentido de acelerar a “limpeza” do balanço. A redução das imparidades com estes ativos, mas também a melhoria da atividade permitiram ao banco aumentar os lucros para 85,6 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Este valor representa um crescimento de 70,8% face ao mesmo período do ano passado.
Na mesma conference call, Miguel Bragança afirmou que prevê começar a distribuir dividendos já no próximo ano. “Neste momento, estamos a aproximarmo-nos de um rácio de capital CET de 12% (…) estamos a gerar capital orgânico e o que faz sentido é que distribuamos esse capital aos acionistas”, disse o CFO do BCP em resposta às questões dos analistas e investidores.
"Com base na informação atual, pensamos que até ao final deste ano devemos estar em condições de começar a distribuir dividendos”, referiu, salientando, contudo, que esta é uma decisão dos acionistas.”
O banco revelou que o rácio CET1 faseado encolheu face aos 13% registados no final do primeiro trimestre de 2017, passando para 11,9%. Já o rácio totalmente implementado registou um aumento de 57 pontos base, terminando os primeiros três meses deste ano nos 11,8%.
“Com base na informação atual, pensamos que até ao final deste ano devemos estar em condições de começar a distribuir dividendos”, referiu o administrador financeiro da instituição, salientando, contudo, que esta é uma decisão dos acionistas.
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