Crescimento, dívida e banca travam rating de Portugal, diz a Moody’s

  • Rita Atalaia
  • 15 Maio 2018

A agência de notação reconhece os progressos económicos em Portugal. Mas continua a considerar que o crescimento moderado, dívida elevada e banca fraca são entraves a uma subida do rating do país.

Apesar de reconhecer os progressos económicos em Portugal, a Moody’s continua a considerar que o crescimento moderado, dívida ainda elevada e setor bancário fraco estão a travar uma melhoria do rating da República para nível de investimento. Isto depois de a agência de notação ter mantido a dívida soberana portuguesa ainda no “lixo” no mês passado.

“O crescimento económico de Portugal, em conjunto com o controlo da despesa e queda dos custos com os juros, suportaram a melhoria significativa da posição orçamental do país”, afirma Evan Wohlmann, vice-presidente da Moody’s e coautor do relatório anual da agência de notação. “O regresso de Portugal aos mercados, a diversificação da economia e o nível médio relativamente elevado de riqueza em comparação com os outros países com rating Ba1 também suportam” a notação do país, acrescenta.

Contudo, ainda há desafios a superar, e que impedem a agência de melhorar o rating para investimento, nomeadamente “o crescimento potencial moderado, a dívida ainda elevada e um setor bancário fraco”, refere a Moody’s, reforçando uma ideia que já tinha sido expressada depois de decidir manter a notação de Portugal em “lixo”.

O rácio da dívida recuou substancialmente para 125,7% do PIB. Mas deve continuar elevado nos próximos anos — a agência prevê que se situe nos 117% em 2021. Também os bancos ainda têm muito trabalho pela frente. “Apesar das melhorias, o setor bancário continua a ser um risco para o rating de Portugal. Isto considerando a dimensão relativamente grande do sistema financeiro, o nível elevado de crédito malparado e a rentabilidade ainda fraca”, nota.

Para que haja uma subida do rating, a Moody’s tem de concluir “que as tendências orçamentais e económicas positivas são sustentadas”, refere, acrescentando estar “confiante de que a dívida elevada vai acabar por entrar numa tendência de descida”.

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